Árvores abatidas: tudo foi planejado como num crime

Enquanto as cabeças da população estavam afundadas nos travesseiros...
Enquanto as cabeças da população estavam afundadas nos travesseiros… | Foto: Ramiro Furquim / Sul21

Há dois pontos que demonstram a péssima condução que a prefeitura deu para os cortes das árvores nas proximidades do Gasômetro. O primeiro foi ocorreu em 6 de fevereiro, quando aconteceram os primeiros cortes de árvores e foram ouvidos os primeiros protestos. Estes surpreenderam tanto o prefeito Fortunati que ele soltou uma das suas mais mal ensaiadas e infelizes declarações: “As pessoas não utilizam as árvores no Gasômetro”. Outro ponto pode ser escolhido dentre as fotografias das árvores abatidas em plena noite — pois, de forma absolutamente sorrateira, escondida da população, o horário escolhido para os cortes foi as 3 da madrugada — , mas coloco-o em outra declaração, a do procurador-geral do Município, João Batista Linck Figueira (PSDB), que disse: ”A decisão pelo corte foi conjunta. Partiu da prefeitura, mas quem encaminhou o momento mais adequado e as questões de segurança é a Brigada Militar”.

Sim, meu caro, a decisão foi conjunta entre a Prefeitura e a Brigada. Ou seja, foi totalmente desconjunta. Desde o início, houve uma total desconsideração pelos movimentos sociais. Há 40 dias existia um acampamento protegendo as árvores e o prefeito jamais tentou um diálogo decente com eles. Foi lá e saiu dizendo chorosamente que “eles têm uma posição radical”. Isto é política? Com efeito, uns vão dizer que o acampamento era habitado por ecochatos radicais. Outros dirão que a prefeitura tinha planos que nunca conjeturou alterar. Logicamente, cada um dos lados ganhou força em função da existência do outro, mas não podemos esquecer que quem tomou o primeiro passo foi a prefeitura.

Fortunati e sua administração estão ancorados nos 65% de votos alcançados nas eleições de outubro passado. Talvez pensem que tal fato lhes dê uma espécie precedência divina, a qual lhes permite administrar a cidade do modo como lhes aprouver. A derrota na questão do aumento das passagens parece ter sido absorvida da pior forma possível e, em vez de passar a privilegiar o diálogo, a prefeitura escolheu como parceira a força policial, usando a falsa prerrogativa da popularidade eleitoral.

A ação às 3 da madrugada diz tudo: a prefeitura quis pegar os manifestantes durante o sono; ela teve medo da reação popular que veria a ação acordada, à luz do dia; o horário impediu que os jornais impressos de hoje (não acredito que o fizessem, mas…) estampassem fotos e amanhã, se elas saírem, já será feriadão… Enfim, tudo leva a crer numa ação pusilânime, realizada na calada da noite. Tudo foi planejado como se fosse um crime. Tudo foi feito no horário preferencial dos ladrões, a madrugada. Tudo foi feito para que a população não visse a ação, como se esta, a ação, fosse anônima. Sugiro que Fortunati também passe a usar este horário para seus eventos e inaugurações.

Será que esta ação não entra na definição de baderna?
Será que esta ação não entra na definição de baderna? | Foto: Ramiro Furquim / Sul21

Ouvi o argumento de que as árvores não eram nativas, mas plantadas em outras gestões. Fiquei pensando na diferença entre umas e outras quando minha amiga Carol Bensimon veio com um contra-argumento mortal: “Essas mesmas árvores ‘exóticas’, as tipuanas, são as árvores protegidas em tantos túneis verdes da cidade, como o da Gonçalo de Carvalho (responsável, aliás, pelo título que essa rua ganhou de ‘mais bonita do mundo’)”.

