Pré-jogo e pré-visões para Estudiantes x Inter

Será no estadinho José Luis Meiszner, de Quilmes, cidade a 27 Km do centro de Buenos Aires, o jogo de hoje. Trata-se das quartas-de-final da Libertadores da América… Após Bolívar comparar o estadinho com o Edmundo Feix (5.000 lugares) de Venâncio Aires (Venâncio Aires, não Buenos Aires), após o Fossati dizer que toda a lateral ao lado da área é um escanteio devido às dimensões do campo, fui ao Google Earth dar uma olhada no local.

Sentiram a panela de pressão onde nos meteram? Vamos precisar de muita catimba e consideráveis porções de Abbondanzieri e D`Alessandro hoje, a partir das 19h45. Meus sete leitores sabem o quanto eu admiro os argentinos e uruguaios, não obstante o fato de eles serem o bando de filhas-da-puta que têm disparado a melhor literatura do continente e que sabem exatamente o que é o futebol: aquela mistura de drama, sacanagem, beleza e vida que se desprende diariamente das páginas do Olé.

Para compensar o grande Estudiantes — atual campeão da Libertadores e com Verón e Boselli e o diabo — , nosso amado treinador ameaça-nos com a Mãe de Todas as Retrancas (expressão do Luís Felipe dos Santos), um humilhante 3-6-1 que mais não é do que um educado convite ao adversário para penetrar em nosso campo. A experiências anteriores demonstraram o profundo amor que Fossati possui à adrenalina e à emoção, proporcionando-nos, nas partidas fora do Beira-Rio, momentos de que nenhuma montanha russa seria capaz.

Apesar de minhas críticas, há duas curiosidades sobre o jogo de logo mais e uma delas fala bem de Fossati:

1. Alejandro Sabella — técnico do Estudiantes — e Jorge Fossati estão no top 10 mundial da IFFHS para treinadores. Espero que o lider tabagista Fossati seja digno da distinção e que eu seja um imbecil…

2. O Inter nunca, mas nunca mesmo, perdeu para o Estudiantes. OK, o gremista que me serve de consciência dirá que sempre há uma primeira vez e o mando tomar no cu, mas por enquanto assim é. Comprove abaixo:

07/03/1948: Inter 3 x 1 Estudiantes – Estádio da Timbaúva – gols de Adãozinho, Tesourinha e Carlitos para o Inter e Infante para o Estudiantes

25/01/1952: Inter 4 x 1 Estudiantes – Estádio dos Eucaliptos – gols de Luisinho (dois), Solis e Canhotinho para o Inter e Barreros para o Estudiantes

03/04/1959: Inter 4 x 1 Estudiantes – Estádio dos Eucaliptos – gols de Zago, Deraldo, Osquinha e Joaquinzinho para o Inter e Alarcón para o Estudiantes

13/07/1969: Inter 4 x 2 Estudiantes – Estádio Beira-Rio – gols de Gilson Porto, Bráulio, Tovar e Valdomiro para o Inter e Rudzki e Verón (papá de La Brujita) para o Estudiantes <— sim, eu vi este jogo, tinha 11 anos

26/11/2008: Estudiantes 0 x 1 Inter – Estádio Ciudad de La Plata – gol de Alex

03/12/2008: Inter 1 x 1 Estudiantes – Estádio Beira-Rio – gols de Alayes para o Estudiantes e Nilmar para o Inter <— também vi

13/05/2010: Inter 1 x 0 Estudiantes – Estádio Beira-Rio – gol de Sorondo <— e este também

Gremistas! Todos quietos hoje, tá? Meu chute: Estudiantes 2 x 1 Inter. Inter nas semifinais.

Fossati deve ser racista!

É a única explicação que encontro para a não-titularidade de Andrezinho. D`Alessandro, Giuliano, Edu… todos branquinhos. O time ganha vida cada vez que Andrezinho entra em campo. Ou será que Fossati não viu Inter 2 x 0 Ipiranga? Andrezinho é o única cara contundente naquele time delicado.

Preconceito (Orlando Silva)

Eu nasci num clima quente
Você diz a toda gente
Que eu sou moreno demais
Não maltrate
O seu pretinho
Que lhe faz tanto carinho
Que no fundo é um bom rapaz

:¬)))

O outono de nossa desesperança

Eu discordo do Douglas Ceconello quando ele inocenta o líder tabagista Jorge Fossati e põe a culpa pelos insucessos sobre os jogadores. É óbvio que eu não ignoro a precariedade de nossa velha zaga e muito menos a de um ataque com Edu e Kléber Pereira, mas quem os escala? Edu está aqui faz 9 meses e nada de bom nasceu dele. O homem dá boas entrevistas, apenas. É um bom menino, talvez um bom partido. Ah, e fala perfeitamente o espanhol. Kléber Pereira chegou aqui com um histórico recente de fiascos no Santos; ou seja, também não faz um jogo decente há uns 9 meses. E nossa velha zaga: quem a contratou, quem a escala?

