Sartori garantiu um sábado à noite triste em Porto Alegre

Sartori pensando: "Por que D. Elsa quis que eu fosse governador? | Foto: Ramiro Furquim/Sul21.com.br
Por que D. Elsa quis que eu me tornasse governador? | Foto: Ramiro Furquim / Sul21

Saímos para jantar às 22h. Fomos a um bom restaurante perto de casa, aqui no Bonfim. Ele está sempre lotado. A parrilla ao fundo, a carne bem preparada e a cerveja uruguaia garantem o barulho alegre das conversas. Porém, ontem, quando chegamos, ele estava com as luzes acesas e as portas fechadas. O silêncio era total, parecia uma cerimônia de velório. Dentro, apenas um casal. Já imaginando a resposta, perguntei o que estava acontecendo. “Pouca gente está saindo de casa por causa da insegurança dos últimos dias. Também estamos preocupados, mas podem entrar.”

Pois é, as mortes desta semana e o policiamento rarefeito — e por vezes assassino — apavorou a cidade que está vazia de uma forma esquisita para esta época do ano. A redução do efetivo da Brigada Militar fez o comércio de Porto Alegre adotar medidas para se precaver. As medidas são: fechar mais cedo ou nem abrir. Nunca vi um governante administrar tão mal uma crise. Credo, parece o Planalto!

É estranho. O governo não tem dinheiro, mas suas ações criam um clima que atrapalha o comércio que lhe dá impostos. No mês passado, a arrecadação caiu em 100 milhões. Certamente, vai cair ainda mais este mês, aprofundando a crise. O que é ruim vai ficar pior. Este problema foi cultivado por anos, através de muitos governos. Muitos sabiam e avisaram. O muro que estava longe aproximou-se sem que ninguém tivesse tomado a iniciativa de desviar, seja pagando a dívida quando era possível; seja depois, alterando as regras de pagamento de forma substancial. Orgulho-me de ter sugerido a pauta que gerou a melhor reportagem publicada recentemente em nosso estado a respeito da divida e que comprova o fato de ela ter sido criada por bem mais do que duas ou quatro mãos. Tivemos uma série de governos estaduais ridículos ou razoáveis e todos são igualmente culpados, desde a sumidade que criou a bola de neve, o nada saudoso primeiro governador da ditadura, Euclides Triches. Em seu governo arenista, o crescimento da dívida chegou a 194.4%…

Triches nasceu em Caxias, Sartori em Farroupilha. Nasceram perto um do outro. Não lembro de Triches, mas sei que, no quesito comunicação, Sartori só encontra rival em Dilma Rousseff. Só que ela fala bobagens longamente, enquanto que ele prefere pequenas e exatas frases infelizes. Às vezes ele nem precisa falar, basta dançar que já irrita. E os dois não param. Creio que a recessão federal e a crise gaúcha nos inquietem tanto porque ninguém acredita nas ações de gente tão atrapalhada com as palavras. Tanto jornalista desempregado e ninguém para editar aqueles discursos da Dilma no site do Planalto. E Sartori? Seu staff deve ficar em pânico cada vez que ele pega um microfone.

Hoje, fomos tomar café na outra esquina. Tinha pouca gente na rua, o pessoal está comprando suas coisas no supermercado e sumindo dentro de casa. Os donos dos supermercados devem estar felizes. Só eles pagarão belos impostos. Mas tergiverso. O fato é que estou louco para ir ao cinema. Vou caminhar por nossas ruas tristes.

Se não voltar até a noite, chamem a polícia. Polícia? Bem, sei lá, chamem alguém.

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Recadinho a alguns comentaristas:

policia mata

21 comments / Add your comment below

  1. Quando o senhor escreveu: – “… enquanto que ele prefere pequenas e exatas frases infelizes.” Referindo-se ao Governador Sartori, deveria ter lido seu próprio texto. Para que mais infeliz do que a frase em que chamasse o policiamento de assassino. Infeliz e inconsequente! Uma pessoa que escreve para o público, por menor que seja o teu, jamais deve fazer um comentário sem qualquer legitimidade. Acredito que, como fazem os oportunistas, estejas referindo-se ao caso do “jovem” baleado e morto pela BM em uma ação legitima, até que se provem o contrário, pois ele, armado, reagiu a uma abordagem policial e acabou a “vitima” do incidente, quando poderiam ter sido vítimas os policiais, se eles não agissem primeiro. Mas, lógico, aí não haveria muita repercussão, assim como não houve no caso do dia seguinte com dois policiais baleados por outros bandidos, tais como o primeiro.
    Não tenho a intenção de lhe atingir nem de polemizar com o senhor, uma vez que nem lhe conheço, mas peço que reflitas antes de publicar textos, ou frases infelizes, que atingem diretamente alguns e indiretamente todos os agentes de segurança do Estado.
    Tenha um bom final de semana.
    Sergio Correa – Policial Civil

