Bom dia, Diego Aguirre (com os gols da epopeia de ontem)

Bom dia, Diego Aguirre (com os gols da epopeia de ontem)

Que jogo, Aguirre! Cada vez que o Atlético-MG vinha, calafrios contrafeitos percorriam minhas costas do cóccix aos primeiros pelos do pescoço. E tu reagiste valentemente aos rasantes que os mineiros nos davam repetidamente e que abalavam as estruturas do bergamotão. Imagino que, em condições normais, ninguém é sufocado sem se debater desesperadamente. E tu te retorceste, jogando pernas e braços para todos os lados a fim de fazer o Atlético parar. Primeiro, colocaste Jorge Henrique para marcar Patric, que penetrava como uma faca quente na manteiga do lado esquerdo de nossa defesa. Não deu certo. Então tiraste o baixinho, colocando o volante Nico Freitas. Melhorou pouca coisa. Depois, inverteste os laterais. Passamos a respirar. E acabamos com a sangria trocando, imaginem, D`Alessandro por Réver.

Mais tinha os outros todos. Então, gostaria de elogiar um cara do qual ninguém fala. Ele é velho, discreto e faz tudo com tamanha naturalidade que até os pênaltis que comete não são marcados. Os juízes observam, duvidam do que veem e deixam pra lá. Ontem, ele fez um desses. Aos 36 anos, Juan deixa Alan Costa e Ernando não apenas mais bonitos, mas cheios de garbo e compostura. Ele engana também os atacantes. Lento, faz-se de rápido ao usar atalhos desconhecidos para chegar nas bolas. Contra o Atlético-MG cumpriu uma partida sem falhas, sendo uma ilha de segurança em meio à balbúrdia.

Valdívia faz Victor voltar correndo para o gol.
Valdívia faz Victor voltar correndo para o gol | SC Internacional / Alexandre Lops

Fui no jogo com o Diego Dutra, zelador do prédio onde moro. Somos uma dupla invicta. Quando saímos do T5, perguntei-lhe quanto seria o jogo. No Sul21, tinham dito que seria 2 x 1, 1 x 1 ou 2 x 0, sempre com o Inter classificado, mas o Diego disse que seria 3 x 1. Acertou. Só que, certamente, não previu do tamanho do sofrimento para um placar tão dilatado. É que nosso aproveitamento foi — tem sido sempre– muito alto. E não adianta dizer que o Atlético teve mais posse de bola e muitas chances. Tu, Aguirre, gostas de dar campo ao adversário. O que Levir e os jornalistas mineiros tiveram que entender é que faz parte do “jogar bem” converter as chances em gols. E isso nós fizemos de forma e beleza alucinantes. Até no gol de Lisandro López, o mais acanhado de todos, tivemos uma conclusão sensacional, com o argentino mandando Victor para um lado, chutando no outro. Ou seja, somos um time complicado como era aquele teu Peñarol, Aguirre, que nos matou no Beira-Rio em dois contra-ataques. Até hoje fico puto quando penso naquele jogo.

victorE D`Alessandro, que fez o seu sétimo gol em Victor? E não foi qualquer gol. Ele girou sobre Thiago Ribeiro e Douglas Costa mandando um chute em curva, no ângulo, uma coisa de grandiosidade e exatidão como só os grandes algozes conseguem. Foi um golpe só, definitivo, indolor, sem piedade. Ocorreu ao final do primeiro tempo, antes que o Galo voltasse a dar as cartas no início do segundo, período de maior terror para a arquibancada colorada, quando levamos um banho de bola sem acertar contra-ataque nenhum.

