O Governo da China quer proibir a presença de strippers em funerais, uma tradição que existe em algumas províncias no interior do país e que é uma resolução de Pequim para o ano novo. Algumas comunidades no interior do país utilizam a presença de strippers para levar mais pessoas às cerimônias.
Segundo o jornal britânico The Daily Telegraph, os mandatários chineses querem acabar com essa tradição que ainda é muito respeitada em províncias do interior como Henan, Anhui, Jiangsu e Hebei.
Segundo o jornal, essa é a terceira vez desde 2006 que o Governo chinês tenta acabar com o costume. Entre as comunidades mencionadas acredita-se que um funeral cheio de gente traz fortuna e boa sorte para o espírito do morto.
O Governo chinês criou uma linha de telefone especial para a população denunciar shows eróticos nos funerais e a família do morto pode ser multada ou até mesmo presa. Além disso, o Governo está levando a cabo uma campanha nos órgãos de comunicação social para convencer a população que levar strippers para cerimônias fúnebres é uma manifestação de decadência moral e cultural resultante da influência do ocidente no país.
Polanski diz que Harvey Weinstein atacou o filme “O Pianista” com queixa de estupro
O diretor polonês de Paris diz ao Paris Match:
“Em 2003, Weinstein entrou em pânico quando O Pianista venceu dois BAFTAs, incluindo Melhor Filme. Weinstein, que tinha dois filmes indicados ao Oscar, lançou uma campanha para impedir que o mesmo acontecesse em Hollywood. Foi ele quem desenterrou a história de [então] 26 anos com Samantha. Sua assessoria de imprensa foi a primeira a me chamar de estuprador de crianças. O paradoxo é que O Pianista não ganhou o Oscar de Melhor Filme, um prêmio que é do produtor, mas eu ganhei o de Melhor Diretor.”
Sobre a acusação de estupro: “Só Samantha e eu sabemos o que aconteceu naquele dia. O que quer que eu tenha feito, seja como for, é profundamente lamentável. Eu já disse isso várias vezes. Tenho contato com Samantha e ela sabe. Ela e sua família sofreram por minha causa. Ela escreveu várias vezes ao promotor para explicar que o trauma causado pelo circo da mídia é bem pior do que o que eu a fiz sofrer.”
O hábito da leitura é transformador: melhora nosso entendimento sobre o mundo, exercita a mente e aumenta nossa capacidade criativa. Mas, uma nova pesquisa encomendada pela Amazon e conduzida pela Kelton Global Research mostrou que a leitura vai além: ela também aumenta a felicidade e ajuda a melhorar nossos relacionamentos.
O estudo foi realizado com 27.305 participantes maiores de 18 anos nos Estados Unidos, Canadá, México, Brasil, Alemanha, Reino Unido, Espanha, França, Austrália, Itália, Índia, China e Japão. A pesquisa foi online, com questionários aplicados em outubro de 2018 e janeiro de 2019. A margem de erro é de 0.6%.
Leitores frequentes são mais felizes
Nos 13 países onde a pesquisa foi realizada, 71% dos leitores que leem toda semana relataram que se sentem felizes. Entre os participantes que não leem com a mesma frequência, apenas 55% fizeram a mesma afirmação. A leitura também é vista como uma atividade de cuidado pessoal e mais de 70% dos leitores disseram que já adiaram ou cancelaram algum compromisso para ler.
Diante da crescente conectividade do mundo atual, pode ser difícil ler sem interrupções ou distrações. Mas, de acordo com a pesquisa, 45% dos participantes têm como meta deixar os smartphones e as redes sociais de lado para conseguirem ler um pouco mais. Em alguns países, as pessoas disseram que preferem ler em vez de dormir ou fazer exercícios.
Leitores usam livros para fazer novos amigos
O hábito da leitura também melhora nossos relacionamentos, pois estimula conversas significativas e conexões mais profundas entre as pessoas. Em todos os países pesquisados, 80% dos participantes concordam que a leitura ajuda a fazer amizades e 81% disseram que gostam de discutir pelo menos um aspecto do livro com outras pessoas.
Até as celebridades aproveitaram esse potencial social da leitura. As atrizes Emma Watson e Reese Witherspoon, fundaram, respectivamente, os clubes do livro “Our Shared Shelf” e “Hello Sunshine,” como uma forma de construir novas comunidades e estimular discussões importantes por meio da leitura. Essa cultura se disseminou e 60% dos participantes disseram que preferem conversar em um clube do livro a beber vinho. E cerca de 45% das pessoas sentem que a leitura lhes deu algo importante para discutir com os outros.
A leitura melhora relacionamentos amorosos
Por fim, a pesquisa concluiu que a leitura pode ser um ótimo estímulo para a paixão. Mais de 65% dos leitores concordaram que os livros são importantes num relacionamento e 41% dos casais afirmaram que discutir sobre livros foi um fator importante para que eles ficassem juntos.
Alguns participantes mostraram que realmente levam o hábito da leitura a sério: 30% questionariam a relação com base nas obras preferidas do(a) parceiro(a) e 29% pensariam em abandonar o relacionamento se o cônjuge não gostasse de ler. Entre os que já namoram ou são casados, 33% recorreram aos livros para resolver seus problemas de convivência e 40% disseram que os romances ajudaram a melhorar seus relacionamentos.
O universo erudito norte-americano respondeu às acusações de assédio sexual que teriam sido cometidos pelo tenor e maestro Plácido Domingo. Quatro instituições foram radicais. A Orquestra da Filadélfia cancelou um concerto que teria participação dele. A Orquestra divulgou uma nota para justificar sua decisão. “Nosso comprometimento é o de manter um ambiente seguro, respeitável e apropriado”. A Ópera de São Francisco “desconvidou” o tenor espanhol de um concerto que seria realizado em outubro. Imaginem: o evento seria realizado para comemorar os 50 anos da estreia do cantor junto à instituição. Por meio de sua assessoria, os responsáveis pela Ópera alegaram que, embora nenhuma acusação contra Domingo tenha sido provada, ela tem o compromisso de repudiar qualquer situação de assédio.
As acusações dão conta de que Domingo causava prejuízos a artistas que não cediam a seus desejos.
