A arte de relativizar o racismo

Só cinco
Só cinco, meia dúzia no máximo

Do ponto de vista ético, creio ser muito feia a reação de alguns setores à punição sofrida pelo Grêmio na tarde de ontem. Esta teria sido exagerada e a moça já teria sofrido o bastante. Porém, examinando-se as punições, vê-se que não foram nada demais. O Grêmio foi excluído da Copa do Brasil — punição inócua, pois o time já tinha perdido por 2 x 0 em casa e cairia provavelmente fora –, foi multado em R$ 54 mil — menos de 10% do salário do técnico Felipão — e os envolvidos nos xingamentos proibidos de entrar em estádios por 720 dias. Árbitro e auxiliares foram punidos e suspensos por 45 e 30 dias por não relatarem o ocorrido. Pagarão também uma multinha de manos de R$ 1000. Ou seja, foi uma punição de nada. A moça vai prestar depoimento hoje à polícia, pois racismo é crime. Ou não? Talvez transforme-se em vítima amanhã na imprensa…

Me aboba a reação de Fábio Koff e de alguns envolvidos. Pobre Grêmio, coitadinho do time reincidente específico neste gênero de denúncias. No fundo, estão começando a relativizar o racismo, a compreendê-lo e aceitá-lo. Ontem, ouvi no rádio uma longa arenga na qual um jornalista explicava que foram cinco torcedores proferindo ofensas num universo de 32 mil. Céus, como gritavam, não? Os microfones da ESPN teriam captado os gritos racistas de cinco malucos que faziam uh, uh, uh? Não, gente, menos. Concordo que não era o estádio inteiro, mas era um bom punhado de torcedores da organizada Geral. Faziam barulho pacas, tinham sede no clube e apoio dos dirigentes.

Outros dizem que, pô, é só futebol, é só diversão. Só que o futebol é uma representação de nossa sociedade. O futebol é um palco onde nos vemos e um microcosmo a ser melhorado de modo a atingir a sociedade. Melhorar nosso espelho faz com que mudemos. Já disse que ninguém mais atira objetos em campo em função das punições. Neste caso, a multidão aprendeu a se autorregular. O povo foi educado pela repetição das punições, havendo agora concordância de que não é legal atirar bombas, paus, pilhas e pedras em jogadores e árbitros.

Mas, se, em direção contrária, a sociedade repensa e relativiza os atos de racismo, só posso concluir que ela não os acha graves, que ela não está convencida de que são hediondos nem da dor de ser negro em nosso país. Concluindo, a sociedade quer permanecer do modo como está, agredindo a dignidade de quem é negro.

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  1. Quanto mais falam, mais cagam. Olha a última do Koff: “O Grêmio não é racista. Temos mais de mil jovens nas divisões de base e a maioria deles é de cor”.

    1. E onde estaria o problema em tal comentário? Ou tu preferia que ele dissesse que NÃO há nenhum jovem de cor nas categorias de base?
      Já começo a achar que a imparcialidade está começando a procurar pelo em ovo e acaba distorcendo alguns pontos mais relevantes dessa história.

    2. Olha, não entendo essa insistência em rotular o Grêmio como um clube racista, após esse fato imperdoável, porém, isolado, pontual e que não representa o pensamento do clube. Ora, como pode um clube receber tal rótulo sendo que, há longa data, exibe inúmeros jogadores negros no seu plantel, inclusive, os envolvendo em campanhas publicitárias e elevando alguns a embaixadores do clube? E mais, se esse rótulo realmente coubesse ao clube, será que após um centenário de história, ao menos UM ex-atleta já não teria se manifestado sobre o assunto?
      Acho que seria pra-lá de prudente separar os fatos, elevar a questão pra fora do âmbito esportivo, a fim de não se cometer erro maior do que o que desencadeou toda essa discussão.

      1. Pois é, um clube que luta tanto para desmanchar o rótulo de racista, talvez o único que tenha esta campanha. Será por quê?

