Gremistas não sabem onde fica o Estádio Olímpico

Como é que eles cantam “Com o Grêmio onde o Grêmio estiver” se não sabem onde estão?

Costumo discutir com meus amigos gremistas sobre a localização do Estádio Olímpico Monumental (grandioso, não?), o qual possui este nome por ter sido a sede principal das Olimpíadas de Porto Alegre. Sempre soube que o time da Azenha era, na verdade, o time da Medianeira, mas eles e a imprensa esportiva desejam ser “da Azenha”. Há músicas do clube que falam em Azenha e o site do clube confirma a informação. São equívocos.

Pois, em verdade, o estádio localiza-se na Medianeira, sendo que apenas o Pórtico Monumental e Imortal dos Campeões faz limite com o modesto bairro onde morei alguns anos. Como somos pessoas normais, sempre estranhei que abrigássemos o santuário de Zeus. Hoje eu descobri a verdade:

Medianeira é um bairro da zona sul da cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foi criado pela Lei 1762 de 23 de julho de 1957, com limites alterados pela Lei 4626 de 21 de dezembro de 1979. Foi o primeiro bairro criado por lei.

(…)

O bairro também abriga o Estádio Olímpico Monumental, do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, que fica nos limites com o bairro vizinho da Azenha. Entretanto, como o acesso se dá por este último – e, para confundir, por uma avenida homônima ao bairro -, muitas pessoas acreditam que o referido estádio fica no bairro Azenha, o que é uma inverdade.

OK, nosso estádio deveria ser chamado de Beira-Lago, mas isso eu não acho tão divertido.

O bairro Azenha encontra-se às costas do fotógrafo que mostra a parte mais desinteressante da Medianeira | Foto: http://espaomarapoatextoseimagens.blogspot.com.br/

Tcheco imortal na final enquanto Inter recupera (?) General

Bem, aconteceu com o Grêmio o que quase todos — inclusive os mesmo gremistas mais inteligentes — esperavam. A novidade foi a chuva e o desespero de algumas emissoras de rádio para salvar o lamentável discurso de Paulo Odone após o jogo. Os jornalistas procuravam reinterpretá-lo de outra forma. Se a entrevista durou cinco minutos, as explicações e a amenização duraram dez.

Enquanto isso, escondidinho, o técnico Do Rival tentou fechar um treino com a intenção de escalar Bolívar. Ou seja, Do Rival traz um ex-jogador — porém alguém respeitado como líder — para auxiliá-lo a controlar um grupo que teima em dar a ele sua devida  importância. Ou seja, serão dois generais de pijamas, um dentro e outro fora do gramado.  Quando Bolívar salta para cabecear, você tem que ser rápido se quiser colocar uma folha de papel sob seus pés. Quando a bola é levantada na área do Inter, seu comportamento se equipara ao nosso no desejo de que o atacante erre. Como nós, ele torce. Hoje, abro o jornal e o texto é altamente laudatório a Bolívar. Trata-o por General. Os grupos de colorados nas redes sociais dizem exatamente o contrário. O jornal não gosta que falem mal da administração de clubes chefiados por políticos e empresários. Quando a vaia pegar de novo, haverá dez minutos explicando que ficamos nervosos e que torcedor é assim e está em seu direito.

De minha parte, estou tão cansado da política interna de Do Rival que desejo que o Sport passe o final da tarde de domingo levantando bolas em nossa área e fazendo gols. Simplesmente enchi o saco. O pior é que o Sport, que ocupa zona próxima a do rebaixamento, é tão mau time que talvez não consiga fazer nem isso. O contrato de Bolívar vai até o final de 2013.

