Woody Allen, o cineasta proscrito

Woody Allen, o cineasta proscrito
Luis Grañena

Por Rubén Amón no El País
Mal traduzido por mim

As alegações de abuso que teriam sido cometidos contra sua filha fizeram com que o diretor ficasse impedido de trabalhar. San Sebastian salvou-o. O cinema de Woody Allen (83 anos) está exposto à dialética do erotismo e da morte. Nela, há o sexo como remédio ou antídoto para o niilismo, mas também abriga superstições e premonições. Nenhuma tão evidente quanto a alegoria do exílio que Dirigindo no Escuro (2002) transfere, do cineasta incompreendido nos EUA e idolatrado na Europa.

A começar pela Espanha, cuja devoção ao iconoclasmo de Allen foi reconhecida no Prêmio Príncipe das Astúrias (2002), no monumento de bronze que foi erguido em Oviedo, na participação na produção de vários filmes — a produtora Mediapro é um aliado usual — e no salva-vidas recém lançado pelo município de San Sebastián.

É nesta cidade que Allen está filmando seu 51º primeiro filme. As estrelas são Christoph Waltz e Elena Anaya. E é uma comédia romântica — outra comédia romântica — cujo enredo de promiscuidades não requer muita imaginação: ela tem um caso com um brilhante diretor de cinema francês. E ele se apaixona por um residente espanhol bonito na cidade. A cidade é San Sebastián, que reagiu com entusiasmo geral, mas lá também houve movimentos de repulsa. Pois há estranhos escrúpulos éticos de um partido que apoia certos atos terroristas, mas que abomina o cineasta pervertido.

Allen foi submetido a um processo de extermínio nos Estados Unidos. O movimento MeToo, o puritanismo e o oportunismo comercial da indústria americana condenaram o autor de Crimes e Pecados — seu filme nuclear — a uma sentença de morte civil. Nenhuma conclusão judicial atribui a ele ter cometido crime de abuso sexual contra Dylan Farrow, sua filha adotiva, mas as declarações que ela fez à mídia estabeleceram uma verdade metajudicial ou parajurídica. Os próprios irmãos de Dylan negaram e negam suas acusações, mas… E esta duvidosa verdade transformou Allen em uma espécie de leproso, um fora da lei. Isso impede seus projetos nos EUA. Imaginem que ele não encontrou nenhum editor disposto a publicar suas memórias — todo o seu trabalho é implícita ou explicitamente autobiográfico –, que a Amazon sequestrou seu último filme, que deveria distribuir — rompendo um contrato que garantia 4 filmes a Allen… Acabou sendo processada pelo cineasta. Allen também não conseguiu recursos financeiros para manter o costume de lançar um filme anual. Houve até mesmo atores e atrizes que renunciaram a trabalhar sob seu comando, de modo que o monstro adquiriu proporções excessivas. Seus filmes foram expostos a um processo de revisão, na medida em que Manhattan, Dia de Chuva em Nova York ou Igual a Tudo na Vida foram destruídos em autópsias exemplares para demonstrar a recorrência com a qual Woody Allen estabelecia relações com jovens nos filmes. Seu relacionamento com Soon-Yi — filha adotiva de Mia Farrow, atriz que foi parceira de Allen por 12 anos, portanto, enteada do diretor — veio à luz quando ela tinha 22 anos e ele tinha 56. Eles estão casados a quase 30 anos.

O movimento inquisitorial confundiu realidade e ficção, pessoa e trabalho. O fogo justiceiro puniu a imoralidade. Allen é um cineasta superlativo que cultiva todos os gêneros — o thriller angustiante, a ficção científica, a comédia, o musical … — e que organizou seu próprio universo no caos. É fácil reconhecê-lo. Como música de fundo, vamos colocar uma cortina de jazz, vamos expor, em branco sobre preto, em letras Windsor os nomes de Charles H. Joffe, de Stephen Tenenbaum, vamos juntar um filme com o anterior e com o seguinte, numa espécie de itinerário lúcido, sarcástico e pessimista que explora a fronteira existencial.

Não é verdade que Woody Allen repita o mesmo filme repetidas vezes. Acontece que todos emanam da mesma personalidade e da mesma ingenuidade. E das mesmas obsessões: sexo, niilismo, humor negro, psicanálise, amor sem correspondência, sexo, hipocondria, sexo, retaliação ao rabino, sexo e medo da morte. É por isso que faz sentido evocar sua resposta à imprensa quando um colega lhe perguntou há alguns anos o que ele achava da morte. A resposta foi reflexo da alegoria metafísica de Você Vai Conhecer O Homem Dos Seus Sonhos.

— O que eu penso da morte?” Bem, eu sou totalmente contra isso.

