Árvores abatidas: tudo foi planejado como num crime

Enquanto as cabeças da população estavam afundadas nos travesseiros...
Enquanto as cabeças da população estavam afundadas nos travesseiros… | Foto: Ramiro Furquim / Sul21

Há dois pontos que demonstram a péssima condução que a prefeitura deu para os cortes das árvores nas proximidades do Gasômetro. O primeiro foi ocorreu em 6 de fevereiro, quando aconteceram os primeiros cortes de árvores e foram ouvidos os primeiros protestos. Estes surpreenderam tanto o prefeito Fortunati que ele soltou uma das suas mais mal ensaiadas e infelizes declarações: “As pessoas não utilizam as árvores no Gasômetro”. Outro ponto pode ser escolhido dentre as fotografias das árvores abatidas em plena noite — pois, de forma absolutamente sorrateira, escondida da população, o horário escolhido para os cortes foi as 3 da madrugada — , mas coloco-o em outra declaração, a do procurador-geral do Município, João Batista Linck Figueira (PSDB), que disse: ”A decisão pelo corte foi conjunta. Partiu da prefeitura, mas quem encaminhou o momento mais adequado e as questões de segurança é a Brigada Militar”.

Sim, meu caro, a decisão foi conjunta entre a Prefeitura e a Brigada. Ou seja, foi totalmente desconjunta. Desde o início, houve uma total desconsideração pelos movimentos sociais. Há 40 dias existia um acampamento protegendo as árvores e o prefeito jamais tentou um diálogo decente com eles. Foi lá e saiu dizendo chorosamente que “eles têm uma posição radical”. Isto é política? Com efeito, uns vão dizer que o acampamento era habitado por ecochatos radicais. Outros dirão que a prefeitura tinha planos que nunca conjeturou alterar. Logicamente, cada um dos lados ganhou força em função da existência do outro, mas não podemos esquecer que quem tomou o primeiro passo foi a prefeitura. Read More