Porque hoje é sábado, muitas, mas não quem eu queria

Porque hoje é sábado, muitas, mas não quem eu queria

Protesto

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Na Internet, você pode encontrar centenas de fotos de estrelas perecíveis como Rebecca de Mornay, …

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… milhares de Ursula Andress, que — atriz medíocre como Rebecca — só não perece em razão dos primeiros 007, …

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… dezenas de Anita Ekberg, cuja natural opulência foi imortalizada por Federico Fellini, …

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… praias tomadas por Bo Derek, ….

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… revistas lotadas de Sara Tommasi ou …

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… fotos de todos os tamanhos e idades da iconoclasta maior Jane Birkin, …

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… assim como da talentosa (pelas costas) cantora Shakira, …

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… e da mui duvidosa Angela Merkel — pois há todo gênero de tarados –, …

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… mas não encontrará variedade de belas fotos dos dois mais belos animais brasileiros não extintos:

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… Letícia …

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… Sabatella e …

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… Maria Fernanda …

??????????????… Cândido. Só encontrará fotos de divulgação bagaceiras.

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Em compensação, as indianas, paquistanesas e árabes não fundamentalistas nos dão um baile… Por quê?

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Porque hoje é sábado, Anita Ekberg (à memória de uma deusa)

Porque hoje é sábado, Anita Ekberg (à memória de uma deusa)

Anita Ekberg nasceu com rosto e corpo de pin-up.

Causou espetacular furor na década de 50 e desapareceu rapidamente…

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… na década seguinte, à medida que foi perdendo suas formas.

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Anita nasceu em Malmö, em 1931, …

… foi Miss Suécia em 1951, …

… e fez um monte de filmes em Hollywood nos anos 50.

Também foi importante tema de calendários …

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… naqueles tempos de Bardot e de erotismo leve.

Era a sueca liberal das imaginações americana e latina, que procuravam …

… as revistas eróticas daquele país a fim de fazerem justiça pelas próprias mãos…

… em banheiros ou no quarto de casa, se este pudesse ser chaveado.

Ah, Anita, foram caudalosos os rios que me levaram a ti. Mas não peguei esta época.

E então, em 1960 (eu tinha 3 anos!), apareceu Federico Fellini e aquela cena.

Quando subiste as escadas, nem eras importante no filme, …

… eras uma figura de terceira linha nos créditos, …

… mas Federico te deu a chance de dançar — Mastroianni viu, nós vimos –, …

… depois fez com que entrasses como uma valquíria em plena Fontana di Trevi …

(a água estava fria, Anita, mas tu a aqueceste)

… e Marcello foi te buscar daquele jeito deprimido e …

… pidão de alguns de seus personagens.

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Anita, tu és até hoje uma visão inesquecível para todos nós.

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E, mesmo que tenhas saído sorridente da água, lá naquela longínqua noite, …

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… para nunca mais voltar, …

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… foi só em ti que pensei, entre os ubíquos japoneses, …

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… quando conheci a Fontana.

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Anita, obrigado por ter existido.

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Vinte anos sem Federico Fellini

Vinte anos sem Federico Fellini

Publicado em 31 de outubro de 2013 no Sul21

Eu atravessei a arte moderna e nunca caí na armadilha da melancolia. Eu não proponho ideologias, soluções. Eu creio na luz. Minha luz é fabricada em estúdio, onde fiz até o mar. Eu atravessei o século 20 com personagens da minha infância. Eu fui comunicativo e fácil, quando o correto era o hermetismo intelectual.

Federico Fellini

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Assim como teria fugido de um circo quando criança, Federico, em seus últimos anos, tratou de se auto-intitular um diretor fácil, comunicativo e alegre | Foto: Divulgação

Fellini foi um grande mentiroso. Tinha o hábito de inventar histórias, de relatar fatos de seu passado que jamais aconteceram. Tais histórias, cheias de pedaços de realidade entremeadas da mais pura fantasia, atrapalha seus biógrafos, os quais concluem que seus depoimentos eram construídos como os  filmes do diretor, misturas de sonho e realidade — a maior característica do período final de Fellini. Assim como teria fugido de um circo quando criança, Federico, em seus últimos anos, tratou de se auto-intitular um diretor fácil, comunicativo e alegre. Ele também foi isso, mas dois de seus maiores filmes, talvez os mais vistos, excetuando-se AmarcordA Doce Vida e 8 ½ – têm, para dizer o mínimo, um mar de melancolia, a armadilha do século XX na qual ele dizia nunca ter caído.