Tive a oportunidade de conversar com Allen. Identifiquei seu olhar de espanto sobre a armação dos óculos. Reconheci a voz dos filmes. E ele confirmou a impressão de um caráter cativante, nervoso e consciente de que ele não poderia mais aparecer como antigalã em seus filmes. É por isso que ele tem reencarnou em Joaquin Phoenix por alguns anos, ou em Colin Firth, Owen Wilson e Josh Brolin. E resistindo a completar 85 anos. Como ele resistiu em pegar seus quatro Oscars. Foi uma reação preventiva, uma rejeição premonitória de vingança contra aquilo que a indústria americana iria organizar. E uma maneira de preparar seu exílio cultural. Allen nasceu na cidade menos americana da América. Ele cresceu em cinemas de bairro embalados no balanço do neo-realismo italiano. Eu nunca desistiria de Manhattan, mas Manhattan desistiu dele.

Foto: Divulgação

A literatura faz dieta e perde páginas

A literatura faz dieta e perde páginas

Relatos revelam um corte significativo na extensão dos romances durante a última década, em razão de novos hábitos de leitura

Traduzido rapidamente por mim — Fonte: El País

Estande na Feira do Livro de Madri | Foto: Jaime Villanueva

Uma mesa cheia de livros à espera de atenção. A pilha tornou-se uma coluna que continua crescendo em número e em angústia. Talvez seja a sala de um leitor, mas é também a imagem que ilustra a capa da nova edição da revista The New Yorker. O sufoco do casal, em sua cama, parece ter uma explicação na superprodução de novidades, na falta de tempo para lê-las e no surgimento de novos inimigos que competem para manter seu limitado tempo livre.

Número médio de páginas dos livros lançados nesta década

Na Espanha, o ISBN (a agência que cataloga os livros geridos pela Federação de Editores do país) descobriu uma tendência que poderia estar ligada a um movimento contra o hábito da leitura. Os editores produzem livros cada vez mais curtos. Na última década, o número de títulos lançados cresceu, mas vieram com menos páginas: a média foi, em 2017, 243 páginas na categoria ficção e poesia. Em 2009, a extensão média era 265 páginas. 20 páginas foram cortadas, de acordo com as estatísticas do cadastro que audita o setor editorial. O segmento da ficção já tem 50,8% de livros de menos de 200 páginas. Uma década atrás, eles eram 46,3%. Nós examinamos detalhes e vimos que em 2017 foram publicados 6.573 títulos com uma extensão entre 101 e 200 páginas; 3.740, entre 201 a 300 páginas; 3.816, de 301 a 500; e 1.078 de 501 a 1.000 páginas. Em 2011 houve uma recuperação, devido à superprodução de notícias (ver gráfico).

Quase 70% dos títulos de literatura são publicados por pequenos e médios editores. Luis Solano é o editor do Libros del Asteroide e reconhece ter detectado a tendência de livros mais curtos. “Eu acho que as razões são claras. Por um lado, o tempo disponível dos leitores é mais escasso do que dez anos atrás. É evidente que o entretenimento digital (da TV às redes sociais, WhatsApp, YouTube, Netflix ou outras ferramentas de comunicação) reduz o tempo de leitura, portanto, os livros que propomos devem ser melhores ou mais curtos”.

O tamanho importa

O mundo e a leitura offline adaptam suas formas à constante mobilidade das pessoas, à fragmentação dos tempos cotidianos e à multiplicação de ofertas. Por isso, ao escolher livros, reconhece Solano, os editores levam em conta que a proliferação do digital diminuiu a atenção dos leitores. “Eu não pretendo descartar os livros grandes, mas o tamanho é um fator que tem mais peso do que há alguns anos”, diz ele. Ele acredita que os autores sabem disso e se esforçam em livros que captem imediatamente a atenção do leitor, o que os compensará pelo tempo de leitura.

Raquel Vicedo, editora da Pepitas de Calabaza e sócia da livraria Cervantes y Compañía (Madri), reconhece que tem dificuldade para se dedicar a livros de mais de 250 páginas. “Se não é uma obra de arte, não vale a pena. Há muitos livros bons para serem lidos”, explica ela. Ela descreve um panorama avassalador, um mercado saturado de livreiros e leitores, incapaz de assumir o lançamento incessante de novidades. “Nestes tempos, os escritores devem nos encorajar a projetos mais curtos. É necessária muita vontade para romances longos. Mais vontade do que dinheiro”, diz a autora Lara Moreno, que acaba de publicar o livro de poemas Eu tinha uma gaiola (La Bella Varsovia). Ela, que trabalhou na editora Caballo de Troya por um ano, aponta outro fato importante: o tempo de leitura dos editores. Ela diz que os editores não gostam de analisar livros de mais de 500 páginas, só para saberem se vale a pena.

