(Mais) Um jantar arrebatador da Astrid Müller

(Mais) Um jantar arrebatador da Astrid Müller

Ontem à noite, eu e alguns poucos e bons amigos fomos convidados como cobaias da chef Astrid Müller. Cobaias é uma forma educada de reduzir o convite aos níveis habituais das improvisações amadoras, pois um jantar da Astrid não é nada disso. Ali, nós estamos naquela situação de dar uma garfada e olhar para o prato a fim de descobrir o que haveria nele para nos causar tanta surpresa e prazer.

Eu sou um glutão tosco que não sabe nada de gastronomia e que sempre lavou a louça em casa por não saber cozinhar. Mas garanto-lhes — garanto mesmo! — que sei diferenciar o arrebatador do apenas ótimo. E a sequência de pratos foi arrebatadora.

Um psicanalista que cozinha muito bem disse-me que a cozinha era a extensão natural de seu trabalho no consultório. Em ambos os trabalhos, ele trabalhava com afetos. Penso eu que um jantar como o de ontem é um meio muito sofisticado e absolutamente matador de criar oportunidades de alegria.

Foi isso que a Astrid obteve para nós e demonstrou para nós, afeto.

P.S. 1: Como disse, sou um tosco gastronômico. Se a Astrid quiser vir aqui descrever os pratos cujas fotos coloco abaixo, eu acrescento o texto dela. Para que vou passar vergonha depois daquela sinfonia?

P.S. 2: Com Augusto Maurer, Elena Romanov, Jussara Musse e Ricardo Branco.

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As fotos da sequência:

1.

Envelope de folha de arroz com salada crua com alho porro, pimentoes vermelho e amarelo, cenora, pepino,rabanete,maçã, manga, folhas de agrião e hortelã. Molho redução de manga com vinho branco. Entrada de influência cozinha tailandesa.

2.

Tartare de salmão coberto por blinis e caviar. Torradas de pão baguete com oliva. Fresco e perfumado “di mare”.

3.

Macarrão bifun com molho de mexilhões, coentro,cebola e tomates. Guarnição de mexilhões e anéis de Lula salteados. Sriracha para decorar e dar o toque de pimenta.

4.

Pulpo com batatines salteados. Redução de mirepoix do cozimento do polvo faz o molho para saborizar este prato, que tem a presença da páprica, pimenta caiena, humo liquido, raspas de limão siciliano. Influência asiática.

5.

Sorbet de morango e laranja. Com balsâmico de frutos rojos. Ideal para limpar o paladar. Este da foto já estava meio destruido,sendo consumido, vide a marca da colher na lateral da tigela.

6.

Crumble de banana com merengada, acompanhado de baba de moça, com leite de coco e gemas.

No Rincão das Pombas, em busca do vazio perfeito

No Rincão das Pombas, em busca do vazio perfeito

Ontem, depois do meio-dia, fomos ao Rincão das Pombas na tentativa de tomarmos contato com o vazio perfeito. Era a promessa. Não, não se tratava de uma experiência filosófica ou religiosa, era tudo bem mais prosaico. Ou não. Vazio é a fraldinha, um corte de carne bovina que localiza-se entre a parte traseira e a costela do animal, representando aproximadamente 2,62% da carcaça. Um erro divino, pois deveria representar 5%, no mínimo. Fomos lá de carona com o Dario. Nosso encontro foi no Barra Shopping. Cheguei lá louco para fazer um xixizinho e corri ao banheiro antes que nossos amigos Claudia e Dario viessem.

O banheiro estava quase vazio, eu tinha pressa e parei ao lado de um rapaz num dos mictórios. Quando comecei a mijar, saíram-me duas barulhentas ventosidades (ou, de forma menos erudita, peidos).

O cara meio que se assustou e depois olhou enojado para o meu lado. Então eu, todo constrangido, disse a ele:

— Em condições normais, sou uma pessoa maravilhosa…

O cara teve um tal ataque de riso que interrompeu o que estava fazendo.

Mas tergiverso. O Rincão das Pombas, local do teste, é de propriedade da família Marshall. É antigo sítio à beira do Guaíba, em Itapuã, alguns metros antes da reserva. O próprio Chico Marshall pilotaria a churrasqueira. Estava maravilhoso. Como vocês, meus sete leitores, sabem que o blog é o local onde me coleciono, terão de aguentar 20 fotos de nosso sofrimento ao livre, na beira do Guaíba, finalmente aspirando ar, após semanas.

