Bem, meus sete leitores me conhecem. Não posso oferecer-lhes a habitual lista de dez filmes porque não vi dez filmes realmente bons. E olha que vi uns oitenta.
A listinha ficou assim:
— A Separação, de Asghar Farhadi — Drive, de Nicolas Winding Refn — As praias de Agnès, de Agnès Varda — Deus da Carnificina, de Roman Polanski — Fausto, de Alexander Sokurov
Importante: como Porto Alegre é cada vez mais periférica, não viu filmes como Holy Motors, de Leos Carax, nem O Cavalo de Turim, de Béla Tarr. Periferia é foda, vou te contar…
Não sei se o Inter está por demais empobrecido do ponto de vista financeiro — já estava do ponto de vista diretivo — ou Dunga e a nova comissão técnica querem antes uma resposta para a eterna interrogação do clube — há elenco ou não? Ou, de forma mais explicita: pode um time com D`Alessandro, Damião, Guiñazú, Dagoberto, Forlán, Juan, Dátolo, Índio, Muriel, Kléber, etc. ser ruim? Ou ruins eram as comissões técnicas anteriores? Esta dúvida também é minha, pois tivemos uma incrível sequência de técnicos aprendizes (Falcão, Fernandão) ou preguiçosos (Dorival). Para piorar, eles trataram de fazerem-se acompanhar de outros incompetentes. A convicção no amadorismo foi tão grande que eles conseguiram “expulsar para o Corinthians” um dos melhores preparadores físicos do país, Fábio Mahseredjian.
A hipótese de que Dunga deseje ver antes o que realmente tem em casa me sabe muito bem. É uma estratégia de cunho europeu, algo de longo prazo, pois, convenhamos, até hoje não se sabe quem são e o que podem fazer Dagoberto, Forlán e Juan, para ficar no mínimo. Do ponto de vista estritamente técnico, o ano de 2012 não existiu, tendo sido substituído por rosários de lesões musculares (vide o caso D`Alessandro) e de bisonhos treinamentos, incapazes de dar um padrão tático ao time. Na minha opinião, o trio que citei acima está chegando ao clube agora para fazer suas estreias.
Vejam bem, este é o melhor pensamento que posso extrair de uma diretoria que foi a maior inimiga do clube no ano passado, mas que teve o bom senso de contratar profissionais em 2013. Acho mesmo do ano passado não se extrai nada, a não ser a necessidade de livrar-se de Nei, Bolívar, Ratinho, talvez de Bolatti e Élton. 2012 passou em branco.
Vou ser otimista e pretendo esquecer aquele frase lida no Diário Gaúcho que dizia que a rescisão de Bolívar custaria ao clube 2 milhões de reais. Espero que seja mentira.
Bem, hoje Dunga e Paulo Paixão começam a trabalhar e, por incrível que pareça, este torcedor está otimista. Se não der certo, ao menos vamos nos divertir com as brigas de Dunga com a imprensa. (Adoro!)
Em 2013, não quero ir a nenhum velório. Desse jeito, daqui há pouco os porteiros do Crematório São José já vão me saudar com um “Como vai, seu Milton, de novo por aqui?”. Afinal, toda hora estou indo lá. Em termos de mortes, 2012 trouxe muitas más notícias.
E, para que eu não entre lá pela outra porta, acho que eu deveria fazer um check-up. O último foi feito há uns quatro anos e eu simplesmente guardei numa pasta as requisições da Unimed, preenchidas pelo Dr. Hilário Wolmeister. Não fiz nenhum exame, pois parecia-me que sempre tinha algo mais urgente a resolver. Poderia também visitar um oftalmologista. Estou enxergando muito mal de perto e tenho que tirar os óculos para trabalhar no computador. Os óculos — esses já têm quase dez anos — só servem para dirigir, ir no futebol, ao cinema, etc.
Os médicos que me aguardem.
No mais, desejaria que a Bárbara entrasse numa boa faculdade, adoraria viajar, gostaria que minha vida não mudasse muito e que o Sul21 seguisse crescendo, mas isso tudo isso depende de trabalho, né? Então, em resumo, se tivermos saúde dá-se um jeito no resto.