A escritora Elvira Navarro — também ex-editora do Caballo de Troya — concorda com Lara Moreno. “Talvez o fator mais importante seja a mudança de percepção da temporalidade que vivemos. Afeta a leitura e a escrita. Os tempos aceleraram e, embora no romance de entretenimento o número de páginas tenha crescido, devemos ter em mente que seus ritmos internos são rápidos. Eles são lidos em pequenos trechos”, diz Navarro. A redução de páginas também acontece em livros de ciências sociais e humanas, talvez, como diz o autor de A Ilha dos Coelhos (Random House), porque nos acostumamos a “um conhecimento parcial e superficial”. Remedios Zafra concorda com o livro Como lemos na sociedade digital?, da Fundação Telefónica, que identifica a precariedade da leitura. Na rede, flui entre a abundância, onde a leitura acontece mais pela impressão do que pela concentração.

O editor do Impedimenta, Enrique Redel, observa que “os leitores estão cada vez mais relutantes a livros volumosos. A tendência está aí. Acho que é parte de uma mudança estrutural gradual no consumo cultural, nada de novo, que afete o tempo dedicado a esse consumo”. Como Solano, Redel aponta que o tempo é limitado e que a competição é “poderosa”, entre séries, redes sociais, conteúdo online, música ou jogos. “O livro define os tempos, exige atenção total e maior envolvimento. Isso não está na moda, então o conteúdo é diluído para ser mais digerível”, acrescenta Redel, que não acredita que um leitor contumaz sofra deste problema, mas acha que o restante hesita entre um tipo de conteúdo e outro.

17 minutos de leitura por dia

O único estudo que aponta o tempo que os espanhóis dedicam à leitura foi realizado pela Comunidade de Madrid e acaba de ser publicado. Este garante que o povo de Madrid lê 10 horas por semana. Cada vez mais se lê fora de casa, como no metrô, onde 33%das pessoas leem em viagens de cerca de 40 minutos. Um recente estudo do Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS) perguntou aos entrevistados o quanto liam. A resposta foi de dois a quatro livros por ano. Outros estudos, como o da Federação de Editores da Espanha, afirmam que são uma dúzia. Os leitores diários espanhóis são apenas 32%. 40% dos espanhóis dizem que não leem nada é porque não têm tempo. Os relatórios provenientes dos EUA são mais desanimadores, porque falam de uma queda de 19% no tempo de leitura por dia. Em 15 anos, ele baixou para 17 minutos.

Uma(s) lista(s) de melhores contos, na minha humilde opinião e na do El País

Uma(s) lista(s) de melhores contos, na minha humilde opinião e na do El País
Machado de Assis e Guimarães Rosa.
Machado de Assis e Guimarães Rosa.

O Brasil sempre privilegiou o conto, mas os europeus nunca deram grande importância ao gênero. O Caderno de Cultura Babelia do jornal espanhol El País publicou uma notícia que fala sucintamente da recente valorização do conto naquele país, pedindo para que autores espanhóis citem seus contos favoritos da literatura não espanhola. Curiosamente, nenhum conto foi citado duas vezes. Depois, coloco uma relação de contos favoritos deste blogueiro.

Relatos universales que no hay que perderse

Escritores, editores y libreros que han participado en este especial sobre el renacer y la nueva valoración del cuento en España comparten con los lectores títulos de sus cuentos favoritos en español y otras lenguas.

— El llano en llamas, de Juan Rulfo, y Bartleby, el escribiente, de Herman Melville (Berta Marsé).

— Carta a una señorita en París, de Julio Cortázar, y La dama del perrito, de Antón Chéjov (Cristina Cerrada).

— La Resucitada, de Emilia Pardo Bazán, y El bailarín del abogado Kraykowsky, de Witold Gombrowicz (Cristina Fernández Cubas).

— El Aleph, de Jorge Luis Borges, y Una casa con buhardilla, de Antón Chéjov (Eloy Tizón).

— El espejo y la máscara, de Jorge Luis Borges; Una luz en la ventana, de Truman Capote, y Donde su fuego nunca se apaga, de May Sinclair (Fernando Iwasaki).

— Bienvenido, Bob, de Juan Carlos Onetti; El álbum, de Medardo Fraile; En medio como los jueves, de Antonio J. Desmonts; Alguien que me lleve, de Slawomir Mrozek; Los gemelos, de Fleur Jaeggy; La colección de silencios del doctor Murke, de Heinrich Böll, y Guy de Maupassant, de Isaak Babel (Hipólito G. Navarro).

— Un tigre de Bengala, de Víctor García Antón, y La revolución, de Slawomir Mrozek (José Luis Pereira).

— No oyes ladrar los perros, de Juan Rulfo; El veraneo, de Carmen Laforet; La corista, de Antón Chéjov, y Rikki-tikki-tavi, de Rudyard Kipling (José María Merino).

— Continuidad de los parques, de Julio Cortázar, y El nadador, de John Cheever (Juan Casamayor).