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Enquanto a Elena Romanov pensa compassivamente em algo para dizer, eu roubo sua comida.

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Eu e Elena olhamos admirados para o matambre. Eu já vou abrindo a boca.

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Astrid Müller, eu e Elena observamos o vazio.

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Ficamos na dúvida se é realmente o vazio perfeito, se é realmente o arqui-vazio.

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E voltamos a observar.

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O arqui-vazio.

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Havia gente tão bêbada que não conseguia encontrar a máquina fotográfica. Chico Marshall indica o caminho à Leonardo Winter. Eu acabara de perguntar ao Chico a origem da expressão “ó do borogodó”. A explicação me pareceu furada, mas sugiro que vocês lhe refaçam a pergunta diretamente. Só sei que  tudo começa na Bahia, em 1798.

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Fim de jogo. Acho que deu num belo carreteiro hoje.

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Clarisse Normann e Claudia Guglieri encontram a o fotógrafo com maior facilidade.

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Eu e o Arthur Maurer. Ele me contou coisas inconfessáveis…

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Arthur no meio do Guaíba, no stand-up do Dario.

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Bonito, né?

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Dario Bestetti chama o guri de volta.

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Eu fumo cubanos.

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Ele fuma cubanos.

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Nós fumamos cubanos.

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Um cão e um gato fotogênicos.

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O pôr-do-sol.

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5 homens e um destino (Eu, Pedro Maurer, Augusto Maurer, Chico e Dario).

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Nossa, bem melhor. (Clarisse Normann, Claudia, Rovena Marshall, Elena e Astrid).

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O grande autor das fotos, Augusto Maurer.

Aguardando mais fotos da festa de ontem…

Aguardando mais fotos da festa de ontem…

Ontem, houve uma baita festa para a Beatriz Gossweiler, clarinetista que se aposentou da Ospa no final de 2014. Todos os naipes estavam representados, à exceção das violas e da percussão — hum… piano não é percussão? A Beatriz é a mais querida das pessoas. Além dos músicos, estavam lá dois de seus filhos, mais noras e neto. Só que eu tirei poucas, pouquíssimas fotos e estas ficaram lamentáveis. Não em razão dos fotografados, mas da crise de minha pequena Sony. O Augusto é quem estava como uma máquina decente e deve ter muitas. Aqui vão duas e mais uma de nossas diversões da noite: o filme que o Philip Gastal Mayer mostrou para a gente lá no meio da madrugada. Alguém imagina como a orquestra consegue entrar junto na início da Quinta de Beethoven?

A ideia e a organização da festa foram da Astrid Müller e do Augusto Maurer, só para variar. Foi uma noite carinhosa e muito, mas muito engraçada.

Beatriz Gossweiler, Klaus Volkmann e Elena Romanov
Beatriz Gossweiler, Klaus Volkmann e Elena Romanov

Festa Beatriz 2

Festa de despedida do Bernardo

Festa de despedida do Bernardo

Um dia antes, a gente não sabia como ia ser nossa pequena festa de despedida do Bernardo, uma das tantas que ele teve nos últimos dias. Explico: após dois anos trabalhando brilhantemente como fotógrafo estagiário do Sul21 e de se arrastar numa Faculdade de Jornalismo — palavras e opiniões todas minhas — ele está indo para um um curso de Fotografia Documental em Berlim. OK, ele ainda tem que passar na entrevista e tudo, mas acho que vai ser aprovado. Se não for, o que o mundo dirá dos alemães? Mas eu dizia que não imaginávamos como seria a coisa. Então, novamente a Astrid e o Augusto abriram generosamente sua casa, ofereceram-nos um churrasco, eu levei uma população inútil de cervejas — pois o Augusto tem um exército de artesanais –, e a coisa toda aconteceu.

Esta festa aconteceu domingo, 15. Foi pequena para os padrões habituais: estavam lá os donos da casa, eu, Elena, Bernardo e Bárbara (com o namorado Vicente), os filhos da Elena Liza (com o namorado Santiago) e Nikolay e os do Augusto, Pedro e Arthur. Espero que os namorados não se importem por terem sido colocados entre parênteses (encarem, por favor, como estilo). Estava tão bom que aconteceu uma coisa inédita. Começamos o churrasco às 3 da tarde, bebemos, conversamos, conversamos, bebemos e acabamos comendo o carreteiro de Astrid, feito das sobras do almoço. Ficamos tanto tempo lá que duvido que nos convidem novamente.