Pelo fim dos inúteis Campeonatos Estaduais — uma abordagem superficial

O título se justifica por todos os manifestos sem repercussão que li até hoje. Mas, podem ficar tranquilos, meu tom não será o de um manifesto. Até porque não cabe ser veemente, acho este período do ano bastante produtivo. Eu, que gosto de futebol e não somente de disputas quaisquer, só assisto futebol no meio da semana (Libertadores) e um pouco do futebol europeu dos finais de semana, ficando com muito mais tempo para outras coisas. Não fico tão infeliz, apesar de que futebol me faça falta como fez neste sábado e domingo, quando o Inter enfrentou os zumbis do Cerâmica, vencendo por 3 x 0, e o Grêmio o enterrado e rebaixado Ypiranga, vencendo por 4 x 0, sem forçar. São jogos-piada, totalmente previsíveis. As únicas notícias que a imprensa tira deles são as lesões, quando há… Estes jogos valiam (?) pelas quartas-de-final do assim chamado Gauchão. Sim, não há engano, o Ypiranga jogava as quartas-de-final já rebaixado, o que só não se confirmaria se vencesse o Grêmio, o Inter, apressasse o Judiciário, prendesse o Curió, instalasse a Comissão da Verdade, moralizasse a Veja e obtivesse a confissão Carlinhos Cachoeira de que a Delta Construções não tinha capacidade técnica para vencer licitações. Algo assim.

Nem vou falar que as federações estaduais só servem para manter o presidente da CBF e que cresceram servindo (bem) a ditadura militar. Seria óbvio demais.

Vou é dizer que penso que não há nenhuma lógica nos argumentos dos que defendem os regionais.

Uns dizem que eles são bacanas. Não posso achar bacana o Gauchão. Nas últimas 8 rodadas, o Inter venceu 7 jogos com muitas goleadas e empatou uma partida jogando com seu time reserva, enquanto que o Grêmio venceu o mesmo número de jogos e perdeu uma para o Pelotas apenas porque trata-se do Grêmio. Não me parece muito bacana ver a dupla Gre-Nal só usando os titulares quando os regionais não estão atrapalhando a Libertadores ou a Copa do Brasil. O mesmo fazem Santos e Corinthians em São Paulo. Ou seja, há os grandes e um bando de times muito ruins. Aqui no sul, a grande maioria destes times são formados em dezembro, durando até sua eliminação em abril, quando os jogadores tomam outro rumo. Seus times são tão efêmeros que… Mas isto já é o item seguinte.

Outros dizem que o interior merece os Regionais. Dizem que as sócios de Inter e Grêmio merecem ver os grandes desfilando pelas cidades do interior, até para seguir pagando as mensalidades. Olha, não procede. Poucos jogos e poucas cidades são “brindadas” com a porcaria. Ademais, o Gauchão tem uma média de público semelhante a do Campeonato Albanês (ver esclarecedora tabela abaixo). Não vou entrar em detalhes sobre o relevo, a população, os estádios e a área da Albânia, país cujo interior era considerado inacessível até poucos anos —  seria bater muito forte em gente sensível e passadista. Na verdade, o argumento de que o interior merece apoia-se no fato de que eles passam imensas dificuldades. Nada mais falso. O dinheiro que a federação lhes paga é suficiente para aqueles meses de salário e, francamente, qual seria a vinculação que as populações locais terá com times efêmeros que não mantêm jogadores, comissão técnica e que permanecem inativos por 8 meses ao ano? Só os times de ano inteiro deveriam participar do emasculado Gauchão.

Outros dizem que a TV paga bem. É o melhor argumento, quiçá seja o único. Conselheiros do Inter me disseram que o Gauchão paga melhor por jogo do que o Brasileiro. É inacreditável, pois a dupla não tem nenhum prurido em desconsiderar o campeonato em favor de outros e a TV, se paga tanto assim, deveria obrigar os times a utilizarem sua força máxima, o que não melhoria a qualidade do campeonato. Deste modo, não sei o que seria pior.

Os argumentos contrários. A extinção dos Estaduais permitiria, por exemplo, que todos os times participassem da Copa do Brasil, não apenas aqueles que não tivessem obtido vaga para a Libertadores. Permitiria que o Brasileiro não fosse aquela insana correia de jogos uns em cima dos outros; poderíamos ter um campeonato como os europeus, jogado o ano todo. Permitiria que as datas da Fifa fossem respeitadas, evitando desfalques de última hora em razão de convocações. Há mais vantagens, mas nem vou perder tempo. Fico irritado escrevendo tantas obviedades.