— El Sur, de Jorge Luis Borges; Parientes pobres del diablo, de Cristina Fernández Cubas; Tres rosas amarillas, de Raymond Carver, y La dama del perrito, de Antón Chéjov (Juan Cerezo).

— El infierno tan temido, de Juan Carlos Onetti, y Los muertos, de James Joyce (Juan Gabriel Vásquez).

— Las lealtades (de Largo Noviembre de Madrid), de Juan Eduardo Zúñiga, y El nadador, de John Cheever (Miguel Ángel Muñoz).

— Continuidad de los parques, de Julio Cortázar, y William Wilson, de Edgar Allan Poe (Patricia Estebán Erlés).

— Ojos inquietos, de Medardo Fraile; Noche cálida y sin viento, de Julio Ramón Ribeyro, y Míster Jones, de Truman Capote (Pedro Ugarte).

Minha relação saiu um pouco grande, apesar de ter sido escrita improvisadamente. Mas se pensasse mais, talvez não mudasse demais. Vamos a ela.

Contos estrangeiros:

— A Viagem, de Luigi Pirandello;
— O Velho Cavaleiro Andante, de Isak Dinesen (Karen Blixen);
— Ponha-se no meu lugar, de Raymond Carver;
— A Fera na Selva, de Henry James;
— Bartleby, o Escrivão, de Herman Melville;
— A Enfermaria Nº 6, de Anton Tchékhov;
— Queridinha (ou O Coração de Okenka), de Anton Tchékhov;
— A Corista, de Anton Tchékhov;
— A Dama do Cachorrinho, de Anton Tchékhov;
— Olhos Mortos de Sono, de Anton Tchékhov;
— Os Sonhadores, de Isak Dinesen (Karen Blixen);
— A Morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstói;
— Uma Alma Simples, de Gustave Flaubert;
— As Jóias, de Guy de Maupassant;
— Os Mortos, de James Joyce;
— O Licenciado Vidriera, de Miguel de Cervantes;
— O Artista da Fome, de Franz Kafka;
— A Colônia Penal, de Franz Kafka;
— A Queda da Casa de Usher, de Edgar Allan Poe;
— Berenice, de Edgar Allan Poe;
— William Wilson, de Edgar Allan Poe;
— O Primeiro Amor, de Ivan Turguênev;
— Três Cachimbos, de Ilya Ehrenburg;
— A Loteria da Babilônia, de Jorge Luis Borges;
— A procura de Averróis, de Jorge Luis Borges;
— O jardins dos caminhos que se bifurcam, de Jorge Luis Borges;
— Tlön, Uqbar, Orbis Tertius, de Jorge Luis Borges.

Contos brasileiros:

— Missa do Galo, de Machado de Assis;
— Uns Braços, de Machado de Assis;
— Noite de Almirante, de Machado de Assis;
— Um Homem Célebre, de Machado de Assis;
— A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa;
— Meu tio, o Iauaretê, de Guimarães Rosa;
— A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa;
— O Duelo, de Guimarães Rosa;
— Guapear com Frangos, de Sérgio Faraco;
— O Voo da Garça-pequena, de Sergio Faraco;
— Corvos na Chuva, de Ernani Ssó;
— Contrabandista, de João Simões Lopes Neto;
— Baleia, de Graciliano Ramos (não é um conto, mas pode funcionar como tal);
— O homem que sabia javanês, de Lima Barreto;
— O Vitral, de Osman Lins;
— O Afogado, de Rubem Braga;
— Venha Ver o Pôr do Sol, de Lygia Fagundes Telles;
— Feliz Aniversário, de Clarice Lispector;
— Uma Galinha, de Clarice Lispector;
— O Japonês dos Olhos Redondos, de Zulmira Ribeiro Tavares.

Yoani Sánchez, a nova mensageira da liberdade, é um produto bem barato

Os protestos de ontem em Feira de Santana contra a ativista Yoani Sánchez foram certamente exagerados, assim como foi antidemocrático não terem deixado o cineasta Dado Galvão — membro do Instituto Millenium — mostrar seu filme. Tais atitudes dão motivos aos comentários que nós todos já estamos lendo e não devem receber elogios de nossa trincheira. É burrice pressionar a moça desta forma. Ela deve estar se sentindo uma tremenda celebridade e uma incomodação para quaisquer regimes-que-não-respeitam-a-liberdade, isto é, as esquerdas. Acho que um pouco de reflexão sobre a marionete cubana não fará mal a ninguém.