A Ópera de Los Angeles e a Ópera Nacional, de Washington, foram mais reservadas. Los Angeles, onde ele atua como diretor artístico, informou que os casos de assédio serão investigados, ainda que reconheça que o maestro seja “uma força criativa” dentro da instituição por mais de três décadas. A Ópera de Washington, que teve Domingo sob contrato por 15 anos, afirmou por meio de seus representantes que não dispõe de políticas definidas para qualquer tipo de assédio e abuso. Os diretores da casa não quiseram dar mais detalhes se irão investigar o comportamento de Domingo — que teria assediado mulheres enquanto foi diretor artístico do local.
Enquanto isso, em Salzburgo, os bravos e os aplausos começaram quando Plácido Domingo foi visto caminhando rapidamente no palco antes de uma apresentação no Festival de Música na cidade. Foi uma ovação de pé que durou bem mais de um minuto. Aquela seria a primeira apresentação de Domingo desde que surgiram acusações de assédio sexual contra ele. A plateia aplaudiu todos os grandes momentos da ópera. Ele teve que pedir para parar a ovação de pé na última parte para que outros artistas também fossem homenageados.
O imponente Grosses Festspielhaus, a Grande Sala de Concertos do Festival, estava lotado naquela arde de trovoada. Havia gente junto às portas com placas pedindo para comprar ingressos para a apresentação esgotada. Era uma das óperas menos conhecidas de Verdi, Luisa Miller, que seria regida por Domingo. No saguão, havia o que parecia ser um pequeno santuário para Domingo — uma banca de venda de CDs e vídeos, junto com fotos de imprensa e de produções recentes. Em outros lugares do balcão, havia todos os Esa-Pekka Salonens ou Anna Netrebkos que você poderia desejar, mas todos pareciam querer Domingo.
Ao final de Luisa Miller, a ovação durou 15 minutos!!! Quaisquer que sejam os resultados da investigações em Los Angeles, Domingo poderá seguir cantando e regendo na Europa. E… Cada vez mais os europeus acham que os norte-americanos são um bando de idiotas, isso estava claro na atitude e na indignação das pessoas.
Esta foi a primeira aparição pública de Domingo desde que a AP informou que oito cantores e um dançarino acusaram Domingo de avanços sexuais indesejados. As acusações foram todas anônimas e ainda não comprovadas. A Ópera de Los Angeles, onde Domingo é diretor geral, iniciou uma investigação.
Isso ainda vai longe.
Com o Los Angeles Times, Norman Lebrecht e outros.
Era uma suspeita, mas agora a ciência garante: mulheres solteiras e sem filhos são o subgrupo mais feliz da população. E elas são propensas a viverem mais do que as mulheres casadas e com filhos, de acordo com um dos principais especialistas ingleses em felicidade.
O professor de ciência comportamental da London School of Economics, Paul Dolan, disse que as evidências mais recentes mostram que os indicadores tradicionais usados para medir o sucesso não se relacionam mais com a felicidade — particularmente nos itens casamento e a criação de filhos.
“Temos alguns bons dados longitudinais seguindo as mesmas pessoas ao longo do tempo, e podemos dizer: se você é homem, você provavelmente deveria se casar; se você é uma mulher, não se apresse”.
Os homens se beneficiam no casamento porque “se acalmam”, disse ele. “Correm menos riscos, ganham mais dinheiro no trabalho e vivem um pouco mais. Elas, por outro lado, têm que lidar com isso e morrem mais cedo do que se permanecessem solteiras. Em média, o subgrupo mais saudável e feliz da população são o das mulheres que nunca se casaram ou tiveram filhos”, disse ele.
O livro mais recente de Dolan, Happy Ever After, cita evidências do American Time Use Survey (ATUS), que comparou os níveis de prazer e insatisfação em indivíduos solteiros, casados, divorciados, separados e viúvos.
Outros estudos mediram alguns benefícios financeiros e de saúde em homens e mulheres casados. Para estes, podem ser atribuído a maiores rendas e apoio emocional, permitindo que pessoas casadas corram menos riscos e procurem maior ajuda médica.
No quesito saúde, Dolan disse que os homens têm mais benefícios para a saúde ao casarem, já que assumem menos riscos. Já a saúde das mulheres não foi afetada pelo casamento.
Apesar dos benefícios de um estilo de vida solteiro e sem filhos para as mulheres, Dolan disse que a narrativa existente de que casamento e filhos eram sinais de sucesso era um equívoco e que este estigma errado poderia levar algumas mulheres solteiras ao casamento e a se sentirem infelizes.
E completa: “Você vê uma mulher solteira de 40 anos, que nunca teve filhos…” Isso é uma vergonha, não é? Talvez um dia ela conheça o cara certo e mudará para melhor. Ou não, talvez ela conheça o cara errado que a fará menos feliz e saudável e morra mais cedo”.
Na bela palestra de Siddhartha Mukherjee houve uma frase em que ele disse que, mesmo consciente da doença, a pessoa deve seguir preenchendo sua vida com coisas interessantes. Aliás, isso seria viver. E mudou de assunto. Concordo. E mais: digo que efetivamente não confio em pessoas que não leem, não se informam, não pesquisam, não ouvem música inteligente, não têm atividades culturais ou científicas. Viver é sobreviver e pré-viver, expressão que ele também usou, mas também é tentar o impossível de preencher o tempo de uma forma bonita. Essa é a razão pela qual valorizei tanto o post que compartilhei abaixo — do Gustavo Melo Czekster. Dos candidatos, a única que sei que lê é Fernanda Melchionna. Do resto, nada sei, pois eles não divulgam, sinal claro de seus vazios, de sua falta de preenchimento. É gente desinteressante, DESGRAÇADAMENTE ATIVA, que representa apenas o próprio desejo de participar ou empresas. Antes de votar, considerem isto.
(*) Música de qualidade seria aquela que nasce não de um produtor ou da modinha, mas de um autor que promova quaisquer diálogos ou confrontos com a cultura.
No final da semana passada, alguns nova-iorquinos lançaram uma petição exigindo que o Metropolitan Museum of Art removesse uma pintura de 1938 do famoso pintor francês Balthus (pseudônimo de Balthasar Klossowski) onde é mostrada uma jovem púbere com a roupa interior exposta. O motivo seria o “clima hoje instalado em torno do tema do assédio sexual”. Porém, o Met se recusou a retirar a obra.
