Bom dia, Renato (com os melhores lances de Grêmio 2 (5) x 1 (3) Estudiantes)

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Grêmio 2 (5) x 1 (3) Estudiantes)

Por Samuel Sganzerla

Bom dia para todos aqueles que têm o coração forte para sobreviver às provações que o Grêmio nos traz, que carregam o azul, o preto e o branco na alma. Renato, 28 de agosto de 2018 será um desses dias para se guardar na memória da imortalidade Tricolor.

A derrota por 2 a 1 para o Estudiantes na Argentina, no jogo de ida, acabou não sendo dos piores resultados, graças ao gol qualificado. Entramos ontem à noite em campo sabendo que uma vitória mínima bastaria, que nos colocaria nas quartas e manteria vivo o sonho do Tetra.

Foto: gremio.net
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E o Grêmio começou com todo ímpeto e gana de quem queira buscar o resultado. Porque, te confesso, Renato, eu não vi os primeiros cinco minutos do jogo. Ainda estava entrando na Arena, quando só ouvia os gritos da gurizada nas arquibancadas.

A sagrada cerveja pré-jogo ignorou a possibilidade de haver fila, assim como eu negligenciei o efeito diurético do álcool. No que finalmente ingressamos no estádio, fui reto atender às minhas necessidades fisiológicas.

Estava lavando as mãos quando ouvi a explosão da nação Tricolor, naquele início envolvente que me deixou mais uma marca na data de ontem: foi o primeiro gol que comemorei num banheiro da Arena. E quer saber? Pouco importa!

Importou, na verdade, que, quando finalmente tomamos nossos lugares, no lance seguinte, o primeiro que acompanhamos visualmente, veio o empate deles. Falha rara do Geromito, depois de Jaílson (que, registre-se, jogou muito bem ontem) ter perdido a bola.

“Bom, temos mais de 80 minutos”, pensei eu. E, Renato, foi um verdadeiro massacre Tricolor ontem. O Estudiantes não viu mais a bola depois do empate. E o Grêmio, que tem tido dificuldades para ser efetivo e errado batente na definição dos lances, ontem criou bastante e foi impecável.

Os números me impressionaram, Renato. 82% de posse de bola, 90% de acerto nos passes, 25 finalizações. O problema era aquele: 8 chutes a gol contra 1 único deles. E estava tudo empatado. Mesmo reconhecendo que o Grêmio estava jogando muita bola, a filha da mãe teimava em não entrar. E o tempo passava. Aqueles 80 minutos foram se esvaindo.

Sei lá, Renato! Teve um momento em que tudo era nervosismo. Um filme se passou na minha cabeça: um mês de agosto que ia se desenhando trágico; talvez o fim dessa boa fase do Grêmio; a maldição das oitavas da Libertadores; a corneta de que não ganhávamos de um campeão no mata-mata continental desde 2007 buzinando nos meus ouvidos. Olha, tanta coisa se passou ali…

Só que, com o perdão devido, às vezes essa fase de time que ganha jogando um futebol envolvente e tal nos faz esquecer por um breve momento do que é feita a essência de ser gremista. Como se eu ter encontrado o Galatto antes do jogo não fosse para me lembrar de qual a forma em que se forja a alma azul celeste.

Já estávamos nos acréscimos, quando Cebolinha sofreu a falta na lateral da área. Luan, que ontem jogou demais, colocou a bola lá no meio da confusão – o chuveirinho, a JOGADA SUPREMA do futebol. E Alisson, esse menino maravilhoso, desviou com a cabeça, fazendo com que a pelota caprichosamente batesse no travessão antes de entrar.

Cacete, que explosão, que loucura, que sentimento! O CORAÇÃO TEM QUE SER FORTE DEMAIS, RENATO! Porque todos comemoramos aquele gol como se fosse o último de nossas vidas. Como se não houvesse amanhã! Só que ainda restavam os pênaltis, né?! Eu achei que iria ter algum troço que a medicina ainda não denominou, mas fiquei firme.

Firme atrás do gol onde foram cobradas as penalidades. E, Renato, obrigado por ter colocado a gurizada treinar pênaltis! Deu certo ontem! O Grêmio converteu todas as suas cobranças. E eu, atrás do gol, fiz meu papel de xingar, vaiar, sinalizar e tudo o mais que pudesse tentar atrapalhar os jogadores argentinos.

A verdade é que não deram certo as minhas MANDINGAS. Porque o único jogador deles que eu não xinguei até a oitava geração da família foi o que parei para comentar com o desconhecido ao meu lado: “Zagueiro, canhoto e tomou pouca distância: vai bater um tiro de meta na torcida”. Como eu estar certo nessas horas, Renato!

Agora, eu queria destacar a última cobrança. Quando Lugüercio foi bater a quarta penalidade dos argentinos, o erro nos classificaria. Mas ele bateu muito bem. E comemorou muito, saiu em direção ao meio campo olhando para a torcida deles e vibrando. Quando passou pelo André, que já caminhava em direção às área, deu dois tapinhas na cabeça dele, provocando. Fez de tudo para reverter a pressão.

Confesso, Renato, que fiquei com uma raiva desgraçada daquele gringo; mas com receio de que a má fase do André pesasse na perna. Quando nosso centroavante foi ajeitar a bola, o goleiro argentino fez o mesmo gesto: se aproximou dele, provocou, deu dois tapinhas na sua cabeça.

E o André, frio, sem expressar nenhum medo, foi para a bola… E bateu com EXTREMA categoria, esperando o goleiro definir o canto no último centésimo, rolando a bola suavemente para o outro lado da goleira! Gol da classificação! E que mostrou que o André tem bola! Ainda pode jogar o que sabe no Tricolor!

Grêmio nas quartas de final da Libertadores da América 2018. Milhões de corações Tricolores testados ao seu limite. A redenção de um mês muito ruim para as pretensões que criamos com esse baita time. Que venha setembro! Que venha o Tucumán! Que venha o Tetra!

Saudações Tricolores, Renato!

E segue o baile…

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Bom dia, Renato (com o que de importante ocorreu em Grêmio 1 x 1 Cruzeiro)

Bom dia, Renato (com o que de importante ocorreu em Grêmio 1 x 1 Cruzeiro)

Por Samuel Sganzerla

Renato, eu vou definir a meu comentário sobre a praia hoje a partir em uma simples colocação: BOTA ESSE TIME TREINAR PÊNALTI, CACETE!

