Ontem à noite, tivemos um jogo um pouco mais tranquilo do que o normal. É incrível como o Inter tem dificuldades para marcar gols. Não obstante, Damião foi o grande destaque da partida. Fez o primeiro gol em passe milimétrico de Edenílson e devolveu a gentileza ainda no primeiro tempo. O jogo virou 2 x 0.
Damião, ao marcar (foto acima), chegou a seu 108º gol com a camisa do Inter. Assim, entrou na lista dos 10 maiores artilheiros do clube. Está empatado com Adãozinho, jogador histórico do Rolo Compressor, que defendeu o clube entre 1943 e 1951.
Os maiores goleadores da história do Inter:
1º – Carlitos – 485 gols
2º – Bodinho – 235
3º – Claudiomiro – 210
4º – Valdomiro – 191
5º – Tesourinha – 178
6º – Larry – 176
7º – Villalba – 153
8º – Ivo Diogo – 118
9º – Jair – 117
10º – Adãozinho – 108
10º – Leandro Damião – 108
No segundo tempo, tivemos mil oportunidades para contra-atacar o desesperado time do América-MG — que está indo para a Segunda Divisão –, só que tudo foi desperdiçado. Tomamos até sufoco por pura inabilidade de manter a posse de bola. Sinceramente, não consegui ver grande superioridade nossa, mesmo jogando em casa contra o 19º colocado do Brasileiro.
Há um longo caminho a percorrer até chegarmos a ter um bom time. Os laterais Fabiano e Iago, por exemplo, têm sido ridículos e são titulares absolutos. Uma tragédia.
A próxima partida é contra o bom Botafogo, domingo, às 17h, no Engenhão. Voltaremos a jogar em casa na 36ª rodada, quando enfrentaremos o Atlético-MG, dia 21 de novembro, no Beira-Rio.
Estamos a 5 cinco pontos do Palmeiras. Na minha opinião, está é uma diferença definitiva, tendo visto os últimos 4 jogos do Verdão: Paraná (F), América-MG (C), Vasco (F) e Vitória (C). Ou seja, pegam 3 rebaixados e o Vasco. Nossa tabela é bem mais complicada: Botafogo (F), Atlético-MG (C), Fluminense (C) e Paraná (F). Já era, né?
Todo o mérito da vitória colorada está limitado ao fato do Campeonato Gaúcho ter acabado de forma diferente daquela dos últimos anos: acabou num um Gre-Nal com os dois clubes interessados em vencer ou, sendo mais claro, com a dupla disputando uma final sem outras prioridades como as Libertadores da América dos últimos anos e sem a presença de times do interior, que apenas chegam à final ou ao campeonato em caso de crise ou desinteresse da dupla. Foi, então, uma importante vitória direta sobre nosso maior adversário e ficamos por aí.
O Gauchão parece cada vez pior e mais longo. É um torneio anacrônico e inútil, uma excrescência como, aliás, todos os estaduais. Inúteis por não levarem a nada — não contam pontos nem para a IFFHS — e anacrônicos por terem sido mantidos por motivos políticos mesmo na época do nascimento do Campeonato Brasileiro, em plena ditadura. Sem o apoio das Federações estaduais, ficaria mais complicado para os Ricardos Teixeiras de ontem e de hoje permanecerem em seus cargos. E os estaduais, foram ficando, ficando e ficaram por motivos políticos. E o pior é que estão cada vez maiores como escreveu o Carta na Manga antes do Gre-Nal decisivo.
Se o Gauchão está sendo disputado num domingo frio e chuvoso é porque os estaduais estão cada vez mais longos. Desde 2003, quando foi adotado o novo calendário dos pontos corridos no país, nunca o Brasileirão começou tão tarde: será sábado que vem, 21 de maio. Em 2003, foi 29 de março; entre 2004 e 2006, da metade para o final de abril – talvez o ideal; entre 2007 e 2010, no segundo sábado de maio. Este ano, será no fim de maio. Em 2011, foram 23 datas para os regionais, 60% do total de datas de um Brasileirão. Copa do Brasil e Libertadores ficaram novamente apertadas. E o maior torneio nacional ficará espremido em seis meses e meio, quando deveria ter oito, no mínimo, de duração. Será que há necessidade, por exemplo, que o Grêmio jogue quatro vezes contra o Inter, três contra Cruzeiro e Ypiranga e duas contra o Caxias (12 jogos só contra estes quatro times) para ser declarado campeão gaúcho?
Acho que o Carta apenas erra ao dizer que o Brasileiro deveria ter 8 meses. Deveria ter 10, concedendo espaços para que TODOS OS CLUBES pudessem disputar a Copa do Brasil — TODOS os outros países mantêm uma Copa eliminatória da qual participam clubes de sua 3 primeiras divisões, apenas no Brasil os times que vão à Libertadores não podem participar da Copa de seu país… Mas a existência dos estaduais gera ainda outros problemas graves: o calendário fica tão apertado que impede que o país respeite as datas FIFA, ou seja, quando um jogador que atua no Brasil é convocado, seu time seguirá jogando o Brasileiro sem ele, como se sua convocação não fosse um prêmio e sim uma INJUSTA PUNIÇÃO. Tal fato faz com que o craque acabe vendido mais facilmente, porque, afinal, ausenta-se sistematicamente para jogar na Seleção — coisa que é outra exclusividade brasileira.
