Nenhuma surpresa

Sim, nenhuma surpresa. O Inter costuma se atrapalhar contra times inexpressivos. E aconteceu novamente. O Coritiba rola há anos pela primeira divisão tentando desesperadamente não entrar pelo ralo que leva à segundona. Seu lugar é aquele limbo que fica entre a Sul-americana e a queda. Qualquer ano cai de novo. Em 2009, faz 100 anos; então montou um time para não cair, igualzinho como fez quando completou 99 anos, 98 anos, 97 anos e assim por diante.

A novidade é que Renê Simões fez uso da intimidação. Tanto que o zagueiro Felipe mandou Nilmar para o hospital com uma voadora no quadril. (Talvez nos beneficie… Nosso atacante pode ser cortado da seleção, o que seria muito bom.) Renê deve ter dito a seus atletas: “Finjam ser neonazistas, depois imaginem que eles são gueis”. E vá pontapés para todo lado. O fato é que os 3 x 1 deixam o Coxa vivo. O jogo no Couto Pereira será ditado por eles. Prevejo aquele típico paroxismo de mediocridade para o qual o Inter gosta de perder.

Um perigo real. Falo sério.

E viva o grande futebol do Barcelona!

P.S.- Durante o dia, devo dar, aqui e lá, alguns pitacos sobre o conto Aqueles Dois, de Caio Fernando Abreu. Ele será focalizado pelo Clube de Leituras do Idelber.

15 comments / Add your comment below

  1. Vi o jogo do Vasco ontem, nada sei do desempenho do Inter mas, ao contrário do torcedor, tenho absoluta certeza (ou seja, fé) de que o Coritiba já foi.

    Não sou fã de Caio Fernando Abreu, mas Aqueles Dois, se não me engano, virou filme uns 20 anos atrás, quando o vi e gostei. Não sei se gostaria hoje.

  2. Milton, quero te pedir um gde favor.
    Daria para vc mexer seus pauzinhos(ou mesmo a napa ) nas internas aí , para que o Fernandão volte para o extremo sul e não venha parar no Tricosampa?
    De mongosjoãosgrandões nosso(meu) ataque já tem fila. De quebra levem o uóxinton de presente
    agradecido

    1. O Fernandão é o mais estranho dos jogadores. Passa todo o campeonato em latência. Mas, na hora da decisão… Meu amigo, aí é tudo com ele.

  3. Porra Milton, eu não sou como tu. Admiro quando um time joga certo, bem e bonito como o Inter. Agora, parece que partida que vistes não foi a mesma que eu vi. Todos aqui em Curitiba sabiam de antemão que não seria um jogo fácil, para o Coxa. E isto demonstrava o respeito que temos pelo adversário, coisa que parece não é muito própria de gaúchos, ultimamente se achando os melhores do mundo.

    Os Colorados, diziam, inclusive tu, que “seria uma baba”. Escreveste isto aqui. E na realidade não foi. No primeiro tempo não conseguiram articular nenhuma jogada mais aguda, a não ser o gol de empate. E no segundo, depois da “pane de 5 minutos” dos coxas, cansaram.

    Quanto às porradas que tu “choras”, também te li escrever um dia que “futebol é coisa pra macho”.

    Ué? Costumas te contradizer assim sempre, ou é só um “lápso da tua memória”, que aliás, eu considero até boa?

    Desculpe amigão, mas não resisti. Abraço alviverde. A gente se encontra quarta-feira. Aqui teremos 35 mil medíocres torcendo pelo Coritiba! Espero que “viremos a cuia”.

    1. Ery, vamos por partes.

      Em futebol, eu não sou gaúcho. Em futebol, não há RS. Sou colorado sempre. Se o Inter está nas semis da C. do Br., ótimo, se o Grêmio está nas quartas da Libertadores é horrível. Quanto ao respeito: eu respeito os torcedores do Coritiba e do Caracas, nunca seus times. São adversários médios (como o Inter foi por anos e anos, lembras?). Não estão proibidos de ganhar, nem de jogar bem, só que costumam ser figurantes. Os players, os que entram para ganhar, são outros. Quem pode tirar o Grêmio da Libertadores é um player, o Cruzeiro, ou mais improvavelmente o São Paulo ou o Estudiantes.