    1. Discordo do sr. Temos q deixarmos de sermos hipócritas e parar de bater palmas para essa instituição falida composta por pessoas despreparadas psicologicamente e tecnicamente para lidar com os cidadãos, já vem de tempos inúmeras lambanças e atitudes abusivas,imprimindo um histórico nada bom. A sociedade já tem la suas duvidas em relação a credibilidade que deve ser dada a policia militar principalmente , a começar pela sarcástica justiça militar que parece mais uma mãe passando a mão na cabeça do Filinho mal educado, façam mil favores…

      1. Muito infeliz a tua colocação Daniel, espero.que nunca precises do serviço da Polícia, mas tenho certeza que se um dia precisares será bem atendido, apesar das tuas palavras infelizes. Na Polícia existem bons e maus policiais, assim como na sociedade existem bons e maus cidadãos como tu. Da próxima vez que fores dirigir palavras para desqualificar a entidade que lhe protege apesar de ter seus salários parcelados e trabalhar em péssimas condições, sugiro que reflita mais sobre a grande imbessilidade que está falando. Só para deixar bem claro, não sou policial, mas tenho fé nesses profissionais.

        1. Ser atendido bem pela polícia? Em q mundo? Trabalho em farmácia e algumas vezes levaram mais de uma semana pra registrar um B.O. quando sofremos assalto, isso quando não desistimos pelo chá de cadeira que nos dão.

      2. Muito Triste mesmo suas Palavras meu cidadão que Bom que vc nunca precise do serviço da polícia ou algum Familiar seu mas caso precise lembre das suas palavras ok Boa Tarde.

    2. Também me causou ruido aquele comentário sobre o policiamento assassino, assim como tu, Sérgio, me indignou tal comentário. Acho que nesses casos o policiamento está muito brando, para não deixar se criar esse tipo de marginalidade e insegurança à população.

    3. Sérgio repare que o texto coloca assim:
      policiamento rarefeito — e por vezes assassino —
      No meu entender perfeitamente colocado pois o noticiário está ai recheado de “falsos policiais” verdadeiros criminosos que estão por ai praticando crimes. A corregedoria não consegue retirá-los da função?seria corporativismo?.

  2. O policiamento é assassino, segundo tua caolha visão, mas como tu mesmo reclamas, a cidade não pode sobreviver sem ele. Uma cidade não pode viver sem assassinos então! A não ser que os assassinos sejam os tais “desvalidos”, vítimas da opressão da sociedade capitalista e repressora, como bem ensinaram teus mestres marxistas, seguidores da famigerada “Escola de Frankfurt. Acertei ? Sociólogo de araque !

  3. penso que ao invés das pessoas fazerem criticas infundadas, ou de quase nenhum conhecimento do caso, venham ter o devido conhecimento e ajudem a trazer a solução. No caso de pagamento do pessoal, é a falta de dinheiro, será que tem alguém com a solução? sem prejudicar o povo gaúcho sem aumentar os impostos , de uma forma honesta e de curto prazo, tenho certeza se alguém tiver, todos nos estaremos ao seu lado, governo e população, aguardamos ansiosos

    1. Caro Ronaldo! Acredito que se a população deixasse de atacar os trabalhadores e atacassem os verdadeiros inimigos do povo que em minha singela opinião começam com os altos salários pagos a deputados e a ex-governadores ou a juízes que se acham acima de tudo e de todos e ainda reclamam por auxílio moradia e auxílio educação para seus filhos enquanto o honrado trabalhador seja funcionário público ou privado tem que morar em casebres e educar seus filhos em escolas públicas totalmente desestruturadas. Será que atiramos pedras nos Policiais que doam suas vidas para nos defender porque somos corajosos ou porque sabemos que mesmo sendo injustiçado o Policial tem por dever de sair a rua pois um regulamento que só serve ao governo o obriga. E porque não saímos as ruas não nos pronunciamos nas redes sociais ou em rádios e televisão contra aqueles que realmente dão desfalque nos cofres públicos sem dar nada em troca ou seja viúvas de ex-governadores e ex-governadores que estiveram no poder por míseros quatro anos e se aposentaram ou os deputados que lá estão ou os juízes que se acham deuses será porque somos um bando de covardes. Acorda Brasil não é o trabalhador o culpado do caos que está se instando no RS ou no Brasil.

