Atrás do balcão da Bamboletras (IX)

Uma verdadeira história de Natal

Neste domingo, chegou um rapaz aqui no balcão, disse que administrava alguns bares e queria comprar livros para todos os funcionários. Mas ele não desejava um balde de livros qualquer e sim escolhê-los um a um, conforme a personalidade de cada presenteado. Funcionou assim: ele falava um pouco de cada um, nós indicávamos de acordo com o perfil e ele conferia para ver se realmente se encaixava. Algo apenas possível numa livraria onde quem atende conhece o que vende. Foram 16 livros para toda a equipe, do porteiro ao gerente.

Ah, se todos fossem iguais a ele! Talvez o país fosse um pouquinho diferente, né?

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Querem ver o alto nível da coisa? Abaixo, os livros escolhidos:

— O tribunal da quinta-feira – Michel Laub
— Um útero é do tamanho de um punho – Angélica Freitas
— O papel de parede amarelo – Charlotte Perkins Gilman
— Um teto todo seu – Virginia Woolf
— O velho e o mar – Ernest Hemingway
— Outros jeitos de usar a boca – Rupi Kaur
— Novas contistas da literatura brasileira
— Fahrenheit 451 – Ray Bradbury
— Liga da canela preta – José Antônio dos Santos
— O fuzil da caça – Yasushi Inoue
— Na minha pele – Lázaro Ramos
— Flor de açafrão – Guacira Lopes Louro
— Belchior: apenas um rapaz latino-americano – Jotabê Medeiros
— Uma ovelha negra no poder – Andres Danza
— Sobrevivendo no inferno – Racionais MC’s
— A máquina de fazer espanhóis – Valter Hugo Mãe

(*) Quem comprou os livros foi o proprietário do Agulha e do Vasco 1020.

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