Como escreveu Igor Natusch no Facebook, tombam abatidas as árvores mas não apenas isso — tomba abatido o diálogo, entrando em seu lugar a cisão com os movimentos sociais. Agora, sabemos que nossos administradores se escondem à noite, agindo como ladrões. E, podem acreditar, o precedente não será esquecido.

P.S. — E tudo foi feito pelo vice-prefeito, de forma a proteger Fortunati. Ou seja, o prefeito — que está em Nova Iorque — mandou fazer e ficou lá longe, observando, sem se “desgastar”.

E a coisa continua na manhã chuvosa de hoje...
E a coisa continua na manhã chuvosa de hoje… | Foto: Bernardo Ribeiro / Sul21
... com a via interrompida | Foto: Bernardo Ribeiro / Sul21
… com a via interrompida | Foto: Bernardo Ribeiro / Sul21

43 comments / Add your comment below

    1. “O corte de 1.787 árvores é necessário para que a construtora faça a descontaminação do terreno. A área está contaminada pelo lodo do Rio Pinheiros, que anteriormente era depositado ali”. Depois, faverá reflorestamente com uma quantidade maior de árvores e, embora os ambientalistas argumentem que o reflorestamente demora para recompor os efeitos da mata, ignorar a contaminação mais uma vez comprova no “nadismo ambiental”, segundo o qual NADA se pode fazer. Acho melhor você ler antes de usar matérias como argumento – mas seu dogmatismo antipetista não deixa, né?

      1. Sério que você acreditou nisso? Derrubar esse tanto de mata atlântica por o terreno estar contaminado e que, futuramente (deixe eu tomar um gole aqui do chá gelado pra conter o riso), plantar-se há muito mais! Eu só acredito na parte insofismável e avessa à dogmatismo petista da derrubada para a construção do empreendimento residencial.

        1. O que tu achas que está acontecendo na Zona Sul de Porto Alegre? Os passarinhos cantam por entre o verde exuberante? Esta administração municipal está autorizando a remoção de vegetais de grandes áreas em prol de empreendimentos habitacionais. Na Av. Plínio Brasil Milano em frente ao terreno da antiga metalúrgica Scavone sumiram seis árvores do passeio público de um dia para o outro. Vegetais cuja condição fitossanitária por si só não justificaria a remoção. E no entanto… Quem for até a Galeteria Sbardelotto poderá comprovar a ausência das árvores, bem como examinar o toco remanescente e constatar que as árvores tinham boa saúde.

  1. Nossa, cortaram meia dúzias de árvores que nem nativas eram, que horror!!!
    Aquele terreno ali é totalmente aterrado, ou seja, não há como as árvores serem nativas. Nem todo mundo tem tempo pra ir de bike pro trabalho e alguns moram longe demais. Falar em bicicletas como grande solução do transporte é uma proposta leviana.
    A ampliação das rodovias deve ser feita, juntamente com estímulos ao uso do transporte público (vias exclusivas p onibus estão sendo feitas na P.Cacique).
    Parem de fazer escândalo. Como se 10 árvores a menos fossem deixar a cidade cinza. As árvores da Gonçalo de Carvalho e a grande maioria das outras serão mantidas.
    Outra, sobre ter retirado os manifestantes: O QUE ESPERAM QUE FIZESSEM? O prefeito tem legitimidade pra isso. Ele não tá dando um golpe de estado, instaurando genocídio nazista ou algo do tipo. A prefeitura ponderou e achou que aquelas árvores precisavam ser sacrificas pro bem público.
    Obviamente, bem público é um conceito vago. Há quem ache que Poa deve virar São Paulo e há quem ache que o ideal seria morar numa caverna. Bueno, a democracia tá aí pra vcs convenceram as pessoas e tentar reverter isso na próxima eleição. O que é inadmissível e até antidemocrático é tentar barrar tudo quanto é decisão da prefeitura.
    Vocês lutam por liberdade e sei lá mais o que, mas não percebem que igualmente tentam impor esse estilo de vida aí, alternativo, hippie, pós-moderno, comunista, sei lá o que é.
    O link do amigo acima é bem lembrado também, afinal parece q o sul 21 só sabe criticar quem não é PT ou PSOL!!