Yoani Sánchez é um produto barato e nada camuflado. Ela não nega receber dinheiro dos EUA, do El Pais, da CNN, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e do Instituto Millenium, do Brasil, do qual é “especialista”. Do ponto de vista material, vive muito bem em Cuba. Apesar de ter tentado sair 20 vezes do país, estranhamente viveu na Suíça e voltou para onde era mais útil e lucrativa para todos os envolvidos. A moça está bem assessorada e agora que seu passe vale menos a partir das novas facilidades sair e entrar do país, promove — quem promove mesmo? — uma tournée mundial… É óbvio que a direita está amando a ideia do périplo de Yoani.

Disse que o produto é barato e é mesmo. Paga-se uma blogueira e recebe-se enorme repercussão. Estas são de todo gênero, algumas mais inteligentes, outras bem burras. O plano de construção de Yoani é velhinho e de inspiração soviética: basta pensar em Alexander Soljenítsin e Andrei Sakharov. A CIA deve ter pensado: se estes soviéticos nasceram e viveram dentro do país, recebendo toda a cobertura (e peninha) da imprensa ocidental durante a Guerra Fria, por que não criar uma dissidência controlada e paga por nós? Sim, porque nem sempre os modelos dos russos funcionaram direito. Soljenítsin, por exemplo, revelou-se foi um fiasco: imaginem que o homem foi expulso para o Ocidente e logo passou a propor um estado religioso na Rússia. Depois fez muito pior. Escreveu sobre o absoluto protagonismo dos judeus russos no Partido Comunista e na polícia secreta soviética, e acabou tachado de antissemita e desmoralizado nos EUA. Morreu no anonimato. Então, para se livrar de modelos incontroláveis, melhor pagar logo alguém que trabalha sob nossa orientação.

Agora que pode sair de Cuba, a tentativa é de que a moça se torne uma mensageira da liberdade. Talvez receba um Nobel da Paz. Ela é uma figura a favor de Cuba, não será de direita nem de esquerda — depois que o Muro caiu não fazem mais sentido a direita e a esquerda, certo? — e carregará um pensamento político perfeitamente rarefeito, sempre defendendo a democracia no estilo norte-americano.

Mas, sabem?, na verdade, Yoani não me interessa. A presença dela aqui se assemelha a uma visita do Papa. O pior é que se tornará uma autoridade. Vai opinar sobre tudo, um saco. Acho o tema e a Yoani muito chatos e apenas gostaria de saber qual terá sido o parceiro que criou sua atual tour mundial.

Pois, em vez de trazerem o David Bowie, trazem um troço desses…

Porra, um ferro de passar não faria falta a essa bandeira, hein? Acho que os amigos da Yoani esqueceram de pedir pra empregada fazer a mão.

"Charla" com Pilar del Río sobre o filme José e Pilar

O El País proporcionou um chat de seus leitores com Pilar del Río. Eu achei interessante. Poderia corrigir os erros de digitação dos leitores e de Pilar, mas apenas acertei os mais evidentes. Admiro seu feminismo duro e articulado, se me entendem.

~o~

Leitor do El País: Hola Pilar, te escribo desde Euskadi. Un par de preguntas: ¿cuando dejaras de ser para los medios la viuda de José Saramago y pasarás a ser la Presidenta de la Fundación José Saramago (tengo el recuerdo del pie de foto del 50 aniversario de Santillana)?. Es conocido tu cariño y preocupación por la situación en Euskadi. ¿Cómo la ves en este momento? Pacto PSE-PP, tregua de ETA, movimientos de la izquierda abertzale… Gracias.

Pilar del Río: Fermín, no me dejan hacer un ensayo en esta sección… Espero que los medios de comunicación dejen de llamarme ‘La viuda de Saramago’ ya porque soy la mujer de Saramago o la novia de Saramago y desde luego soy la presidenta de la Fundación Saramago, cosa que no sé si por machismo o por frivolidad, algunos prefieren ignorar. En cuanto a lo de la paz en Euskadi y los pactos, hijo, a ver si os ponéis de acuerdo, lo solucionáis de una vez por todas que estamos hartitos todos de vuestros problemas y de vuestros sufrimientos. Solidarios, pero también hartitos. Vamos a hacer el futuro y a dejar de pensar en el pasado. El de Franco y el que no hemos sabido solucionar los que hemos venido después de Franco.

Leitor do El País: ¿Cómo recordará Saramago a Castril?

Pilar del Río: ¿No será mejor cómo recordará Castril a Saramago? ¿Se darán cuenta en el pueblo de mi madre que tuvieron el privilegio de compartir momentos de belleza y de intimidad, como nuestra boda en España, con uno de los hombres que más ha dignificado el siglo XX?

Leitor do El País: ¿Con qué cosas (actividades) se divertía más don José? ¿Qué cosas le causaban risa?