Mais dois pontos perdidos em casa, Renato! Se somar com as outras vezes em que eu disse exatamente isso neste ano, já valia a liderança! Não dá!

Éverton, uma onda irresistível de bom futebol pela esquerda. Já os pênaltis... | gremio.net
Éverton, uma onda irresistível de bom futebol pela esquerda. Já os pênaltis… Bem, isso não é com ele.| gremio.net

Renato, eu te pergunto: por que o Grêmio não quer ganhar o Brasileirão?! Até aquele time MEDÍOCRE do coirmão faz sua parte, mesmo que seja até MENTIROSA a colocação e os resultados recentes, pelo futebol que joga!

Agora, a gente não faz nem isso! Não! O Grêmio se tornou o time que gosta de perder chance atrás de chance de ir à luta, ÀS GANHA, pelo título nacional. Por favor!

E, mais uma vez, lembro o porquê de depois de o Everton Ribeiro ter abrido o placar lá no Maracanã, quarta passada, eu só acreditava se fosse na virada. Porque, se deixar para os pênaltis, a derrota é certa!

Pelamor, Renato! Mais dois pontos perdidos! “O Grêmio tem a posse, é melhor, mas não consegue fazer o gol”: já não aguento mais ver e ler esse comentário

“Pênalti perdido pelo Grêmio”, então, nem se fala! Sério, Renato, tu conheces algum time na história do futebol que perde tanto pênalti?! Eu não!

E um recado final: LUAN, TOMA JEITO, MOLEQUE!

Parece que o negócio mesmo é focar na terça que vem. O São Paulo, mais uma vez, vai levar esse caneco que a gente fica de olho, ali flertando, fazendo carinho, mas nunca pega mesmo! Mas que inferno!

Saudações Tricolores!

E segue o baile!

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Bom dia, Renato (com os melhores lances de Grêmio 2 x 0 Atlético-MG)

Bom dia, Renato (com os melhores lances de Grêmio 2 x 0 Atlético-MG)

Por Samuel Sganzerla

Renato, eu amo a Copa do Mundo, mas preciso confessar: que saudades que eu tinha da Arena e do Grêmio! Sinceramente, eu sinto uma dor profunda, um pesar por todas aquelas pessoas que não gostam de futebol.

É gol! | Foto: gremio.net
É gol! | Foto: gremio.net

Ontem nosso Imortal voltou a campo e mostrou que ainda mantém o ímpeto dominador que nos encheu de orgulho e de esperança de vermos a conquista de pelo menos mais um título neste ano. A amiga e querida torcida do Galo mineiro que nos perdoe, mas ontem foi para mostrar que ainda estamos com ganas.

Olha, Renato, foi bom ver que o Grêmio tomou algumas lições desta última Copa. Porque, no primeiro tempo, pareceu um resumo do final do primeiro semestre: muita posse de bola e domínio do Grêmio, mas que não se reverteu em vantagem no placar. Contudo, na segunda etapa, a coisa foi diferente.

Se tem algo que este último Mundial nos mostrou, foi que, nestes tempos em que todos os times têm aprendido a montar um bom e compactado sistema defensivo, a bola parada e a bola aérea estão retomando um papel central no jogo. Não por nada que nossos dois gols saíram de cabeça: o primeiro num escanteio (grande Bressan, baita partida!), e o segundo depois de uma falta rapidamente cobrada.

Fiquei feliz de ver o André voltar a marcar. Mesmo que não tenha feito uma partida de encher os olhos, vale o ditado: centroavante vive de gol. E por pouco ele não guardou o seu segundo, pouco antes de ser substituído. Mas foi fantástico foi ver a volta do Maestro Pifador. Mesmo que só para matar um pouco a saudade que tínhamos do nosso camisa 10, depois de ano e meio longe dos gramados.

Por sua vez, Luan continua sendo nossa peça fundamental na armação das jogadas de ataque. Um jogador muito importante para o esquema tático como um todo. Precisa, contudo, melhorar nos pênaltis. Ontem perdeu mais um (tudo bem que já estava 2 a 0). O aproveitamento do guri nas penalidades é baixo, Renato. Porém, sei que tu podes arrumar isso.

Ainda, vale registrar a saída de nosso querido Rei Arthur, que nos deixou um pouco mais cedo do que o esperado. Torço para que ele brilhe lá no Barcelona. Certamente será um dos melhores do mundo na sua posição. Torço para que o Capita Maicon continue jogando tudo que sabe, para suprir essa função no meio. Que ele e Cícero, que também fez boa partida, se entendam bem naquela linha do meio de campo.

E que coisa boa ver o Geromel de volta. Um zagueiro que parece que ocupa o espaço de três jogadores em campo. Merece os parabéns nosso capitão do Tri, que teve o mérito de fardar a Amarelinha numa Copa do Mundo – ainda que infelizmente o hexa não tenha voltado junto com ele e com os demais que foram para a Rússia.

Enfim, Renato, assim como sei que tu deves lembrar com tristeza em 1986, quando o Telê te cortou daquela Copa, imagino que volta e meia passa pela tua cabeça treinar a Seleção. Sei que um dia vais ter tua oportunidade, mas te peço que fique o máximo possível no Grêmio antes disso.

Ver o Tricolor de hoje jogar é um prazer enorme. É como reviver uma paixão eterna. É como se acomodar no colo de uma mulher sensual (algo tão belo como uma ruiva de olhos verdes, como sempre diz um amigo meu). É um delírio prazeroso, como esses que se sente quando se atravessa as ruas de Porto Alegre sozinho pela madrugada e sem medo, sentindo-se dono delas.

No fundo, sentimos que pudéssemos ser donos da América novamente, Renato! E vemos um Grêmio que mostra que sabe jogar, que pode trazer mais uma taça neste 2018. O time aproveitou bem a parada da Copa para aprimorar sua efetividade. Tomara que seja um feliz presságio de que mais boas coisas vêm por aí.

Saudações Tricolores, Renato!