        1. Sim, eles são absolutamente patéticos, comparação totalmente histérica.
          Choram as pitangas por árvores que nem nativas são e chamam de religioso imbecil quem defende um feto. Eu particularmente sou a favor da legalização do aborto, não do aborto em si, mas enfim, só quero mostrar quão incoerente é os escândalos de certa galera.
          Não sabem dialogar de forma decente, tem uma visão maniqueísta e apocalíptica do mundo, todo mundo que discorda deles é tachado como “burguês-egoísta-leitordaveja-e-malvado”. Qualquer ato (que não seja do PSOL ou do PT, óbvio) que eles não concordem, eles vão lá, muito democraticamente, e, com uma minoria de 60 “SALVADORES DO MUNDO” atrasam a decisão de um prefeito eleito no primeiro turno por dezenas de milhares de pessoas.
          Aí vão me dizer, então tenho que concordar com tudo pq o cara foi eleito? Não, mas protestem dentro das regras da democracia. Se o prefeito não deixassem vocês protestarem, aí é outra história, por isso não vale a comparação com protestos na ditadura. Vocês fazem as passeatas que vocês querem.
          Então façam passeatas, não quebrem coisas. Tentem impugnar ação contra a derrubada das árvores, mas se a justiça decidir que vocês erraram… Well, acatem! Mais,se vocês estão tão certos assim, convençam a população e mudem as próximas eleições!!

          1. Não projete em um movimento amplo, consciente e que estuda sobre cidades humanas o que meia dúzia de anarquistas fazem durante as passeatas cuja ampla maioria é de pessoas que querem defender a cidade, da sanha das construtoras e empreiteiras. Tentamos fazer as pessoas pensarem um pouquinho mais além do senso comum e poderem refletir sobre o que é uma cidade para as pessoas, no lugar de uma cidade para a indústria automobilística; uma cidade evoluída em que as pessoas só usam o carro para passeios e outras necessidades, mas que podem ir comodamente ao trabalho ou ao estudo ou ao que for em transporte público, poluindo menos, estressando-se menos, sendo mais leve e feliz.

    1. “esse estilo de vida aí, alternativo, hippie, pós-moderno, comunista, sei lá o que é”. Rapaz, a única parte pertinente do se comentário é o ‘sei lá o que é’. Realmente, você não sabe nada.

        1. Mas vilson, a tua argumentacao foi uma merda. Tu nao faz a minima ideia do que eh hippie ou comunismo ou pos-modernismo, se fizesse nao teria colocado essas correntes uma ao lado da outra. Tu nao deve ter lido nem meia duzia de livros ou artigos sobre cada.uma dessas coisas. Cala a boca, eh ridiculo usar palavras sem saber o significado delas. Fora isso, o problema tah longe de ser o corte das arvores ou o prejuizo ambiental por conta desse corte. De novo, cala a boca, deixa de ser ignorante. A pauta eh muito maior do que isso. O problema eh gastar 120 milhoes de reais num projeto burro, retrogrado e para resolver um problema inexistente. Tem ruas muitissimo mais engarrafadas do q aquela, e, mesmo assim, ha varios estudos de mobilidade urbana que provam q vias engarrafadas duplicadas voltam a ficar engarrafadas em media quatro anos depois. Tu acha certo gastar todo esse dinheiro publico numa medida paliativa p um oroblema fantasma apenas p trazer a formula indy p ca quando esse dinheiro podia ser investido em saude, educacao ou transporte coletibo, que e o que qualquer.profissional da area com qualificacao e formacao solidas diria ser a unica saida p problrmas de monilidade urbana? Ao contratrio do que tu, do alto da tua prepotencia, pensa, ninguem aqui eh burro. E sim, queremos vconvencer a populacao disso q acabo de, em vao, estou certa, tentei te mostrar, mas como fazer isso quando acampar leva maninas a serem chamadas de vadia e cadela por brigadianos por.motivo algum, a serem atiradas no cha, a serem cuspidas e meninos a levarem socos quando jah algemados? Tu acha isso certo? Que democracia eh essa? Enquanto isso a classe media dorme.tranquila enquanto de madrugada gente apanha e arvores sao cortadas p q daqui a alguns meses eles possam voltar p conforto de suas casass mais rapido depiis de sair da baiazinha do wscritorio onde obedecem todas as regras e trabalham das oito as seis, sendo cidadoes de bem. Q importa q p andar de carro isso tenha q acontecer, neh? O q importa eh o conforto , o progeesso apenas p eles. Pq nao podem andar de onibus? Levantem mais cedo e peguem tres onibus lotados atrasados e bem caros, cheguem atrasados q nem todo mundo e experienciem a merda de transport q temos, dai vao comecar a entender, por exemplo, o protesto das passagens. Tah na hora de ser menos merda, de pensar mais nos outros e menos no proprio umbigo, no proprio trajeto p casa depois do trabalho, tah na hora de ser menos cu.