Pilar del Río: Todos los días se reía con el programa de El Gran Wyoming (‘El intermedio’). Le divertía el buen cine (Fellini o Bergman o Almodóvar, por ejemplo), las buenas series de televisión, vimos ‘El ala oeste de la Casa Blanca’ de principio a fin, le gustaban lo libros de ciencia ficción, la buena literatura también, nuestros perros, los solitarios, la música:sus últimos días, cuando ya no podía casi seguir una película veía y oía ópera en la sala de proyección que tenemos en nuestra casa. La belleza de Mozart y de Beethoven le dieron refugio en esos malos momentos.

Leitor do El País: ¿De qué manera cree que los años vividos en Lanzarote han influído en la obra y en la forma de ver la vida de su marido? Gracias

Pilar del Río: Sí. El dijo que hasta ‘El evangelio según Jesucristo’, había tratado de describir la estatua, que tal vez influído por la aridez de Lanzarote ahora lo que le interesaba era la piedra de la que estaba hecha la estatua.

Leitor do El País: He leido una hermosa entrevista suya al Subcomandante Marcos. ¿Sigue escribiendo?

Pilar del Río: No. No tengo medio donde publicar.

Leitor do El País: ¿Qué opinas de la reciente victoria de Cavaco Silva en Portugal?

Pilar del Río: Prefiero opinar del 53% de abstención. ¿Qué tipo de sociedad estamos haciendo para que el 53% de las personas se queden en su casa y no se tomen la molestia en emitir un voto que a su vez es una opinión?

Leitor do El País: En Cuadernos de Lanzarote, Saramago escribe sobre las intromisiones de EEUU en Portugal. ¿Que podríamos haber leido en el Cuaderno de Saramago acerca de Wikileaks? Un abrazo, y mi admiración por Saramago.

Pilar del Río: Nunca me atrevería a interpretar a Saramago. Lo siento, no puedo contestar a esta pregunta.

Leitor do El País: ¿Quiénes eran los escritores de cabecera de Saramago, los que más le marcaron?

Pilar del Río: Kafka, en el siglo XX, Borges y Pessoa. Cervantes, Gogol y el padre Vieiras, un jesuíta portugués, parecido a nuestro Bartolomé de las Casas, del que Saramago decía que nunca el portugués sonó tan bello y tan armonioso de como él lo escribió.

Leitor do El País: Por qué está exhibición de su vida personal que no interesa, o no debería interesar? Yo que José Saramago ha dejado una obra maravillosa que no necesita de esta publicidad como si se tratara de Angelina y Brad Pitt….

Pilar del Río: Me parece bien que a usted no le interese la vida de José Saramago, yo daría lo que no tengo por ver una película así de Cortazar, Proust, Borges… He visto ‘La última estación’ de Tolstoi emocionada y eso que Tolstoi estaba interpretado por un actor. Hay personas a las que sí nos interesan los autores que escriben los libros. Saramago abrió su casa en un gesto de generosidad, no su intimidad, sí su cotidianidad. Es una película para los amigos de Saramago. Simplemente.

Leitor do El País: He leido y visto en la pagina de la Fundacion Saramago q todos los 18 de cada mes se hace un homenaje hasta el noveno mes. ¿Que significado tiene eso? Gracias

Pilar del Río: Saramago decía que una persona no está muerta del todo hasta pasado nueve meses, como los nueve meses primeros no está vida del todo, por eso los días 18 de estos 9 meses nos reunimos amigos en distintos continentes y de distintas maneras pero siempre para brindar por la vida de Saramago. Hay música, hay lecturas de textos, se cuentan experiencias, y siempre, siempre, terminamos brindando por la vida de Saramago. El reunirnos con Saramago los 18 está sacado de una complicidad entre Pessoa y Ricardo Reis que Saramago cuenta en ‘El año de la muerte de Ricardo Reis’.

Leitor do El País: Hola Pilar! Pude ver el estreno del documental en el Maestranza. Sólo puedo decirte que me emocionasteis. No decaigas, que no te vengan los momentos de desánimo, que la palabra de José no puede caer en el silencio. Gracias a tí y a José.

Pilar del Río: ¡Qué bien que entendieras la película! Porque es una película de amor, el amor que se proyecta desde la pantalla y que abarca a los espectadores y el amor de los espectadores hacia Saramago. En todas las sesiones en las que he estado he sentido la emoción a parte de las muchas risas y alguno que otro sollozo contenido.

Leitor do El País: En mi opinión la obra de José Saramago, de la que soy un ávido lector y admirador, tiene una fuerte influencia del Quijote, especialmente podría decir en El Evangelio según Jesucristo, La intermitencias de la muerte o Caín. En ellas alcanza una maestría y una libertad en la escritura admirables, pero también un juego en la estructura, así del papel del que me recuerdan a la gran novela de Cervantes. Cuál es su criterio al respecto? gracias. Saludos Pilar, como si se dijera agua.