Ontem, o Bernardo veio aqui em casa para se despedir. Eu pedi para não ir ao aeroporto e ele concordou na hora. Eu sou um chorão; ele me sugeriu que também é. Imaginem, nos últimos dois anos vi-o diariamente na Redação e, além disso, não sei quando o verei novamente. Há fiascos desnecessários.

Abaixo, as fotos do super-churrasco.

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Nikolay, Elena, Liza e Santiago em foto nada pousada. Eles andam assim na rua.

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Bárbara, Bernardo e eu. Minha cara de besta se justifica pelo Festival de Cervejas Artesanais. Notem a camiseta retrô do Benfica anos 60 que Bernardo veste e meu Valderrama by Impedimento.

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Bárbara, Bernardo e Vicente. Vicente encarna um bolchevique qualquer. Terá sua imagem retirada das próximas horas por ordem do Partido.

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Os olhares perdidos de Nikolay e Elena.

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O olhar perdido de Santiago.

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Quem olha a foto pensa que eles estão esperando mais comida. Engano, este é um registro daquela burrice pós-prandial — obrigado, Iracema! — que ocorre a todo ser humano que acaba de engolir um boi.

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O setor intelectual-amoroso do encontro com Bernardo, Augusto, Vicente e Bárbara..

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Uma anticrítica do concerto de ontem à noite

Uma anticrítica do concerto de ontem à noite

Não tenho grandes conhecimentos musicais, sou apenas um melômano, um desses caras que pode ouvir o amigo Phil cantar o segundo movimento da quinta de Prokofiev e sair em dueto com ele, como ocorreu ontem à noite. Ou um trio, porque a Elena acabou cantando junto. Cantamos o tema principal e aquele trecho dos 5min06 em diante. Sorte de vocês não terem ouvido. Abaixo, tenho uma versão melhor.

Voltando ao assunto inicial, tenho um bom conhecimento de repertório e um programa mal planejado é uma coisa que me afeta muito. Augusto Maurer deu a explicação técnica de minhas restrições ao programa da última terça-feira (03 de junho), citou fatos que sinto mas que não tenho capacidade para explicar, etc. Então, nesta quarta-feira em que poderia ser mais produtivo, escolho um tema preguiçoso para encher o saco de meus sete leitores.

Pois, de forma enviesada, a programação musical faz parte de minha vida, e talvez isso seja surpreendente para alguns. Tenho ideias de programas de concertos que vocês nem imaginam. Então, vamos comentar algumas coisas. Minha formação como ouvinte teve muito de meu pai, do Dr. Herbert Caro de quem era amigo, além de enormes doses da Rádio da Universidade dos anos 70, 80 e 90. Os méritos da rádio ultrapassavam em muito seus problemas técnicos e foi ali, com o compositor e ex-diretor da emissora Flavio Oliveira e com Rubem Prates, que aprendi que uma programação não era sorteio ou livre-associação. É notável como eles conseguiam ligar inteligentemente cada música à próxima, fosse por seu tema, por sua evolução na história da música ou pela pura sensibilidade desses dois conhecedores, que viam parentescos em coisas aparentemente díspares. Só através do ouvido – há outro jeito? — aprendi como, por exemplo, o estilo de composição de Johann Christian Bach foi receber tratamento de grande música apenas com Mozart e também que havia várias formas de subir na grande árvore da história de música. Explico: pela manhã, a rádio iniciava por um compositor de música antiga ou barroco, depois ia para um clássico, daí para um romântico, e assim por diante, nos mostrando sempre os caminhos e os diálogos que um compositor travava com seu antecessor. Foi a maior das escolas e ali aprendi as muitas derivações que cada compositor passava a seus sucessores e aquilo, após milhares (mesmo!) de dias como ouvinte, tornou natural a leitura das histórias da música que fiz depois. De forma misteriosa, estranha e certamente gloriosa, aqueles dois homens silenciosos já tinham me ensinado tudo, colocando as coisas na ordem certa para que meu ouvido entendesse.

