Lu Vilella escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Lu Vilella escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Então, 25 anos da Bamboletras. O que posso dizer, além de agradecer?

À vida, ao universo, às minhas mestras que me iniciaram, desde as primeiras letras às teorias da literatura. Agradecer aos clientes que, desde o início, lá na rua da República, acreditaram na minha crença. Partilharam comigo o mesmo amor pelos livros. Muitos, hoje são amigos do coração. E seguem parceiros da Bamboletras.

Agradecer ao Milton, que assumiu tão amorosamente a paternidade da minha cria, quando precisei me afastar, quando um chamado mais forte se fez na minha vida. E vocês não imaginam como foi difícil. Como sofri. Como chorei, e ainda choro, de saudades da minha Bambô.

Mas, vida que segue! Sejamos fortes diante das provações, como essa pandemia. Fortes e solidários.
.
Então, além de agradecer, de longe, vou torcer. Pela Bamboletras, esse templo de amor ao livro, ao conhecimento, à arte, à amizade e à beleza. Esse templo de amor à Vida.
.
Torcer para que nós, brasileiros, possamos atravessar em segurança essa tormenta. De longe, segue meu abraço apertado ao Milton, Eliane, Cacá e Gustavo. E a cada um de vocês, meus mais que clientes, amigos pra toda vida. Feliz aniversário, Bamboletras! Te amo de amor eterno e sinto demais a tua ausência no meu cotidiano.

📝 Quer encomendar teu pedido?
📍 De segunda à sábado, das 10h às 18h.
🚴🏾 Pede tua TELE pelo (51) 9255.6885 ou 3221.8764!

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Marino Boeira fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Marino Boeira fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

📝 Quer encomendar teu pedido?
📍 De segunda à sábado, das 10h às 18h.
🚴🏾 Pede tua TELE pelo (51) 9255.6885 ou 3221.8764!

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Gustavo Melo Czekster escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Gustavo Melo Czekster escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Gustavo Melo Czekster é escritor. Autor de O Homem Despedaçado e de Não há amanhã. Este último livro, foi vencedor do Açorianos de melhor livros de contos e semifinalista do Jabuti.

Ainda lembro quando entrei pela primeira vez no Centro Comercial Nova Olaria. Parecia uma ilha inesperada de civilização e bom gosto em meio a uma cidade cujas manifestações culturais se espalhavam por todos os lados, ávidas, distribuindo os públicos entre atrações simultâneas, múltiplas. Por muito tempo acreditei que o local fora especialmente construído para mim: afinal, tinha três salas de cinema, tinha cafeterias charmosas, tinha locais para degustar comidas diferentes, tinha uma loja de CDs e LPs antigos, tinha obras de arte, tinha um chafariz e, no meio de tudo, como um coração impregnado de vigor, estava A Livraria. Bamboletras era o nome dela, mas, para mim, sempre foi A Livraria; assim como existe a Biblioteca de Babel, um local onde todos os livros existem à espera de seus leitores e autores, deve existir uma Livraria que concentre as curvas e as estantes de todas as livrarias do mundo, e a Bamboletras é a minha. Não foram poucas as vezes em que estive lá, em que marquei encontros no seu interior, em que levei pessoas recém-chegadas na cidade para conhecê-la, em que estive em lançamentos de livros e em bate-papos. Sempre fui regiamente recebido, tratado como um familiar da Livraria, e talvez seja mesmo, eu e todos os clientes que devem fazer o mesmo (às vezes percebo rostos estranhamente conhecidos no local, não devo ser o único que utiliza a Bamboletras como pretexto para encontrar pessoas e conversar sobre livros, somos uma legião). É possível que algum de vocês já tenha ido comigo: se não foi, em breve estaremos lá. Não foram poucas as ocasiões em que meus passos distraídos me conduziram normalmente até a Livraria: em uma delas, faltou energia elétrica no bairro e fui visitar a Bamboletras, esquecendo que não teria como olhar os livros, pois estaria no escuro. Mais do que ver ou comprar livros, o importante é estar imerso na aura do lugar. Não são poucas as histórias que nos juntam, eu e a Bamboletras. Os anos passaram, muitas lojas desapareceram, outras surgiram, e agora recebo a notícia de que a Bamboletras completa 25 anos, um quarto de século. Custei a acreditar. Parece que eu a conheço desde ontem, ou talvez ela esteja tão imersa em mim que até o tempo apagou seus vestígios. O coração ainda pulsa forte. A Livraria continua entre nós. E, desde que comecei a escrever, agora tenho o prazer de ser parte da Livraria que tanto admiro. Estou lá, cercado por amigos e amigas, acompanhado por histórias, ouvindo as conversas alheias, enxergando todos vocês. Se isso não é o mais próximo que posso chegar do Paraíso, morar na Bamboletras, não sei o que pode ser.