    2. Este comentário é deprimente. Ele evidencia a verdadeira catástrofe ecológica que é a desinformação. Pessoas bem intencionadas, “do bem”, como se diz, se manifestam com uma visão assustadoramente curta e desinformada da realidade atual, da vida e da condição humana neste planeta. Elas não tem culpa disso: a responsabilidade é da mídia e do nossos sistema educacional. A questão ecológica é uma mudança de paradigma científico que pode ser comparada à mudança de mentalidade que se deu quanto os europeus deixaram de acreditar que a Terra era chata e o centro do Universo e o sol era um planeta que girava ao redor da Terra. A Idade Média terminou e começou a Idade Moderna quando Copérnico descobriu que era a Terra que girava ao redor do Sol, o centro do sistema solar. A ecologia é a descoberta de que o homem como espécie não é o centro da natureza e nem dela separado. Somos uma espécie viva que está submetida às leis que regem a vida de todos os seres vivos. A ignorância deste fato pode significar a diminuição da longevidade da nossa espécie e da duração da civilização no nosso planeta. Ora! A mentalidade dos dirigentes políticos e das pessoas que aceitam o sacrifício da arborização urbana de POA para a realização de um projeto viário retrógrado, ofensivo à nossa inteligência e sensibilidade e à inteligência, pode ser comparada com a das pessoas que acreditavam que a Terra é chata. Mas, aterrizando na nossa realidade, o caso é o seguinte: o bom senso dos ecologistas até APOIARIA O SACRIFÍCIO DE ÁRVORES VISANDO VIABILIZAR UM PROJETO VIÁRIO CONSTITUÍDO PELO QUE EXISTE DE MELHOR E DE MAIS MODERNO EM VISÃO ECOLÓGICA E DE URBANISMO EM TERMOS TÉCNICOS E POLÍTICOS. o QUE NÃO PODEMOS ACEITAR É O SACRIFÍCIO DESNECESSÁRIO DE UMA ARBORIZAÇÃO URBANA MAGNÍFICA EM PROL DE UM PROJETO VIÁRIO RETRÓGRADO, CHEIO DE ABERRAÇÕES ABSURDAS QUE A SMAM SE RECUSA A DISCUTIR. A estratégia que a Prefeitura está utilizando engambelar a coletividade focalizar a discussão nas compensações das árvores a serem cortadas de maneira a não discutir o projeto, . retrógrado e ilegal, autocraticamente idealizado por um órgão público que descumpre a legislação do licenciamento ambiental: que é desaprovado em termos técnicos e políticos pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil,pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN)., pela Associação de Geógrafos do Brasil (AGB) e outras entidades. A imposição deste projeto é uma VERGONHA para Porto Alegre ! Assim como é uma vergonha o Ministério Público ter condenado às árvores à morte em vez de assumir suas prerrogativas de obrigar o poder público municípal ao cumprimento da Lei. O contexto do corte daquelas maravilhosas árvores localizadas entre a Usina do Gasômetro e a Câmara de Vereadores, fica ainda mais podre se levarmos em conta que a Polícia Federal na Operação CONCUTARE, recentemente colocou na cadeia o presidente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (SMAM) sob a acusação de corrupção e, poucos dias depois, descobriu vendas de licenciamentos ambientais pelo órgão. Mas a fedentina aumenta ainda mais se considerarmos a Copa de 2014, a urgência das obras, e o financiamento que o povo brasileiro fará para as “supostas” maracutaias que estão acontecendo e acontecerão. Na realidade “ta tudo errado”…Os jovens que acamparam e defenderam as árvores da sanha arboricida da SMAM foram tratados como delinquentes, algemados e presos pela Brigada Militar. No entanto o verdadeiro delinquente é o serviço público, é a SMAM.
      Quem ignora tudo isso ainda deve acreditar em Papai Noel e achar que ecologista é ecochato. Saudações ecológicas. .