Segue o baile…

https://youtu.be/YLRRFIt54DQ

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Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 5 x 1 Santos)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 5 x 1 Santos)

Por Samuel Sganzerla

Eu sei, fazia tempo que eu não aparecia por aqui, né?! Ocorre, Renato, que atletas de fim de semana também se lesionam às vezes. No meu caso, uma pelada com uns amigos há umas duas semanas me causou um edema ósseo no cotovelo direito (aquela TRINCADA básica). Como sou destro e fiquei bom o braço engessado por duas semanas, nem conseguia escrever e digitar. Felizmente, nada mais grave e já estamos de volta.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

E que forma de voltar a conversar contigo por aqui, né?! Com uma goleada em casa que seguiu outra. O torcedor que foi à Arena nos dois jogos desta última semana comemorou dez gols (no meu caso, metade deles na arquibancada, ontem, graças à minha lesão). Um número impressionante, tal qual o futebol que o Grêmio vem jogando. 2018, que já começou muito bem, vem prometendo ser mais um ano memorável na história Tricolor.

Se na terça-feira a superioridade sobre o Cerro Porteño, adversário da Libertadores, foi muito evidente, no jogo de ontem não foi diferente. O que surpreende até mais no caso do Santos é que é um forte e tradicional rival nas competições nacionais e internacionais. Neste ano, o time paulista buscou um excelente e promissor técnico para comandar um elenco de qualidade e faz boa campanha na Libertadores. E não tomamos conhecimento de nada disso neste domingo.

Renato, uma goleada de 5 a 1 do Grêmio sobre o Peixe seria histórica em quaisquer circunstâncias. Mas, além de tudo aquilo que eu já disse, a forma com que ocorreu nos empolga inevitavelmente. Foi um baile durante os 90 minutos. Um Tricolor que colocou o adversário na roda, mantendo a posse de bola por dois terços da partida, quase sem errar passes, sempre no campo de ataque, criando oportunidades naturalmente e praticamente sem dar chances de ataque ao time santista. O famoso ARRODIÃO, na definição do dicionário ludopédico gaudério.

Com um pouco de paciência e muito trabalho, o Grêmio furou o bloqueio da defesa do Santos e abriu o placar com um chutaço do Maicon. Golaço do nosso Capita, que vem jogando o FINO da bola. Enquanto ainda comemorávamos, a equipe santista se aproveitou daquele momento de euforia e descuido para empatar o jogo logo em seguida. Um acidente de percurso, que em nada nos abalou.

E foi possível sentir isso forte nas arquibancadas, Renato. Aquele gol contra poderia ser um balde de água fria na torcida, mas a gente seguiu cantando, alentando e comemorando, como se não tivesse sido nada. Porque é isso que esse time fantástico do Grêmio causa na gente! O momento atual nos faz sentir essa vibração intensa, essa coisa que nos faz confiar incondicionalmente no time, acreditar que a vitória logo mais se desenhará.

Foi o que aconteceu, quando Everton nos colocou novamente em vantagem, no apagar das luzes do primeiro tempo. Veio o intervalo, e todos tínhamos expectativas boas para a segunda etapa. Naquele momento, o otimismo pelo futebol jogado trazia nas arquibancadas a certeza da vitória – e de que ali não é a melhor hora nem o lugar para abordar assuntos mais delicados, mas divago, que isso é história para outro dia…

O fato é que o Grêmio voltou com a mesma intensidade e, logo aos 10 minutos do segundo tempo, o Capita mostrou mais um recurso e fez outro golaço, agora de falta. E o ritmo de baile seguiu, em homenagem ao menino dançarino de valsa, que ontem o assistiu em lugar privilegiado – sim, Renato, o Luan tem razão sobre ele. Aliás, nosso Rei da América, em mais uma boa atuação, daria assistência para o gol de André logo mais. E o outro Rei, o magistral Arthur, fecharia a conta, para encher a mão do torcedor. Fim de jogo, goleada convincente e torcida para lá de feliz. Rumo à minha casa, fui travando uma longa reflexão comigo mesmo.

Sabe, Renato, havia um tempo em que eu acreditava que tudo daria certo para o Grêmio, assim como na vida (que são praticamente a mesma coisa, eu sei). Aquele guri que tinha recém saído da casa dos pais e descido a Serra rumo à Capital quebraria muito a cara no decorrer dos anos e também cometeria muitos erros. Felizmente, aprenderia alguma coisa com eles, talvez. Mas algo do qual jamais se arrependeu foi de carregar com orgulho esse sentimento pelo Imortal Tricolor.

Lá em 2016, quando saímos da seca e ganhamos a Copa do Brasil pela quinta vez, muito se falava nos tais “15 anos”. Eu só conseguia pensar na década. Nos 10 anos em que tinha vindo morar em Porto Alegre, justamente num ano que simbolizaria a virada da gangorra Grenal para o lado deles (não que isso me incomode… muito). Ontem, doze anos depois, gangorra de volta para o nosso lado, muito lembrei daquele maio de 2006. Do alto dos meus 18 anos, tinha certeza de que, mesmo perdendo, sendo eliminado e até rebaixado, no final, as coisas dariam certo para o Grêmio (e errado para o coirmão, porque era parte da aura do gremista criado nos anos 90).

Acreditava nisso, Renato, da mesma forma em que acreditava que as escolha de um recém saído da adolescência seriam todas acertadas. Ingenuidade típica do furor da juventude, regada a festas, dramas brevemente intermináveis e pouca responsabilidade. O que se preservou intacto, dentre as coisas daquele tempo, foi aquela palpitação no peito em cada ida às arquibancadas, do Velho Olímpico à nossa nova e atual morada.

Eu já não acho que todas as minhas escolhas serão acertadas, Renato. O que é muito bom, claro, assim como saber reconhecer as próprias falhas. Também já não sou um poço de romantismo e otimismo com a vida e com o mundo que, noutra época, eu queria mudar do meu quarto. Mas, de alguma forma, Renato, hoje, em maio de 2018, boa parte de mim, que vem aqui escrever sempre contra o sentimento de euforia, contraditoriamente voltou a acreditar que, no final, tudo vai dar certo para o Tricolor. Muito obrigado por isso, de coração! É nessas horas que eu relembro o real significado do Grêmio ser chamado de Imortal.

Saudações Tricolores!

