Meu time tem um cão como sócio

Excepcionalmente, não teremos O Monólogo Amoroso nesta sexta-feira. Voltaremos na próxima semana.

Nada de gatos. O sócio Nº 115435.00 do Sport Clube Internacional é o golden retriever Bjorn Borg Handler. Sua dona fez a associação pela Internet e, na hora de preencher o RG e o CPF do cão, telefonou para o clube. Disse que seu filho pequeno ainda não tinha tais documentos e solicitou a inscrição sem os códigos. Após a concordância da atendente, Bjorn Borg tornou-se um dos 78 mil sócios do clube. Sua mensalidade está rigorosamente em dia.

Quando a fotografia do novo sócio chegou ao Setor de Atendimento do Sócio Colorado, houve certa perturbação. Questionaram a dona — que não quis ser identificada, mas que EU CONHEÇO — sobre a loira identidade do novo integrante do quadro social e obtiveram a confirmação: um cachorro estava entre eles. Foram consultar o estatuto. Para pasmo geral, descobriram que o novo sócio teria direito a voto e, futuramente, até a candidatar-se ao Conselho e à Presidência. Em novo contato com a proprietária de Borg, disseram-lhe que o clube fora criado na presunção de angariar simpatias entre os membros da espécie homo sapiens (ou talvez homo ludens), nunca entre representantes dos canis lupus familiaris. A dona indignou-se:

– Não admito isso! O Borg é colorado fanático, usa roupinhas autografadas pelo Fernandão e comemora os gols do Inter com latidos. Tem até um filho que se chama Muricy – garantiu.

O Inter voltou à carga: confirmou que, em razão de normas de segurança da Brigada Militar, animais não poderiam de modo algum entrar no estádio em dias de jogos; então, Borg deixaria inapelavelmente de ser sócio. Isso até a intervenção do responsável pelo marketing, Jorge Avancini. Inspirado por Borg, ele anunciou o lançamento de uma linha de produtos para animais de estimação.

Mais: até o Carnaval, o clube lançará a carteirinha para mascotes, com foto e número de matrícula especial. Custará R$ 50 e dispensará mensalidade. Mais ainda: lançará ainda linha de produtos para cães – mercado que no país movimenta mais de R$ 6 bilhões anuais.

Não foi anunciada nenhuma promoção para gatos, mas desde já proponho-me a atirá-los da arquibancada superior na torcida adversária.

Obs.: A você, cético leitor que duvida da autenticidade da notícia, sugiro clicar aqui.

16 comments / Add your comment below

  1. Já me disseram várias vezes que os gaúchos, nessas coisas de futebol, são completamente doidos. Sempre acreditei, mas também em certos limites, e mais uma vez fui surpreendido. Periga o cão ser eleito presidente do clube.

    1. Uma vez — isso faz uns 10 anos –, a Fifa encomendou e divulgou uma pesquisa para saber quais eram os países que mais gostavam de futebol. Sabe quem ganhou? Grécia e Portugal.

      Talvez haja muitos portugueses por aqui… De origem grega? Só conheço dois.

      Abraço.

      1. Tenho para mim que os brasileiros não gostam tanto assim de futebol, mas apenas de ver vitórias de seus times que, em decadência, são abandonados sem qualquer solenidade. O Brasil é um território de estádios vazios; já foi tempo em que um bairro ou uma cidade se reunia nas praças esportivas, num domingo, para acompanhar a épica passagem dos 90 minutos, com ou sem glória.

    1. Uma coisa que as pessoas mais jovens — muitos tomados por chiliques preservacionistas — não entendem, Dario, é que a nossa geração brincava na rua, cometia as maldades comuns de TODAS as crianças e que, enfim, nós podemos asseverar que o ódio a gatos era algo comum.

      Esses caras que ficam de aiaiais e uiuiuis não deveraim comer nenhuma carne. Deveriam também ensinar a todos os gatos a preservarem os ratos de suas brincadeiras. Acho detestável tomar lição de moral por causa disto.

      ATIRE UM GATO NA TORCIDA ADVERSÁRIA, claro!

  2. Essa foto do cãozinho me dá nos nervos. Quando criança eu assistia a todos os filmes da “Sessão da Tarde”, mas odiava os filmes com animais. “Buddy, um cão louco para cachorro” e afins, todos praticando mais esporte do que eu jamais pratiquei.

    Vocês deveriam é jogar este golden retriever na torcida adversária.

  3. Primeiro foi aquele negócio de confessar que atiravas gatos da ponte da João Pessoa! Agora, vem com a proposta de atirar gatos na torcida adversária… Qual qui é a tua, Milton? Não basta confessar teus horriveis crimes do passado? Tens, também, de admitir que não te arrependes dos teus crimes e que continua com forte disposição de continuar cometendo-os! Afinal, és um serial killer de gatos? Tu e esse tal de Dario! Pois, olha tche, não perdes por esperar, pois breve, breve… o longo braço vingador do The Cat vai de alcançar e fará a justiça que mereces… Tremei, Milton! Tu e esse discípulo barato, o Dario…
    The Cat

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