      1. parabens, dá um alívio ler isso em meio a tanta insanidade que contaminou a população, aquela que só se informa via as grandes mídias e a propaganda oficial.

    3. não são dez árvores, e a obra é desnecessária, ela só visa dar dinheiro para construtoras apoiadoras da campanha do Fortunati (informe-se qual é a empresa que está fazendo esta obra e quanto ela deu para a campanha). O trânsito poderia ser resolvido com a inversão temporária de pistas, inclusive reservando uma para o transporte público que fluiria só parando em sinaleiras e assim incentivando este modal. O que não dá é pensar que modalidade urbana se resolve pensando no automóvel particular. E, caso você ache insignificantes as quase cem árvores abatidas, tenho a dizer que elas eram o nosso pátio, nosso local de lazer,nosso ponto de convivência.

  2. Como opinião esse teu artigo é aceitável. Como jornalista, é ridículo. Vamos aos fatos:
    “pois, de forma absolutamente sorrateira, escondida da população, o horário escolhido para os cortes foi as 3 da madrugada”
    Se fizesse o trabalho de apenas perguntar porque o horário foi esse, descobriria que foi realizada neste horário para evitar o impacto a população trabalhadora que utiliza as vias próximas.

    “Sim, meu caro, a decisão foi conjunta entre a Prefeitura e a Brigada. Ou seja, foi totalmente desconjunta. Desde o início, houve uma total desconsideração pelos movimentos sociais. Há 40 dias existia um acampamento protegendo as árvores e o prefeito jamais tentou um diálogo decente com eles. (…) Foi lá e saiu dizendo chorosamente que “eles têm uma posição radical (…)”
    Houveram várias conversas com os manifestantes e várias propostas foram apresentadas: nenhuma aceita. Os únicos que estavam desconjuntos eram o manifestantes, pois Prefeitura desempenhou seu papel, a Justiça consentiu e a Brigada exerceu o seu papel. Quem é radical, aquele que atrasou o corte das árvores para negociar, ou os ocupadores que, mesmo com a determinação da Justiça não saíram do local e negaram todas as propostas?

    “o horário impediu que os jornais impressos de hoje (não acredito que o fizessem, mas…) estampassem fotos e amanhã, se elas saírem, já será feriadão”
    Aqui já mostra a pura loucura do jornalista em achar que tudo é uma armação, e não mero efeito da casualidade da liminar da Justiça expedida e da justificativa já supracitada de evitar transtornos a população.