E segue o baile…

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Bom dia, Renato! (com os melhores lances de Grêmio 4 x 0 Monagas)

Bom dia, Renato! (com os melhores lances de Grêmio 4 x 0 Monagas)

Por Samuel Sganzerla

Grêmio
Grêmio: o Rei, o Cumpridor, o Cebolinha

Que dia maluco ontem, hein?! A começar por esse horário em que a CONMEBOL marcou TODOS os nossos jogos em casa. Eu, assim como tantos gremistas, não me livrei dos compromissos para estar às 19h15 na Arena. Nem para ver o primeiro tempo, na verdade. Mas, pelo que ouvi e vi no VT, parece que o time inteiro demorou a entrar em campo. Acho que estavam preocupados com o voto da Ministra Rosa Weber.

O importante é que deu para chegar em casa e ver um belo segundo tempo. Mais uma goleada para a conta. Está certo que o outro time era fraquinho, Renato, mas não tira o nosso mérito. Jael abrindo o placar de cabeça mostra bem o papel que vem exercendo: centroavante de atitude, agita o ataque, bagunça a defesa adversária e cria chance de gols. Eventualmente, deixa o seu também, como hoje.

O show à parte ficou por conta de Everton Cebolinha. O guri está jogando muita bola, Renato! É muito bom ver esse crescimento dele, que já era um bom jogador e contribuía bastante com o time quando entrava, e agora vem se mostrando titular absoluto e uma peça fundamental da equipe. Se continuar nesse ritmo, esperamos que ele possa ficar para além de alguma famigerada janela de transferências.

Falando em peças fundamentais, coisa boa ver Arthur e Maicon se entrosando no meio campo. O Rei, que nos deixará ano que vem para conquistar o Velho Mundo com a camisa Blaugrana, deu uma belíssima assistência para o outro Rei, o da América. Luan, mesmo quando não é protagonista, mostra sua qualidade e sua importância. E até Cícero, que vinha devendo – principalmente pela tua aposta em escalá-lo como titular em alguns jogos –, deixou o seu gol hoje.

Quatro a zero e torcida feliz, apesar do horário ruim, da chuva, da Voz do Brasil, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal que levam mais tempo para proferir um voto do que o coirmão para sair da crise. Pelo menos até a tua entrevista na coletiva, né, Renato?! Esperávamos que tu fosses colocar um ponto final nessa boataria de que tu poderias ir para o Flamengo. E tu preferiste deixar no ar.

Olha só, eu sei que a orla do Guaíba não é Ipanema, que o Morro Santa Teresa pode não ser tão bonito quanto o Corcovado, que a Cidade Baixa fique devendo um pouco à Lapa, mas as coisas estão bem por aqui, não?! Não Porto Alegre em si, claro! Essa tem seus vários problemas (e eu não estou a fim de escrever um “Bom dia, Marchezan!” para conversar sobre todos eles). Eu falo do Grêmio! Tudo bem, não temos a Barra da Tijuca, mas Xangri-Lá é logo ali também. O que tem de bom por aqui é o nosso Imortal!

Sei o quanto tu amas o Rio (bom, e não és só tu que achas uma boa ideia morar na Zona Sul carioca, sejamos francos), mas tu vais ter que ajeitar a casa lá no Flamengo, né?! E tu sabes como é a torcida deles. É “Deixou chegar, fudeu! Entreguem as taças! Rumo a Tóquio!” na primeira vitória suada no Campeonato Carioca; e revolta, terra arrasada e “Muda tudo! Que rolem cabeças!” na primeira eliminação. Aqui nós estamos em lua de mel, Renato! Por que trocar?

Agora, se a tua ideia é só fazer um pouco de joguinho midiático, querer se valorizar um pouco mais, ouvir o torcedor clamar por ti, então deixa eu ser bem claro contigo: FICA, MEU QUERIDO! O GRÊMIO É TUA CASA, TEU CLUBE, TEU LAR! NÓS TE AMAMOS E TE REVERENCIAMOS! Está bem, também não vou ser hipócrita de dizer que, a depender do número preenchido no cheque que me apresentassem, eu não cogitaria em trabalhar até trabalhar até vestindo a camisa do coirmão – OK, exagerei , mas só quis dizer que também entendo o lado financeiro-profissional.

Salvo os mais altruístas (que nas redes sociais tem aos montes, mas nas ruas é difícil de encontrá-los), todo mundo gostaria de garantir uma rica aposentadoria. Eu apenas espero que a proposta do time carioca, se realmente existir, não seja boa a ponto de te convencer a se mudar com tudo que já foi conquistado e construído por aqui neste último ano e meio. Sim, sou metade coração de torcedor apaixonado, metade cérebro burocrático. Só a cerveja para unir isso tudo.

Que na segunda-feira, quando eu voltar a conversar contigo aqui (e falar um pouco sobre o Gauchão, o que eu não fiz DELIBERADAMENTE até agora), a decisão tenha sido por Porto Alegre. Que venha a taça que tu queres no teu currículo de técnico lá de Pelotas, junto com o nosso Dia do Fico. De qualquer forma, Renato, continue não te esquecendo: tu vais ser sempre o cara!

Saudações Tricolores!

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Bom dia, Renato (com os gols de Grêmio 1 x 1 Atlético-GO)

Bom dia, Renato (com os gols de Grêmio 1 x 1 Atlético-GO)

Por Samuel Sganzerla

Ontem, estava prevista a partida MENOS IMPORTANTE de nosso ano: o Grêmio entraria em campo, na Arena, em jogo válido por um campeonato com campeão definido, contra um adversário já rebaixado. Tudo isso num domingo que intercala as duas quartas-feiras mais significativas da última década.

Retrato da pelada que deve anteceder à glória | gremio.net
Retrato da pelada que deve anteceder à glória | gremio.net

Dizem os que foram até o Humaitá que o jogo realmente aconteceu, que a partida foi uma verdadeira PELADA e que acabamos empatando com o Atlético Goianiense, pela 37ª rodada do Brasileirão. Eu, que aproveitei o domingo para subir a serra e comemorar que cheguei na casa dos 30 anos com a minha família, acredito neles.

O jogo? Nem vi! O jogo que importa mesmo é o de quarta-feira. A partida que vale o sonho cultivado desde que eu era criança. A decisão que vale a nossa alegria regada a trago, alento e DELÍRIO. Renato, a gente nem tem dormido direito desde a vitória da semana passada.