Thérèse Dreaming, de Balthus (1908-2001), “sexualizaria” a menina, mostrando sua calcinha sob uma saia. A petição diz que a posição do pé e do joelho esquerdo da menina seriam “provocantes”.
“O artista desta pintura, Balthus, sempre teve uma grande atração por meninas adolescentes e esta pintura está inegavelmente romantizando a sexualização de uma criança”, escreve Mia Merrill, 30, a empresária de Nova York que criou a petição. “Dado o clima atual em torno do assédio sexual, o Met não deveria romantizar o voyeurismo e a objetivação das crianças. O Met é uma instituição de renome, deveria se preservar. Eu estou apenas solicitando ao Museu que examine mais cuidadosamente a arte em suas paredes e entender determinados quadro insinuam”.
A petição, que foi lançada na sexta-feira, havia coletado quase 7.000 assinaturas no domingo à noite. Pouco.
Porém, como toda razão, um representante do museu disse que não removerá a pintura porque a arte deve refletir muitos períodos de tempo – não apenas o atual. “Nossa missão é colecionar, estudar, conservar e apresentar obras de arte importantes em todos os tempos e culturas, a fim de conectar pessoas com criatividade, conhecimento e ideias”, disse o porta-voz Kenneth Weine.
“Momentos como este fornecem uma oportunidade para o diálogo, e a arte visual é um dos meios mais significativos que temos para refletir sobre o passado e o presente”.
Em 2013, o Met realizou uma exposição de pinturas de Balthus intitulada Balthus: Cats and Girls – Paintings and Provocations.
Nabokov se diz Nabôkav. Mas dizer o nome do autor de Anna Kariênina — sim, Karênina é apenas o nome de um dos cachorros de meus filhos — é mais complicado. É Talstói, porque o “o” que é não tônico vira “a” na pronúncia (vide Nabôkav). E sim, é Dastaiévski, tão pensando o quê? E o livro de Gontcharov (Gantcharóv), Oblómov, se diz Ablômav. Já o nome de Tchékhov (Tchéhav) envolve fonemas decididamente alienígenas. Então, se você encontrar um russo, pergunte “Como é mesmo o nome do autor de A Dama do Cachorrinho, As Três Irmãs, que era contista, dramaturgo e médico?” Quando o cara responder, preste bem atenção porque eu não consigo dizer aquilo. E o primeiro nome é Antôn…
Shastakovich, Prakófiev, Gógal, samavar… Vai por aí.
Ao visitar um amigo, vizinho ou apenas conhecido, os russos geralmente levam consigo um pequeno mimo – seja chocolate, bolo, flores ou brinquedos para uma criança. Não é o presente em si que conta, mas a lembrança. É comum ouvir russos dizerem: “Não podemos visitar alguém de mãos vazias!”.
2. Não tire a colher da xícara de chá
Na época soviética, as pessoas brincavam que os russos bebiam chá com o olho direito fechado, para não se machucarem com a colher usada para mexer.
Apesar de ser um mistério por que os russos fazem isso, fato é que, quando há uma colher dentro da xícara de chá, a bebida tende a esfriar mais rápido – além de ficar mais saborosa.
3. Comemore o Ano Novo em dose dupla
Antes de 1918, os russos usavam o calendário juliano, que hoje acumula uma diferença de 13 dias em relação ao calendário gregoriano. Embora a Rússia tenha adotado o último há muito tempo, o Ano Novo à moda antiga (ainda chamado de Ano Novo) continua sendo celebrado. No fim das contas, são duas festas e dois banquetes – e, é claro, duas chances de fazer desejos e promessas.
4. Tome sorvete mesmo no inverno
O frio, que persiste por meses, não é desculpa para desistir de tomar sorvete. Em algumas cidades, as banquinhas de sorvete permanecem abertas mesmo quando a temperatura cai abaixo de zero. Para evitar aquela sensação de gelo na garganta, muitos russos misturam o sorvete com geleia (varenie).
5. Faça, mas na última hora
Os russos costumam terminar suas obrigações no último minuto disponível. Embora comecem devagar, sabem dar um gás no final para cumprir o prazo.
Se, por um lado, isso indica a incapacidade de planejar-se com antecedência, por outro, é também sinal de uma tremenda habilidade de conclui algo às pressas.
A mentalidade pode ser resumida na seguinte piada:
Um professor pergunta ao aluno:
“Quanto tempo você precisará para aprender chinês?”
E o aluno responde: “Qual é o prazo?”
6. Mantenha o otimismo
O desligamento anual de água quente por alguns dias, os verões gelados (2017, especialmente), crise financeira – os russos tendem a lidar a encarar os problemas com otimismo. Enchem baldes de água, tiram o casaco do armário e economizam onde for possível. “O que não mata, engorda”.
A Filoca chamava-se Orfila, tia Orfila. Ponho a mão no fogo por ela: foi a pessoa que mais certamente morreu virgem na ala cruz-altense da família. Por algum motivo, ela ocupava o cargo de “reserva moral”. Perfeitamente mal-humorada, era digna do posto. Cada vez que algo parecia fora do lugar, a família ia lá consultar a Filoca. E a Filoca dava seus palpites. Normalmente era obedecida pelos meus pais e tios. Já nossa geração… No final dos anos 60, lembro dela reclamando das minissaias, recordo das meninas da família puxando suas saias para baixo quando a Filoca se aproximava, das piadas sobre ela. Eu a evitava como se ela fosse um bolsonaro. Era a única coisa ruim em minhas férias em Cruz Alta.
Ela jamais casara, mas dava palpites nos casamentos de todos. Pior, dava soluções. Nunca tivera filhos, mas sabia tudo sobre a educação das crianças. Hoje, lembrando de algumas de suas observações, dou risadas.
Depois, o mundo evoluiu e a revolução sexual deixou as coisas em patamares não ideais, mas muito melhores. Mesmo durante a ditadura, o discurso foi ampliado em assuntos tabus como sexo, comportamento e doenças. Houve maior liberdade. A educação também mudou e, trinta anos depois, nos anos 90, criei meus filhos muito mais razoavelmente do que fui criado. Mas, burraldo que sou, pensava que o mundo sempre evoluiria para melhor.
