Bamboletras recomenda uma mineira e um monte de gaúcho(a)s

Bamboletras recomenda uma mineira e um monte de gaúcho(a)s

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Um livro da mineira Carla Madeira, autora do excelente Tudo é rio, outro que marca o retorno de Martha Medeiros à poesia e uma antologia tocada à base de talento e algum álcool, pensamos. Estas são as recomendações da Bamboletras nesta segunda newsletter de dezembro.

Boa semana com boas leituras!

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Véspera, de Carla Madeira (Record, 280 páginas, R$ 49,90)

Em Véspera, o leitor se depara com dois tempos narrativos. O tempo passado traz Custódia e seus dois filhos gêmeos, Caim e Abel, assim batizados pelo pai à revelia da genitora. Um salto temporal coloca Vedina, mulher de Abel, no papel de protagonista, logo de cara cometendo um ato que provavelmente só uma pessoa numa situação emocional limítrofe faria: ela abandona seu carro com o filho do casal dentro, deixado à própria sorte. O arrependimento se dá rapidamente, só que, quando ela volta, o garoto não está mais lá. A autora conta: “A questão central é: como uma pessoa pode chegar a tal extremo? Como essa mãe chegou a ponto de abandonar o filho?”. Para tentar responder, Carla optou por esse cruzamento temporal exatamente para mostrar a ‘véspera’ do acontecimento. “Vou lá atrás, na história dos gêmeos Caim e Abel. Falo do nascimento dos meninos, do motivo de terem recebido esses nomes, etc.”.

Horas Íntimas — Master Class Santa Sede para Vinícius de Moraes, antologia organizada por Rubem Penz (Santa Sede, 240 páginas, R$ 40,00)

Este é o oitavo livro nascido no ambiente da Master Class Santa Sede, um seleto grupo de cronistas de botequim que se reúne em Porto Alegre. Nele, há crônicas e poesias. Pedro Gonzaga diz: “Poucos mestres do gênero ensinarão tão fortemente a arte da conversa, a coloquialidade do português brasileiro e moderno, a leveza profunda de quem olha para a vida como um fenômeno passageiro e fatal, mas ao mesmo tempo permanente e esperançoso. Por essas e outras razões, parece-me difícil imaginar um autor mais versátil como fonte de inspiração para uma antologia de crônicas. (…) Mais uma vez Rubem Penz consegue produzir o espaço em que a celebração de clássicos e a energia da novidade se encontram”.

Noite em Claro Noite Adentro, de Martha Medeiros (L&PM, 144 páginas, 39,90)

A rebeldia, a ousadia, a inconformidade estão neste livro, mas temperadas pela maturidade, pelas frustrações, pelo cansaço de quem já viu muita coisa na vida e não se abala por pouco. A primeira incursão de Martha Medeiros na literatura foi com o livro de poesias Strip Tease, publicado em 1985. O livro ganhou a admiração de Millôr Fernandes e Caio Fernando Abreu. Seguiram-se vários best-sellers. Cartas extraviadas e outros poemas foi lançado em 2001 e desde então Martha não publicou mais versos, dedicando-se às crônicas e às narrativas em prosa. Agora, ela retorna à escrita poética, com as 51 composições deste volume. Além disso, este volume traz a novela Noite em claro, publicada em 2012 mas pouco conhecida do público. Um livro leve, delicioso, para matar a saudade da poeta e que fará o deleite dos fãs da autora.

Carla Madeira | Foto: Versatille

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Bamboletras recomenda o livro sobre o Bar Escaler, a Laerte e uns contos aí

Bamboletras recomenda o livro sobre o Bar Escaler, a Laerte e uns contos aí

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Porto Alegre domina as sugestões desta semana de clima estranho, que anuncia o Forno Alegre dos próximos meses. Vários dos contos de Milton Ribeiro se passam na cidade e o que dizer do livro sobre o Bar Escaler? De quebra, sugerimos a obra-prima da Laerte.

Abaixo, mais detalhes.