No T5 da volta, a sensação geral era a de que podemos ser campeões novamente. Talvez o cruzamento com o Santa Fe não nos obrigue a parir outro bebê de 25 Kg. O Marco Weissheimer, atento e caseiro torcedor colorado, me escreveu dizendo que o ataque do Santa Fe é bom, mas a defesa é fraquinha. E terminou citando o inesperado complemento de nossa felicidade de noite de ontem. “A cereja no pudim ontem foi mesmo a eliminação do Corinthians pelo Grêmio Bagé”. Verdade.

https://youtu.be/EprGf3loudA

Boa noite, Abel Braga (veja os melhores lances e a obra-prima de Paulão em Inter 1 x 0 Goiás)

Boa noite, Abel Braga (veja os melhores lances e a obra-prima de Paulão em Inter 1 x 0 Goiás)

Abel, parabéns pela vitória choradíssima. Teu time não foi nada brilhante, mas fez o que tinha que fazer jogando sem Aránguiz, Alex, Nilmar, Fabrício, Cláudio Winck, Juan, Wellington Martins e Sacha. São oito jogadores. O futebol apresentado hoje deu para o gasto, mas, se quisermos a vaga para a Libertadores, há que melhorar. Ah, e voltaremos à questão dos machucados.

Não sei por quê, eu e meu filho Bernardo chegamos ao Beira-Rio às 16h. Uma hora antes do jogo. Digo-te, Abel, que a atmosfera era do mais profundo ceticismo quanto a teu time. Não sei se cético ou não, tinha um fisioculturista sentado com sua filha na minha frente. Usava uma camiseta sem mangas a fim de impressionar quem se impressionasse. Na camiseta, estavam estampadas uma propagandas de suplementos alimentares. Fiquei pensando em como aquele cara faz para coçar a cabeça com tanto músculo sobrando. Mas enfim, cada um com seus dramas e obstinações.

Nosso primeiro tempo foi até bom. Perdemos gols. O goleiro do Goiás praticou uma defesa milagrosa e Ernando acertou o poste após driblar o mesmo Renan. No segundo tempo, começou aquele dramalhão. O time, meu caro Abel, novamente cansou. Enquanto isso, o Goiás só se defendia, sem a mínima pretensão de atacar. Até que, quando as coisas estavam dirigindo-se para um melancólico 0 x 0, eis que Paulão comete uma obra-prima, marcando um gol de bicicleta após um escanteio.

Paulão: saiu da reserva para marcar este golaço.
Paulão: saiu da reserva para marcar este golaço.

Ah, pois é. Paulão saiu da reserva para marcar um golaço. Acho que tens razão, Abel, Paulão é banco mesmo. Porém, o que apavora o torcedor é que o time está estropiado fisicamente mesmo tendo desistido da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil. E hoje, mantendo a tendência de morte física, tu fizeste duas substituições por lesões musculares. Ou seja, o que sobrava para o meu vizinho de arquibancada — se aquilo no Beira-Rio ainda pode ser chamado assim — faltava para os nossos jogadores. Que preparo físico de merda é esse, Abel? Alan Patrick e o excelente Alan Costa saíram de campo com problemas musculares a fim de darem lugar a Valdívia e Paulão. E Bertotto saiu por estar TONTO devido ao esforço. Repito: que preparo físico de merda é esse, Abel? Pois o preparador físico é teu contratado, da tua equipe.

Como acabaremos o Brasileiro? Com todos no Departamento Médico?

Espero que o time esteja um pouquinho mais inteiro no próximo sábado, 22. O adversário não será o Goiás, Abel, será o Atlético-MG no Beira-Rio. Será que eles virão com os reservas, preservando os titulares para a final da Copa do Brasil, dia 26, contra o Cruzeiro? Rezemos que sim.

P.S. — Devo dizer que Rafael Moura jogou bem, assim como Willians, D`Alessandro, Ernando e, ainda mais incrível, Jorge Henrique. Os laterais, ambos, tu deves mandá-los embora amanhã.

http://youtu.be/9Plcopj6pno

Bom dia, professor Abel Pardal

Bom dia, professor Abel Pardal
A frase da noite foi de Wianey | Imagem do celular de Andreas Müller
A frase da noite de ontem foi de Wianey | Imagem do celular de Andreas Müller

É duro admitir: a frase na noite foi de Wianey Carlet. Não gosto muito do comentarista de futebol Wianey, ele é o principal motivo de eu ter me mudado para a Rádio Guaíba, mas ontem ele resumiu numa pergunta a incompetência do Inter, a incompetência do teu time, Abel. Só podemos ganhar dos pequenos e dos absolutamente ruins. O motivo é simples: só somos melhores do que eles.