Agora vamos brincar um pouco. A tabela abaixo feita pelo iG. Eles retiraram todos os campeonatos interessantes, basta ver pelo primeiro colocado. Legal é ver que em Goiás e Pernambuco os estaduais ainda merecem uma modesta presença do público. Porém, os campeonatos paulista e carioca — tão cheirando a brilho e a cobre — têm médias de público menores do que a 3ª divisão inglesa. O Gauchão? O Bombachão, coitado perde fácil para o Cipriota e regula com o Albanesão e Belarussão. Nosso Estadual tem média de aproximadamente 2400 pessoas por jogo. Se fosse uma empresa, fecharia. Apenas o consórcio CBF-Federações-Globo-e-Afiliadas pode explicar.

PÚBLICO MÉDIO POR JOGO

1) Campeonato Inglês – 2ª divisão 17.386
2) Campeonato Alemão – 2ª divisão 16.656
3) Campeonato Goiano cerca de 9,8 mil
4) Campeonato Espanhol – 2ª divisão 8.550
5) Campeonato Norueguês 8.117
6) Campeonato Pernambucano cerca de 8 mil
7) Campeonato Inglês – 3ª divisão 7.519
8. Campeonato Francês – 2ª divisão 6.841
9) Campeonato Sueco 6.547
10) Campeonato Paulista cerca de 5,6 mil
11) Campeonato Italiano – 2ª divisão 5.241
12) Campeonato Israelense 4.522
13) Campeonato Alemão – 3ª divisão 4.461
14) Campeonato Russo – 2ª divisão 4.423
15) Campeonato Inglês – 3ª divisão 4.175
16) Campeonato Cazaque 4.137
17) Campeonato Holandês – 2ª divisão 3.796
18) Campeonato Catarinense cerca de 3,3 mil
19) Campeonato Cipriota 3.215
20) Campeonato Carioca cerca de 3,2 mil
21) Campeonato Cearense cerca de 3 mil
22) Campeonato Sueco – 2ª divisão 2.572
23) Campeonato Húngaro 2.568
24) Campeonato Escocês – 2ª divisão 2.516
25) Campeonato Mineiro cerca de 2,5 mil
26) Campeonato Italiano – 3ª divisão 2.404
27) Campeonato Gaúcho cerca de 2,4 mil
28) Campeonato Albanês 2.349
29) Campeonato Belaruso 2.301
30) Campeonato Baiano cerca de 2,3 mil
31) Campeonato Azerbaijanês 2.299
32) Campeonato Eslovaco 2.251
33) Campeonato Finlandês 2.225
34) Campeonato Paranaense cerca de 2,2 mil
35) Campeonato Francês – 3ª divisão 2.187

O banco público não tem nada que reformar o Beira-Rio

Nunca me ufanei da Copa do Mundo no Beira-Rio e muito menos de quaisquer acordos com empreiteiras. Mas não sou daqueles que acham uma bobagem a Copa no Brasil. Reconheço a importância do campeonato, o quanto ele mobiliza o planeta e que o país respira futebol semanalmente. Reconheço também que a Copa deixa estádios e obras a quem souber fazer um bom planejamento e há que reconhecer — neste festival de reconhecimentos… — que seria muito mais lógico que a Copa, em Porto Alegre, fosse jogada na Arena do Grêmio, que estará nova e pronta em 2014.