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Abra e Leia, de Milton Ribeiro (Zouk, 150 páginas, R$ 43,90)

Final de semana em Porto Alegre, uma mulher ouve um estranho chegar ao corredor do prédio quase vazio e pedir ajuda, um pedaço de pão que seja. Ainda com a porta fechada, os dois iniciam uma conversa cujas consequências não se pode prever. Trinta anos depois do final de um relacionamento, um homem encontra um bilhete que o coloca diante de uma perspectiva totalmente diferente. Um músico solista sente-se pressionado em meio à falsas gentilezas do maestro e chefe. Marquinhos joga por um time da segunda divisão gaúcha. Em meio a uma partida decisiva, ele precisa escolher se arrisca tudo o que tem de seu. Estas histórias estão entre os 22 contos deste Abra e Leia. Há ironia e intensidade. As referências à música erudita, ao cinema e à literatura cumprem funções que vão além do meramente figurativo. A solidão emerge por toda parte. Sobretudo, os personagens e as situações em que se envolvem são complexos. As surpresas, porém, não se dão por meio de reviravoltas bruscas ou finais surpreendentes. Diferente disso, em vários dos contos deste livro, sem que nos demos conta a princípio, a narrativa nos coloca frente a uma perspectiva inesperada. São histórias que nos tiram do conforto das certezas e abrem um campo de possibilidades. Entrever essas possibilidades, imaginar. Eis o que fica em nós por um tempo que se estende para além da leitura.

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Manual do Minotauro, de Laerte (Quadrinhos na Cia, 416 páginas, R$ 99,90)

Livraço! Nestas mais de 1500 tiras publicadas entre 2004 e 2015 e reunidas pela primeira vez em livro, temos o privilégio de seguir a evolução artística que confirma a alta qualidade da artista Laerte como das mais interessantes nos quadrinhos do mundo. Laerte já tinha mais de três décadas de cartunismo e era uma das profissionais mais festejadas do Brasil quando decidiu reinventar tudo. Por volta de 2004, sua série Piratas do Tietê abandonou os personagens recorrentes e os arremates cômicos para explorar uma mistura de filosofia, metafísica, poesia, poucas certezas e muitas dúvidas. Piratas virou o Manual do Minotauro e entramos, junto a Laerte, no labirinto do ser mitológico. O desenho é o mesmo, exato na economia. O jogo entre nanquim, cor, forma e quadros ainda é referência de design. O texto continua enxuto, preciso. As narrativas é claríssima, muitas vezes muito cômica. E, ao mesmo tempo, a humanidade vibra por baixo da aparente simplicidade. Deixem toda lógica e ordem cotidiana do lado de fora e preparem-se para uma das grandes aventuras do quadrinho contemporâneo.

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Escaler — Quando o Bom Fim era Nosso Senhor, de Paulo César Teixeira (Ballejo, 196 páginas, R$ 71,00)

Poucos lugares simbolizaram tão bem a efervescência dos anos 1980 em Porto Alegre quanto o bairro Bom Fim, principal reduto boêmio e cultural da capital gaúcha nas últimas décadas do século XX. E, no Bom Fim, havia um ponto de convergência – o Escaler, bar fundado em 1982 por um marujo às margens do Parque da Redenção, em meio a jacarandás e sob o brilho da lua. Inscrito na memória afetiva de duas ou três gerações como espaço privilegiado de diversão e arte, o Escaler acumulou milhares de histórias na lembrança e na imaginação dos que por lá aportaram. Já estava na hora de contá-las e revivê-las. É o que faz neste livro o dono do bar, Antônio Carlos Ramos Calheiros, o Toninho do Escaler – antes de tudo, um agitador cultural, que soube direcionar energias plurais sem retirar-lhes a fluidez e a espontaneidade –, em depoimento ao jornalista Paulo César Teixeira, autor de Esquina maldita, Nega Lu – Uma dama de barba malfeita e Rua da Margem – Histórias de Porto Alegre.

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