O jogo de ontem foi mais do mesmo. Aránguiz jogando fora de posição, sempre de costas para o gol adversário, Rafael Moura sem receber bolas decentes — além do fato de que o médio Wellington Paulista ser muito superior ao He-Man –, Jorge Henrique e Ygor novamente abaixo do aceitável e Wellington Silva… Mas o titular já não era o bom e jovem Cláudio Winck?

Aliás, cada vez que tu colocas um garoto no time, ele responde bem. Ontem foi a vez de Bertotto. O guri segurou a barra com sobras. Então, a tendência é a de manter na equipe os velhos de maus resultados como Jorge Henrique, Wellington Silva e Ygor, né? Acho curioso. Não, na verdade, acho muito chato, Abel.

Sobre o São Paulo: é um time que vai crescer, ainda mais recebendo o gênero de chances que deste a eles. Pato foi uma bela aposta do clube, ele está querendo voltar a mostrar seu futebol. Bem, então, vamos recuperar o Atlético-MG já no sábado, Abel? Eles estão mal, perderam para o Flamengo, merecem ter Jorge Henrique, Ygor, Rafael Moura e Wellington Silva contra si.

Aránguiz como atacante: a invenção fracassada de Abel
Aránguiz como atacante: Abel em versão professor Pardal

Bom dia, Abel Braga

Bom dia, Abel Braga
Foto: Leonardo Cantarelli FutNet
Pouco futebol, muitos pontos | Foto: Leonardo Cantarelli / FutNet

O Inter é vice-líder do Brasileiro; o Inter venceu seus últimos cinco jogos; nestes, não tomou nenhum gol; o Inter é demais! Só que a verdade é que o desempenho do futebol desenvolvido em campo está abaixo do aceitável… Não, não é corneta. É fato facilmente comprovável — estamos com uma sorte incrível, é só rever os jogos. Deste cinco, ganhamos bem do Grêmio e do Flamengo. Só. As vitórias contra o Bahia, o Santos e o Goiás foram casuais. O resultado mais normal para os jogos contra o estes times seria o empate. Neles, não criamos NENHUMA chance de gol. Nosso mérito foi o de ter imposto o mesmo a nosso adversário. Só que dois gols irrepetíveis, resultados de falhas incríveis do adversário, deram-nos as vitórias. Já contra o Santos, poderíamos podíamos ter empatado ou até perdido.

Não pense, Abel, que com isso desvalorizo tua sequência de vitórias. Ao contrário, penso que sejam fundamentais, pois dão tranquilidade e boas condições para que se melhore em campo. Se tivéssemos uma pontuação baixa, teríamos que resolver as questões de jogo sob mau tempo. Não é o caso. Todo o Brasil está acompanhando nossa perseguição ao Cruzeiro como se fôssemos um adversário real. E somos, mas só pelos insistentes resultados.

Abelito, veja bem, coração: o jogo de sábado demonstrou que Aránguiz fica meio perdido jogando na linha de três, com D`Alessandro e Alex. Eu também achava que ali seria o lugar dele, mas não é. Ele é bem melhor vindo de trás, mais livre, de surpresa. É claro que isso não significa a reentrada da enceradeira Jorge Henrique, nem de Alan Patrick, uma enceradeira sem energia elétrica. É a hora de testar Leandro, Valdívia e… onde está o Luque? O argentino que acabamos de contratar é tão ruim assim?