      O Coritiba iniciou o jogo melhor do que o Inter e, quando houve a reação, procurou intimidar a gurizada. Conseguiu. Sabemos do histórico que Nilmar tem com lesões e que Taison é uma criança que pode revidar a qualquer momento. É possível marcá-los, mas é mais simples intimidá-los. Creio que o Coxa jogou mais e que o placar — considerando-se a posse de bola e o volume de jogo — tenha sido injusto, mas também bateu e bateu, com a complacência da múmia paulista. Escrevi que o Inter se atrapalhou, jogou menos. E acho que podemos perder e ficar fora em Curitiba. Sempre perdemos para um time mais ou menos. Não sabes disso? Basta ver que a gente ganhou do São Paulo e do Cruzeiro no Brasilieiro e perdeu para o Ipatinga e para a Portuguesa. É dose.

      Nossa única derrota este ano? Para o União Rondonópolis, ora.

      Não lembro de ter escrito que “futebol é coisa para macho”. Até acho que não é, haja visto o Richarlyson e os 30% de torcedoras no Beira-rio. Mas posso ter escrito, claro. Acredito que o futebol é um esporte duríssimo em que a falta faz parte do jogo e esta deve ser utilizada como Guiñazu e tantos outros a utilizam. Má intenção — e acuso Felipe e Carlinhos Paraíba de má intenção — é outra coisa. Não deve fazer parte. Caberia ao juiz resolver a questão, mas ele não o fez e o Coritiba usou e abusou. Fiquei puto. Talvez tenha exagerado ontem de madrugada, mas a essência é real, acho.

      Grande abraço. (Acho que o Coxa passa, repito).

      1. Milton, fico gratificado que tenhas respondido desta forma, pois após postar fiquei na dúvida se entenderias meu comentário apenas com o tom da provocação que quis que ele contivesse.

        Concordo muito contigo, apesar de entender que o Paraíba só bateu depois que levou. Talvez a forma como ele joga dê margem ao tipo de interpretação que tiveste. O Felipe é aquilo mesmo, não tem futebol para estar em nenhum time de primeira divisão.

        O que discordo de ti é que não se deve entender o futebol no Brasil de forma regionalizada. Aliás é isto que deixa times daqui, como de Salvador, de Goiânia e do Recife, só pra dar 4 exemplos, como produtos de segunda categoria. Esta imposição do eixo Rio-Sampa é nocividade histórica. Minas tem lá dois bons times e ótimo futebol, concordemos, pelo menos hoje através do Cruzeiro. E o Rio Grande, quer queiras ou não, sustentado pelas conquistas tanto do Grêmio quanto do teu Colorado.

        O que sobra? Os péssimos dirigentes de Federações, que não conseguem nenhuma representatividade e a pobreza dos clubes que vivem nadando em dívidas porque tem que formar um time a cada campeonato, porque os respectivos centros estão fora deste quadrado Rio-Sampa-BH-POA.

        Não fico chateado quando dizes que o futebol daqui é medíocre. Fico é feliz com este discernimento maravilhoso que tens sobre respeito aos torcedores. Afinal nós não temos qualquer culpa da corrupção, dos desmandos e da falta de investimentos que fazem dos clubes fora do “quadrado” eternamente coadjuvantes.

        No fundo a graça do esporte é esta. A paixão, a qualquer custo, em qualquer situação, apesar de tudo.

        E acredite: se o Coxa passar, como dizes, será pelo cansaço que teu time já anda mostrando. Eu não acredito que tenhamos toda força pra isto, mas se “virarmos a cuia” não ficarei triste, óbvio. Que vença quem tiver mais merecimento nos “180 minutos”.

        Outro dia dediquei um post a ti, à MEG e a uma velha mestra de música. Acho que nem viste. Era sobre Villa Lobos.

        Forte abraço, tchê.

        1. Vou atuar de mediador nessa 😉

          Ery, acho que o Milton não está defendendo nenhuma regionalização, o que o Milton sempre defende é o Colorado, só ele. Vide (infelizmente para a torcida do Coxa) o sucesso do Atlético Paranaense alguns anos atrás, onde foi Campeão Brasileiro e vice da Libertadores. Mas é inegável que atualmente o futebol paranaense passa por uma fase de vacas magras, o que o Coritiba talvez mostre o contrário se passar pelo Inter, o que eu como colorado espero que não aconteça 😉

          Quanto a suposta “violência” do Coxa no jogo contra o Inter, confesso que não pude ver o jogo, já estou de saco cheio dessa estória. Eu acho que o futebol deve sim ser jogado com virilidade. Meus ídolos no Inter são Guiñazú e Sorondo. Me irrita essa choradeira do Inter em relação a suposta violência do jogo. Se o Coritiba bateu, o time do Inter deveria ter batido de volta. Simples assim. Sem choro. E se houve violência o único culpado é o pateta do juiz (aliás, os árbitros brasileiros andam MUITO ruins), nunca o time adversário.

