O Anjo do Avesso, de Marcos Vasconcelos

O Anjo do Avesso, de Marcos Vasconcelos

O anjo do avesso (120 páginas) é um bom livro de estreia do carioca Marcos Vasconcelos. O volume alterna contos e crônicas, apresentando rara coerência temática. É uma delícia de livro, daqueles para ser devorado em uma sentada (ou deitada), apesar dos temas. Minha preferência foram para os contos Chinoca, Uma dose de gim e O açougueiro. Sim, todos tratam da morte de diferentes modos. Chinoca é uma engraçadíssima história gauchesca — o autor tem alguma admiração por esta nossa unidade federativa periférica e defunta –, Uma dose trata da emigração e é efetivamente triste e bem contado, enquanto O açougueiro tem original e sanguinolenta poesia. Apenas um dos contos foi absolutamente incompreensível para mim, um desconhecedor de Harry Potter que boiou feio para depois imergir definitivamente em A morte de Lord Voldemort.

Se os três temas fundamentais da boa ficção são o amor, o silêncio de Deus e a morte, Marcos dedica-se aqui à morte. A própria epígrafe do livro já dá a letra:

Começando do fim
ao invés do começo
a Morte é um anjo
do avesso

Mas não pensem em uma atmosfera bergmaniana ou sufocante, e sim numa abordagem mais leve daquilo que seria a Indesejada das gentes.

Recomendo.

Marcos Vasconcelos em foto do Marquinhos, garçom do Tuim.

Para deixar registrado num meio menos volátil que o Facebook

Para deixar registrado num meio menos volátil que o Facebook

No início de dezembro, conheci uma finíssima figura com a qual só mantivera contato através do Facebook. O primeiro encontro (foto abaixo) foi inteiramente casual. Eu sabia que o carioca Marcos Vasconcelos — que na verdade é nordestino — viria para Porto Alegre e Montevidéu. Mas não sabia mais nada sobre sua viagem. Pois, como se estivéssemos numa cidadezinha do interior, ele e a Marília Bavaresco cruzaram comigo e a Elena na Independência. Ele me chamou, tiramos a foto e marcamos um encontro no dia seguinte no Tuim (segunda foto). Foi dos melhores encontros que tive nos últimos tempos.

Um grande abraço, Marcos. Saudades e nosso único e longo papo.

O encontro não marcado na Av. Independência
O encontro não marcado na Av. Independência
No Tuim: o cara é tão gente boa que torce pro Brasil de Pelotas!
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