Como diz Carpeaux a respeito da época de Laurence Sterne, nosso início de século também tem uma parte importante da juventude que é dotada de um discurso bem mais pudico do que os das gerações anteriores. Há o que não deve ser visto, há o que não deve ser ouvido, há o que não deve ser mostrado. O medo às representações impõe coisas que a realidade, essa boba, insiste em mostrar.
Essa semana tive frouxos de riso ao saber que esta propaganda cazaque tinha sido criticadíssima naquele país:
Só que a agência de propaganda sabia que as redes sociais iriam gritar indignadas — criar escândalo era uma estratégia da agência — e, menos de dois dias depois, já tinha um contra-ataque preparado:
Se o mau gosto é óbvio, muito melhor é a explicação da empresa: “Os vídeos não mostram nada que não se veja em qualquer praia ou piscina”. Caramba, é mesmo! Sim, senhores, a hipocrisia está cada vez mais ampliada, e não somente no governo Temer.
Porém, para mim, o mais engraçado é que, após caírem na estratégia comercial da empresa, as redes sociais disseram que os homens usam chapéus de comandantes e as mulheres de comissárias. Sim, referiam-se ao tapa-sexo! OK, é verdade, mas… A realidade não é quase essa? Ou o comercial deve ser educativo e apontar novos caminhos? É essa sua função? Pensei que o objetivo fosse a venda de passagens aéreas… Ou será que ele vai impedir o correto e inevitável percurso das mulheres às posições mais importantes?
E aqui fala um dos defensores das maestrinas, um cara que traduz artigos feministas, um cara que escreveu sobre a lamentável sujeição de Clara Schumann ao marido, um cara que fez o mesmo sobre Camile Claudel, um cara que publicou sobre Fanny Mendelssohn quando ninguém sabia de sua existência, que apresentou a muita gente boa o notável ensaio feminista Um teto todo seu, de Virginia Woolf, que é um sujeito que se orgulha de ser filho de uma das primeiras dentistas do RS, talvez a primeira. Lembrem bem disso. Meu problema é com a nova moralidade.
Bem, mas sou burro mesmo: meu exemplo veio do Cazaquistão, terra onde grassa o sexo. Aqui, isto jamais ocorreria. Imaginem se vamos retornar àquela época triste da Filoca? De jeito nenhum.
O regime soviético durou quase 70 anos, por isso, não é de se admirar que seu legado esteja vivo ainda hoje -– muitas vezes de formas peculiares. Conheça hábitos que alguns russos não abandonam.
Já passou por um bloco de apartamentos na Rússia e percebeu que havia uma série de varandas com um monte de tralha empilhada? Esquis velhos de madeira, rádios quebrados, peças de carros…Bem, esse é um dos sintomas da ressaca soviética. Os armários e prateleiras, provavelmente, também estarão cheios de cacarecos inúteis – alguns russos simplesmente não conseguem deixar as coisas para trás.
Durante a URSS, descartar coisas era considerado um desperdício, e esse hábito ficou arraigado na realidade pós-soviética. Nunca se sabe se o cortador de unhas enferrujada de uma tia distante será útil, ou se aquele pote de cebola em conserva de 20 anos realmente saiu da validade. As famílias soviéticas raramente jogavam comida no lixo, mesmo que o prato estivesse à beira de mofar.
2. Guardar o melhor para o futuro
Muitos russos mantêm conjuntos de cristal e porcelana (geralmente dados como presentes de casamento ou aniversário) escondidos. Por isso, é mais provável que você veja um russo sorrindo para um estranho na rua (veja o item 5) ou cantando o hino nacional americano do que tirando sua melhor louça chinesa do armário.
Seus pratos, xícaras, tigelas e talheres do dia a dia podem estar quebrados e velhos, mais nem isso será motivo para estrear sua empoeirada coleção. A razão para isso? Durante a União Soviética, as pessoas sonhavam com um futuro comunista brilhante, portanto, guardavam seus pertences mais preciosos para épocas mais prósperas.
Essa mentalidade se aplica também às roupas, com vestidos e ternos que, após anos sem uso, já até saíram de moda. Ainda hoje, alguns russos não tiram o controle remoto da TV da embalagem de plástico com receio de estragá-lo.
3. Pensar demais no que os outros dizem
“O que você está fazendo? O que as pessoas dirão? Você não percebe como aquela mulher está te olhando?” Os pais soviéticos eram bastante difíceis quando se tratava de ensinar os filhos a ficarem atentos a estranhos, vizinhos, colegas de classe e etc. Isso pode soar exagerado, mas era um medo genuíno naquela época. Até hoje, na Rússia, as pessoas podem tratar os estrangeiros com suspeita: “Por que alguém escolheria visitar a Rússia, sendo tão brutal, a menos que tenha sido enviado por um serviço secreto estrangeiro, certo?”.
4. Não gostar de elogios
Esse traço não é exclusivamente russo. Os ingleses, por exemplo, também têm dificuldade em aceitar elogios. Mas os russos têm reputação de se sentirem desconfortáveis se alguém lhes dá atenção demais. Por exemplo, se um vendedor for muito simpático em uma loja, eles provavelmente irão embora sem comprar nada.
A modéstia parece ser a melhor política na Rússia – expor-se na URSS era uma postura reprovável (não sabe por quê? volte para o número 3).
5. Não sorrir (gratuitamente) por aí
Qualquer um que tenha visitado o país, sabe disso muito bem: os russos raramente sorriem para estranhos, ao contrário dos brasileiros, que brincam com qualquer um.
Manter uma expressão séria fazia parte da vida na União Soviética. Havia muita desconfiança e tumulto – e, muitas vezes, poucos motivos para sorrir. Mas isso não quer dizer que tudo era tristeza, e surgiram algumas piadas boas na época:
“Três homens estão sentados em uma cela na sede da KGB. O primeiro pergunta ao segundo por que ele foi preso, e ele responde: ‘Porque eu critiquei Karl Radek’. O primeiro homem então retruca: ‘Mas eu estou aqui porque falei a favor de Radek!’. Eles se viram para o terceiro homem, que está sentado calmamente, e fazem a mesma pergunta. E ele prontamente replica: ‘Eu sou Karl Radek’.”
Seja como for, o velho provérbio russo “rir sem razão é um sinal de idiotice” ainda parece verdadeiro. No entanto, uma coisa deve se ter em mente: o fato de eles não sorrirem com frequência não significa que não sejam amigáveis, apenas reservados.