📝 Quer encomendar teu pedido?
📍 De segunda à sábado, das 10h às 18h.
🚴🏾 Pede tua TELE pelo (51) 9255.6885 ou 3221.8764!

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XXIII)

Atrás do balcão da Bamboletras (XXIII)

De manhã fui na farmácia — sim, na farmácia — a fim de comprar uns Eskibon para comemorar os 25 anos da Bamboletras — sim, comemoração de câmara, modestíssima, de pandemia.

Quando atravessei a Lima e Silva, um homem gritou:

— Parabéns pelo aniversário da livraria! É a melhor!

E agora, quando fui buscar uns livros, uma jovem do outro lado da rua pulava e me acenava:

— Mais 25 anos! Mais 25 anos!

É o que estamos tentando e vamos conseguir.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Tania Carvalho fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Tania Carvalho fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

📝 Quer encomendar teu pedido?
📍 De segunda à sábado, das 10h às 18h.
🚴🏾 Pede tua TELE pelo (51) 9255.6885 ou 3221.8764!

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XXII)

Atrás do balcão da Bamboletras (XXII)

O balcão da Bamboletras permanece agradável, culto e educado. Mas atualmente é um chat.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XXI)

Atrás do balcão da Bamboletras (XXI)

Ninguém está calmo, ninguém está prevendo um futuro brilhante. Eu só penso em sobreviver, eu e a Bamboletras. Estamos trabalhando em regime de tele entrega e correndo bastante. É uma novidade pra nós.

Pois hoje eu pensei que tivesse enlouquecido. Passei na frente do servidor e ele, sem ter ninguém a operá-lo, estava respondendo sozinho a um e-mail de uma editora. E respondia com lógica e educação. O cursor se mexia, fazia copiar/colar e escrevia com sintaxe perfeita sem ninguém sentado na frente do teclado e do monitor.

Estava pensando em sair correndo ou em telefonar pro Robson Pereira, pra Lucia Serrano Pereira, pro Julio Conte, pra Larissa Bacelete, pro Claudio Costa ou pra Vera Rodrigues pedindo uma hora, quando lembrei que uma de nossas funcionárias estava trabalhando em home office através do AnyDesk.

Qual é a graça de morrer de susto durante a pandemia?

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XX)

Ligo para uma distribuidora atrás de um livro.

— Ah, não posso ver se tenho porque estou sem sistema e o moço do conserto virá à tarde.

— Sim, mas tu poderias ver na estante, fisicamente, se vcs têm o livro? As estantes estão por ordem de editora, título ou autor, não?

— Ah, é. Tinha esquecido.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XIX)

Conheci a mãe de um cliente da Bamboletras. Ele está morando em Paris e ela regularmente lhe envia livros e outras coisas. Ela escolhia um verdadeiro farnel natalino e dizia:

— O Lauro diz pra eu comprar sempre aqui na Bamboletras. Me proibiu a Cultura e a Saraiva porque elas não pagam as editoras direito e a Amazon porque ela quer quebrar todo mundo, principalmente o comércio das pequenas livrarias com curadoria como a de vocês.