    “Ouvi o argumento de que as árvores não eram nativas, mas plantadas em outras gestões.”
    Realmente queres defender o meio-ambiente? Então vamos aos fatos: as árvores serão removidas para evitar o tráfego na região. Tráfego gera poluição, que é ruim para o meio ambiente. As árvores serão removidas, mas um número muito maior será replantado na cidade. Ou seja, bom para o meio ambiente, aumentarão as árvores. Então de certa forma a proteção dessas árvores é ruim para o meio ambiente.

    “P.S. — E tudo foi feito pelo vice-prefeito, de forma a proteger Fortunati. Ou seja, o prefeito mandou fazer e ficou lá longe, observando.”
    Nenhuma menção ou relação aqui com o prefeito estar em missão oficial em outro país, e com a casualidade dos fatos da Justiça.

    Sinceramente, isso não é jornalismo sério, o autor desse artigo simplesmente limitou a ver aquilo que queria e ignorou a verdade. E maior parte de seu texto ele cita as fontes como amigos ou fontes do Facebook, que mostra a sua eficácia e perspicácia na busca pela verdade.

      1. A alegada tentativa de diálogo da prefeitura com os acampados sabem para o que foi? para pegar os nomes dos 3 jovens que compareceram para colocá-los como reus na ação de reintegração de posse. Mas tens razão, nem dá para ler tanta besteira vinda de uma boca só, que só pode ser a boca de algum CC, porque uma pessoa normal não haveria de ser tão idiota.

    1. “Realmente queres defender o meio-ambiente? Então vamos aos fatos: as árvores serão removidas para evitar o tráfego na região. Tráfego gera poluição, que é ruim para o meio ambiente. As árvores serão removidas, mas um número muito maior será replantado na cidade. Ou seja, bom para o meio ambiente, aumentarão as árvores. Então de certa forma a proteção dessas árvores é ruim para o meio ambiente.”

      Vamos aos fatos: não havia engarramento na Edvaldo em horário de pico. Tráfego gera poluição, mas tu acha que abrir espaço pra ter mais carro na rua não resultaria em justamente mais carros na rua?

      Aqui tem uns dados pra quebrar a tua ilusão. http://vadebici.wordpress.com/2013/02/16/por-que-a-construcao-de-mais-ruas-nao-alivia-os-congestionamentos/

      E lembre-se de que árvores demoram para crescer e se tornar fortemente ativas, devido a sua constituição madura. Vão ser plantadas uma cacetada de mudas que demoraram 40 anos para tornarem-se completamente efetivas, e estas serão colocadas em locais não tão próximos da Edvaldo.

      Trocará-se 115 árvores nativas cortadas em alguns dias por mudas que não a compensarão imediatamente, constituindo um buraco ecológico maior ainda do que já era antes. É uma ação ainda sobre a lógica imediatista que iniciou essa obra no primeiro lugar.

      Ruim para o meio ambiente não foi só essa obra, mas as outras que vão seguir, reforçadas pela possibilidade de fazer uma ação dessas.

      Depois de um tempo, vão começar a cortar mudas pra trocar por mais mudas.

  3. Piada o editoral da RBS:

    “A sociedade foi ouvida, as instituições foram consultadas, a Justiça se pronunciou e as manifestações contrárias foram respeitadas até o limite da sensatez: este foi o preâmbulo democrático para a execução do corte das árvores da Avenida Beira-Rio, que dificultavam a conclusão de uma obra essencial para a Copa do Mundo de 2014. Apesar do uso de força policial, não se pode dizer que houve autoritarismo. É assim que uma sociedade civilizada funciona. Porém, excluindo-se radicalismos e motivações políticas, é preciso reconhecer que os defensores da natureza lutam pelo patrimônio de todos. Até por isso, é imprescindível que o poder público municipal execute com igual presteza a compensação vegetal prometida à cidade”.

  4. Os criminosos atacaram no meio da noite. 3 comentários:
    1) aquelas avenidas enormes de SP as margens do Tietê com 6 vias -CONGESTIONAM- precisamos educação – menos incentivo para carros e mais para a produção.
    2) as licitações do meio ambiente estão sob investigação (Zacchia está solto não sei porque).
    3) A humanidade é desumana e estou muito triste.