6. Festanças de arromba
Os russos adoram festanças com amigos e parentes, além de passar horas à mesa de jantar com pratos clássicos como salada Olivier, pelmêni e schi. Provavelmente acompanhados de uma quantidade razoável de bebidas alcoólicas e muitos brindes até amanhecer. “Se o jantar chega à sobremesa, a festa é um fracasso” é quase um ditado.
Uma boa cidade não é aquela em que até os pobres andam de carro, mas aquela em que até os ricos usam transporte público.
Enrique Peñalosa
Na foto, Sir Paul McCartney num trem em Londres, sozinho, esta semana. Entrou nele na estação de King’s Cross, aquela enorme, bem no centrão. Quem o viu disse que estava sozinho e passou o tempo olhando o seu celular e lendo jornal. Paul foi abordado por umas quatro pessoas. Foi educado, não quis fotos e comentou sobre o novo álbum que vai lançar.
É uma imagem mais significava do que as do Chico Buarque comprando pão e o Caetano atravessando a rua.
Apesar da política, Londres é a melhor cidade do mundo e a embaixada do Equador em Knightsbridge parece ser um local especialmente quente. Que bom! Um dos maiores símbolos sexuais dos anos 1990 e o mais famoso asilado político de todos os tempos apaixonaram-se na embaixada. Depois de meses de especulação, esta semana a atriz Pamela Anderson e Julian Assange, um dos fundadores do site WikiLeaks, assumiram que estão mesmo namorando. O anúncio oficial foi feito no blog de Pamela. “Meu relacionamento com Julian não é segredo”, ela escreveu. “Ele é uma das minhas pessoas favoritas no mundo e o mais famoso e politizado refugiado do nosso tempo. Julian é um ser humano extremamente empático e se importa profundamente com o mundo. E, por causa do seu trabalho, fez alguns inimigos poderosos em alguns países, nos EUA principalmente”.
Quando questionada sobre sua relação com o fundador da WikiLeaks, ela riu e disse: “Bem, ele está ‘preso’, isso dificulta um pouco as coisas”. “Vamos ver o que acontece quando estiver livre. Mas tenho passado mais tempo com ele do que qualquer outro homem, o que é muito bom e estranho”, afirmou Pamela Anderson.
Assange recebe visitas de Pamela pelo menos uma vez por mês desde outubro do ano passado. Na última visita, ela levava Get a Life: The Diaries of Vivienne Westwood para o namorado.
Eu ia colocar o nome de Monteiro Lobato no título desta pequena crônica, mas achei que não valia a pena. Afinal de contas, ele é um caso especial: não há dúvida sobre o racismo de nosso mais famoso autor infanto-juvenil. Como exemplos maiores, temos o final de Urupês, onde a miscigenação é condenada na apresentação do polêmico personagem Jeca Tatu — que depois tornou-se o pobre esquecido por um governo omisso — mas que antes fora apenas um caboclo inferior e inapto. Para o autor, o caboclo era um “funesto parasita da terra”, “seminômade, inadaptável à civilização”. Tá bom.
Se isso já era público, em 2011 foi divulgada uma carta do escritor enviada a Arthur Neiva em 10 de abril de 1928, e publicada na revista Bravo! em maio de 2011. Ali temos Lobato defender a Ku Klux Klan e seus ideais.
“País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Ku-Klux-Klan, é país perdido para altos destinos […] Um dia se fará justiça a Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca — mulatinho fazendo jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva”.
Mas hoje estava pensando no branco mais negro do Brasil, aquele que paradoxalmente se auto-denominava “Capitão do Mato Vinicius de Moraes”. Durante o império, ou melhor, durante a época da escravatura, o capitão do mato era um empregado público, uma espécie de policial encarregado de reprimir os pequenos delitos ocorridos no campo. Na sociedade escravocrata brasileira, sua principal tarefa era a de capturar os escravos fugidos.
Normalmente eles eram escravos libertos, o que fazia com que fossem superiores tanto aos escravos e como aos pobres livres, porém ainda assim ficavam na última categoria como empregado público. Por serem em maioria de origem escrava, eram odiados pelos cativos, já que um dia os capitães tinham pertencido a mesma posição social que eles.
Geralmente formavam grupos que variavam de acordo com a quantidade de escravos fugitivos, trabalhando em conjunto com as forças militares da colônia. A função deles era impedir a fuga de escravos e capturar os que conseguissem fugir, então tinha dupla função: a de amedrontar e de reprimir. Não, não tinham a menor nobreza.
Com o tempo, a expressão capitão do mato passou a incluir aquelas pessoas que não eram funcionárias públicas, mas que, para ganhar uma grana, passaram a procurar fugitivos para depois entregá-los aos seus donos mediante prêmio.
O capitão do mato gozava de nenhum prestígio social, seja entre os negros que tinham neles os seus inimigos naturais, seja na sociedade escravocrata, que suspeitava que eles sequestravam escravos apanhados ao acaso, esperando vê-los declarados em fuga para depois devolvê-los contra recompensa.
Agora, que brincadeira foi essa de Vinícius — que cantava sambas, fazia a apologia do negro e ainda seguia religião africana — ter apelidado a si mesmo de capitão do mato?
Olhem só este trecho do Samba da Bênção:
Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Sinhô, a benção, Cartola
A bênção, Ismael Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, meu bom Cyro Monteiro
Você, sobrinho de Nonô
A bênção, Noel, sua bênção, Ary
A bênção, todos os grandes
Sambistas do Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum
A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que já viajaste tantas canções comigo
E ainda há tantas por viajar
A bênção, Carlinhos Lyra
Parceiro cem por cento
Você que une a ação ao sentimento
E ao pensamento
A bênção, a bênção, Baden Powell
Amigo novo, parceiro novo
Que fizeste este samba comigo
A bênção, amigo
A bênção, maestro Moacir Santos
Não és um só, és tantos como
O meu Brasil de todos os santos
Inclusive meu São Sebastião
Saravá! A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus
Não ter filhos é uma escolha tão legítima como ter. E pode ser um caminho de felicidade. Duas realizadoras espanholas mergulharam no “tema tabu”, reviraram preconceitos, descobriram histórias surpreendentes. Documentário [m]otherhood estará pronto em menos de um ano. Para desmistificar a maternidade como um conto de fadas
A existência de um “instinto maternal” é para a filósofa Elisabeth Badinter “o maior engano da humanidade”. A mulher, ao contrário dos outros animais, não nasceu para ser mãe. E acreditar nisso, diz, é um “absurdo incrível”. Maribel Castelló adora crianças, é parteira num hospital de Valência, mas ser mãe está para ela fora de questão. Sarah Ficher, jornalista alemã, deixou meia Europa em choque ao dizer preto no branco, no livro Die Mutterglück-Lüge: Regretting Motherhood, por que razão se arrependeu de ser mãe. Estes são apenas três dos muitos depoimentos recolhidos por Inés Peris e Laura García para [m]otherhood, um documentário que quer mostrar que a escolha de não ter filhos é tão legítima como a de ter. E que sim: uma mulher pode ser “completa” sem ser mãe.