A carreira de Fellini demonstra um realizador em constante evolução. A estrada da vida (1954), A trapaça (1955) e Noites de cabíria (1957) mostram um diretor ainda ligado ao neorrealismo praticado por Roberto Rosselini, com quem tinha trabalhado antes de criar seus próprios filmes. A estrada da vida foi um grande sucesso de público, dando-lhe o Leão de Prata do Festival de Veneza e o primeiro Oscar de melhor filme estrangeiro.

La Dolce Vita: Anita Ekberg banhando-se na Fontana di Trevi
La Dolce Vita: Anita Ekberg banhando-se na Fontana di Trevi

Logo depois, já década de 60, Fellini torna-se mais e mais pessoal, além de caminhar lentamente na direção de incríveis extravagâncias. É a vez do esplêndido A Doce Vida (1960), considerado uma dos maiores filmes de todos os tempos e que inicia sua parceria com Marcello Mastroianni. A Doce Vida mostra a decadência moral e o vazio existencial, cultural e político da sociedade burguesa italiana. Também inaugura um estilo que seria muito utilizado no futuro: o filme coral. Mesmo que ainda mantenha o personagem principal, a tela é povoada por dezenas de personagens que entram e saem de cena sem que o espectador lhes conheça muito mais do que suas feições. Eles entram em cena, dizem uma frase, fazem alguma coisa e vão embora. É também quando aparecem as mulheres fellinianas, normalmente de enormes seios, em La Dolce Vita na pele da belíssima sueca Anita Ekberg.

Mastroianni e Ekberg
Mastroianni e Ekberg

No filme, Mastroianni é um jornalista que trabalha para uma publicação sensacionalista, enquanto sonha em escrever sobre assuntos sérios. Ele passa a perseguir a atriz hollywodiana Sylvia Rank, personagem de Ekberg, por quem fica fascinado. É através do jornalista que vemos uma Roma entre a dúbia sofisticação e a franca decadência. O repórter tem várias amantes e a cena protagonizada na Fontana di Trevi por Ekberg e Mastroianni é uma das maiores sequências de todo o cinema. Abaixo, colocamos toda a famosa cena. Outra sequência célebre é a da abertura, na qual o jornalista, num helicóptero que transporta uma estátua de Jesus até o Vaticano, encontra uma mulher tomando sol numa cobertura e pergunta pelo seu número de telefone. O barulho do motor impede que ambos possam se entender. Aliás, ninguém parece se entender neste grande clássico.

O notável Fellini 8 ½ (1963) tem sua gênese numa crise interna do diretor. O longa trata minuciosamente da vida de um realizador que não sabe que filme deseja fazer. O título do filme tem origem numérica, pois Fellini fizera 7 filmes e ½, dirigindo seis longas, dois episódios de filmes e co-dirigido outro. É uma grande homenagem ao cinema, assim como O desprezo, de Jean- Luc Godard e A noite americana, de François Truffaut.

O irmão gêmeo de 8 ½ é Julieta dos espíritos (1965) realizado em homenagem à sua esposa, Giulietta Masina. Aqui, a personagem feminina passa por uma crise que a obriga a confrontar seus medos. As sequências visuais fantásticas já fazem antever o último Fellini, o dos exageros.

Que tal um desfile de moda eclesiástica hoje à noite?
Que tal um desfile de moda eclesiástica hoje à noite?

Roma de Fellini (1972) é outra obra-prima. Meio ficcional, meio documentário, o filme tem atores conversando com o diretor — aqueles olhando para a câmera, prova de total improviso –, cenas cuidadosamente preparadas como a do desfile de moda eclesiástica, e conversas com trabalhadores romanos como em um documentário. Em imensa colagem, Fellini capta toda a loucura, a arquitetura, os habitantes, os turistas, o desrespeito e a sujeira da cidade. Sem trama geral e com ritmo arrebatador, Roma de Fellini faz irrelevantes os personagens. Estes funcionam como catalizadores de cenas; depois, caem fora.

O delicioso Amarcord (1973) explora várias histórias da juventude de Fellini. Foi seu último grande sucesso comercial, escolhido para abrir o Festival de Cannes de 1973 e vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro. Amarcord (forma de se dizer io me ricordo — eu me lembro — em Rimini, cidade natal do diretor), é um verdadeiro manual de casos e sacanagens adolescentes. Entre os personagens estão a família e suas brigas e loucos; um padre que escuta confissões só para dar asas à sua imaginação; Gradisca, a linda cabeleireira; Volpina, a ninfomaníaca; o tocador de acordeão cego; um grupo absolutamente sedutor de estudantes. É um filme alegre e solar, mesmo tendo como fundo o fascismo italiano dos anos 30, como quando o pai é interrogado e torturado por supostamente tocar a International Comunista em um gramofone.

