Neste sábado (15), teremos a 3ª Sinfonia de Bruckner com a Ospa

Pois eu estava saindo da Livraria Bamboletras com a Maria de Abreu (na verdade era o Luiz Hall, um dia eu explico) tentando descrever para ele quem foi Anton Bruckner. E dizia que ele era considerado por seus contemporâneos uma quase criança, um ser meio imbecilizado, devoto e temente a deus e a Wagner. Um cara que era tão inseguro que cada uma de suas sinfonias têm quatro ou cinco revisões. Ele jamais parava de mexer nelas, deixava os editores malucos. Mas que essa impressão de pessoa simplória morria logo aos primeiros minutos da audição de qualquer de suas obras. Nossa, o cara era muito complexo. Suas sinfonias são grandiosas, espetaculares, suntuosas. São geniais, uma alegria para os metais e um suplício para as cordas. E a Ospa vai tocar a Nº 3 neste sábado às 17h. Vai ter musculação dos violinistas — que vão sair do concerto bufando, suados e aliviados –, os caras dos metais vão sair com os olhos brilhando de alegria depois de tanta trombeteada, mas todos eles sairão mentalmente exaustos. O público? Ora, o público que gosta de música boa, complicada e bem escrita sairá bem feliz. Serão 60 minutos gloriosos.

E, na saída, eu vou abraçar a minha violinista, a Elena, que vai vir toda sorridente, dizendo “Acabou”. Já o Augusto vai dizer “Preciso beber e comer logo alguma coisa, aonde vamos? Resolvam logo, por favor”.

Anton Bruckner (1824-1896)

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