        Koff foi infeliz, falar “a maioria é de cor” é uma expressão racista. Era assim como eram tratado os negros. Falar negro não é racismo desde que não seja associado a pejorativos. Seria mais elegante ele dizer “a maioria são negros”.

  2. Acho que o problema não é a PUNIÇÃO para o Grêmio. O problema é a punição APENAS para o Grêmio.

    Ora, racismo é crime e aconteceu dentro do estádio do time. Bem como JOGAR UMA PRIVADA DE DENTRO DO ESTÁDIO E MATAR PESSOAS também é crime. E veja só, nenhuma punição com exclusão de campeonato ocorreu para o clube deste delinquente.

    Bem como ESPANCAR PESSOAS COM BARRA DE FERRO DENTRO DO ESTÁDIO é crime. E novamente, nenhuma exclusão de campeonato para ambos os times.

    Porque? A questão aqui não é se a punição foi exagerada e sim porque esta punição só aconteceu para um time, quando outros torcedores de outros times cometem crimes tão graves quanto este e os respectivos clubes não são responsabilizados dessas atitudes. Gostaria apenas de entender o motivo disso.

  3. Concordo com a Juliana,
    o próprio Santos teve um caso este ano de ofensas a um jogador do Flamengo e nada ocorreu. Sei que um erro não justifica o outro, mas a punição seletiva é discrinminação.
    No Grenal, torcedores do Inter deixaram um adolescente gremista em coma até hoje e este foi culpado por estar andando no lugar errado (ele nem era da geral, só se desgarrou por patetice).
    Quero ver o que vai acontecer com quem gritar gaúcho viado, gaymista ou, grande ofensa, racista.
    Sim chamar alguém de racista injustamente é uma ofensa. A torcida do Gremio (salvo alguns, claro) está se sentindo muito mal e alguns colorados (não é o teu caso) estão aproveitando a situação para tripudiar. Sabe o que sinto? Provavelmente o mesmo que alguns sentiram com o caso Fernandão. Diria, talvez bem mais. Isto não é condenado, por quê?

  4. Essa questão específica associada a alguns torcedores do Grêmio não tem discussão: houve comprovadamente racismo e ponto. Agora, tem-se que descobrir quem são os caras (1, 2, 100 ou 500…) e Justiça neles(as)! O que não pode é somente a garota pagar o pato por tudo…

  5. Vemos atos de racismo todos os dias, atos velados, simples comentários “sem maldade” como dizer que alguém tem cabelo ruim, como tentar justificar que alguém que é assumidamente negro (e orgulhosos desta condição) não é por ter a pele clara (esquecendo que estamos falando de raça e não de cor de pele).
    Relativizar o racismo é o mais comum, cansamos de ouvir pessoas que justificam não ser racistas dizendo: “mas tenho amigos negros” … e mesmo sem perceber alastram este racismo por todos os meios.

    No caso do Grêmio, quando as torcidas utilizam o termo “macaco” é óbvio que visam ofender os negros da torcida adversária, no caso me refiro ao Inter, e ao mesmo tempo ofender os torcedores de outras raças vinculando a imagem de negro a estes (Na visão de um racista que ofensa pode ser maior a um “branco” que chama-lo de negro?). Ao mesmo tempo podem justificar seus cânticos dizendo que são dirigidos a todos, bela jogada, deve ter sido criada por algum advogado (desculpem o preconceito).

    É claro que a entidade Grêmio não é racista, assim como a maioria de seus dirigentes e torcedores, mas certamente há muito destes em meio a suas fileiras. Inicialmente as atitude de combate ao racismo pela diretoria estavam sendo exemplares, exceto quando parte desta diretoria tenta colocar a vítima como responsável pelo ato. Mesmo que houvesse provocação a resposta não poderia ter sido esta, caso este dirigente não seja capaz de perceber isto ao menos deveria ficar calado.

    O mesmo se aplica ao ex-dirigente que ocupa espaço nobre em rádio, que deveria ficar calado neste momento e evitar este tipo de polêmica, pois apenas está prejudicando ao clube.

