Ospa, Inge e um calor dos infernos

Foi um bonito concerto. A solista do Concerto para Violoncelo de Dvorák era Inge Volkmann. Inge foi por anos a primeira violoncelista da Ospa e aposentou-se há poucos meses. Ontem, era uma segura solista convidada. Como sempre, saiu-se muito bem. Espero que ela não pare de tocar apenas porque trabalhou tempo suficiente para poder ficar em casa, seria um absurdo. E Inge é jovem, não se parece em nada com os aposentados que conheço. Para completar a alta temperatura emocional, o regente era seu irmão Manfredo Schmiedt e, durante o Dvorák, dialogava com o flautista Klaus Volkmann, seu filho.

Por falar em alta temperatura… A Igreja da Reconciliação estava lotada e parecia o inferno na noite de ontem. O calor era insuportável e as pessoas ficam meio alucinadas. Sentamos no mezanino. Eu só via a orquestra se ficasse em pé, mas em qualquer posição que ficasse, suava feito como se tivesse voltado a jogar futebol. Nosso amigo Décio começou a brigar com os vizinhos. Ninguém tinha paciência e, de repente, um rádio ligou sozinho dentro da mochila de alguém. Entre o desconforto e a tentativa de concentrar-se no palco — afinal estamos lá para isso — , o dono da mochila não se deu conta. Então, outra pessoa avisou que “tem uma porra de um rádio ligado aí contigo”… O sujeito demorou dois minutos para encontrar e desligar a porra. Pediu desculpas. Bem na minha frente, um cidadão saltou no meio de outras pessoas a fim de ficar melhor posicionado. Um salto, entendem?, uma coisa de balé. Parou quando bateu ombro a ombro com alguém. Eu e minha mulher vimos a performance, que arrancou um oh do povo em volta. Céus!

E a temperatura subindo. No intervalo, fomos para a rua e perguntamos se a sauna era obrigatória ou se dava para ligar o ar condicionado da igreja. Resposta: se ligarmos o ar condicionado, cai a luz.

Com tudo assim resolvido, ouvimos o Te Deum de Bruckner lá de fora, onde estava instalado um telão mostrando o concerto em câmara estática. Lá fora estava muito bom, uns 17º e eu fiquei sentado com as pernas e braços abertos como se estivesse num varal. Mas não posso falar muito sobre a apresentação, que me pareceu boa, mesmo através do telão.

Espero que um dia a Ospa possa rir de 2013, um ano de extremas dificuldades, mas no qual a orquestra está sempre acompanhada de grande público. É um time que apanha, apanha e a torcida segue fiel e crescendo. E que nada nos desvie da Sala Sinfônica!  Todos estão irritados com a situação. Eu, que não tenho mais idade nem disposição para fofocas, apenas opino que desprezo a vacuidade dos posts daqueles que se deixam levar pela imaginação paranoica. Mas tergiverso: dizia que é um time que apanha, apanha e a torcida segue fiel e crescendo. E a gente trata de divulgar e ajudar de nosso modo. E de se alimentar depois:

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De volta ao forno

Imagem enviada por Sérgio Gonçalves.

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Minha loucura de volta

Antes, gostava de dias de chuva. Na verdade, a chuva nunca me incomodou muito e não costumo mudar de planos em função dela. Ademais, gosto do barulho dos pneus dos carros na chuva e do reflexo do céu e das luzes no asfalto. Meu gosto pelos dias plúmbeos diminuiu quando as crianças eram pequenas. Como ir aos parques ou passear com eles na chuva? Passei anos torcendo contra a chuva, acompanhando a previsão do tempo, o diabo.

Agora, tardiamente, depois que o Bernardo já chegou aos 20 anos e a Bárbara aos 16, meu gosto pelos dias chuvosos retorna. Ontem, estava bobamente eufórico. Acho que a promessa de frio que vem com a chuva também a faz simpática a mim. Por isso, gosto dos dias secos e frios do inverno e de chuva no verão. O dia de ontem, de calma chuva ininterrupta, estava ótimo. Agora já há uma nesga de sol. Espero que não esquente muito.

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Calor: Batista desmaia ao vivo

Agora, está 41,6 ºC aqui em Porto Alegre…

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Calor

Hoje, saí às 7 horas para correr. Já estava 29ºC. À tarde, chegaremos aos 37 ou 38°C. Com a umidade, os meteorologistas calculam uma sensação térmica de 42ºC. E não chove ou pouco chove. A chuva permanece em São Paulo e no restante do sudeste. Nossa situação é bem melhor. Ainda podemos ir e vir, a água não incomoda. Há a bicharada. Os mosquitos estão controlados de forma ecológica aqui em casa. Plantamos umas coisinhas que os afastam. Mas há uns besouros descomunais voando por aí. São burros, entram em casa e não conseguem ir embora. Não há como negar, parece uma vingança da natureza.

Enquanto isso, a figura mais importante dos telejornais é a mocinha do tempo. E ela ultimamente tem vindo com notícias ruins, o que deve aumentar a necessidade das pessoas de se informarem. Nossa paranoia a torna popular.

Minha mãe, aos 82 anos, vai aguentando. Meus filhos voltam da praia agora à tarde — estavam com a mãe deles — e eu resolvi mudar um ar condicionado de lugar durante o fim de semana. Queria deixá-lo numa altura mais inteligente para que tivesse maior rendimento. Não quis pagar ninguém para fazê-lo, mas acabei morrendo com um serralheiro. Por exatos 4 mm a coisa não entrava no lugar.

O Grêmio joga hoje às 17h. Como estamos no horário de verão, será na verdade 16h. É simplesmente impossível que tenhamos um bom jogo. Por que marcar um jogo em Porto Alegre neste horário e não, digamos, às 19h30? Nós, o Inter, jogamos às 22h.

A cidade de Forno Alegre:

Charge: Kayser

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