A ideia começou a surgir na cabeça da realizadora Inés Peris quando, de tão insistente, a “pressão social” para ser mãe se tornou incomodativa, contou por e-mail. Alguns amigos e conhecidos faziam-lhe a “eterna pergunta”: Quando serás mãe? Outros iam mais longe e atiravam comentários em tom de sentença: “Se te va a pasar el arroz” (o que, em português, será o equivalente a “estás a ficar fora de prazo”). Inés começou a prestar mais atenção ao assunto. Perguntou a amigas se passavam pelo mesmo. Procurou artigos, bibliografia. Investigou. E descobriu um enorme “vazio” no meio audiovisual: o tema era praticamente ignorado. Ao comentá-lo com a também realizadora Laura García, a viagem começou: juntas, estão a explorar o lado b da maternidade para contar o que ainda não foi contado.
A existência de uma grande pressão social para ser mãe não deixou a dupla surpreendida. Elas próprias passavam por isso. Mas a investigação trouxe à luz factos que foram, até para elas, algo inesperados. No processo de recolha de material, conheceram mulheres que têm tanta certeza sobre o facto de não quererem ser mães que estão dispostas a submeter-se a uma intervenção médica de esterilização definitiva. E muitas mulheres e homens que vêem a reprodução como um tema ambiental e de responsabilidade colectiva: alguns decidiram não ter filhos porque fazê-lo, no primeiro mundo, significa um perigo para a sustentabilidade do planeta.
Ainda um tabu?
Inés e Laura queriam perceber se a maternidade — e a opção de não ser mãe — continuava a ser uma questão envolta em tabus. E mesmo antes de partir para o terreno foram percebendo que sim quando, ao comentar com amigos e conhecidos o projecto que tinham em mãos, eles reagiam:
– Isso é muito interessante… mas sabem mesmo onde se estão a meter?
Não havia dúvidas quanto ao ponto de partida: “Claro que é [um tema tabu]”. Considera-se que uma mulher que decide não ter filhos tem algum problema psicológico, porque não é ‘natural’ não o querer. A partir daí, criam-se uma série de ideias pré-concebidas que ligam estas mulheres a pessoas que odeiam crianças ou que querem alcançar um elevado estatuto profissional, tipicamente masculino, a qualquer preço”, escreveram, a quatro mãos, ao P3. Algumas mulheres, contam, chegam a ser chamadas “alpinistas” ou, no mínimo, “ambiciosas” (no mau sentido da palavra) quando decidem não ser mães. “Isto acontece porque, tradicionalmente, a identidade feminina está muito marcada pela maternidade, sem a qual uma mulher seria sempre incompleta.”
A existência destes tabus não é um problema teórico. As realizadoras de [m]otherhood acreditam que eles se transformam em vários tipos de discriminações. “A mais direta” vinda diretamente da família e amigos: “As mulheres sem filhos são, em geral, menos tidas em conta, por exemplo nas decisões tomadas entre irmãos quando estes já são adultos”, contam. “Mais subtil” é a marginalização no local de trabalho e na sociedade em geral. E as etiquetas que lhes vão colando: são por muitos considerados egoístas, masculinas, ambiciosas ou incapazes de amar incondicionalmente. As realizadoras espanholas ilustram: “Nos meios de comunicação e outros espaços que geram conteúdos simbólicos como o cinema , as mulheres sem filhos são vistas como personagens más e socialmente discriminadas.” O exemplo clássico: a Cruella de Vil, vilã do filme 101 Dálmatas.
No próprio documentário — atualmente em produção e com lançamento previsto para o o final de 2017 ou início de 2018 —, a britânica Jody Day, criadora de Gateway Women, explica que estes preconceitos são “muito nocivos porque entram na nossa mentalidade desde que somos crianças”. Por isso, Inés e Laura gostavam de ver outras visões a serem divulgadas: “Precisamos de modelos positivos de mulheres sem filhos para que a sociedade se dê conta de quanto podem estas mulheres dar à vida colectiva e para que elas próprias tenham modelos com os quais se possam identificar e se sintam mais realizadas pessoal e socialmente.”
É que o lado nocivo destes discursos é algo para levar muito a sério. Muitas vezes, lamentam, estas mulheres experienciam “sentimentos de falta de identidade e pertença, porque quase não existem na sociedade modelos positivos que as representem”.
Maternidade = felicidade?
Voltando aos mitos. Há um que as duas realizadoras gostavam de ver definitivamente descomposto: o de que a maternidade é sinônimo de felicidade para todas as mulheres. Não é, dizem. “Normalmente, não se fala do facto de algumas dessas mães sentirem que têm de suportar a maior parte do peso, do esforço que significa ter uma criança. Nem do facto de o companheiro não assumir uma responsabilidade semelhante.” Outras sentem ainda que “o conto de fadas que lhes tinham contado não é bem assim e que a maternidade tem aspectos muito duros e dolorosos dos quais não se fala”. Ou, mais ainda, “declaram ter-se arrependido de serem mães”.
Orna Donath, socióloga israelita, é uma das entrevistadas do documentário. Em 2016, publicou um estudo com 23 mães que afirmavam ter-se arrependido de ter filhos — ainda que isso não significasse que não gostavam deles. “Elas explicam algo que a sociedade parece não estar preparada para encarar, já que a maternidade está idealizada socialmente e parece impossível que uma mãe possa dizer que, se soubesse o que significava a maternidade, se soubesse o que sabe agora que é mãe, teria decidido não ter filhos.”