    Apesar de ser uma punição sem efeito prático, espero que sirva de base para que em novos casos, que certamente ocorrerão pelo país, possam ser punidos com o mesmo rigor.

    Entendo que a única for de reduzir estes atos é a punição aos clubes e o mesmo deveria ser considerado em relação aos atos de violência dentro dos estádios, punições rigorosas contras os clubes podem minimizar estes atos, chega de punições brandas, vamos dar o exemplo ao mundo e exigir que isto seja feito em todos os lugares.

  6. “Auditores cochilam e entram até no facebook durante julgamento do Grêmio” http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/copa-do-brasil/ultimas-noticias/2014/09/04/auditores-cochilam-e-entram-ate-no-facebook-durante-julgamento-do-gremio.htm
    Alguém duvida que se fosse o inverso (ato racista da torcida santista contra o goleiro do Grêmio) não ia dar em nada?
    Alguém leva fé num tribunal que não pune assassinato mas condena um inteiro grupo por atos de alguns? Aqui a “Teoria do domínio do fato” vale?

  7. Não conseguiu tirar o Inter do corpo quando fez o comentário. Há dois erros grotecos:
    1) “[a punição] não foram nada demais”. O Grêmio é o PRIMEIRO clube da história do futebol mundial a ser excluído de uma competição em função de um ato destes. Fico pensando nos vários clubes europeus em que torcedores jogaram bananas no campo ou fizeram o grito de “uh, uh, …”, mas não 4, 5, mas sim a arquibancada inteira;
    2) “O Grêmio foi excluído da Copa do Brasil — punição inócua, pois o time já tinha perdido por 2 x 0”. Aé? então agora é só UM pessoa cometer um ato destes e estamos fora de qualquer competição.

    O racismo precisa ser combatido de maneira mais séria, sem grenalização.

  8. Percebe-se pelo teu texto que comentas do que não conhece. Te falta informação, e julgas baseado em preconceito – provavelmente clubístico. Simplesmente irresponsável a tua manifestação.

    Sem conhecimento algum do que está falando, tu ironizas o fato de que eram 5 ou 6 torcedores, em um universo de 32 mil (ou de 8 milhões, se considerarmos que isto está atingindo a todos, e não só aos presentes no estádio) usando como “argumento” o fato de que os microfones da ESPN captaram o som. Acontece que isso NÃO É VERDADE. O que a ESPN captou foi a IMAGEM. Não há registro de áudio do fato – até pq seria impossível. Mais uma vez, fica claro que julgaste baseado em tua vontade de condenar, e não em fatos. Baseado em preconceito. Em clubismo.

    Quer o fato ou quer ficar julgando baseado apenas no teu preconceito ignorante, misturando um assunto tão grave como racismo com simples preferência futebolística? Pois eu era um dos 32 mil que estavam no estádio, e te garanto o seguinte: ninguém além do goleiro Aranha e as poucas pessoas em volta ouviu o acontecido. Quando o jogo parou, ninguém sequer entendeu o por quê. O próprio juiz não colocou em súmula em um primeiro momento, pq não ouviu nada disso – e reafirmou isso em depoimento no julgamento de ontem. Nenhum dos assistentes ouviu, conforme também atestaram no julgamento. Nenhum dos outros 21 jogadores em campo ouviu. Pq? Pq foi um ato isolado, de poucas pessoas atrás do gol. Esse é o fato. E esta generalização de um ato de 5 ou 6 torcedores a uma instituição da grandeza do Grêmio, e a 8 milhões de torcedores, é simplesmente CRIMINOSA.

    “A punição não é nada demais”. Nada demais!? Foi a punição mais grave jamais aplicada pelo STJD. Nem nos episódios de MORTE por violência das torcidas foi aplicada pena tão grave (Santa Cruz, Corinthians). Mais: a notícia ESTÁ REPERCUTINDO NO MUNDO INTEIRO, associando o nome da instituição Grêmio ao racismo, baseado na pena aplicada por este tribunal hipócrita e demagogo. No país inteiro, há gente hostilizando gremistas e gaúchos por causa desta interpretação tortuosa. Imagine isso na cabeça das crianças. Como fica? Como explicar a elas? Na tua ânsia de condenar o rival futebolístico a qualquer custo, não enxergas que a gravidade da punição vai muito além da eliminação da competição. A maior gravidade está na repercussão disso na sociedade. No RS, no país e no mundo. É pouco!? Reflita.