Minha segunda escola foi uma coluna da revista inglesa Gramophone. Assinei-a por anos. Lá havia uma coisa que só no jornalismo inglês: era a sensacional coluna “Who`s Next?”, de título obviamente inspirado no lendário vinil do The Who. Ali, um dos críticos da revista criava uma fantasia. Ouvia um CD qualquer e algo nele — um timbre, um acorde, um tema — o fazia lembrar de outra música, a qual o fazia lembrar de outra, e de outra até o fim da coluna ou dos tempos. Na coluna, o cara ia de Mahler para Gabrieli, de Bach para Charlie Mingus com a maior naturalidade e argumentos. Era uma brincadeira que estava longe da livre-associação da programação da Ospa, era algo que tinha uma poesia. Nossa que saudades da minha coleção de Gramophone! Minha mãe jogou todas as revistas fora no início de sua doença (Alzheimer).

Tenho o costume de caminhar pela rua inventando concertos. Ontem, iniciei um com a Fantasia Wanderer de Schubert, mas não fui adiante. Fiquei preso naquela fuga.

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Carrara brindou-nos com uma versão do Scherzo do Hammerklavier, 30 minutos antes do concerto.
30 minutos antes do concerto, André Carrara (primeiro plano) brindou-nos com uma versão do Scherzo do Hammerklavier. Um belo aquecimento. | Foto: Augusto Maurer

Com restrições — diferentes daquelas do concerto do dia 3 –, gostei do concerto da Ospa de ontem (10), principalmente do Ginastera final e do aquecimento do pianista André Carrara, tocando o Scherzo do Hammerklavier. Mas não estou a fim de escrever a respeito. A discussão da semana passada ficou lá longe com o meu “salário moral” sendo muito bem pago por uma longa série de importantes inboxes dizendo que eu tinha razão em reclamar do erros e da “dramaturgia da noite”. Pediram para eu tocar em frente, só que fiquei temporariamente de saco cheio da blitz dos defensores acríticos da… orquestra? Isto exige um compadrio ao qual não estou disposto. Gosto é de música, de literatura, do meu trabalho, dos meus amigos, filhos e da Elena, gente.

Brigar, fazer cara feia ou voltar o rosto não está entre as minhas prioridades. Mas sei que logo estarei disposto a rir destas coisas. E vou tirar um sarro.

A noite acabou maravilhosamente com zupa kapusta, mais pão, vinho, café e outros que tais, na casa da Astrid Müller e do Augusto. Minha ressaca de hoje e a citada cantoria de ontem é culpa deles. Nada a ver comigo, portanto. Zupa kapusta é uma sopa polonesa de carne de porco, salsicha, chucrute e repolho. Estava FANTÁSTICA!

Festa de aniversário da Elena e do Augusto (com fotos)

Festa de aniversário da Elena e do Augusto (com fotos)

No último sábado, tivemos um baita festerê na casa da Astrid e do Augusto. O pretexto eram os aniversários da Elena (19 de maio) e do Augusto (23), ao qual veio se juntar o Valter (22). Vi o anfitrião tirar fotos das comidas, coisa que não fiz. O que fiz foi comê-las, fato que me impediu de voltar à mesa antes das 22h de ontem, domingo. Sim, até Pantagruel tem que dar um tempo.

E céus, como fomos bem recebidos e como a comida estava boa! O que eram aquelas tapas? E o caldo de camarão? E a torta? Pessoalmente, agradeço a generosidade da Astrid e do Augusto. Eles mostraram que receber e cozinhar é um ato de amar os outros, como diz, penso, Mia Couto. Abaixo, algumas fotos das pessoas que participaram da orgia gastronômica. Mas, antes, uma …

Observação importante: Faltaram fotos das duplas de irmãos Pedro e Arthur, Miguel e Enzo. Os dois primeiros são filhos do Augusto com sua ex e a outra dupla é assim: Miguel é filho da Nikelen e do Farinatti, enquanto que o Enzo surgiu da Cláudia e do Dario (rimou!). Porém eles, no meio da festa, declararam-se espontaneamente irmãos de coração. Deste modo, este blog, não obstante a ausência de pais em comum, passa a considerá-los irmãos. Eu tenho grande e especial amizade com os filhos do Augusto, mas acho que já passou o tempo em que eu lhes ensinava sacanagens. Agora são eles que devem me tomar como aluno.