Pilar del Río: Lázaro Carreter, que fue presidente de la RAE, escribió un día que Saramago era el escritor más ‘cervantiano’ que existía en estos momentos. Es más, dijo que ‘La balsa de piedra’ era como un ‘El Quijote’ de ahora, esos personajes recorriendo La Mancha que es España, luchando con molinos de viento, llendo hacia América como Don Quijote iba hacia Dulcinea. Yo solo soy una periodista de provincias, nunca diría que Lázaro Carreter estaba equivocado.

Leitor do El País: Pilar , era Saramago feminista ????, Te seguía en tus ideas feministas que las percibo en la pelicula ???He visto la película y además de descubrir a Saramago que a través de sus libros lo intuía , te he descubierto a ti , una gran mujer .Que buena respuesta en Portugal , cuando te preguntan por la legalización del matrimonio entre parejas del mismo sexo , y el peligro de la familia ,y que grande tu respuesta en contra de la homofobia ……Saludos Y felicidades por la película .

Pilar del Río: Respondo a un periodista portugués que la legalización de los matrimonios homosexuales era la correción de un deficil democrático. Lo creo firmemente. En cuanto a si Saramago era feminista, respóndame usted. Mire como son los personajes femeninos en su obra. Y ya me dirá. En cuanto a la discusión sobre Hillary Clinton no deja de ser una anécdota. De la que, por cierto, no me apeo.

Leitor do El País: Siempre Saramago. Hola Pilar. Al final de su vida José apoyo pronunciadamente al juez Baltasar Garzón. ¿Cómo veía él lo que le está ocurriendo al juez?

Pilar del Río: El último artículo que José Saramago escribió en su vida fue sobre Baltazar Garzón y decía que ese juez era de los que demostraban que la justicia no ha muerto. El penúltimo artículo que José Saramago dictó porque ya no podía escribir fue viendo en el Telediario salir a Baltasar Garzón de la Audiencia Nacional expulsado por sus pares. Entonces dijo: “Las lágrimas de Baltasar Garzón son mis lágrimas.” Era un amigo, en Argentina consolaron juntos a las madres que les habían matado a sus hijos, en España recibieron juntos a los nietos que buscaban a sus abuelos para enterrarlos juntos a sus abuelas. Le respetaba y le quería. Garzón me acompañó la primera vez que entré en casa ya sin Saramago y ese gesto de amistad no lo olvidaré nunca. Quiero añadir también que lo último que Saramago dictó fue el 2 de junio, el murió el 18. Fueron solo dos palabras: “Gracias Mankell.” Cuando lo vio en la flotilla de la paz a la que Saramago estaba invitado pero que la enfermedad le impidió ir. Que un compañero de letras estuviera ahí le reconfortó en sus últimos días.

Leitor do El País: ¿Qué más le da fuerza para vivir hoy sin Saramago?

Pilar del Río: ¿Quién le ha dicho que vivo sin Saramago?

Leitor do El País: Esta pregunta va desde el cariño. Nunca he leido a José Saramago. Por favor, dígame una razón para ser su lector. Gracias.

Pilar del Río: Porque cuando acabe de leer a Saramago se sentirá más listo, más alto, más guapo, más rubio, más bueno. Porque se sentirá respetado como lector, porque tendrá que poner mucho de su parte para entender y se dará cuenta que usted es más sabio de lo que creía.

Leitor do El País: ¿Por qué ha pedido usted la nacionalidad portuguesa? Saramago es para nosotros algo más que un escritor ibérico, es “uno de los nuestros” sentimos mucho que se haya ido y ahora también nos apena que usted se vaya ¿Qué´va a ser del legado de Saramago en nuestro país? ¿No tendrá continuidad su obra? ¿No hay ninguna propuesta institucional para mantener su legado aquí?

Pilar del Río: No hay ninguna propuesta institucional para mantener el legado de Saramago en España, pero está mi firme voluntad de abrir la casa de José Saramago en Lanzarote el 18 de marzo para quien quiera entrar y respirar el aire de Saramago. Con toda la humildad que caracterizó Saramago y que nos caracteriza a su entorno pero con toda la ambición de quienes sabemos que solamente uniendo voluntades podremos conseguir objetivos grandes. He pedido la nacionalidad portuguesa, y ya me la han dado, porque era una forma de continuar a Saramago y porque quiero pertenecer al país que dio a un hombre tan cercano y tan maravilloso. Claro que todos somos ibéricos pero la tentación de ser portuguesa no me la he querido evitar.

Leitor do El País: Como periodista, ¿qué piensas de la profesión hoy en día?

Pilar del Río: Que la hemos prostituído entre todos. Las empresas convirtiéndose en negocio multimedia, los periodistas bajando la cabeza y siendo cínicos o sumisos. El periodismo ya difícilmente dará un García Márzquez o nos dará una satisfacción cívica tan grande como cuando a las seis de la tarde del 23F El País sacó una edición especial ‘El País con la democracia’. Hoy, todos los medios juegan con nosotros como si los ciudadanos fueran mercancían. No nos respetan y por ello venden menos.