Repito, quem os escala? Ora, Jorge Fossati. Enquanto isso, vemos o Walter no banco, louco para jogar e produzindo mais que Edu e Kléber somados cada vez que entra. Depois, o guri se fecha de novo em casa e vão chamá-lo de Ab, Ab Normal. O mesmo vale para Leandro Damião. O problema é que se estabeleceu no Inter um organograma no qual os velhos têm sempre precedência sobre os jovens. Então, pobres dos Walter, Damião, Marquinhos e outros. Melhor emprestá-los ao Náutico.

Ontem, diverti-me ao anotar mentalmente nos pés de quem os ataques do Inter desfaleciam, ou, sendo mais claro, quem eram os maiores responsáveis por devolver a bola adversário. São sempre os mesmos:

1. Guiñazú;
2. Edu;
3. Kléber (lateral esquerdo).

Claro que Bruno Silva esforçou-se para chegar ao pódium, mas os outros não. Os outros conseguiam passar a bola, dar alguma continuidade às jogadas, nem que fosse dando passes seguros, para trás ou para os lados. Volto a afirmar que os treinamentos do Inter — que não vejo — só podem estar equivocados. Não há uma operação padrão a fim de desestabilizar o treinador, pois o time é esforçadíssimo; o que há é aquilo que Andrade diagnosticou brilhantemente com sua vasta experiência de (grande, imenso, sensacional) volante:

— Quem erra passes, corre em dobro.

(Agradeço ao leitor Rogério de Brum por lembrar esta frase.)

O Inter corre o dobro ou triplo, com resultados mínimos e, quando chega na frente do gol, erra o passe para as redes rivais…

Então, eu sugiro ao Comando Revolucionário Vermelho 4 de Abril o imediato sequestro de Edu, de Sandro ou Guiñazú (no caso de Fossati decretar os três zagueiros), de Bruno Silva, de dois de nossos zagueiros de mais de 30 anos (à livre escolha) e a entrega daquele livro que analisa as estratégias de treinamentos para fundamentos de Marcelo Bielsa aberto no capítulo “O Passe” para o líder tabagista.

R.I.P., Armando Nogueira!

Fim da linha para Jorge Fossati

A contratação do técnico Jorge Fossati parece ter sido uma aposta. Esta revelou-se tão arriscada quanto apostar na Megasena em certa lotérica de Novo Hamburgo. Agora que o leite está derramado, é fácil dizer para não deixá-lo aberto sobre a geladeira. Alguém vem, abre a porta com força e deu. Fossati cometeu um dos erros mais comuns entre os treinadores: vir com uma planilha na mão e um esquema na cabeça. Ele queria três zagueiros, mas como fazer para acomodá-los junto a dois bons volantes e a laterais laterais? Não funciona. Além disto, vemos passes errados, dinâmica de jogo miserável, defesa desorganizada e ataque de riso.

O Inter de 2010 é um time que parece jogar razoavelmente bem, pois tem bons jogadores, porém sua consistência e contudência é nenhuma. Fico pensando no motivo que leva um time bem formado a errar tantos passes. Há como fazer um time acertar seu toque de bola? Há. Procurei sites sobre formas de treinamento e encontrei uma montanha de estratégias aplicadas por gente famosa — bá, passei a respeitar ainda mais os argentinos, o Marcelo Bielsa e o… Fabio Capello — para que boleiros aperfeiçoem seus passes, para que acertem a marcação por zona, para fazer o toco y me voy, para não tomar gols em escanteios, para fazê-los; enfim, para todos os fundamentos. Fabio Capello, que não é exatamente um mau treinador, diz que a maioria dos jogos são vencidos por quem domina melhor a galeria de fundamentos e garante que raramente vem um Messi, um Zidane ou a sorte para virar tudo de cabeça para baixo.

OK, ele é um chato de um italiano. Mas o que queria descobrir era se tudo — e principalmente o toque de bola — seria treinável se houvesse material humano. Sim, tudo é treinável. Além destes ensaios, há outros privilegiando as características de jogadores. Se um time conta com Nilmar, às vezes não é má ideia dar um bico para frente, porém, se você conta com uma capivara, nem tente porque a bola vai voltar. Então, chute para as lateriais do campo adversário e começa a marcar por pressão lá mesmo, para que a bola demore mais para voltar… E assim por diante.