Bernardo entedia as moças  contando coisas sobre a página 23 da Superinteressante.
Bernardo visivelmente entedia as moças. Deve estar contando alguma coisa sobre ciência ou a respeito de um japonês serial killer.
Ah, elas (e ele) viram o fotógrafo legal!
Ah, elas (e ele) viram o fotógrafo legal!
Elena manifesta sua indignação pela falta de comida na festa. Liana já abriu da disputa, literalmente, das tapas.
Elena manifesta sua indignação pela falta de comida na festa. Liana já abriu mão da disputa pelas tapas.
Elena e Liana suportam a cantoria desafinada de Nikelen e Rovena.
Elena e Liana suportam com dificuldades a cantoria desafinada de Nikelen e Rovena. Elas procuraram o tom até o final da festa. São leitoras de Bulgákov, certamente.
Corredor polonês formado por Alexandre Constantino, Philip Gastal Mayer e pelo casal Kitty e Marcelo Piraíno. Renate Kollarz está preocupada em passar rapidamente, claro.
Corredor polonês formado por Alexandre Constantino, Philip Gastal Mayer e pelo casal Kitty e Marcelo Piraíno. Renate Kollarz está preocupada em passar rapidamente sem deixar cair seu prato.
Conheci Ricardo Branco em 1976, o Dario em 1984 e a Cláudia Guglieri ali por 2008 (?)
Constatação chocante: conheço o Branco há 38 anos — e, pasmem, conheci-o na universidade –, o Dario há 30, mas a Cláudia Guglieri veio muito depois. Também pudera, ela é muito mais jovem.
Sintam a elegância dos primos. Com Robson Pereira, Augusto Maurer e Lúcia Serrano.
Sintam a elegância dos primos. Com Robson Pereira, Augusto Maurer e Lúcia Serrano. A echarpe do Robson provocou suspiros.
Mais um casal: Renate Kolarz e Valter.
Mais um casal: Renate e Valter Souza.
Renate dá uma fugidinha com Phil.
Renate dá uma fugidinha com Phil.
Olha só que amor! Kitty e Marcelo posam para nossas câmaras.
Olha só que amor! Kitty — Cristina Bertoni dos Santos — e Marcelo posam para nossa câmera fora de foco.

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Seu Hélio: Que missa de um ano de falecimento que nada!

Seu Hélio: Que missa de um ano de falecimento que nada!

Depois, quando eu digo que meus amigos são os melhores… Em termos de festas originais, tive uma no sábado que concorre com a do aniversário de Igor Natusch e a da célebre master class de Bernardo Ribeiro.

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Tratava-se da inauguração da despensa da casa da Astrid Müller e do Augusto Maurer, sucedâneo da tradicional Missa de um ano de falecimento. A homenagem seria para os pais do Augusto, Carmen e Hélio Maurer, principalmente para o Seu Hélio, que parecia não poder viver sem uma despensa, como está explicado no novo mural da entrada da despensa.

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Abaixo desta introdução, está um texto deste que vos escreve, amigo da família a obscenos e felizes 30 anos.

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Pois vocês acreditam que eu não tirei fotos da parte interna da despensa? Pois é, nem tudo é perfeito. Depois, nós tivemos o jantar in memoriam, que contou apenas com amigos da Carmen e do Hélio, fazendo com que eu me sentisse um garoto. Infelizmente, a Elena não pode comparecer, mas eu fiz uma fotinho com a capa do cardápio e a a fichinha dos nossos lugares na mesa.

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No cardápio, tudo o que o Hélio gostava.

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Festim Diabólico CCXIV

(Por isso é que mantenho a categoria “Amigos, tudo”).

Acho que ainda não chegamos à edição de nº 214, mas certamente já passamos fácil das 50 edições. Os Festins Diabólicos são as festas aqui de casa, sempre com 20 pessoas para fora. Sábado, foram 36. O motivo do nome do encontro é o filme de Hitchcock, que tinha um baú no meio da sala. Já sabem o que temos no meio da nossa, mas sem um morto dentro, se lembro bem. Ultimamente, após o jantar, quase sempre alguém senta em nosso combalido piano ou pega seu instrumento e a música acontece. São amigos, músicos profissionais, que tocam aqui em casa por pura amizade. Poderiam deixar seus instrumentos e partituras em casa. Poderiam dizer que não estavam a fim, poderiam alegar uma tendinite ou simular um desmaio, qualquer coisa que todo mundo compreenderia, mas não, eles tocam pra nós.