Leitor do El País: Con todo lo que han viajado juntos, ¿qué han aprendido de nosotros, los humanos?

Pilar del Río: Hay una frase que Saramago repetía continuamente: “El otro es como yo y tiene derecho a decir yo.” Eso es lo más importante que he aprendido. Que todos somos iguales pertenezcamos al continente que sea, a la etnia que sea, a la clase social que sea, independientemente del nivel intelectual que tengamos. En cuanto personas, ningún tipo de Wall Street, ningún Presidente de Gobierno, ningún sabio, es más que el minusválido que está pidiendo limosna en la puerta de la FNAC.

Leitor do El País: ¿Eres atea, al igual que José Saramago?

Pilar del Río: Lamentablemente, no podría ser otra cosa que atea. Porque si pensara que existe un Dios tendría que llevarlo a los tribunales por permitir que pasen las cosas que pasan. Prefiero pensar que no existe a que sea tan malo.

Leitor do El País: Si el cielo no existe, tal y como comenta Saramago en el documental, ¿dónde está Saramago ahora?

Pilar del Río: En los libros, que el decía que cuidáramos cada libro que abrieramos porque contenía dentro a una persona, está en la música que oyó, en los cuadros que miró, en los libros que acarició y, con perdón, también está en mi cuerpo.

Leitor do El País: ¿Cómo logró el realizador llegar a ese nivel de complicidad con vosotros? ¡A veces parece que no existe la cámara!

Pilar del Río: Es que la cámara no existía. Hicimos un pacto: ellos no interferirían en nuestra vida y nosotros tampoco en la suya. Acabamos amigos pero cada uno en su casa.

Leitor do El País: Una de las escenas que más me impactó del documental es cuando José está rodeado de bailarines saltarines y de fotógrafos. Te busca con la mirada y grita tu nombre medio asustado. ¿Cuál es tu escena favorita de la película?

Pilar del Río: José me busca en esa escena porque estaba débil y sentía que las piernas le fallaban. Pero nadie se dio cuenta. Y yo esto ahora lo quiero compartir para que se vea el valor de ese hombre. A mí la escena que más me gusta es cuando estamos leyendo simultáneamente, él en portugués y yo en castellano, el fina del ‘El evangelio según Jesucristo’ y la Montaña Blanca de Lanzarote está al fondo…

Leitor do El País: En el documental, el verdadero descubrimiento eres tú Pilar. Me hiciste pensar en los personajes femeninos de Pedro Almodóvar. ¿Te molesta la comparación?

Pilar del Río: En absoluto, los personajes femeninos de Pedro Almodóvar son grandísimos personajes con más profundidad de la que pueden aparantar en una primera lectura. Son los que sostienen el mundo.

Leitor do El País: Tuvo alguna vez celos del otro gran amor de Saramago : la escritura?

Pilar del Río: Nunca he tenido celos de nada ni de nadie. Saramago y yo nos encontramos en la edad madura y sabíamos compartir admiraciones, afectos, pasiones… eramos cómplices. No había lugar para los celos.

Leitor do El País: ¿Le puedes decir algo a una mujer casada con un hombre veintisiete años mayor que ella, al que no solo ama, sino admira, comparte, etc. pero inexorablemente condenada a la diferencia biolóca/temporal? Gracias, contestes o no.

Pilar del Río: Que nadie tenemos el futuro escrito. Lo importante es vivir en cada momento la oportunidad que tenemos y que muchas veces las diferencias de edad están solamente en el carnet de identidad y no en la vida. Porque hay jóvenes mucho más viejos que algunas personas mayores.

Leitor do El País: En su crítica de hoy Javier Ocaña dice sobre el documental: “Perdón por verla, perdón por disfrutarla, maestro.” ¿Qué pensaría José de la película?

Pilar del Río: Que dijo: Que le gustó, que era una película sobre la vida, más interesante en el resultado final de lo que le iba pareciendo durante el rodaje. Que era una declaración de amor a la vida, a la persona con la que vivía. Lástima que el crítico de El País no se haya dado cuenta de esto y haya pensado que Saramago se dejaba llevar por una persona calculadora. Pilar del Rio era la que frenaba y Saramago es el que termina la película diciendo: “Quiero ir a Tokio, quiero ir a la India.”

El Roto, do El Pais

Saudades de um tempo em que os cartunistas brasileiros não eram borra-bostas de donos de jornais. Sim, os cartuns abaixo poderiam sair na grande imprensa brasileira, mas a fama de El Roto (Andrés Rábago) fez-se com humor “incorreto”, politizado, negro e agressivo. Suas séries sobre o campo de concentração de Gaza merecem sair em livro, se é que já não saíram.