O péssimo acordo do tricolor para construir seu novo estádio inclui o importante fato de ter sido um negócio que envolveu pouco ou nenhum dinheiro público. O negócio foi realizado, basicamente, entre OAS e Grêmio. Já a reforma do Beira-Rio está requerendo parceiras com órgãos públicos. Parcerias? Não, exatamente. Talvez a palavra melhor fosse mecenato público. A Andrade Gutierrez ou não tem o dinheiro (modo piada) ou não quer arriscar-se (modo realismo). Desta forma, passaria o risco para alguma estatal: primeiro houve as tentativas que não deram certo com as Fundações (fundos de pensão) Corsan e CEEE e agora o desejo é pegar dinheiro do Banrisul. Tudo bem, é função do banco emprestar dinheiro, só que a AG não deseja deixar nenhuma garantia. Quer só o dinheiro, como se fosse uma obrigação do banco para com o povo gaúcho… Sua estratégia é a de criar uma crise até que o dinheiro surja de algum banco público.

(Em 2010 a receita operacional bruta da AG foi de 18 BILHÕES DE REAIS e seu patrimonio líquido era de 8 BILHÕES DE REAIS. Ainda em seu relatório referente ao ano de 2010 podemos ver que, naquele momento, a AG possuia contratos de obras no equivalente a 22 BILHÕES DE REAIS. Sendo assim, a empresa não conseguiria oferecer garantias para 0,3 bilhão?).

Ora, se eu vou falar com um banco para pedir dinheiro, sei que o banco fará uma devassa em minha vida à procura de garantias. Então, acho que a posição do Banrisul de negar dinheiro à AG é muito digna e correta. Demonstra apenas que a instituição está sendo gerida com isonomia e seriedade. O fato do Corinthians estar praticamente ganhando um estádio novo não justifica a importação da corrupção e sim uma auditoria lá.

O que não entendo é porque se fala tão pouco em Vitório Píffero. O homem pôs abaixo 1/4 da arquibancada inferior do Beira-Rio, tornando-o uma espécie bem feia de Coliseu Colorado, acreditando que faria toda a reforma de quase R$ 300 milhões através da venda de camarotes… Agora estamos a 250 dias vendo a maravilha abaixo.

Foto: Anderson Vaz

A grana da venda dos Eucaliptos ainda existe? Ela paga a recolocação das arquibancadas derrubadas? Os conselheiros do clube respondem sim a ambas as perguntas, então façamos rapidamente isso e deixemos a Copa para a Arena. Já tivemos a Copa de 1950 nos Eucaliptos e nem por isso o Grêmio morreu.

.o0o.

Final: Por que não haveria um Copa aqui? É diversão? Sim. É lazer? Sim. Porém, ir para a praia também é e os gaúchos passam os meses de verão reclamando e pedindo das estradas… Eu vou pouco para a praia e acho um gasto inútil… Ou seja, é impossível atender a todos.

Subestimar o outro não é o mesmo que se superestimar

Única alegria: Grêmio erra um passe e Inter empata o jogo em contra-ataque | Foto: Ramiro Furquim

O que alguns gremistas desejam hoje, após a indiscutível vitória no Gre-Nal de ontem, é que fique comprovado que o Inter não subestimou o Grêmio. Havia tal preocupação nas entrevistas de ontem depois do jogo e esta ainda permanece. A conversa ouvida no ônibus foi “e eles estavam lá com os titulares, para ganhar!”; a leitura de uma resenha escrita por um gremista sobre o jogo começa assim: “O Inter não subestimou o Grêmio. (…) O Grêmio foi, simplesmente, superior”. Sim, foi superior, e muito. Sobre a questão de subestimar ou não, creio que o erro começa pela palavra utilizada. Pois creio que o Inter encarou a partida de forma errada, jogou como se estivesse no Campeonato Gaúcho e não estava, estava num clássico. Aos 5 primeiros minutos de jogo, eu já dizia para minha companhia, “Dorival acha que vai ganhar o jogo só na banguela, como aconteceu contra o Caxias ou o Pelotas deve estar tranquilo, ignorando o Grêmio…”.