Mas, meus caros gremistas, o que hoje interessa é que vencemos o imortal em pleno Olímpico Monumental. Tudo foi meio casual. Nosso técnico entrou em campo com uma escalação equivocada da qual fomos salvos pelo gol de Lúcio. Se o Grêmio soubesse, teria pedido para seu ex-lateral chutar para fora. Pois este gol prematuro fez com que Falcão fosse obrigado a mexer em seu time a fim de dar uma companhia ofensiva ao pobre Leandro Damião. O estranho é que nem me passou pela cabeça a colocação de Oscar naquele momento, como pensou o Farinatti. Eu estava lamentando a ausência de Cavenaghi no banco. Tinha como certo que as opções possíveis eram Ricardo Goulart e Zé Roberto — ambas inaceitáveis para mim.
E… Nossa, Zé Roberto entrou e teve uma atuação assombrosa! (1) Fez a jogada para Leandro Damião empatar o jogo; (2) criou a jogada e depois bateu o escanteio que resultou no 2 x 1 por Andrezinho; (3) invadiu a área e sofreu pênalti no 3 x 1 de D`Alessandro; (4) fez uma jogada individual espetacular que acabou num tiro de fora da área e que teve grande defesa de Victor (seria o 4 x 2) e, como se não bastasse, (5) ele ainda bateu o pênalti decisivo, DESLOCANDO Victor..
Uma coisa que parece que apenas pode ser escrita em blogs ou sites desmistificadores: dizem que Victor defende mais pênaltis do que os outros goleiros porque parte depois do chute. Engano, erro, mistificação. Ele vai certo na bola por ser um baita goleiro e em razão de que muitos batedores — o impecável D`Alessandro está entre eles — confiam num chute perfeito e não se preocupam em iludir o goleiro. Só que, quando Victor encarou Oscar e Zé Roberto, que correram cheios de malícias, malemolências e sinuosidades para a bola, foi comicamente enganado. Nos dois casos, o goleiro acabou do outro lado da goleira, fora da foto. Então, menos, gente, o cara é humano, a física é uma ciência e, quando o batedor chuta com exatidão, o goleiro não tem tempo para defender.
Eu discordo do Douglas Ceconello quando ele inocenta o líder tabagista Jorge Fossati e põe a culpa pelos insucessos sobre os jogadores. É óbvio que eu não ignoro a precariedade de nossa velha zaga e muito menos a de um ataque com Edu e Kléber Pereira, mas quem os escala? Edu está aqui faz 9 meses e nada de bom nasceu dele. O homem dá boas entrevistas, apenas. É um bom menino, talvez um bom partido. Ah, e fala perfeitamente o espanhol. Kléber Pereira chegou aqui com um histórico recente de fiascos no Santos; ou seja, também não faz um jogo decente há uns 9 meses. E nossa velha zaga: quem a contratou, quem a escala?
Repito, quem os escala? Ora, Jorge Fossati. Enquanto isso, vemos o Walter no banco, louco para jogar e produzindo mais que Edu e Kléber somados cada vez que entra. Depois, o guri se fecha de novo em casa e vão chamá-lo de Ab, Ab Normal. O mesmo vale para Leandro Damião. O problema é que se estabeleceu no Inter um organograma no qual os velhos têm sempre precedência sobre os jovens. Então, pobres dos Walter, Damião, Marquinhos e outros. Melhor emprestá-los ao Náutico.
Ontem, diverti-me ao anotar mentalmente nos pés de quem os ataques do Inter desfaleciam, ou, sendo mais claro, quem eram os maiores responsáveis por devolver a bola adversário. São sempre os mesmos:
1. Guiñazú;
2. Edu;
3. Kléber (lateral esquerdo).
Claro que Bruno Silva esforçou-se para chegar ao pódium, mas os outros não. Os outros conseguiam passar a bola, dar alguma continuidade às jogadas, nem que fosse dando passes seguros, para trás ou para os lados. Volto a afirmar que os treinamentos do Inter — que não vejo — só podem estar equivocados. Não há uma operação padrão a fim de desestabilizar o treinador, pois o time é esforçadíssimo; o que há é aquilo que Andrade diagnosticou brilhantemente com sua vasta experiência de (grande, imenso, sensacional) volante:
— Quem erra passes, corre em dobro.
(Agradeço ao leitor Rogério de Brum por lembrar esta frase.)
O Inter corre o dobro ou triplo, com resultados mínimos e, quando chega na frente do gol, erra o passe para as redes rivais…
Então, eu sugiro ao Comando Revolucionário Vermelho 4 de Abril o imediato sequestro de Edu, de Sandro ou Guiñazú (no caso de Fossati decretar os três zagueiros), de Bruno Silva, de dois de nossos zagueiros de mais de 30 anos (à livre escolha) e a entrega daquele livro que analisa as estratégias de treinamentos para fundamentos de Marcelo Bielsa aberto no capítulo “O Passe” para o líder tabagista.