  5. Sou motorista em Porto Alegre e utilizo o carro todos os dias há pelo menos dois anos pelo fato de que utilizar ônibus se tornou um inferno, mas como motorista digo que dirigir em porto alegre também tem sido um inferno, um inferno comparável ao da situação atual do transporte público da nossa cidade, o que está me fazendo migrar de volta ao uso do ônibus. O trânsito está saturado, são veículos demais e grande parte dos motoristas são mal educados, irresponsáveis, frustrados e absurdamente estúpidos, incapazes de respeitar regras de trânsito por mais básicas que sejam. A ampliação da Beira Rio não melhorará em nada o tráfego na capital, principalmente quando a tendência é a do aumento do número de veículos ocupando as ruas, servirá apenas para agradar dondocas que não admitem a hipótese de deixarem de utilizar os seus mimosos carrinhos para não se rebaixarem à condição do resto da população.

  6. Discordo das tuas manifestações. Em primeiro lugar, houve sim o debate, o qual, inclusive, fez com a questão fosse discutida no Tribunal de Justiça. Também gostaria que não houvesse o corte das árvores, mas, sendo esse necessário e, havendo a compensação com o plantio de outras árvores, parece-me desproporcional toda essa discussão. E, para terminar, acho que o horário escolhido foi razoável, visto que, caso a Prefeitura efetuasse o corte das árvores mais tarde, o transtorno causado à população seria bem maior.

    PS. Não esqueça que, uma vez existindo uma ordem judicial, ela deve ser cumprida. Não te parece que os manifestantes perdem razão ao não aceitarem cumprir as regras do jogo democrático?

    1. Gérson, houve um falso debate. Tu imaginas a seguinte situação. Um filho quer ir a uma festa. O pai o chama para dialogar e diz: eu te dou um pirulito e você me promete que não vai à festa. O filho responde; mas eu queria era ir a festa. E o pai sai contando então para todo mundo que com seu filho diálogo não adianta. Vamos conhecer a verdade. O falso diálogo serviu para que Busato, vestido de tenis e abrigo, sentado pateticamente no chão da usina, fazendo ameaças veladas do tipo “não queremos ser obrigados a usar a força”, pegasse o nome dos três jovens e os tornando reus da ação de reintegração de posse. O segundo ardil da prefeitura foi fazer ir ao acampamento o oficial de justiça com a tal ordem que dava aos acampados 48 horas para a desocupação. Depois a prefeitura retirou esta ação, isso não foi comunicado aos acampados e oito horas depois a brigada invadiu o acampamento com um aparato digno de invadir um presídio em eclosão. Estes foram os fatos, julguem como quiser, isto é, deixem-se enganar se quiserem. E, para que fique mais claro ainda, o governo Tarso foi tão sórdido quanto. Enviou CEEE e Brigada Militar para que a operaçaõ fosse um completo sucesso.