          Fiquei em cima do muro.

          []s
          Dario

        2. Fico feliz que tenhas entrado nessa, Dario, se bem eu e o Ery brigando é tão provável quanto uma luta entre a Madre Teresa de Calcutá e São Francisco de Assis — o Ery é Madre Teresa, claro!

          Pois é, é uma posição interessante a tua. Eu queria que alguém desse uma entrada por cima da bola naquele Felipe, algo bem assassino. Sabes como ficamos chocados quando caras perseguidos por lesões como Nilmar e Ronaldinho Fenô são agredidos.

          Então porque ninguém teve coragem de fazer?

          Lembram do Anselmo??? Aquele cara do Flamengo que o Carpeggiani botou em campo só para quebrar a cara do Mario Soto? O Leandrão podia fazer o serviço!

          Abraços.

  4. Dario, eu entendi que o Milton não quis defender regionalização. Claro, eu acho que este tipo de coisa é um retrocesso. Milton mesmo já defendeu aqui o fim dos campeonatos regionais, com o que concordo sem qualquer restrição. São também estes “campeonatinhos de merda” os responsáveis por criar os arremedos de dirigentes que temos no Brasil.

    Milton uma vez disse algo que não me lembro por inteiro, mas era qualquer coisa relacionada com “restos da ditadura” para definir os Campeonatos Regionais. E ele estava/está certo.

    Só lembrei disto porque aqui no Paraná existe um bairrismo chulo, mais da parte da imprensa. Aliás, diga-se, uma das piores crônicas esportivas do “mundo”. Dá até vergonha. Salva-se um, exatamente um, no máximo. Esta imprensa instigou por muito tempo a violência interna e externa. Dia de Atle-Tiba o saldo era triste, independente do resultado do jogo. O vandalismo corria solto, inclusive violência contra as pessoas.

    Eu tenho nojo do Atlético porque uma vez vi parte da sua organizada surrando uma mulher grávida na rua, na fila do transporte coletivo. Lembro que era uma decisão de campeonato regional, quando a crônica fez tudo errado (como sempre) pra promover o jogo.
    Foi por tais motivos que falei na regionalização e porque ele puxou o tema. Não tivéssemos esse azedume, os jogos de nossos times, em qualquer competição nacional seriam verdadeiras festas.

    O que isto tem a ver com as porradas do Inter 3 x Coxa 1? Muita coisa. Os atletas daqui são treinados a serem inferiores, sempre. Pela pobreza do futebol, pela falta de representatividade dos clubes e pela assimilação da ferramenta que substitui a técnica: a força. Muitas vezes exagerada. E tanto a torcida leva violência pra dentro do jogo, quanto atletas exportam as lambanças para as arquibancaadas e depois para as ruas.

    Espero ter esclarecido melhor.

    Milton, quanto ao teu comentário, já falei alguns palavrões aí pra tu não ficares nessa de me achar Madre Tereza, OK? (rsrsrs)

    Brigaremos jamais, meu caro, não por futebol. Até já incentivei o Inter numa final de Mundial de Clubes. Fiz até post. Acho que fiz demais, lógico, mas este comportamento é um pouco da minha forma de ver as coisas.

    Mas a “cuia vai virar”, pode escrever!
    Abraços aos dois.

    ET. Citei este nosso bate-bola em meu post de hoje. Agora enriquecido pelo pitaco do Dario.

  5. Caros, obrigado pelos comentários.

    Milton, que se resolvam os problemas de violência dentro de campo entre os gladiadores, digo, jogadores. Por isso eu gosto do Bolívar e sonhava em ver o Passarella vestir a camisa do Internacional. “Zagueiro que se preza não ganha Belfort Duarte”, lembra desta frase ?

    Eu lembro do lance do Anselmo, sabes que eu tentei achar um vídeo do lance no Youtube e não consegui ? Eu queria muito ver aquele lance de novo. Esses dias assisti no SportTV um especial do Flamengo sobre aquele timaço dos anos 80 e os jogadores comentaram o lance, mas todos eles falavam como se tivesse sido alguma coisa vergonhosa, não gostei do tom. Eu achei muito engraçado e achei uma vingança perfeita e inteligente do Carpegiani (era o treinador do Fla, eu acho).

    Quanto ao Leandrão, coitado, nem prá isso ele serve.

    Saudações esportivas, mas especialmente coloradas.
    []s
    Dario

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