Zimbros, a sombrinha vermelha

Zimbros, a sombrinha vermelha

Eu dei uma linda sombrinha em estilo japonês para a Elena. No primeiro passeio em Porto Alegre, todos os que passavam por nós sorriam. Algumas mulheres perguntavam onde ela tinha comprado aquela maravilha tão delicada. Hoje, tivemos a repetição do fato em Zimbros. Aconteceu um pequeno problema odontológico, então vestimos roupas de cidade e fomos resolvê-lo. Muitos, mas muitos sorrisos e uma pergunta de um homem: “Onde você comprou?”. Meu presente vermelho é um sucesso.

Sombrinha Elena

Vai-se Pierre Boulez, um talentoso filho da puta

Vai-se Pierre Boulez, um talentoso filho da puta

Por um lado, Celso Loureiro Chaves lamenta a morte de Boulez, chamado-o de incontornável e garantindo que, com sua morte, chegamos ao fim da vanguarda dos anos 50. Por outro, o violonista e regente Lavard Skou Larsen chama-o de chato, mafioso e destruidor de vários talentos franceses que não seguiram as regras arbitrárias criadas por ele para quem quisesse ascender na França da música erudita. Queria ser o dono do campinho e foi. Mais Lavard: ele o chama de raso e de tentar destruir Henri Duttilieux, o que é verdade. Alex Ross, em The Rest is Noise, com rara elegância, sugere que a personalidade de Boulez era difícil e que ele brigava com quem não escrevesse suas obras assim ou assado ou não agisse conforme o que ele desejava. Para o bom leitor, ele descrevia um mau caráter.

Concordo com Lavard e Ross em quase tudo. A música de Boulez é incrivelmente enfadonha e certamente não sobreviverá. Também odeio este tipo de comportamento tão comum na música — inclusive na gaúcha — de exigir comportamentos e posturas como moeda de troca para convites. (Quem não segue a regra, fica de fora das benesses de quem distribui a grana). Mas creio que Boulez foi um grande regente, principalmente de Mahler e Bartók. Para mim, vai-se, aos 90 anos um grande maestro e, igualmente, um grandessíssimo filho da puta.

Pierre Boulez (1925-2016)
Pierre Boulez (1925-2016)

Zimbros, as velhinhas

Zimbros, as velhinhas

Estamos, eu e Elena, aqui na praia de Zimbros em Bombinhas (SC). Fui buscar nosso almoço num restaurante próximo de nossa pousada e fiquei alguns minutos sentado numa mesa. Entraram quatro pessoas. A primeira era uma velha de uns 85 anos que vinha de bengala mas rápida, seguida por seu filho que devia estar pelos 60. Logo depois, junto com uma auxiliar de idosos, entrou uma senhora que devia ser quase centenária. A moça a segurava por trás, enquanto ela jogava para a frente um andador de idosos na esperança de chegar de novo até ele.

Por algum motivo, achei que havia certa animosidade entre as duas velhas, ambas de cabelos branquíssimos. Uma entrando na frente a toda velocidade, como se desse uma demonstração de força; a outra vindo lenta e inexoravelmente atrás.

O filho começou a negociar o pedido. A primeira queria comer uma anchova grelhada, mas já foi dizendo que a mana não poderia dividir o prato com ela porque anchovas tinham espinhas e ela poderia morrer com uma delas enfiada na garganta. A outra disse que queria anchova, é claro. O filho emitiu uma voz toda carinho:

— Tia, pode ser perigoso. Acho que a mãe pode ter razão.

A velhíssima foi sensível à delicada voz de tenor do sobrinho. Sorriu, fez uma cara de sacaninha e disse:

— Quero risoto de mariscos.

A velha rápida deu um salto:

— Você sempre odiou mariscos. A vida inteirinha. Quem AMA mariscos sou eu! Viu só, Amâncio, ela passa todo o santo dia, 24h, me provocando.

Amâncio olhou para mim. Desviei meu olhar para o livro que estava aberto à minha frente enquanto o ouvia dizer:

— Tia, é isso que a senhora realmente deseja comer?

— Sim, hoje eu quero mariscos.

— Amâncio! Ela só quer me deixar irritada — atalhou velha rápida.

— Ora, mas por que você pediu logo anchova? Você come a minha anchova e eu me refs… refes… refestelo com teus AMADOS mariscos. Hoje, eles estarão maravilhosos. Tenho certeza.

Rindo para mim, Amâncio chamou o garçom.

Zimbros

Roberto Bolaño: “Para que te serve a literatura?”

Roberto Bolaño: “Para que te serve a literatura?”

¿Para qué le ha servido a usted la literatura? Podría dar una respuesta aparentemente poética: “Para no morirme”. Pero es falso: yo seguiría vivo y probablemente con mejor salud si no hubiera optado por la literatura. A mí la literatura me ha servido básicamente para leer. En el momento en que decido que voy a ser escritor, me pongo a leer. Y gracias a la literatura he podido leer libros maravillosos, increíbles, como encontrar tesoros. Y en mi vida, que ha sido más bien nómade y de una pobreza extrema en ocasiones, leer ha contrapesado esa pobreza y ha sido mi soberanía y ha sido mi elegancia. Podía estar en cualquier situación y si leía a Horacio, por ejemplo, el dandy, el que estaba viviendo por encima de sus posibilidades era yo, siempre. La literatura me ha producido riqueza. Es riqueza.

Roberto Bolaño

roberto bolano

 

Porque Hoje é Sábado, Elisabetta Canalis

Porque Hoje é Sábado, Elisabetta Canalis

Muita gente ficou surpresa pelo fato de George Clooney ter se mudado para a Itália.

A explicação é simples.

Também tem gente que não entende que ele tenha comprado a …

… a ilha Loreto com castelo e tudo em pleno Lago Como.

Elisabetta_Canalis_04

A explicação é simples.

E curta.

Na verdade, os motivos podem ser resumidos em duas palavras: …

Elisabetta Canalis.

Eu acho que o aquecimento global irá deixar Loreto debaixo d`água em dois meses.

Inveja? Não, nem sei o que é isso.

Só que os tsunamis estão aí e às vezes viram iates.

O casal costuma fazer passeios de moto em torno do lago.

É comum as motos ficarem no ponto cego dos motoristas de carro.

Acabam abalroadas e isto pode ser fatal.

E os peixes do lago estão contaminados… É morte à primeira garfada.

Clooney desgraçado!

Elisabetta.Canalis