No grupo, há o núcleo duro, os que sempre são convidados. Dentre eles, há gente como a Nikelen e o Guto que viajam incondicionalmente por quatro horas com um filho pequeno e o deixa com a avó num hotel. E viajam mais quatro horas de volta, tudo por quatro horas de festa. É maravilhoso isso. Lamentavelmente, alguns dos habituais participantes acabaram ficando de fora no último sábado porque a casa poderia explodir de tanta gente. Fazer o quê? Bem, os dois últimos Festins foram muito particulares, mas o de ontem foi invulgar para mim. Era meu aniversário e houve algumas manifestações que realmente me tocaram.

A Claudia, minha mulher, sempre faz a comida e a bebida é trazida pelos comensais. A “chef” que fica mais próxima dela é a Astrid. Pois ontem ela veio com um exército de canapés. Dizendo assim, parece pouco. Parece até que ela comprou ali na esquina. Nada disso, ela, que está super estressada com uma série de coisas, fez um por um para quase quarenta pessoas. E eram ab-so-lu-ta-men-te geniais. Assim como os músicos que tocam aqui expressam seu carinho através de seu trabalho, há pessoas que o fazem através da comida. É o caso da Claudia e da Astrid. Agora cheguei a um impasse em meu texto porque sou bom para comer mas péssimo para descrever comida. Talvez consiga algumas fotos depois… Para que meus sete leitores tenham uma ideia, no dia seguinte, domingo, quando acordou, o meu concunhado Bruno ligou aqui pra casa perguntando se tinha sobrado canapés. Das centenas, tinha sobrado um (1) e a primeira coisa que fiz ao acordar foi zerar a conta. Peço desculpas a ele.

A música. Deve ter sido ideia da Elena Romanov. De repente, logo após o jantar, ela, que é violinista e seu marido, o violista Vladimir Romanov, prepararam as estantes. Até aí, tudo normal. O pianista Alexandre Constantino estava sentado ao meu lado com uma partitura e me informou vou tocar com eles e eu disse que estava ótimo, ora. Tudo normal. Então, o Alexandre juntou-se ao casal e eles começaram o Andante da Sinfonia Concertante para Violino, Viola e Orquestra de Mozart. A Elena sabe de amor que tenho por esta música, protagonista de minha novelinha O Violista. Foi a coisa mais linda e só pensei que aquilo era endereçado a mim quando estavam terminando. Queria até que repetissem… Eles tocaram uma redução onde o acompanhamento é feito pelo piano. Abaixo, o original.

Tchê, foi lindo. Depois o professor doutor Luís Augusto Farinatti, o Guto, fez mais um de seus tradicionais e irresistíveis stand-ups. A Carmen Crochemore me disse hoje que nunca tinha rido tanto. O curioso é que o Farinatti acha que a gente se incomoda com as repetições. Negativo, rapaz.

E depois para terminar. O Marcelo Delacroix deu um show completo aqui em casa com mais dois músicos seus amigos — o Rodrigo Calveyra e Manuel de Olaso. Confesso que tinha pedido pra ele como presente. A afinação, seu bom gosto e senso de estilo são um verdadeiro absurdo e às vezes tenho que olhar para a sala refletindo que recebi tudo o que ele desempenhou de presente, somado ao Farinatti, ao Mozart do trio e à gastronomia da Astrid e da Claudia. É óbvio que nenhum dos não citados deixam de ser extraordinários; todos são inquilinos de meu ventrículo esquerdo — que é onde o coração bate mais forte (minha irmã me ensinou) — , só que a amizade + a música ou o riso ou a gastronomia tornam tudo mais memorável, não? Ou, melhor dizendo, a amizade mais a arte acaba sendo superior, o que não significa que esta não esteja assentada naquela. Bem, ao menos aqui em casa, sempre está.

A seguir, fotos. Não sei se todos estão nelas, não contei.