    Não te dás conta de que a sociedade em que vivem gremistas e colorados é rigorosamente a mesma. O racismo está presente em todas as esferas, em toda a nossa sociedade, e não em um ou outro clube. E se partirmos da lógica do julgamento de ontem, de condenar as instituições por ato racista de algumas pessoas, te garanto: não sobrará instituição nenhuma nesse país. Fechem o país, então. Esse é o tamanho da hipocrisia e demagogia deste julgamento.

    E, da parte do teu texto, é nítido que essa hipocrisia, esse falso moralismo, é, na verdade, apenas ódio entre torcidas. Clubismo. Grenalizar uma questão tão séria quanto o racismo, de forma tão oportunista e hipócrita, é grave, e completamente irresponsável. Estás colocando no mesmo balaio de meia dúzia de pessoas que cometeram um ato lamentável de injúria racial, uma instituição de 110 anos de história, e um universo de 8 milhões de torcedores.

    Tão irracional quanto a injúria praticada, é esse texto irresponsável e preconceituoso, claramente influenciado pelas cores clubísticas, predeterminado a condenar o rival. Claramente a preocupação maior aqui não é o racismo, ou a impunidade – é o futebol. E isso é simplesmente deplorável. Tu deveria ter vergonha de publicar algo assim. Falta de vergonha na cara.

  9. E digo mais, faça um exercício de raciocínio e tente expandir essa lógica usada para excluir o Grêmio da competição para TODAS as instituições e empresas do país. Já começa pelo STJD: um dos auditores que julgou o Grêmio ontem postou, nos últimos anos, uma longa série de imagens e comentários de teor racista. Logo, por essa lógica, se o Grêmio deve ser punido por 5 ou 6 torcedores, o STJD também deve ser punido por seu auditor, certo? Coerência. Exclua-se o STJD.

    A conclusão é a seguinte: não vai sobrar NENHUMA EMPRESA OU INSTITUIÇÃO NESSE PAÍS. Isso pq o racismo está presente em TODAS as esferas, há MUITO TEMPO. Não sejamos hipócritas de reduzir o racismo a um estado, ou a um clube.

    Que se culpe e se puna quem efetivamente comete os atos. Que se combata o racismo diariamente, e não pinçando apenas um caso para ser o midiático, e tratar esse de maneira completamente diferente do que trata todos os outros, como foi feito agora – sob aplausos hipócritas.

    Se for expandir para as instituições, tente fazer com todas, e não de forma oportunista, hipócrita e demagoga só com o Grêmio. O resultado é que não sobrará nada nesse país. Essa é a medida da demagogia e hipocrisia dessa decisão absurda e preconceituosa.

    Revoltante.

  10. “Quanto mais falam, mais cagam” ( Milton Ribeiro ) .. o único que cagou nos comentários, foi o autor desta matéria , de maneira irresponsável e gratuita.
    A maioria das respostas dava uma matéria muito melhor que a publicação original… Os “colorados” , não estão tratando do racismo e sim “cagando” nos gremistas da mesma maneira reacionária e oportunista .