Para as espanholas, este trabalho não só é importante para dar voz a estas mulheres como é essencial para pôr outras perspectivas em cima da mesa: saber que opções existem “pode ajudar a decidir melhor qual o caminho que elegemos para a nossa vida”. Porque, defendem, qualquer um é legítimo.
Raul Ellwanger, em seu perfil do Facebook, raciocinou com lógica. Colocando-se no lugar do senador Lasier Martins, descreveu com clareza o que faria uma pessoa digna. Se Lasier garante e berra que sua mulher mente sobre as agressões que teria sofrido, deveria pedir licença do Senado, liberando-se do foro privilegiado. Ato contínuo, solicitaria investigação como cidadão comum pela Lei Maria da Penha. Seria exemplar, altivo, bonito, e talvez satisfizesse seus 2.145.479 eleitores, se estes estão realmente ligados em outra coisa que não no Jornal do Almoço.
Mas não. Ele se defende na tribuna, coisa que sua esposa não pode fazer, para gritar que o caso é “um conflito conjugal”, assunto da vida privada, e jurar que jamais agrediu uma mulher. Também acho que em problema de marido e mulher, não se deve meter a colher, mas houve uma denúncia então o caso virou um vaudeville, senador. É natural que a coisa esteja e seja pública, senador.
Hoje, soube que o escritor Luiz Paulo Faccioli criou um abaixo-assinado pedindo a renúncia de Lasier. Coloco o texto de Faccioli ao final deste post. Ele também clama por alguma grandeza por parte do senador. Não ocorrendo tal fato, tendo a pesar que Janice Santos não tem nada de louca — como acusou Lasier –, e que tem minuciosa razão em tudo o que disse. E desta vez nem vou nem reclamar que o Sr. assina coisas sem ler, tá?
Acabo de saber que, na contramão do combate à violência contra a mulher travado diariamente no país, a senadora Ana Amélia Lemos (PP) saiu em defesa do conterrâneo e ex-colega de RBS, senador Lasier Martins (PSD). “É muito difícil, num caso estritamente pessoal e particular, íntimo, porque é a sua palavra e a palavra da pessoa que o denunciou”, ela disse. Discordo, senadora, há corpo de delito e testemunhos. Não é briga de bugios.
Abaixo, o texto de Faccioli em seu abaixo-assinado:
Não fui eleitor do jornalista Lasier Martins na eleição para o Senado Federal, mas ele está sentado na cadeira de Senador da República para representar o estado do Rio Grande do Sul, portanto ele me representa, mesmo contra a minha vontade. Penso que, como cidadão gaúcho, estou no meu mais absoluto direito de exigir sua renúncia a partir de fatos recentes noticiados pela imprensa. Lasier Martins tem dado provas sobejas de que não honra o cargo que ocupa. Admite que assinou sem ler um documento de extrema importância, contrariando a razão de ser de sua atividade parlamentar e me deixando em dúvida sobre o que é pior, se verdadeiro o que ele afirmou ou se apenas uma mentira rasa para justificar a falta de caráter. Nesta semana foi obrigado a sair de casa, o apartamento funcional que o Estado paga para ele em Brasília, por decisão do STF, por causa de uma separação litigiosa e uma denúncia de agressão física por parte da esposa. Lasier Martins é uma vergonha e sua presença no Senado, uma afronta ao povo gaúcho! Haverá sempre alguém a argumentar que existem exemplos ainda mais vergonhosos protagonizados por Senadores vindos de outros estados da Federação. Mas eles não estão sob nossa jurisdição e não representam o RS nessa instância legislativa. Portanto, clamo aqui pela renúncia do Senador Lasier Martins, que será interpretada como um ato de grandeza e tentativa de salvar uma parte de sua questionável biografia.
Nota do blogueiro: É uma pena não ser criativo como esses caras. Se fosse, saberia como viver.
De Carey Dunne, traduzido resumidamente por mim. Retirado daqui.
De acordo com um crescente movimento contra a postura workaholic, a chave para uma maior produtividade poderia ser trabalhar menos horas. A obra Em descanso: Por que você produz mais quando trabalha menos, do consultor Alex Soojung-Kim Pang, defende uma jornada de trabalho de quatro horas. “Décadas de pesquisa demonstram que a correlação entre o número de horas trabalhadas e a produtividade é muito fraca”, diz Pang, um estudioso visitante da Universidade de Stanford e fundador da Restful Company.
Um estudo do Instituto de Tecnologia de Illinois, ainda na década de 1950, descobriu que os cientistas que trabalhavam 35 horas por semana eram menos produtivos do que seus colegas de 20 horas por semana, enquanto que os trabalhadores que suavam 60 horas eram os menos produtivos de todos. Pesquisas mais recentes concordam.
“Algumas empresas, incluindo a Tower Paddle Boards, bem como muitas empresas na Escandinávia, descobriram que seus negócios cresceram — e a satisfação dos funcionários aumentou — depois de cortar as horas de trabalho dos funcionários”, diz Pang.
As rotinas diárias de alguns dos pensadores mais influentes da história também apoiam a noção de que estar descansado é crucial. “Quando você examina as vidas das figuras mais criativas da história, você se confronta com um paradoxo: eles organizam suas vidas em torno de seu trabalho, mas não seus dias”, escreve Pang.
Pelos padrões de hoje, o ritmo do naturalista britânico Charles Darwin e do escritor Charles Dickens era digno de vadios ou, no mínimo, de gente preguiçosa. Eles trabalhavam apenas de quatro a cinco horas por dia. O mesmo faziam os escritores Alice Munro, Gabriel García Márquez, W. Somerset Maugham, Anthony Trollope e Peter Carey, o cientista John Lubbock, o diretor Ingmar Bergman, o artista Arthur Koestler e o matemático Henri Poincare. “As horas que esses luminares gastavam em descanso deliberado”, Pang afirma, “eram tão importantes para seu trabalho como o tempo gasto realmente trabalhando. Quando paramos e descansamos adequadamente estamos investindo em criatividade”.
Enquanto muita gente queima pestana até tarde, as rotinas diárias desses escritores, matemáticos e cientistas deveriam encorajar você a deixar o trabalho mais cedo e descansar um pouco.