Vladimir Romanov e Lia Zanini aguardando o vinho que o Augusto Maurer abre lá atrás.
Astrid Müller e Rovena Marshall: brinde e risadas para alguém fora do quadro.
Augusto Maurer e Marcelo Delacroix em primeira leitura do primeiro.
Meus filhos Bárbara e Bernardo estremecendo a foto.
Os mesmos da foto acima, mas agora absolutamente enfeitiçados pelo Farinatti. Olhem as caras.
Batatas.
Gente falando bobagem, gente ouvindo bobagem. Eu, Dario Bestetti e Luís Augusto Farinatti.
Cadê?
Antônio Castro num impasse: como pegar o garfo? Carmen Crochemore o orienta.
Igor fica aliviado quando Castro logra libertar as mãos. Com Igor Natusch, Bruno Zortea, Nikelen Witter, Farinatti, Carmen, eu e as mãos.
Mãos muito, extremamente bobas. Com Anderson Larentis, Rachel Duarte e Igor.
Claudia Guglieri ensina Vladimir como se bebe o suco.
Credo, como esse cara come (e mente). Nikelen e Farinatti.
Magro de ruim.
Grande momento. Marcelo Delacroix solo.
Uma toca violino, todos tocam piano. Com Elena Romanov, Alexandre Constantino e Liana Bozzetto.
Preparação para o Andante. Com Elena e Vladimir. Adorei.
Credo, se tu soubesses como eu te odeio, Chico Marshall! Com Farinatti , o odioso e Nikelen.
E o impossível acontece. Farinatti para de movimentar os braços.
Sei lá, acho que alguém já bebera um ribeiro de vinho. Com Chico e Astrid.
Aspecto singular da sala dos Antonini Ribeiro.
Todos ouvindo Elena, Vladimir e Alexandre. Em primeiro plano eu a Claudia.
Ah, não. Me sujei de novo! Com Rovena Marshall.
O pé da Bárbara, meu cunhado Sylvio e minha irmã Iracema. Ao fundo, no espelho, o casal Rovena e Chico.
Alexandre, o Cavaleiro das Trevas.
Tão bonita, só que ninguém queria fotografar a Bianca! Lá à direita. Com Claudia Antonini e Bruno.
Apagando a (1) velinha com la Guglieri.

Obs.: Fotos de Liana Bozzetto, Lia Zanini e Augusto Maurer.

Mais um Festim Diabólico

Foi a comemoração atrasada do aniversário da Claudia. Vamos a algumas fotos. Fico sempre achando que ficou gente de fora das imagens. E pode ter acontecido, sim.

A comida estava demais… Nunca tinha provado o tal do locro.

Como consequência, houve gente que dormiu em pé (Augusto Maurer e Astrid Müller).

Que dormiu deitada (Heloísa Marshall).

Que chorou (Claudia Antonini com Augusto ao fundo).

Que fez arte (Vladimir Romanov).

Que trouxe arte de presente (escultura trazida pela Caminhante).

Que se dedicou apenas à arte. (Minha experiência mostra que todas as mães têm um pouco de vergonha do que seus filhos são capazes. Besteira pura.). Estrelando Nikelen Witter e Miguel Witter Farinatti.

Que teve os olhos vazados para que não dançassem (Astrid e Caminhante).

Que ficou feliz apesar das trevas (Caminhante com Elena Romanov ao fundo).

Que conversou (muitos).

Que ficou esperando beijo (Claudia e um bobão).

Que não parava de mentir (Milton e Guto “Antes faça mal que vá fora” Farinatti).

Que deixou a gente muito feliz (Vladimir e Elena Romanov). Destaque para os sorridentes Chico e Rovena Marshall.

Que também tocou demais (Alexandre Constantino).

Que comeu pra caralho (Dario Bestetti).

Que riu, ora (Helen Osório). Olhem a hora.

Que disputou sobremesa (Lia Zanini e Marcelo Delacroix).

Intermezzo (ou Serenata de Haydn): ufa, cansei de iniciar frases com quê.

Mais uma foto dos autenticamente queridíssimos Vladi e Elena.

Augusto, Astrid e a Caminhante conversam.

Laura Marshall com a Claudia ao fundo.

Helen e minha irmã Iracema.

Alexandre Constantino dá enorme atenção à Liana Bozzetto.

Laura, Sylvio e Cláudia Guglieri — a última prepara-se para dormir, como sempre.

O presente da Helen era lindo, parecia algo não vivo, sei lá. Cardamomos?