Porque só o torcedor apaixonado entende perfeitamente o que é esse misto indistinto de angústia, otimismo, nervosismo, expectativa e outros sentimentos mais que a literatura e a filosofia ainda não encontraram palavras para descrever. O gremismo é um estágio avançado e constante disso, ora elevado exponencialmente a um nível que a ciência e a religião ainda desconhecem.

Como diz uma faixa que surgiu nas muretas do Olímpico Monumental há mais ou menos doze anos, “Vivemos de loucura”. E se nada pode ser maior que esse amor que temos pelo Imortal, Renato, tu deves imaginar bem como estamos todos.

Serão cinco mil de nós nas arquibancadas de La Fortaleza daqui a dois dias, talvez muito mais em toda a grande Buenos Aires. Mas serão dezenas de milhões em campo, junto com os onze que entrarão fardando o sagrado manto Tricolor. Os que ainda habitam este plano e todos os demais que já passaram para outros. Tu não os vê, tu não os toca, mas estão presentes.

E este é o último recado antes da final, de um fã para um ídolo, de um torcedor para o técnico, de um GREMISTA para outro: queremos a Copa, Renato! Queremos alcançar o sonho LIBERTADOR pela terceira vez! Queremos a Copa!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/6lDzgJztFu8

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Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 1 x 0 Lanús)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 1 x 0 Lanús)

Texto de Samuel Sganzerla

E bom dia também, drone que nos observa!

Sabe, Renato, o futebol tem dessas coisas fantásticas. Ontem, dava para sentir que Porto Alegre PULSAVA. Havia uma aura mística pairando nos ares da cidade. Uma massa ensandecida de gremistas não apenas lotava a Arena, mas se fazia presente em cada canto. Uma loucura que só uma final de Copa Libertadores pode nos proporcionar.

Foto: gremio.net
Foto: gremio.net

O primeiro passo foi dado, Renato, ainda que timidamente. Ontem à noite, a imprensa gaúcha descobriu o que eu e tu já sabíamos: o Lanús não chegou até aqui de graça. Passei o dia ouvindo a programação esportiva, e o que não faltou foram “especialistas” colocando a taça na mão do Grêmio antes da bola rolar. Como tenho pavor disso, usei minhas redes sociais para pedir educadamente que todos eles introduzissem suas opiniões onde bem entendessem.

Porque no futebol não existe jogo jogado, Renato. É o esporte mais popular do mundo justamente porque é o único que proporciona que um time de bairro possa encarar um gigante tradicional de igual para igual. Surpreende-me que esqueçam disso. Nós, pelo menos, não esquecemos. Pois ficou claro, em campo, que o Grêmio respeita o Lanús. Procuramos nos impor, mas sabendo que do perigo que os argentinos podem proporcionar.

Quando a bola rolou, logo quisemos buscar nosso jogo embasado no toque de bola. Só que, do outro lado, tem uma das equipes mais bem treinadas que eu vi na história recente da América do Sul. O posicionamento e a saída de bola do Lanús são taticamente impecáveis, até bastante inovadores. Quem achava que o Granate era apenas superação, por conta da grande virada para cima do River Plate, na semifinal, surpreendeu-se.

Entretanto, parece que essa gente toda que ou quis comemorar antecipadamente, ou quis fazer uma espécie de ZICA REVERSA esqueceu o que aconteceu nas últimas edições da Libertadores. Fazia quatro anos que um clube brasileiro não chegava à final da competição. Sem contar nas tantas eliminações inesperadas que os grandes do futebol tupiniquim sofreram. Não sei se pensam que só a grife e a gigantesca sala de troféus de um Boca Juniors ou de um Peñarol da vida entram em campo. Mas a soberba do futebol nacional custou muito caro a seus clubes. E muitos não aprenderam.

Eu e tu, por outro lado, sabíamos que não tinha jogo fácil. Nunca é. Ali joga um campeão argentino. E isso é muita coisa! A gente buscou se impor em campo, valendo-se da força da nossa casa. No início, quase sem nenhum efeito, é verdade. Até o Lanús começou a gostar do jogo, levando à nossa meta o perigo que não oferecemos. Mais uma vez, Marcelo Grohe (que um dia me perdoará por toda a corneta) surge no momento em que o time mais precisou dele, salvando-nos novamente.

Arthur muito se movimentava no meio campo, sendo nosso melhor jogador na articulação. Luan, muito marcado, não produziu muito, tendo uma atuação um pouco apagada ontem. Mesmo assim, no final do primeiro tempo conseguimos voltar a prevalecer em campo, retomando a posse de bola e levando o jogo para o campo do adversário. A melhora não foi o suficiente, mas já era sinal de que o filme de terror que tivemos naqueles últimos 15 minutos não duraria a partida inteira.

No segundo tempo, todavia, só deu nós. O Lanús mal entrou no campo do Grêmio e pouco ficou com a bola. Marcelo Grohe foi mais um espectador da etapa complementar. Para dar mais movimentação pelo lado esquerdo, Everton entrou no lugar de Fernandinho, que novamente não esteve bem (a despeito de eu saber que tu segues escolhendo ele porque ele busca cumprir a função tática do Pedro Rocha).

Eis que, para vencer, esse Grêmio do TIKI-TAKA DOS PAMPAS precisou esquecer um pouco de sua atual filosofia de futebol mais refinado, preciso e bem jogado para relembrar o velho Imortal Tricolor. Foi o momento de lembrar que uma Libertadores se ganha com sangue, suor e lágrimas. E a tua estrela entrou em campo, Renato! Foi como tu vestindo a lendária camisa 7, azucrinando os gringos e tirando um cruzamento da cartola para o César.

Quando Cícero e Jael entraram em campo, pouco se poderia acreditar que fariam a diferença. A bem da verdade, àquela altura, estávamos todos tão nervosos que nem pensávamos direito. Vai que a aura mística copeira quisesse que dois jogadores criticados fizessem a diferença. E foi assim mesmo, num grande lançamento de Edilson, que Jael deu a assistência para Cícero fazer a Arena, Porto Alegre e o Rio Grande do Sul EXPLODIREM em alegria.

