Bom dia, Renato (com os gols do esquenta Grêmio 1 x 0 São Paulo)

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Texto de Samuel Sganzerla

Sabe, ontem eu fui sequestrado pela NOSTALGIA. Pedalava pela orla do Guaíba em meio à belíssima e ensolarada tarde, quando lembrei que, lá em 2012, num domingo de novembro muito parecido com o dia de ontem (que inclusive tinha cara de domingo), enfrentamos o São Paulo, no (que deveria ter sido) nosso penúltimo jogo no Olímpico.

A comemoração do gol de Kannemann | gremio.net
A comemoração do gol de Kannemann | gremio.net

Não sei quanto a ti, Renato, mas minhas memórias com o futebol são fortes, impactantes, potentes. Quando penso na minha vida no Velho Casarão (minha segunda casa em Porto Alegre, desde que vim morar aqui em 2006), lembro da frase que dizia emocionado na época da despedida: “Nas arquibancadas do Olímpico eu pude sentir todas as sensações que já experimentei na vida” (ou QUASE todas, antes que maliciem).

Isso tudo fez passar um filme na minha cabeça: desde tudo que se passou com o Grêmio nesses cinco anos que separaram esses dois confrontos com o Tricolor Paulista até um pouco sobre a nossa cidade hoje. E quer saber, Renato? Todas essas coisas têm tudo a ver umas com as outras e com a decisão da semana que vem.

Porque é impossível não voltar no tempo e reviver todos os sentimentos que carregamos impreterivelmente a cada vez que seguimos o Grêmio, onde ele estiver. Nunca me foi fácil deixar o Olímpico. Lamentava que não sentia aquela “alma pulsante” ao sentar nas confortáveis cadeiras da Arena. Até o ano passado.

Quando tu chegaste em Porto Alegre, para tomar a dianteira de nossa casamata pela terceira vez, Renato, nem mesmo eu, que nunca escondi o quanto sou teu fã (o Homem Gol, o Santo Portaluppi), fiquei otimista. Eis que um baita time (demos os méritos devidos ao Roger) que se encontrava desmotivado encontrou um futebol estupendo na tua liderança.

E quando, depois de 15 anos de jejum, sofrimento, lamúrias e “quases” que viraram fracassos, voltamos a erguer uma taça e tivemos de volta a nossa alegria, aqui na nossa nova Casa, todos gremistas sentimos que ali agora é o nosso lugar. Os mais resistentes, como eu, se renderam: a Arena é nosso lar, Humaitá/Vila Farrapos é nossa vizinhança. Assim como o Olímpico e Azenha eram antes.

Aí eu pensei também, Renato, em como nesses mesmos cinco anos Porto Alegre decaiu. Não começou em 2012, claro, mas aquela cidade do qual tanto nos orgulhávamos e curtíamos anda descuidada e vilipendiada por seus próprios filhos. Fiquei pensando em como gostaria de voltar a sentir aquelas coisas positivas e otimistas sobre a Capital (e o mundo todo, na verdade) que sentia nos tempos de faculdade.

Eis que, parado em cima da bicicleta em frente ao Iberê, e observando aquela beleza toda, vi mais uma vez o porquê de, apesar dos tantos pesares, ainda dizer que a Capital dos Gaúchos é demais – e sentir a dor infinita das suas ruas por onde jamais passarei. Amor é amor, com todas as suas qualidades e defeitos, mesmo que seja por um lugar, Porto Alegre, o Olímpico ou a Arena. Que POA se reerga como se reergueu o Grêmio. Mas já divago demais aqui.

O fato é que tudo isso traz toda a história de uma vida relacionada ao Imortal, que fez com que o jogo de hoje fosse o gatilho de uma lembrança (que virou uma refestelada mexida pelas memórias). Afinal, neste exato momento, tudo se volta em nossas vidas gremistas para a decisão da próxima quarta-feira, contra o Lanús. Eu não sei os outros, Renato, mas eu só consigo pensar nisso.

Daí que, em meio a esse turbilhão de sentimentos, parei para assistir à partida com uns amigos em dois barezinhos da Cidade Baixa (cada tempo em um deles). E o jogo? O jogo foi um mero detalhe, tal qual o sortudo gol do Kannemann. Claro, não que eu estivesse tão BLASÉ a ponto de não xingar o juiz ou o Jael (que entrou mal, para variar).

Não fui à Arena não por falta de vontade ou de disponibilidade, Renato, mas olha… Se dependesse de mim, esse jogo de hoje nem tinha acontecido. Nem a próxima partida contra o Santos. A verdade é que, por mim, essa próxima SEMANA seria eliminada da EXISTÊNCIA, e hoje já seria o dia 22.

Pode ser qualquer jogo, em qualquer lugar, a qualquer horário, válido por qualquer campeonato, eu sigo acompanhando o Grêmio, Renato. Mas só me interessa a primeiro partida da final da Libertadores contra o Lanús. O único canto que ocupa minha cabeça incessantemente é aquele “Vamos Tricolor, queremos a Copa!”. QUEREMOS A COPA, RENATO!

FORA, FIM DE SEMANA! A vida que espere pela decisão, não o contrário!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/BkGbTTG9fao

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