Augusto Maurer, já emburrecido pelos excessos, toma seu chá de boldo com Alexandre Constantino.

Aniversário em 25 fotos

Reunir um grupo de amigos como o que reunimos lá em casa no último sábado é motivo de orgulho para este que vos escreve. O pretexto, meu aniversário, era francamente secundário; os amigos que foram à festa, não. Foi uma bela noite com boa comida e pessoas que se conheciam ou que se conheceram e se entrosaram. Éramos quase 40 e fiquei com vontade de convidar mais outro tanto. Selecionei algumas fotos abaixo, mas há gente que some delas. fazer o quê? Muito obrigado pela presença de todos! Foi uma baita festa.

Começamos por uma geral. À esquerda, sentada, a única foto em que aparece Rachel Duarte e, no primeiro plano, Benedito Tadeu César e minha irmã Iracema Gonçalves. Atrás, iluminado por uma aura como se fosse uma espécie de santo agnóstico, Ricardo Branco conversa com Alejandro Borche Casalas. Ao lado, Helen Osório de papo com Jussara Musse.
Claudia explica alguma coisa a Vladimir Romanov. Igor Natusch (esquerda) faz o mesmo, assim como o Felipe Prestes (meia esquerda). Eu (direita) confiro o placar de Brasil x Portugal.
Eu faço o que sei fazer e, em sentido anti-horário, temos Alejandro, Elena Romavov, Rovena Gobbato Marshall, Vladimir Romanov, Francisco Marshall, Jussara e o  Branco.
Animação contagiante: Igor, Prestes, Gabriela Bordini, Adroaldo Mesquita da Costa e Benedito: todos olhando a repetição do segundo gol de Portugal. Depois, ao ouvir o início de Abbey Road em vinil, Igor disse: “Ouvir um som de baixo vindo de um bom disco de vinil me dá vontade de chorar. É lindo.”
Meus filhos Bernardo e Bárbara, esta em momento garçonete. À direita, meu cunhado Sylvio Gonçalves.
Sylvio faz alongamento ao lado de Gabriela, enquanto Claudia traz os doces sob o olhar faminto de Marshall.
Claudia, Augusto Maurer e Vladimir fofocam. Eu explico ao Marshall o funcionamento de nossa mesa. Adoro explicar isso.
Iracema dá uma gaitada de galpão reagindo a algum absurdo dito pelo Augusto.
Elena Romanov troca o violino pelas batatas. Depois até tocou um pouquinho de piano.
Laura Luz e Filipe Gonçalves fazem tudo rapidamente para não perderem a festa do Guilherme Carravetta.
Da série “Paixão de Casais com Menos de 5 anos”: Astrid Müller e Augusto.
Adroaldo, Benedito e eu observamos alguma coisa sob os olhares desatantos de Bergman, Antonioni e Fellini na parede.
Mais um para a série: Dario Bestetti e Cláudia Guglieri.
Mais um: Bruno Zortea e Bianca Antonini casarão em outubro. Fui escalado para padrinho. Gostaria de saber qual é minha função.
Come, Astrid, come.
Bebe, Dario.
Vladimir mostra seu sorriso “Daniel Craig” ao lado do Alejandro.
Arthur Maurer faz cara de doido varrido antes de atacar um prato preparado especialmente. Conversa entre ele e a Bárbara:  “Tu gosta do teu pai?”, “Claro, gosto.” “É, não tem como não gostar dele”. Pô, obrigado, Arthur!
Augusto com seu filho Pedro Maurer. Quem ficou brincando come atrasado.
Rovena e Claudia na hora do chá. Claudia já estava altamente alcoolizada, mas mantinha a dignidade.
Bernardo acerta as pontas com Lia Zanini (autora da maioria das fotos) antes de “chupar” do narguilé.
O último da série “Paixão”: Marcelo Delacroix (Cury) e Lia fotografam-se no espelho, tendo como ornamento uma fogueira de Jussara.
Mais um casal, desta vez mais velho, de irmãos.
Marshall exercita ritual pagão em Vladimir Romanov. Aliás, frase dita pelo Vladimir: “Podem nos convidar sempre para vir aqui. A gente vem”.
O trio russo conta para Rovena como funcionava o Gulag. Ah, as fotos que são não da Lia, são da Elena.