Poucas coisas são tão espetaculares nessa vida quanto um gol numa decisão nervosa e truncada. Certa vez, Ilie Dumitrescu, centroavante da lendária Romênia de 94, disse que fazer um gol numa Copa do Mundo era algo tão inesquecível quanto a primeira transa. Não são poucas as pessoas que fazem metáforas com futebol e sexo. Aquele gol do Cícero foi um orgasmo coletivo, daqueles que libertam nossas almas. Foi escrita a primeira página para libertarmos a América pela terceira vez.

Fim de jogo. O destaque negativo da partida vai para a arbitragem do senhor Júlio Bascuñan. Kannemann levou amarelo POR TER SIDO EMPURRADO (uma das coisas mais ridículas que eu já vi), o que o tirou do jogo de volta. Além disso, foram-nos sonegados dois pênaltis (um deles claríssimo!). O tal do árbitro de vídeo só existe para enfeite na Libertadores, pelo visto. Simplesmente péssimo.

Sinceramente, Renato, depois da semifinal e de ontem, toda vez que um chileno desembarcar no Salgado Filho para apitar uma partida na Arena, ficarei desconfiado que a CONMEBOL está mal intencionado. Na verdade, vou convidar quem quiser ir até lá comigo para dar uma SURRA no infeliz. Porque até podemos não saber o porquê de estarmos batendo, mas ele com certeza saberá o porquê de estar apanhando.

Enfim, o que importa ontem, mesmo, foi a vitória. Lá em La Fortaleza, semana que vem, será páreo duro. Os argentinos é que terão que sair para o jogo e tentar colocar pressão. Já mostraram que são capazes disso. E nós já mostramos que nosso melhor futebol aparece nessas circunstâncias de jogo. Que essa semana passe devagar o suficiente para todos os jogadores estarem devidamente preparados para a grande decisão, mas rápido o bastante para não deixar que essa ansiedade nos mate.

Que venha o Tri! Como sempre cantamos, Renato: queremos a Copa!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/KrYpCWFOH6g

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Bom dia, Renato (com os gols do esquenta Grêmio 1 x 0 São Paulo)

Bom dia, Renato (com os gols do esquenta Grêmio 1 x 0 São Paulo)

Texto de Samuel Sganzerla

Sabe, ontem eu fui sequestrado pela NOSTALGIA. Pedalava pela orla do Guaíba em meio à belíssima e ensolarada tarde, quando lembrei que, lá em 2012, num domingo de novembro muito parecido com o dia de ontem (que inclusive tinha cara de domingo), enfrentamos o São Paulo, no (que deveria ter sido) nosso penúltimo jogo no Olímpico.

A comemoração do gol de Kannemann | gremio.net
A comemoração do gol de Kannemann | gremio.net

Não sei quanto a ti, Renato, mas minhas memórias com o futebol são fortes, impactantes, potentes. Quando penso na minha vida no Velho Casarão (minha segunda casa em Porto Alegre, desde que vim morar aqui em 2006), lembro da frase que dizia emocionado na época da despedida: “Nas arquibancadas do Olímpico eu pude sentir todas as sensações que já experimentei na vida” (ou QUASE todas, antes que maliciem).

Isso tudo fez passar um filme na minha cabeça: desde tudo que se passou com o Grêmio nesses cinco anos que separaram esses dois confrontos com o Tricolor Paulista até um pouco sobre a nossa cidade hoje. E quer saber, Renato? Todas essas coisas têm tudo a ver umas com as outras e com a decisão da semana que vem.

Porque é impossível não voltar no tempo e reviver todos os sentimentos que carregamos impreterivelmente a cada vez que seguimos o Grêmio, onde ele estiver. Nunca me foi fácil deixar o Olímpico. Lamentava que não sentia aquela “alma pulsante” ao sentar nas confortáveis cadeiras da Arena. Até o ano passado.

Quando tu chegaste em Porto Alegre, para tomar a dianteira de nossa casamata pela terceira vez, Renato, nem mesmo eu, que nunca escondi o quanto sou teu fã (o Homem Gol, o Santo Portaluppi), fiquei otimista. Eis que um baita time (demos os méritos devidos ao Roger) que se encontrava desmotivado encontrou um futebol estupendo na tua liderança.

E quando, depois de 15 anos de jejum, sofrimento, lamúrias e “quases” que viraram fracassos, voltamos a erguer uma taça e tivemos de volta a nossa alegria, aqui na nossa nova Casa, todos gremistas sentimos que ali agora é o nosso lugar. Os mais resistentes, como eu, se renderam: a Arena é nosso lar, Humaitá/Vila Farrapos é nossa vizinhança. Assim como o Olímpico e Azenha eram antes.

Aí eu pensei também, Renato, em como nesses mesmos cinco anos Porto Alegre decaiu. Não começou em 2012, claro, mas aquela cidade do qual tanto nos orgulhávamos e curtíamos anda descuidada e vilipendiada por seus próprios filhos. Fiquei pensando em como gostaria de voltar a sentir aquelas coisas positivas e otimistas sobre a Capital (e o mundo todo, na verdade) que sentia nos tempos de faculdade.

Eis que, parado em cima da bicicleta em frente ao Iberê, e observando aquela beleza toda, vi mais uma vez o porquê de, apesar dos tantos pesares, ainda dizer que a Capital dos Gaúchos é demais – e sentir a dor infinita das suas ruas por onde jamais passarei. Amor é amor, com todas as suas qualidades e defeitos, mesmo que seja por um lugar, Porto Alegre, o Olímpico ou a Arena. Que POA se reerga como se reergueu o Grêmio. Mas já divago demais aqui.

O fato é que tudo isso traz toda a história de uma vida relacionada ao Imortal, que fez com que o jogo de hoje fosse o gatilho de uma lembrança (que virou uma refestelada mexida pelas memórias). Afinal, neste exato momento, tudo se volta em nossas vidas gremistas para a decisão da próxima quarta-feira, contra o Lanús. Eu não sei os outros, Renato, mas eu só consigo pensar nisso.

Daí que, em meio a esse turbilhão de sentimentos, parei para assistir à partida com uns amigos em dois barezinhos da Cidade Baixa (cada tempo em um deles). E o jogo? O jogo foi um mero detalhe, tal qual o sortudo gol do Kannemann. Claro, não que eu estivesse tão BLASÉ a ponto de não xingar o juiz ou o Jael (que entrou mal, para variar).