Ao ouvir essas palavras cheias de razão — palavras que salvam e libertam –, ergui minhas mãos ateias para os céus.

E completou dizendo que atravessa toda a cidade para vir aqui.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XVIII)

Atrás do balcão da Bamboletras (XVIII)

Eu estava vindo para a Livraria num Uber. Eu e o motorista, um negro, vínhamos falando mal do Inter e ofendendo severamente nossa diretoria. Eles merecem. Bah, merecem muito, mas isso não interessa.

No meio do papo, eu, por algum motivo, falei no livro “Liga da Canela Preta”, de José Antônio dos Santos para a Editora Diadorim. E contei um pouco da história da liga dos negros, enquanto o sujeito arregalava os olhos.

— MAS EU NÃO CONHECIA ISSO!!! Ah, não. Eu preciso ler este livro HOJE.
— Olha, tem na minha livraria e nós estamos indo pra lá.
— Então vou estacionar e comprar o livro. Depois volto pro trabalho.

Quando saímos do carro ele disse:

— Tu sabe que o negro não conhece a própria história, né?

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XVI)

Atrás do balcão da Bamboletras (XVI)

— Quer CPF na nota?
— Sim.
— Pode dizer.
— 007…
— Tu tem licença para matar?

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XV)

Atrás do balcão da Bamboletras (XV)

— Eu preciso de um romance bom, que prenda, que faça a gente grudar, entende?

— Olha, temos vários.

E lhe apresento alguns: O homem que amava os cachorros, A vegetariana, os Knausgård, os da Isabela Figueiredo, um monte de outros e ela tinha lido todos, pô. Para tudo o que eu oferecia ela respondia já li.

— Leste as Estações Havana do Padura, claro.

— Não, não li.

Ufa. Mostro pra ela os 4 volumes, mas ela nem olha direito, apenas pega o telefone.

— Oi, miga. Já leste as Estações do Padura? Sim? E tens?

Depois de ouvir a resposta, ela se volta pra mim e diz:

— Não quero. Minha amiga tem. Eu e ela trocamos livros para poder ler mais. Ela compra e me empresta, eu compro e faço o mesmo. E ela tem esses quatro. E só lemos coisa boa.

Então tento algo fora das trilhas habituais. Era o caminho, claro.

— Leste Lucky Jim?

— Não.

— É sensacional. Pergunta pra tua amiga se ela leu Lucky Jim. Liga aí.

Ela obedece.

E leva o livro de Amis.

Ufa!

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XIV)

Atrás do balcão da Bamboletras (XIV)

Ainda agora, agorinha, chega uma senhora de uns 75 anos, 1,50m, me encara e larga:

— Sábado que vem, o Sr. sabe o que estamos comemorando?
— Sim, o Dia da Criança.
— Coisa inventada, bobagem!

Volta e me encarar:
— E o que mais?
— Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil.
— Uma porcaria como as outras santas e santos. Coisa inventada!

Crava os olhos em mim novamente:
— E o que mais?
— É o dia em que Cristóvão Colombo chegou à América em 1492.
— Sim. E por que não comemoramos este fato que é cantado em prosa e verso desde o Canadá até o Chile e Argentina?
— Porque somos uns idiotas? — arrisco.
— Ainda bem que o Sr. sabe.

Olha indignada para os lados e bufa:
— Nossa Senhora de Aparecida….Pfff… Vou levar estes livros. Soma aí.

Foto de Liane Neves

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XIII) — A visita de Dostoiévski (II)

Atrás do balcão da Bamboletras (XIII) — A visita de Dostoiévski (II)

Mas tenho mais fatos a narrar sobre a visita de Dostoiévski à Livraria Bamboletras, durante o lançamento do Ingresia de Franciel Cruz.