  11. eu sigo com o pensamento firme na atitude exemplar do aranha.
    a facilidade com que as pessoas se solidarizam com uns e outros; a naturalidade com que nos identificamos com a dor do branco; a tradição da mucama e do negro da casa grande (a ama de leite e a sombrinha protegendo a moleira do sinhozinho) como metáforas de nossa perversa genealogia afetiva infusa nas identidades brasileiras; a regra tácita que nos diz a quem devemos ceder a vez ou onde cada um tem o seu lugar, enfim, tudo isso serve de base para a compaixão seletiva e a meritocracia de fachada. agora um edulcorado sentimento humano cobra à sociedade colocar-se no lugar da torcedora racista, pra que todos tenham alguma ideia do seu drama. enquanto isso o preconceito racial destrói e mata diariamente famílias e jovens negros. mas esse drama, esse linchamento, de fato, não atinge a casa grande e nem lhe diz respeito. não há balde de gelo capaz de mobilizar qualquer simpatia em relação à solução de tais problemas. os histéricos dizem que a moça será linchada, espero que isso não aconteça. espero que ela e os demais envolvidos sejam punidos. é, não deve ser fácil, mas como diz aquela canção: “agora guenta, coração!”.

  12. VOCÊ É RACISTA?
    by ramiro conceição
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    Depois de ler os diversos comentários acima, creio que o Grêmio, por ser uma instituição futebolística, não tem nada a ver com o caso; e, portanto, considero injusta a eliminação do Tricolor da referida competição. Se, por outro lado, algum dirigente do Grêmio demonstrou e/ou apoiou alguma atitude racista, de parte da torcida, então tal dirigente também cometeu um crime.
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    Não acredito que a grande massa gremista ou a maioria dos dirigentes do Grêmio sejam racistas. Se forem… Seriam semelhantes ideologicamente àquela ignorante massa subdesenvolvida, mas com um verniz de pseudocultura e que acredita vivamente que é branca (sim, aquele tipo de gente que, por exemplo, vaiou Dilma durante a abertura da Copa e/ou que é contra as cotas de acesso à universidade…).
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    No Brasil, há um efetivo racismo camuflado, misturado ao preconceito econômico associado ao processo histórico ao qual negros, e seus descentes, sofreram durante a gestação, o nascimento e o crescimento de nossa República.
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    Esse é o nó a ser desatado… Não é de uma hora para outra… Não é pelo linchamento ético, moral e econômico de jovens (gremistas, corintianos, santistas, flamenguistas etc.).
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    Os tais gremistas devem ser punidos? Sim, mas com sabedoria… Cabe à Justiça fazê-lo.
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    (Ramiro, você é racista? Sim, pois sou filho de uma CULTURA HEGEMÔNICA RACISTA… Mas – sempre existe um “MAS” que vira tudo! – POLITICAMENTE, NÃO!!!! Durante décadas, dia a dia, segundo a segundo, mato esse demônio em mim… Acreditem: ESTOU VENCENDO!).

    1. O LIVRE ARBÍTRIO É POLÍTICO
      by ramiro conceição
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      O livre arbítrio não é aquilo ensinado nos templos da branca cultura judaico-cristã… O livre arbítrio É UM PROCESSO POLÍTICO no qual se interioriza o OUTRO dentro do EU; desta maneira, paulatinamente, o último compreende, apesar de todas as mazelas da cidade, que o primeiro é seu semelhante (eis a probabilidade do nascimento da inocência do amor…): portanto, tal processo dialético não resulta em respostas exatas, em escolhas e julgamentos preconcebidos entre o Bem e o Mal; ao contrário, transforma-se em mais perguntas que nos aproximam de algo denominado LIBERDADE.

  13. Patética a entrevista da moça. Em dois minutos, falou só uma vez em racismo:

    — Perdão de coração, eu não sou racista. Aquela palavra macaco não foi racismo, foi no calor do jogo. O Grêmio estava perdendo, o Grêmio é minha paixão. Eu largava tudo para ir ao jogo do Grêmio. Peço desculpas ao Grêmio, à nação tricolor, eu não queria prejudicar o Grêmio. Eu amo o Grêmio. Desculpas, perdão, perdão, perdão mesmo — disse ela, aos prantos.

    Como escreveu ironicamente o Ronald Augusto, “que oportunidade de ouro teríamos perdido se o Aranha ficasse calado”.

  14. quando dizem que é “”só”” futebol, nao apreciam a verdadeira arte é muito mais que isso se estende alem dos gramados, relativizar preconceito é contribuir c o fogo

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