Uma perguntinha sobre aposentadoria…

Publicado em 27 de dezembro de 2006

A pergunta: nas propostas brasileiras para a elevação da idade mínima necessária para a aposentadoria, sempre as mulheres trabalham menos do que os homens. Por quê? Penso que isto sejam sobras de um mal disfarçado machismo, ainda mais se pensarmos que elas vivem, em média, 7 anos a mais que os homens. Por exemplo, se o limite é 65 anos para homens e 60 para mulheres, elas ficarão aposentadas, sempre em média, 12 anos a mais… Por exemplo, se eu me aposentar aos 65 anos e morrer aos 70 anos, que é a média brasileira, receberei o benefício por 5 anos; já minha vizinha, que trabalhou até os 60 e viverá até os 77, ganhará o mísero salário da providência por longos 17 anos.

A propósito, vejamos como funciona nos outros países. Atualmente, quase todos exigem idade mínima para aposentadoria. O que fazem os nossos vizinhos? A Argentina (los machos) exige 65 anos dos homens e 60 das mulheres. O Uruguai exige 60, tanto de homens quanto de mulheres (avançadinhos não?). Na Europa, a Alemanha, pede limites de 63 e 60, respectivamente. Nos Estados Unidos, 62 para ambos os sexos. França, Inglaterra, Canadá, Espanha, Suécia, Holanda e Bélgica exigem no mínimo 60 anos, também sem distinção de sexo.

P.S.- O comentário do meu cunhado, Natal Antonini, é uma obra:

Caro Milton

Realmente isso é uma discriminação. Entendo que é fruto de um pensamento retrógrado de quem acha que as mulheres ainda cumprem dupla jornada pq. teriam que cuidar da casa e dos filhos enquanto nós ficaríamos tomando cerveja e coçando o saco na frente da TV. Isso nós sabemos não ser verdade. Além disso, como elas vivem mais e trabalham menos, acabam tendo mais tempo para se dedicar aos prazeres da vida e a novos relacionamentos quando se livram da gente. Mas nós que somos pessoas modernas e cultas não podemos deixar isso acontecer sem reagir. Proponho que a partir de hoje, pelo menos em nossas casas, estejamos desobrigados das tarefas domésticas, para compensar o tempo de aposentadoria, e que tenhamos também o direito a ter amantes por um tempo equivalente a diferença entre a nossa expectativa de vida e a expectativa de vida delas, para compensar que morreremos muito antes. Proponho ainda que o tempo dedicado as amantes seja o mesmo que elas estarão usando para as tarefas domésticas assim não seremos constrangidos a prejudicar o sagrado tempo que dedicamos aa nossas amadas famílias e nem atrapalharemos nos afazeres domésticos.

Abraços,
Natal.

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