Um dia antes, a gente não sabia como ia ser nossa pequena festa de despedida do Bernardo, uma das tantas que ele teve nos últimos dias. Explico: após dois anos trabalhando brilhantemente como fotógrafo estagiário do Sul21 e de se arrastar numa Faculdade de Jornalismo — palavras e opiniões todas minhas — ele está indo para um um curso de Fotografia Documental em Berlim. OK, ele ainda tem que passar na entrevista e tudo, mas acho que vai ser aprovado. Se não for, o que o mundo dirá dos alemães? Mas eu dizia que não imaginávamos como seria a coisa. Então, novamente a Astrid e o Augusto abriram generosamente sua casa, ofereceram-nos um churrasco, eu levei uma população inútil de cervejas — pois o Augusto tem um exército de artesanais –, e a coisa toda aconteceu.
Esta festa aconteceu domingo, 15. Foi pequena para os padrões habituais: estavam lá os donos da casa, eu, Elena, Bernardo e Bárbara (com o namorado Vicente), os filhos da Elena Liza (com o namorado Santiago) e Nikolay e os do Augusto, Pedro e Arthur. Espero que os namorados não se importem por terem sido colocados entre parênteses (encarem, por favor, como estilo). Estava tão bom que aconteceu uma coisa inédita. Começamos o churrasco às 3 da tarde, bebemos, conversamos, conversamos, bebemos e acabamos comendo o carreteiro de Astrid, feito das sobras do almoço. Ficamos tanto tempo lá que duvido que nos convidem novamente.
Ontem, o Bernardo veio aqui em casa para se despedir. Eu pedi para não ir ao aeroporto e ele concordou na hora. Eu sou um chorão; ele me sugeriu que também é. Imaginem, nos últimos dois anos vi-o diariamente na Redação e, além disso, não sei quando o verei novamente. Há fiascos desnecessários.
Abaixo, as fotos do super-churrasco.
Nikolay, Elena, Liza e Santiago em foto nada pousada. Eles andam assim na rua.
Bárbara, Bernardo e eu. Minha cara de besta se justifica pelo Festival de Cervejas Artesanais. Notem a camiseta retrô do Benfica anos 60 que Bernardo veste e meu Valderrama by Impedimento.
Bárbara, Bernardo e Vicente. Vicente encarna um bolchevique qualquer. Terá sua imagem retirada das próximas horas por ordem do Partido.
Os olhares perdidos de Nikolay e Elena.
O olhar perdido de Santiago.
Quem olha a foto pensa que eles estão esperando mais comida. Engano, este é um registro daquela burrice pós-prandial — obrigado, Iracema! — que ocorre a todo ser humano que acaba de engolir um boi.
O setor intelectual-amoroso do encontro com Bernardo, Augusto, Vicente e Bárbara..
Fazendo aquilo que mais gosta, Nikolay ouve tudo atentamente,
E ri quando nota que eu estou tentando fotografá-lo no eterno pentear-se.
(suspiro)
O objeto da festa.
Elena e Augusto veem o momento em que o Bernardo se machuca jogando bola. 🙂
Carinhosamente, a Astrid parte para o atendimento à terrível lesão sofrida pelo atleta.
Bernardo sente dores.
Muitas dores.
Até que resolve tentar um paratiquieto na imparável Astrid.
Astrid reclama com Augusto da grosseria do Bernardo. “Ele ia chegar sem perna na Europa!”.
A lesão que quase obrigou meu filho a viajar amputado.
Meu cabeleireiro é o melhor.
Astrid, Augusto e o coala fofinho do Arthur.
Eu tendo sempre para o lado da Elena.
Opa, o que houve?
Ela suplica aos céus para que eu desgrude.
Pede nada!
Elena, Milton e Arthur ouvem a Astrid, de quem só se vê o café.
Vicente e Bárbara em pleno amasso.
Ele tenta matar minha filha, o que causa o final da festa e das fotos.
(Nenhuma foto do Pedro, Milton?)
Muito bom!!!!
Felicidades ao filhote!
As descrições das fotos, Milton, falam mais de vovó que das imagens. Mostro para Amélia, aqui ao meu lado:
– Olha o Milton!
Uau, que besta esse corretor! Deixa a vovó pra lá, as descrições falam mais de VOCÊ!!! :-/
HAHAHAHA
sorte ao guri!
Bernardo,
desejo-lhe boas luzes, mas também… sombras…
TATUAGEM
by Ramiro Conceição
Já tive medo – em que perdi a fala,
tal qual um dicionário que se cala.
A vida, todavia, me voltou a ditar
palavra por palavra à minha alma:
assim, sobre as patas do meu tatu,
tatuei um poema feito… com lama:
“Ainda bem
que o amor
é inocente
e nos move
sem medo.”