  7. AO SÉQUITO DOS CAPOTASTOS
    by Ramiro Conceição
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    O Brasil anda a me fazer mal… Nas últimas semanas, um paroxismo nativo exsudou por todas as bocas de lobo, por todos os esgotos dessa meridional republiqueta continental. Por acreditar na Democracia, respeito, embora discorde dos deputados do PSOL que, efetivamente, por questões programáticas se colocaram contra a aprovação da lei associada à modernização dos portos brasileiros. Mas, como já disse meu poeta “sempre existe um MAS que vira tudo”, então, sem qualquer dúvida, o brasiliense espetáculo tragicômico ocorrido na câmara, com o tal bando de párias oposicionistas ao governo Dilma a tentar, a qualquer custo, atrapalhar a aprovação da lei supracitada, convenhamos, foi digno do teatro do absurdo…
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    Aquele resto (aquela conhecida escória política…, por desprezar uma parcela do povo brasileiro que assistia pela TV Câmara, ou melhor, por desprezar a maioria do povo brasileiro, que não assistia, simplesmente porque estava na dura batalha do dia a dia) revezava-se, individualmente ao microfone: muitíssimas vezes, com um riso cínico entre as presas, simplesmente balbuciava uma ladainha macabra que durou quase três dias contínuos…
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    Muitíssimas vezes, enquanto um sórdido qualquer estrebuchava no púlpito, a quadrilha, de costas, a esconder-se da câmara televisiva que documentava, ria! Até aí, por confiar totalmente na impunidade, comportava-se tal qual o delinquente quando pego com a mão na botija diante dum potencial latrocínio. Tais imagens, que ficarão à futura história brasileira, são a prova cabal de que a Democracia é muito, mas muito mais do que legais eleições de representantes.
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    A Democracia efetiva é distribuição de renda, acesso irrestrito à saúde, à educação, à liberdade de expressão, e, depois de tudo isso, ao amor incondicional aos semelhantes que, essencialmente, são diferentes entre si em gênero, na sexualidade, na religião, no ateísmo, no trabalho, na arte, no conhecimento, no direito à vida associado às diferentes espécies desse Planeta que, queiram ou não, nos foi legado – protegê-lo!.
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    Quanto às mortes dos dois capotastos do PIG e às loas tecidas à exaustão por de seus respectivos lambe-sacos, gostaria de registrar comovido um sonoro: VÃO TOMAR NO CU!.
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  8. -Olha, começo a sentir saudades dos verdadeiros radicais.Não se faz mais radical como antigamente.Os radicais mudaram de lugar, viraram radicais modernos, agora eles trocam árvores por automóveis, pessoas por máquinas e aí volta a velha e surrada pergunta estamos indo para onde mesmo? Sinto saudades, era um radical á moda antiga e agora o que faço? chorar, virar um radical moderno ou me fingir de estátua?

  9. Interessante
    Quando Lulla asilou Batttisti de forma igualmente sorrateira, achaste que faze-lo na calada da noite era sinal e inteligência e exultaste (post anterior).
    O Marcos Nunes defende o corte de árvores 10 vezes maior para construir um condomínio de luxo e não uma via pública como ocorre aqui.
    Não estou suficientemente interado em nenhum dos assuntos trtados aqui, mas o que causa-me espécie é a “indignação seletiva” das pessoas. Por ai se vê o que é opinião e o que é pura propaganda

  10. Sr. Milton Ribeiro. Não dá para crer nestes argumentos. Não é área nativa, de preservação permanente, mas sim de área urbana. Então podemos reformá-la. Não tem impacto ambiental. è ridículo, religioso, dogmático, patético. O sr. que se diz ateu, fica preso a pequenos conceitos? Meia dúzia de cidadãos, passado mais de três anos de aprovação dos projetos de reforma urbana, agora vem protestar? E segundo esta lógica religiosa ecológica, não devemos cortar o pescoço de bovinos que nos alimentam, não devemos realizar o desfrute do rebanho, o desfrute da natureza. Nem os franguinhos e franguinhas deliciosos, mas foram degolados…hummm os parques de poa foram criados.

    1. Mas, seu Lupi, o pessoal queria justamente que fosse implementada a obra aprovada há três anos, que previa um rebaixamento e não corte das árvores. Não tem impacto ambienta por que não é área de preservação? Cabe tanta bobagem num comentariozinho?

  11. Corrigindo: Fortunati não teve 65% de apoio da população, foram 65% dos votos válidos. Na minha casa, por exemplo, anulamos. E tenho certeza de que se fosse Vila o eleito, seria tudo igual, pois a copa é “conquista” de Lula/Dilma, e a Brigada e a CEEE fizeram direitinho sua parte no crime da madrugada.

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