Em seus 73 anos, Charles Darwin conseguiu publicar 19 livros. Seu último, A Origem das Espécies, é possivelmente o volume mais influente na história da ciência. O tempo que Darwin passou fazendo trabalho científico — teorização, escrita e experimentação — geralmente consistia em apenas três períodos de 90 minutos por dia. Depois de uma curta caminhada matutina e café da manhã, Darwin trabalhava das 8h às 9h30, momento em que ele fazia uma pausa para ler, escrever cartas e ouvir um romance sendo lido em voz alta. Às 10h30, ele retornava ao trabalho e parava ao meio-dia para uma caminhada curta por Sandwalk, um local de Down, perto de Londres. Depois do almoço, mais cartas, uma sesta de uma hora e um lanche. Ele apenas retornava ao escritório entre às 16h às 17h30. Depois, convivia com a família e jantava.
“Se Darwin quisesse assumir um cargo numa universidade atual, jamais seria aceito”, escreve Pang. “Se ele estivesse trabalhando em uma empresa, seria demitido em uma semana.”
G.H. Hardy, um dos principais matemáticos da Grã-Bretanha no início do século XX, iniciava seu dia com café e uma leitura atenta das páginas de esportes dos jornais. Depois se concentrava na matemática das 9h às 13h. Jogos de tênis e longas caminhadas enchiam suas tardes. “Quatro horas de trabalho criativo por dia são o limite para um matemático”, defendia ele, de acordo com Pang. Um colaborador próximo de Hardy, John Edensor Littlewood, concorda, dizendo que a concentração necessária para fazer um trabalho sério era de “quatro horas por dia ou no máximo cinco, com pausas a cada hora”.
Depois de uma juventude notívaga, Charles Dickens, autor de mais de uma dúzia de romances, adotou uma programação chamada por ele de “metódica e ordenada”. Das 9h às 14h, ele escrevia em absoluto silêncio, Depois, almoço, diversão e nada de escrever.
O escritor alemão e prêmio Nobel Thomas Mann, que publicou o aclamado romance Buddenbrooks aos 25 anos, fechava-se em seu escritório diariamente das 9h até às 13h para trabalhar em romances. “Escrevo duas páginas por dia, não menos, não muito mais”. Após às 13h, só leitura, correspondência e passeios”, escreveu Mann. À noite, não todos os dias, ele passava mais uma hora revisando a produção matinal.
Em uma entrevista de 1984 para a The Paris Review, a escritora irlandesa Edna O’Brien falou sobre sua rotina diária de quatro horas de escrita: “Eu me levanto pela manhã, tomo uma xícara de chá e entro nesta sala para trabalhar. Nunca saio para almoçar ao meio-dia, nunca, mas eu paro em torno das 13h e 14h. No resto da tarde, dedico-me a coisas mundanas. À noite, eu leio, vou a uma peça de teatro ou a um cinema ou visito meus filhos. Nunca trabalho à noite.
Esqueçamos por ora do Carnaval, do governo Temer, do Jucá, dos Renans, Maias e Sartoris. Façamos uma pausa na discussão destas Reformas obscenas.
O fato é que este primeiro semestre traz ainda quatro datas que permitem feriadão. E que vão ocorrer logo! O mês de abril terá três finais de semana seguidos com feriados prolongados, levando-se me conta o primeiro de maio.
As folgas consecutivas começam no dia 14 de abril, sexta-feira, quando se celebra a Paixão de Cristo. Exatamente uma semana depois, no dia 21 de abril, obviamente também numa sexta-feira, o calendário traz o feriado de Tiradentes. Mas há mais: o sábado e o domingo seguintes — 29 e 30 de abril — se unem miraculosamente à segunda-feira em que se comemora o Dia do Trabalhador. Um feriado religioso; outro histórico-político e um terceiro cheio de justiça e razão.
Fechando o semestre, haverá mais um feriado chega para animar a festa. Seja lá o que for, teremos a celebração católica de Corpus Christi (sempre uma quinta-feira) em 15 de junho. É um feriado opcional, mas não queremos nem saber.
No segundo semestre, há várias quintas-feiras que serão feriados. Ou seja, haverá todo um leque de possibilidades de folga.
Feriados em 2017
Confira abaixo feriados e pontos facultativos de 2017 a partir de abril:
14 de abril(SEX): Paixão de Cristo (feriado nacional)
21 de abril (SEX): Tiradentes (feriado nacional)
1º de maio (SEG): Dia Mundial do Trabalhador (feriado nacional)
15 de junho (QUI): Corpus Christi (ponto facultativo)
7 de setembro* (QUI): Independência do Brasil (feriado nacional)
12 de outubro (QUI): Nossa Senhora Aparecida (feriado nacional)
2 de novembro (QUI): Finados (feriado nacional)
15 de novembro (QUA): Proclamação da República (feriado nacional)
Eu nem sabia que a revista Playboy ainda existia. Então, quando surgiu a notícia de que eles colocariam uma gorda na capa, fiquei sem entender se era um relançamento em forma de paródia ou a própria revista. Sim, porque os padrões de beleza das revistas e da TV ignoram totalmente as mulheres acima do peso. E há lindas. Então, achei divertido que a certamente combalida Playboy fosse na direção contrária ao convencional corpo de modelo e também do horrendo — na minha opinião — padrão fitness. Mas o que não entendi mesmo foi o coral daquelas mesmas pessoas que antes reclamavam da objetificação deste gênero de publicações: agora o coro dizia a moça arrasaria, que ia se empoderar. Ri e esqueci da conversa.
Só que a revista recuou e colocou a plus size — termo aparentemente aceitável pelo politicamente correto — apenas na capa da edição digital… Exposta nas bancas, pode-se ver a habitual magra sem graça, fato que chocou a turma que estava aplaudindo e recolocou a revista na posição anterior de objetificadora e machista. Eu achei uma sacanagem com a Fúlvia Lacerda.
Então, quem procurava por isso nas bancas,
encontrou isso.
Ri novamente. Um jornalista escreveu: “A gorda é pra sair escondido. A de andar de mãos dadas na rua é a magra. A Playboy só reforçou isso”.
De minha parte, digo apenas que as fotos da magrelinha fitness me faria procurar os artigos preenchidos por letrinhas na revista. Deve ter, né? Afinal, próximo do traseiro da menina, logo abaixo da envergonhada menção à Fúlvia, está anunciada uma entrevista com o ex-Secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Talvez seja interessante.