Apresentei-lhe ao célebre escritor um livro de seu conterrâneo e contemporâneo Tolstói, Anna Kariênina. Ele olhou, risonho porém visivelmente contrafeito, e disse:

— Ah, um Tolstói qualquer.

Notei que ele tinha achado minha atitude ofensiva e tentei consertar a situação dizendo que, imagina, atropelada por um trem, muito melhor uma machadinha ou um bom parricídio — já pensou que maravilha se acontecesse em Brasília, Dostô? –, mas como ele não reagia, reclamei das considerações agrícolas de Liêvin, louvei o príncipe Míchkin e o niilista Kirílov e fui saindo de fininho antes que ele jogasse em mim aquele copo de cerveja.

(Com Bruno Pommer e Milton Ribeiro).
(Fotos: Rômulo Arbo).

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XII) — A visita de Dostoiévski (I)

Atrás do balcão da Bamboletras (XII) — A visita de Dostoiévski (I)

Na última sexta-feira, durante o evento de lançamento do Ingresia, de Franciel Cruz, recebemos Dostoiévski na Livraria Bamboletras.

De posse da bela tradução direto do russo do Crime e Castigo da todavia — feita pelo grande Rubens Figueiredo –, eu lhe explicava como eram as traduções antigas de seus livros. Elas nos chegavam todas de segunda mão, a partir de traduções francesas. Parece que não havia ninguém que conhecesse russo no Brasil. Enquanto isso, ele, um eslavófilo furioso, 100% anti-francês, me olhava com aquela cara de quem tá louco pra pegar uma machadinha.

(Com Bruno Pommer e Milton Ribeiro).
(Fotos: Rômulo Arbo).


Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (XI)

Atrás do balcão da Bamboletras (XI)

Veio um bolsomínion aqui e pediu Imbecil Coletivo, de Olavo de Carvalho. Fazer o quê? Trouxemos o livro e ligamos para o cara avisando da chegada. Ficou reservado, mas, sabem como é, escondemos preventivamente o elemento sob o balcão. Bem, passados os 7 dias regulamentares, ligamos pro cliente perguntando se ele viria buscar. Ele fez aquele nhé típico e conhecido de quem não está mais interessado. Olha, vou te contar…

Desta forma, colocamos o livro na prateleira para venda.

Um dia, entrou um fiel cliente da loja. Estava com uma enorme mochila nas costas e, ao se deparar com o volume olaviano, tomou tal susto que deu um salto para trás, derrubando duas pilhas de ótimos livros da Todavia.

Saí do balcão. Deixa comigo que eu arrumo. O cara me olhou arregalado, dizendo que tinha feito aquele movimento súbito ao ver um Olavo na Livraria Bamboletras. Pois é, o que fazer? Um cliente pediu e não veio buscar.

O mochileiro sugeriu que deixássemos o livro com a lombada para dentro, mas a emenda revelou-se péssima. Todo mundo que passava pela estante virava o livro e quase gritava de pavor.

Encalhou, gente, encalhou. Não sabemos o que fazer. Sugestões?

Olavo e um amigo

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Não tão longe assim do balcão da Bamboletras (X)

Não tão longe assim do balcão da Bamboletras (X)

Dois briosos funcionários da Bamboletras vão a uma distribuidora. Estão dentro de um carro do Uber. Um comenta com o outro:

— A cliente X me pediu o livro “Casamento Blindado”.
— Mas como? Ela é uma boa leitora!
— É. Mas uma amiga dela pediu.
— Imagina o que deve ser este livro. Largam uma bomba atômica e só sobram as baratas e o casamento.
— Sim. Diz na capa que é “à prova de divórcio”.

Os dois riem.

— E sabe? Esgotou na distribuidora Y. Vou perguntar nessa.
— Só falta ter virado raridade. Casamento blindado… O meu não era. Meu ex mandou um amigo buscar suas coisas na semana passada. Cagão.
— Ah, claro, tu é cética, não lê a bibliografia correta. Não blindou porcaria nenhuma.