  4. Infeliz, foi este tempo q perdibpra ler teu texto ou sei la o q vc chama isso… isso eh o resultado de tudo o q os governos passados fizeram, estourando agora, coincidindo com o governo de sartori… se fosse outro seria a mesma coisa.. pelo menos ele expos tudo o q esta acontecendo e mostrou uma saida… ta ruim pra todo mundo.. se tiveram q tomar essa decisao eh pq a situaçao chegou a um ponto q nao tinha mais o q fazer… o sartori nao tem culpa do estado q chegou o governo.. mas ele esta fazendo algo pelomenos.. enquanto outros nao faziam nada ele esta fazendo…

    1. Pois é Sr Willian o importante é que a população deve saber que o Sr Sartori não está se sacrificando junto com os funcionários públicos já que o mesmo recebe aposentadoria como deputado, assim como o secretário felts que é deputado estes não tem que tentar explicar a seus credores porque terão de atrasar compromissos já que como deputados seus salários não foram atingidos assim como os servidores do judiciário fácil defender o governo acho que não pois o governador já governou o estado durante viagens do Antonio Britto quando então ele era o presidente da assembléia legislativa e como tal deveria fiscalizar os atos do governo para isso foi eleito e muito bem pago então caríssimo Willian acredite ele também é culpado pelo estrago no RS.

    1. Sr Marcos com certeza seu pensamento é esse porque ou vc é um marginal ou tem algum na Família ai com certeza não vai gostar da policia nunca ok Boa tarde.

  5. Não sou “juíza” de plantão, mas até prova em contrário é preciso esperar o final do IP para saber o que aconteceu realmente. Não creio que o escritor esteja alfinetando a Secretaria da Justiça e da Segurança, muito pelo contrário, ele faz menção ao quadro desolador que todos nós estamos vivendo. Sim, concordo com o que o escritor diz: “ele prefere pequenas e exatas frases infelizes”. A dívida pública não é um problema do momento, de agora, de 2015, mas de quase dois séculos de existência do RGS quando os primeiros títulos da dívida pública foram emitidos e caloteados. Não enxergue com olhos de quem está sendo cutucado por seres policial civil, leia com olhos de cidadão gaúcho que vive em um estado à beira do abismo por decisão exclusiva de “quem quer ficar para a história”. Se olharmos para trás, bem para trás, no tempo, veremos que não será com o sangue dos servidores e de todos os gaúchos que recuperaremos um “status” de “celeiro do Brasil”. Nos bastidores da história há muito mais coisas que não estão ditas e que uma única pessoa resolveu, per si, dar um rumo triste a todos. Por birra, por disputa de beleza, nós estamos sendo o alvo dele. Comente, fale, discuta, debata, mas não critique um texto que muito diz sobre o momento atual. Não conheço o escritor, não sou partidária de ninguém. Sempre fui e servi ao Estado independente de quem estava no comando e mesmo assim fui punida e ainda estou punida. Entrei pela porta da frente e saí “sem identidade”.

    Tchilla Helena Candido, ex-servidora pública em atividade, ex-funcionária do IGP, aposentada, despojada de minha dignidade, espoliada da minha integridade pelo partido dos que trabalham.

  6. Está crise do rio grande é reflexo do país e estas pessoas não gostam de trabalhar recebendo em dia menos aida com parcelamento de salário,os alunos não tem professores e o cidadãos não tem segurança e quem paga este tipo de pessoas somos todos nos!

    1. Assim como pagamos o sr governador e seus secretários, os deputados e toda sua rede que deveriam ter fiscalizado o governo e não o fizeram ou os juízes e seus funcionários que deveriam deixar de interpretar as leis sempre a favor dos bandidos e contra a população mas saiba Jocely que estas pessoas só chegaram aonde estão porque houve professores que mesmo mal remunerados os formaram, porque houve policiais que deram a vida pela segurança deles, mesmo sendo odiados e porque houve e sempre haverá pessoas como você que votaram e irão apoiar seus desmandos nem que para isso seja necessário atirar pedras e denegrir a imagem dos homens e mulheres que os educaram e protegeram mesmo não sabendo em que tipo de ser se tornariam. Isso é Brasil.

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