O Inter é vice-líder do Brasileiro; o Inter venceu seus últimos cinco jogos; nestes, não tomou nenhum gol; o Inter é demais! Só que a verdade é que o desempenho do futebol desenvolvido em campo está abaixo do aceitável… Não, não é corneta. É fato facilmente comprovável — estamos com uma sorte incrível, é só rever os jogos. Deste cinco, ganhamos bem do Grêmio e do Flamengo. Só. As vitórias contra o Bahia, o Santos e o Goiás foram casuais. O resultado mais normal para os jogos contra o estes times seria o empate. Neles, não criamos NENHUMA chance de gol. Nosso mérito foi o de ter imposto o mesmo a nosso adversário. Só que dois gols irrepetíveis, resultados de falhas incríveis do adversário, deram-nos as vitórias. Já contra o Santos, poderíamos podíamos ter empatado ou até perdido.
Não pense, Abel, que com isso desvalorizo tua sequência de vitórias. Ao contrário, penso que sejam fundamentais, pois dão tranquilidade e boas condições para que se melhore em campo. Se tivéssemos uma pontuação baixa, teríamos que resolver as questões de jogo sob mau tempo. Não é o caso. Todo o Brasil está acompanhando nossa perseguição ao Cruzeiro como se fôssemos um adversário real. E somos, mas só pelos insistentes resultados.
Abelito, veja bem, coração: o jogo de sábado demonstrou que Aránguiz fica meio perdido jogando na linha de três, com D`Alessandro e Alex. Eu também achava que ali seria o lugar dele, mas não é. Ele é bem melhor vindo de trás, mais livre, de surpresa. É claro que isso não significa a reentrada da enceradeira Jorge Henrique, nem de Alan Patrick, uma enceradeira sem energia elétrica. É a hora de testar Leandro, Valdívia e… onde está o Luque? O argentino que acabamos de contratar é tão ruim assim?
Outra coisa, por ora, nosso guichê não aceita críticas ao Fabrício. Ele pode ser isso ou aquilo, mas seus cruzamentos resultam em gols, vários gols. Ele é a única esperança para o Rafael Moura, centroavante totalmente inadequado aos meias que temos. Aliás, aí está outro problema. Moura serve para receber cruzamentos ou para fazer parede. Como não há nem um nem outro, é melhor pensar em outro para a função.
Elogios? Sim, vão todos para a marcação. Desde o trio de meias até a extraordinária dupla de zagueiros Ernando e Juan, todos marcam. E bem. Até Winck, célebre por não marcar, está fazendo direitinho seu papel. E poucos recebem cartões, o que comprova o bom posicionamento de todos. O problema é o ataque e os erros de passe. Lembra da Primeira de Lei de Andrade? A que diz assim: “Quem não tem a bola corre o dobro?”. Pois é.
Boa sorte aí, meu querido.