O que quero com minha argumentação é acusar Fossati de trabalhar errado — refiro-me a esquema, fundamento E dinâmica — e de desrespeitar o estilo natural de jogo que aquele grupo de jogadores do Inter exige. Não sei se eles podem ir muito longe, mas é um fato bastante corriqueiro que um jogadores de defesa devem ter duas opções de passe para sair jogando e nem isso acontece no Inter, onde Guiñazú e Sandro parecem mais sonhadores e irresponsáveis do que os meiase Bruno Silva espera entrar na própria granbde área antes de dar o bote…

Nem vou entrar na batidíssima questão de discutir a insistência com Taison e Edu, a depressão de Kléber, a reserva de Andrezinho. Estas seriam questões pontuais que poderiam ser levadas de roldão por um coletivo aceitável. Acho que, na bagunça atual, só resta trocar de treinador. Lamento muito. Gosto de Fossati pessoalmente, suas entrevistas são boas, há sinceridade ali; ademais, não vejo um grupo desinteressado (à exceção de Kléber), mas não dá.

Colorados em chamas

Noto na cidade um clima copeiro que há muito não sentia. Estão todos na expectativa pelo jogo do Inter contra o Cerro uruguaio, líder do grupo 5 da Libertadores. O jogo será quase no Brasil, será em Rivera, no peculiar horário das 19h15. Acho inacreditável o otimismo de alguns colorados e acho mais lógico o detestável ceticismo dos gremistas.

O Inter vai mal, com um esquema de jogo muito defensivo e feio. Dizem que haverá um choripán na casa de um amigo e, bem… Eu e o Bernardo vamos conferir a função e a partida lá, claro. Sou simpático ao esquema 3-5-2, mas para utilizá-lo há que ter jogadores que o Inter não possui e, para piorar, o técnico Jorge Fossati irá com o crasso lateral Bruno Silva, em vez de utilizar o apoiador e aventureiro (para o bem e para o mal) Nei. Como se não bastasse, usará 3 zagueiros e dois volantes, o que torna o jogo difícil para o adversário e para nós, cujas ações ofensivas se assemelham à arrancada de um Gordini. Infelizmente, para funcionar o 3-5-2, temos que retirar ou Sandro ou Guiñazú — o que seria certamente uma profanação. 4-4-2 ou outra coisa já!

Enquanto isso, fico sabendo de um dado impressionante: a folha de pagamento do Inter é 38 vezes maior que a do Cerro. 105 mil contra 4 mlhões. Há jogadores nossos que ganham o dobro da folha completa do adversário. Hoje, do meu ponto de vista, tenho a chance única de sentir-me um milionário, apesar de incompetente. Nosso time Classe A é tão hispano hablante que serviria como ícone do Impedimento: Bruno Silva, Sorondo e Fossati são uruguaios, D`Alessandro, Abbondazieri e Guiñazú, argentinos. Eles já demonstraram bom entendimento com as árbitros, mas eu queria mesmo era vê-los num time organizado de forma mais arejada. Pois Fossati é um cagalhão que deve evitar até alongar-se — ah, os alongamentos, que saco… só são menos chatos dos que os abomináveis.

Espero que os fatos me desmintam, que o Inter vá acumulando seus pontinhos feios por aí hasta la victoria e até chegarmos ao Nirvana II, local apenas destinado ao Once Caldas, à seleção da Grécia, ao Parreirão 94 e a outros horrores vencedores.

Serra desce ladeira abaixo, Eliseus sobem aos ceús, Walter fica em casa

Ontem, Marcelo Coelho deu palavras a algo que eu já tinha intuído de forma confusa. A candidatura de Serra está morrendo e não há nenhuma reação do PSDB ou da atrapalhada tartaruguinha. Como Serra ainda não é candidato oficial, fico preocupado. Queria que ele perdesse na eleição, não previamente. Será que ainda teremos Aécio?

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É surpreendente e anormal a divulgação de um certo Eliseu Pompeu Gomes como o assassino de Eliseu Santos, pois a polícia não costuma sair divulgando nomes quando nem efetuou a prisão. Hoje, ZH diz que “parece coisa de literatura” — para mim, é — um Eliseu matar outro e mostra fotos do suposto assassino. Pelo visto já decidiram pelo crime comum. Posso não ter razão, claro, mas não acredito na coincidência e queria saber notícias da tal Operação Pathos.

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Assim, como Eliseu Gomes permanece foragido, o jogador Walter segue em casa. Nega-se a treinar porque não gosta do treinador Jorge Fossati. Imagino o desespero de seus empresários. Walter, um bom jogador, tem mente infantil, perturbada e, hoje, nenhum valor de mercado… Quem investiu no moço devia ter pensado melhor quando o jogador jactava-se de só se alimentar de cheeseburger. Agora quer voltar para Recife, mas não tem dinheiro para a passagem…

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