Não fui à Arena não por falta de vontade ou de disponibilidade, Renato, mas olha… Se dependesse de mim, esse jogo de hoje nem tinha acontecido. Nem a próxima partida contra o Santos. A verdade é que, por mim, essa próxima SEMANA seria eliminada da EXISTÊNCIA, e hoje já seria o dia 22.

Pode ser qualquer jogo, em qualquer lugar, a qualquer horário, válido por qualquer campeonato, eu sigo acompanhando o Grêmio, Renato. Mas só me interessa a primeiro partida da final da Libertadores contra o Lanús. O único canto que ocupa minha cabeça incessantemente é aquele “Vamos Tricolor, queremos a Copa!”. QUEREMOS A COPA, RENATO!

FORA, FIM DE SEMANA! A vida que espere pela decisão, não o contrário!

Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/BkGbTTG9fao

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Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 3 x 1 Flamengo)

Bom dia, Renato (com os principais lances de Grêmio 3 x 1 Flamengo)

Por Samuel Sganzerla

Bom dia, Renato!

Deixa eu te contar antes: no sábado, saí para tomar uma cerveja com um amigo que foi morar em São Paulo e que eu não o via há muito tempo; fomos num barzinho da Cidade Baixa para, como ele gosta de dizer, “zerar a comanda”. Uma RESENHA digna de um conto de Bukowski, eu diria. Dito isso, fui para o jogo ontem pensando se o Grêmio estaria ainda sob esse efeito de “ressaca”, após a classificação para a final da Libertadores (já que o Brasileirão não vale mais nada para nós há rodadas). Fui inclusive de espírito leve, só esperando ver uma boa atuação da equipe e torcendo para que voltássemos a vencer em casa.

Luan abraça o Cebolinha Éverton, que entrou e marcou dois gols
Luan abraça o Cebolinha Éverton, que entrou e marcou dois gols

Bueno, no início do jogo, quem parecia estar de ressaca era o Marcelo Oliveira (a despeito de as boas línguas falarem por aí que o rapaz não é de beber) – mas ele não comprometeu, sejamos justos. O Flamengo abriu mão de seu estilo mais cadenciado de jogo, focando o time na marcação e na busca de espaços pelo contra-ataque. A formação espelhada das duas equipes facilitou um jogo truncado, de muita movimentação no meio campo, mas quase nada de oportunidades criadas – teve horas que estava ruim de segurar o SONO, eu confesso. Novamente o Grêmio apresentou dificuldades para jogar contra equipes que vêm a Porto Alegre para se defender e esperar pelas nossas falhas.

Olha, Renato, por mais que eu goste de ver o Luan bem, como ele estava no primeiro tempo, fico preocupado quando o time parece depender em demasia dele. Ele flutuando na meia cancha, de uma ala a outra, mas muito sozinho, sempre com no mínimo dois nas costas. Ainda assim, ele conseguiu desferir um bom chute, defendido por Diego Alves. Jael alternou lances em que demonstrou ter certa dificuldade para dominar a bola com outros em que soube fazer o pivô e até PIFAR Ramiro, que não aproveitou o que seria a primeira assistência do CRUEL, novamente parando no goleiro rubro-negro.

O Flamengo, por sua vez, somente deu chutes à distância na primeira etapa, nenhuma no gol de Paulo Victor. Os cariocas seguiam naquele estilo de apostar nas aberturas deixadas por nós, quando subíamos para o ataque, o que poderia ter trazido mais perigos, se Márcio Araújo soubesse acertar um passe. No final do primeiro tempo, eu gostei quando tu disseste para Arthur e Ramiro subirem um pouco mais na marcação, retomando a bola com mais velocidade e compactando mais a equipe, o que permitiu impor o nosso jogo de passes trocados em velocidade. Mesmo que nada tenha ocorrido, fomos com um 0 a 0 para o vestiário que ao menos indicava que deveríamos esperar um segundo tempo melhor para nós.

Pois bem, Renato! Assim como uma pessoa que extrapola o número máximo de cervejas que sabe que deveria beber, parece que todos temos dificuldades de aprender com os próprios erros, não?! Um minuto de jogo no segundo tempo, e tudo que o Flamengo tentou fazer na primeira etapa toda ele conseguiu com um minuto da segunda etapa, esperando um erro nosso para aproveitar todos os espaços deixados abertos para o contra-ataque, e Everton Ribeiro marcando o seu gol de cabeça totalmente desacompanhado. É o que o Muricy Ramalho sempre diz, não?! “A bola pune!”

De toda forma, parece que bastou tomar o gol para que nós mudássemos de atitude. 1 a 0 nas costas e o perigo da quarta derrota consecutiva em casa (a terceira pelo campeonato nacional) fizeram com que fôssemos ao ataque e aproveitássemos o recuo do Flamengo. Entretanto, apesar da nova energia e de um time mais conectado, não fomos efetivos na primeira metade do segundo tempo. Luan e Arthur não estavam bem. Ramiro errava a pontaria. Fernandinho até deu um bom chute, mas foi tudo que ele fez enquanto esteve em campo também (outra má atuação de um dos jogadores mais contestados pela torcida presente). Logo em seguida, Marcelo Oliveira se redimiu, salvando o que poderia ter sido o segundo gol dos cariocas.

Foi aí que tu acertaste a mão, Renato, e salvou o dia! Duas mexidas certeiras, colocando Beto da Silva e Everton nos lugares de Jael e Fernandinho. Nem precisou aguardar para ver a movimentação que os dois trariam: no primeiro lance em que eles participaram, veio o gol de empate. Michel lançou na ponta, Ramiro (o pequeno-gigante) pulou mais alto para cabecear para o meio da área, Beto da Silva FUROU (propositadamente, óbvio) e Everton, o iluminado do dia, se antecipou entre Rhodolfo e Pará para tirar a tocar a bola de leve no canto oposto de Diego Alves. 1 a 1 e um alívio enorme!