Amarcord: fartura de tudo
Amarcord: fartura de tudo

Após a realização de um filme sobre as memórias de sua infância, o diretor dirige seu foco para a famosa figura de Casanova (1976). Trata-se de uma versão pessoalíssima do grande amante. Caro e, em todos os outros sentidos, exagerado, o Casanova de Fellini não agradou ao público e muito menos à crítica.

Fellini mostra o que quer durante as filmagens de Ensaio de Orquestra
Fellini mostra o que quer durante as filmagens de Ensaio de Orquestra

Ele tratou de compensar a grandiosidade de Casanova em seu próximo filme: Ensaio de orquestra (1979), uma parábola sobre uma orquestra anárquica, filmada em apenas 15 dias, usando apenas um único cenário. Apesar de bastante fora do estilo do diretor, Ensaio de Orquestra é maravilhoso.

Nos anos 1980, depois de ter realizado alguns filmes menores e o grandiosamente mal-sucedido Cidade das Mulheres (1980), ele volta sua atenção para a grande ópera em E la nave va (1985). O longa, que traz um retrato do convés da alta sociedade e dos trabalhadores que estão no porão a sustentar o navio, é um verdadeiro microcosmo da sociedade.

Com seu filme seguinte, Ginger e Fred (1986), ele apresenta uma crítica irônica sobre o mundo da televisão, com seus programas de variedades repletos de anúncios, e sobre o poder magnético das celebridades.

Federico Fellini morreu no dia 31 de outubro de 1991. É considerado um dos mais populares representantes da alma italiana, tendo recebido 4 Prêmios Oscar da Academia de Hollywood. Respeitado pelos cinéfilos mais eruditos, criou uma forma absolutamente única de filme coral. Foi, mais do que nada, um enorme talento que soube contar como ninguém as histórias de grandes e pequenos personagens, de celebridades e de anônimos, sempre com sonho, magia e humor.

Cena de E la nave va
Cena de E la nave va

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Porque hoje é sábado, vinte tons de preto-e-branco

O grande Marcos Vasconcelos, mezzo cearense, mezzo carioca, escolheu as fotos e escreveu o texto deste PHES especial. Marcos é um pervertido que pode ser encontrado administrando a comunicação da Rede de Bibliotecas da Uerj. Atualmente, todas as tais bibliotecas apresentam curioso tom acinzentado e têm livros como o Kama Sutra, o Decamerão, Fanny Hill, 120 Dias de Sodoma, A História do Olho, A História de “O”, Teresa Filósofa e outros clássicos, tão vilipendiados.

.oOo.

Prezado Milton, não me perderei em inúteis prolegômenos, mas preciso dizer:

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não foi fácil substituí-lo no PHES. Foi cansativo.

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E me virou do avesso. Que sirva de aviso aos que virão.

foto3

São muitas escolhas, entre elas: seguir o estilo do dono…

Anita-Ekberg-2

…ou imprimir o meu próprio?

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E que musa escolher? São tantas!

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Sem ver saída, resolvi fazer um ensaio platônico…

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(É sério, não ria.)

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…afinal, numa semana em que as mulheres foram tão aviltadas, eu quis falar não do que me encanta nelas como homem, mas o que nelas é encantador por definição.

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Por exemplo: a beleza clássica…

Charlize Theron

…e a beleza estranha.

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A juventude…

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…e a maturidade.

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A atitude…

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…e o sonho.

www.toutlecine.com

A mente…

EWBR

…e a coragem.

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A sombra…

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…e a luz.

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Porque para elas isso não é nada. E também é tudo.

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(Alicia Keys, Elizabeth Taylor, Monica Bellucci, Anita Ekberg, Mary Elizabeth Winstead, Scarlett Johansson, Jean Seberg, Halle Berry, Amy Lee, Charlize Theron, Brittany Murphy, Jennifer Lawrence, Susan Sarandon, Hayley Williams, Irène Jacob, Emma Watson, Ellen Page, Noomi Rapace, Kate Winslet e Shakira Mebarak.)

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Porque hoje é sábado, não me peçam explicações

Os analistas encontram razões para tudo,

então vejamos o que dirão disso:

eu encontrei um diretório em meu computador

com estas 22 fotos.

Não sei exatamente o que as unia

ou o sentido em estarem ali reunidas.

Que inteligência as liga?

O clips que as junta?

O que faz Camila Vallejo com Jean Seberg?

Ou Kathleen Turner com Keeley Hazell?

O que um analista diria desta aparente livre-associação?

Lembram que Lauren Hutton tinha um vão entre os incisivos?

(O vão mal aparece acima)

E o que desejaria ela com Monica Vitti?

Não é uma reunião de loiras.

Nem de morenas.

Não é uma coleção atual,

nem retrô,

o que é eu não sei,

o que posso garantir é que gosto delas.

Mariza 11

Pois tenho gostos pronunciados

e surpreendentes.

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