Então o motorista do Uber se atravessa na conversa:

— Ouvi a conversa de vocês e… Vocês sabem que eu tenho um exemplar de “Casamento Blindado” no porta-luvas?
— Mesmo????
— Sim, só que tem o meu nome na primeira página. Pedro.
— Ah, pena, Pedro, então não podemos comprar. E está funcionando? Tá blindado?
— Olha, mais ou menos…

(E não é que tinha o livro na distribuidora onde eles estavam indo?)

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (IX)

Atrás do balcão da Bamboletras (IX)

Uma verdadeira história de Natal

Neste domingo, chegou um rapaz aqui no balcão, disse que administrava alguns bares e queria comprar livros para todos os funcionários. Mas ele não desejava um balde de livros qualquer e sim escolhê-los um a um, conforme a personalidade de cada presenteado. Funcionou assim: ele falava um pouco de cada um, nós indicávamos de acordo com o perfil e ele conferia para ver se realmente se encaixava. Algo apenas possível numa livraria onde quem atende conhece o que vende. Foram 16 livros para toda a equipe, do porteiro ao gerente.

Ah, se todos fossem iguais a ele! Talvez o país fosse um pouquinho diferente, né?

.oOo.

Querem ver o alto nível da coisa? Abaixo, os livros escolhidos:

— O tribunal da quinta-feira – Michel Laub
— Um útero é do tamanho de um punho – Angélica Freitas
— O papel de parede amarelo – Charlotte Perkins Gilman
— Um teto todo seu – Virginia Woolf
— O velho e o mar – Ernest Hemingway
— Outros jeitos de usar a boca – Rupi Kaur
— Novas contistas da literatura brasileira
— Fahrenheit 451 – Ray Bradbury
— Liga da canela preta – José Antônio dos Santos
— O fuzil da caça – Yasushi Inoue
— Na minha pele – Lázaro Ramos
— Flor de açafrão – Guacira Lopes Louro
— Belchior: apenas um rapaz latino-americano – Jotabê Medeiros
— Uma ovelha negra no poder – Andres Danza
— Sobrevivendo no inferno – Racionais MC’s
— A máquina de fazer espanhóis – Valter Hugo Mãe

(*) Quem comprou os livros foi o proprietário do Agulha e do Vasco 1020.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Atrás do balcão da Bamboletras (VIII)

Atrás do balcão da Bamboletras (VIII)

Chega um rapaz de barba, bem apessoado, diz que é leitor do blog de Milton Ribeiro e pergunta:

— Tenho uma amiga que estuda o luto. Preciso dar um presente pra ela. Vocês teriam um livro que fale a respeito?

Dei uma revisada na minha cabeça e lembrei.

— Temos “A Morte do Pai”, de Karl Ove Knausgård. A primeira metade do livro é sobre a adolescência do autor no interior da Noruega, já a segunda — umas 200 páginas — é sobre a morte do pai dele que está referida no título.

Os olhos dele, inteligentes como os de todo leitor de Milton Ribeiro, pedem mais informação.

— Esse pai tinha passado dois ou três anos bebendo pesado e, durante este período, jamais limpara nada na casa em que morava. Tudo estava emporcalhado, cheio de garrafas sujas, TUDO estava absolutamente inabitável, nem falemos do banheiro… Mas o autor e seu irmão encasquetaram de fazer o velório ali mesmo e começaram a limpar tudo. Eu disse tudo. Até entre os azulejos. Tudo. Só os dois. E as lembranças vêm. E o autor tem crises de choro. Enfim… É um trabalho de luto.

— Está bem, vou levar.

Ele, que já tinha escolhido mais uns 5 livros, faz a compra e sai da Livraria Bamboletras.

Passa 3 minutos e ele retorna.

— Quero um pra mim também. Gostei da história.

Agora só sobrou um exemplar, mas vamos pedir mais, imagina se não.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!