Daí, nem dois minutos depois, Edilson resolveu EMULAR Gérson, numa versão destra, e fazer um lançamento EXCEPCIONAL de 40 metros para Everton entrar livre e dar uma cavadinha no canto do goleiro, virando o jogo e fazendo a Arena explodir em festa. Tudo bem que o lateral-direito flamenguista colaborou fazendo o que sabe fazer de melhor (falhar), mas isso não tirou a beleza do lance e a grandeza daquela virada. E ali apenas se consolidou o fato de que CEBOLINHA (apelido curiosamente dado a ele pelo próprio Pará, que hoje certamente terá pesadelos CHOROSOS) seria o homem do jogo e o cara deste domingo.

Dez minutos depois, veríamos Beto da Silva fazer grande jogada, também demonstrando porque a torcida flamenguista corretamente não tem mais paciência alguma com Rafael Vaz, e servindo Luan, para que o craque deixasse o seu. Ele ainda perderia um gol de cabeça relativamente fácil, mas como tem crédito com a torcida e o placar estava construído, ninguém se importou. Na verdade, naquela altura do jogo, eu até já havia esquecido da MALEMOLÊNCIA que acometia meu corpo, porque o espírito contagiante que sói pairar por cada alma Tricolor já falava mais alto do que tudo.

Nós gremistas pulávamos na arquibancada, e a emocionante virada já tinha me feito desistir de ver o jogo mais “tranquilamente”, pouco interessando a minha cabeça CANSADA. Enquanto já esperávamos o final do jogo, o Flamengo ainda colocou uma bola na nossa trave, ainda com a boa intervenção de Paulo Victor. Mas isso já não importava mais. Foi muito bom voltar a vencer na Arena, Renato. A gente precisava disso, precisava de uma vitória com uma atuação como a de hoje: um time que mostra que pode mudar a postura e a forma de jogar quando necessário e reverter um placar numa partida que se apresenta difícil.

As nossas cabeças certamente já estavam todas lá no próximo dia 22, na primeira partida da final contra o Lanús, aqui em Porto Alegre. Mas nada impediu que sentíssemos o sofrimento de quando o time foi mal e a alegria de quando se recuperou e venceu. Queremos essa confiança e esse ímpeto daqui até o dia 29. Porque, após o apito final de hoje, tudo era uma grande festividade, e nada mais poderia nos tirar aquele belo final de tarde, em que bastava olhar para cima para lembrar o quão belo é o céu AZUL.

“No meio da alegria, não teve aquele que não bebeu!”, já se entoava o canto na saída. Bom, na verdade até teve, porque eu só volto a beber no próximo final de semana mesmo – a menos que algumas Cocas-Colas valham para acompanhar a música. Mas a música que está presente em nossas mentes 24 horas por dia é outra: “Queremos a Copa”. Queremos a Libertadores, Renato! Queremos o Tri! Saudações Tricolores!

Segue o baile…

https://youtu.be/Mb5Ma-efstE

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O banco público não tem nada que reformar o Beira-Rio

Nunca me ufanei da Copa do Mundo no Beira-Rio e muito menos de quaisquer acordos com empreiteiras. Mas não sou daqueles que acham uma bobagem a Copa no Brasil. Reconheço a importância do campeonato, o quanto ele mobiliza o planeta e que o país respira futebol semanalmente. Reconheço também que a Copa deixa estádios e obras a quem souber fazer um bom planejamento e há que reconhecer — neste festival de reconhecimentos… — que seria muito mais lógico que a Copa, em Porto Alegre, fosse jogada na Arena do Grêmio, que estará nova e pronta em 2014.

O péssimo acordo do tricolor para construir seu novo estádio inclui o importante fato de ter sido um negócio que envolveu pouco ou nenhum dinheiro público. O negócio foi realizado, basicamente, entre OAS e Grêmio. Já a reforma do Beira-Rio está requerendo parceiras com órgãos públicos. Parcerias? Não, exatamente. Talvez a palavra melhor fosse mecenato público. A Andrade Gutierrez ou não tem o dinheiro (modo piada) ou não quer arriscar-se (modo realismo). Desta forma, passaria o risco para alguma estatal: primeiro houve as tentativas que não deram certo com as Fundações (fundos de pensão) Corsan e CEEE e agora o desejo é pegar dinheiro do Banrisul. Tudo bem, é função do banco emprestar dinheiro, só que a AG não deseja deixar nenhuma garantia. Quer só o dinheiro, como se fosse uma obrigação do banco para com o povo gaúcho… Sua estratégia é a de criar uma crise até que o dinheiro surja de algum banco público.

(Em 2010 a receita operacional bruta da AG foi de 18 BILHÕES DE REAIS e seu patrimonio líquido era de 8 BILHÕES DE REAIS. Ainda em seu relatório referente ao ano de 2010 podemos ver que, naquele momento, a AG possuia contratos de obras no equivalente a 22 BILHÕES DE REAIS. Sendo assim, a empresa não conseguiria oferecer garantias para 0,3 bilhão?).

Ora, se eu vou falar com um banco para pedir dinheiro, sei que o banco fará uma devassa em minha vida à procura de garantias. Então, acho que a posição do Banrisul de negar dinheiro à AG é muito digna e correta. Demonstra apenas que a instituição está sendo gerida com isonomia e seriedade. O fato do Corinthians estar praticamente ganhando um estádio novo não justifica a importação da corrupção e sim uma auditoria lá.

O que não entendo é porque se fala tão pouco em Vitório Píffero. O homem pôs abaixo 1/4 da arquibancada inferior do Beira-Rio, tornando-o uma espécie bem feia de Coliseu Colorado, acreditando que faria toda a reforma de quase R$ 300 milhões através da venda de camarotes… Agora estamos a 250 dias vendo a maravilha abaixo.

Foto: Anderson Vaz

A grana da venda dos Eucaliptos ainda existe? Ela paga a recolocação das arquibancadas derrubadas? Os conselheiros do clube respondem sim a ambas as perguntas, então façamos rapidamente isso e deixemos a Copa para a Arena. Já tivemos a Copa de 1950 nos Eucaliptos e nem por isso o Grêmio morreu.

.o0o.

Final: Por que não haveria um Copa aqui? É diversão? Sim. É lazer? Sim. Porém, ir para a praia também é e os gaúchos passam os meses de verão reclamando e pedindo das estradas… Eu vou pouco para a praia e acho um gasto inútil… Ou seja, é impossível atender a todos.

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