Pode parecer a mesma coisa, mas não é. O Inter não subestimou o Grêmio, o Inter seguiu superestimando sua própria capacidade de resolver os problemas de seus jogos. Queria jogar para o gasto, como tem feito sempre, independente de adversário. Acostumado a desequilibrar as partidas através da qualidade e alta efetividade de seus atacantes, enfrentava um adversário que sabia marcar. O Grêmio deu um narcótico para D`Alessandro, vigiou Oscar e Kléber e só teve problemas com Dagoberto. Apesar do placar apertado, foi um Gre-Nal extremamente fácil para os bananas. Parecia que os times tinham trocado de camisa. A qualidade do Inter só se fez presente no final, quando perdeu gols realmente incríveis.

Quando se entra com determinada postura, é muito complicado mudá-la. Não sei explicar, mas é. O Inter tentava engatar uma marcha, mas como fazê-lo se o Grêmio tinha a bola? Dizer que faltou esforço de nossa parte é bobagem. Como diz Andrade, justificando o Barcelona e o toque de bola do Flamengo dos anos 80 que tentava implantar em seus times, quem não tem a bola corre e cansa o dobro. O Inter correu muito, esforçou-se ao máximo, mas não engatou. A mobilização não dava resultados. Aos 10 minutos do primeiro tempo, minha companhia dizia “esse time precisa ouvir a palavra do vestiário” e dávamos risadas. Claro, sabíamos que haveria ainda 35 minutos de baile. Estávamos na mão do Grêmio e a coisa só melhoraria se eles afrouxassem. O pior é que empatamos o primeiro tempo e Dorival deve ter acreditado que, logo logo, alguém ia dar um jeito de fazer o segundo. Nada mudou depois do vestiário.

Bem, o fato é que tomamos um “arrodião” no Beira-Rio.

Três coisinhas para terminar:

1. O que gostaria de saber é o que Muriel e o treinador de goleiros pensam a respeito de espalmar as bolas para a frente. É um método de suicídio? Ele tem feito isso em TODOS os jogos.

2. Grande Roger. Acertou o time, escalou os melhores — livrando-se principalmente de Grolli — e entregou em paz o bastão para Luxemburgo. Um dia, não será mais um mero interino.

Pô, Mário Fernandes, foge pro Inter!

OK, Mario Fernandes é um cabeça de vento. Concordo com isso. É mesmo burrinho.

Mas alguém poderia justificar uma IDA à seleção brasileira? É apenas a possibilidade de uma carreira internacional e dinheiro para o clube que o vendeu? É patriotismo? Seria permitido ao jogador não desejar isso? Não é aceitável a ninguém que um jogador ou profissional não queira o sucesso absoluto? A cultura do sucesso é tão açambarcante?

Ou todos acham que jogar na seleção de Ricardo Teixeira e das negociatas seja uma grande honra ou todos acham que o menino está jogando dinheiro pela janela… Gravíssimo! É o que me parece.

Por mim, jogador que não aceita ir para seleção é o ideal. Vem pro Inter, Mário!

O quadragésimo Gauchão

Todo o mérito da vitória colorada está limitado ao fato do Campeonato Gaúcho ter acabado de forma diferente daquela dos últimos anos: acabou num um Gre-Nal com os dois clubes interessados em vencer ou, sendo mais claro, com a dupla disputando uma final sem outras prioridades como as Libertadores da América dos últimos anos e sem a presença de times do interior, que apenas chegam à final ou ao campeonato em caso de crise ou desinteresse da dupla. Foi, então, uma importante vitória direta sobre nosso maior adversário e ficamos por aí.

O Gauchão parece cada vez pior e mais longo. É um torneio anacrônico e inútil, uma excrescência como, aliás, todos os estaduais. Inúteis por não levarem a nada — não contam pontos nem para a IFFHS — e anacrônicos por terem sido mantidos por motivos políticos mesmo na época do nascimento do Campeonato Brasileiro, em plena ditadura. Sem o apoio das Federações estaduais, ficaria mais complicado para os Ricardos Teixeiras de ontem e de hoje permanecerem em seus cargos. E os estaduais, foram ficando, ficando e ficaram por motivos políticos. E o pior é que estão cada vez maiores como escreveu o Carta na Manga antes do Gre-Nal decisivo.