Outra coisa, por ora, nosso guichê não aceita críticas ao Fabrício. Ele pode ser isso ou aquilo, mas seus cruzamentos resultam em gols, vários gols. Ele é a única esperança para o Rafael Moura, centroavante totalmente inadequado aos meias que temos. Aliás, aí está outro problema. Moura serve para receber cruzamentos ou para fazer parede. Como não há nem um nem outro, é melhor pensar em outro para a função.

Elogios? Sim, vão todos para a marcação. Desde o trio de meias até a extraordinária dupla de zagueiros Ernando e Juan, todos marcam. E bem. Até Winck, célebre por não marcar, está fazendo direitinho seu papel. E poucos recebem cartões, o que comprova o bom posicionamento de todos. O problema é o ataque e os erros de passe. Lembra da Primeira de Lei de Andrade? A que diz assim: “Quem não tem a bola corre o dobro?”. Pois é.

Boa sorte aí, meu querido.

Bom dia, Abel Braga

Bom dia, Abel Braga

abel_bragaAbel, estava te olhando ontem. Tu estás gordo demais. Tua aparência é meio doentia, ainda mais quando o Gilberto erra passes — e como ele erra! Um cara gordo e nervoso é um perigo. Te cuida, tá? Fico preocupado.

Aqueles vinte minutos de apagão depois do Alex… Como explicar, né? De resto, foi um jogo fácil, mesmo com o nosso time meio lento e errático. O Alex voltou a ser o grande nome do time. Sempre gostei dele, só não gostei do que tu disseste sobre as dores em seu tornozelo. esquerdo. Ele não pode ficar de fora, ainda mais com a ida do Aránguiz para a seleção chilena agora. Este Gilberto de agora não nos fará falta, mas cadê o Winck? Vai passar dois meses no DM?

No mais, acho que tua opção por colocar o Jorge Henrique no lugar do Aránguiz é correta. Nenhum volante de nosso grupo pode emular o que faz o chileno. Mas o JH terá de correr muito, o que não tem sido sua característica. Ele anda meio encostado e indolente, não? Eu acho. Sobre a necessidade de vencer o Criciúma eu já falei no meu bilhete anterior, certo Abel? O campeão é aquele time implacável que ganha dos fracos, não o das grandes façanhas. Pense nisso.

http://youtu.be/zkfynWDNLhw

Bom dia, Abel (ou Sejamos pragmáticos)

Bom dia, Abel (ou Sejamos pragmáticos)
Abel Braga, o técnico do time-dramin.
Abel Braga, o técnico do time-dramin.

Oh! sejamos pornográficosOh! não, não, nada disso. Sejamos pragmáticos. Só para poder dizer que o Inter venceu o Remo por 6 x 1 sem jogar nada. Passei a noite sofrendo críticas por estar cabeceando durante o jogo. Me mandavam para a cama, só que o time empilhava gols… Como sair da frente da TV? Sim, minha cabeça caía de sono e levantava quase só para ver os gols. Agora, pude conferir nos jornais que não perdi nada. Abel Braga já começou a fazer das suas ao juntar Jorge Henrique e Alex na armação. Ambos são bons o suficiente para não serem massacrados e lentos o suficiente para causar sono. Acho que o efeito dramin foi sentido para dupla de volantes do Remo na segunda etapa.

O curioso é que todos sabem disso, todos os comentaristas de todas as rádios falam na lentidão da dupla, mas Abel tem seu código de conduta e este diz que os substitutos têm que aguardar pela aposentadoria ou pelo enforcamento público dos titulares.

Mas, pô, como sou chato, foi 6 x 1. Cala a boca , Milton! Melhor abster-se de criticar hoje. Melhor falar do golaço de Rafael Moura, que fez aquela coisa incompreensivelmente linda no último gol. Melhor falar do Aránguiz, que joga bem até quando não está inspirado. Mas torcedor de futebol é um sujeito sempre insatisfeito então mando o Luigi às favas mesmo com o 6 x 1.

Em tempo: aquele Paulão é muito ruim!