Se o Gauchão está sendo disputado num domingo frio e chuvoso é porque os estaduais estão cada vez mais longos. Desde 2003, quando foi adotado o novo calendário dos pontos corridos no país, nunca o Brasileirão começou tão tarde: será sábado que vem, 21 de maio. Em 2003, foi 29 de março; entre 2004 e 2006, da metade para o final de abril – talvez o ideal; entre 2007 e 2010, no segundo sábado de maio. Este ano, será no fim de maio. Em 2011, foram 23 datas para os regionais, 60% do total de datas de um Brasileirão. Copa do Brasil e Libertadores ficaram novamente apertadas. E o maior torneio nacional ficará espremido em seis meses e meio, quando deveria ter oito, no mínimo, de duração. Será que há necessidade, por exemplo, que o Grêmio jogue quatro vezes contra o Inter, três contra Cruzeiro e Ypiranga e duas contra o Caxias (12 jogos só contra estes quatro times) para ser declarado campeão gaúcho?

Acho que o Carta apenas erra ao dizer que o Brasileiro deveria ter 8 meses. Deveria ter 10, concedendo espaços para que TODOS OS CLUBES pudessem disputar a Copa do Brasil — TODOS os outros países mantêm uma Copa eliminatória da qual participam clubes de sua 3 primeiras divisões, apenas no Brasil os times que vão à Libertadores não podem participar da Copa de seu país… Mas a existência dos estaduais gera ainda outros problemas graves: o calendário fica tão apertado que impede que o país respeite as datas FIFA, ou seja, quando um jogador que atua no Brasil é convocado, seu time seguirá jogando o Brasileiro sem ele, como se sua convocação não fosse um prêmio e sim uma INJUSTA PUNIÇÃO. Tal fato faz com que o craque acabe vendido mais facilmente, porque, afinal, ausenta-se sistematicamente para jogar na Seleção — coisa que é outra exclusividade brasileira.

Mas, meus caros gremistas, o que hoje interessa é que vencemos o imortal em pleno Olímpico Monumental. Tudo foi meio casual. Nosso técnico entrou em campo com uma escalação equivocada da qual fomos salvos pelo gol de Lúcio. Se o Grêmio soubesse, teria pedido para seu ex-lateral chutar para fora. Pois este gol prematuro fez com que Falcão fosse obrigado a mexer em seu time a fim de dar uma companhia ofensiva ao pobre Leandro Damião. O estranho é que nem me passou pela cabeça a colocação de Oscar naquele momento, como pensou o Farinatti. Eu estava lamentando a ausência de Cavenaghi no banco. Tinha como certo que as opções possíveis eram Ricardo Goulart e Zé Roberto — ambas inaceitáveis para mim.

E… Nossa, Zé Roberto entrou e teve uma atuação assombrosa! (1) Fez a jogada para Leandro Damião empatar o jogo; (2) criou a jogada e depois bateu o escanteio que resultou no 2 x 1 por Andrezinho; (3) invadiu a área e sofreu pênalti no 3 x 1 de D`Alessandro; (4) fez uma jogada individual espetacular que acabou num tiro de fora da área e que teve grande defesa de Victor (seria o 4 x 2) e, como se não bastasse, (5) ele ainda bateu o pênalti decisivo, DESLOCANDO Victor..

Uma coisa que parece que apenas pode ser escrita em blogs ou sites desmistificadores: dizem que Victor defende mais pênaltis do que os outros goleiros porque parte depois do chute. Engano, erro, mistificação. Ele vai certo na bola por ser um baita goleiro e em razão de que muitos batedores — o impecável D`Alessandro está entre eles — confiam num chute perfeito e não se preocupam em iludir o goleiro. Só que, quando Victor encarou Oscar e Zé Roberto, que correram cheios de malícias, malemolências e sinuosidades para a bola, foi comicamente enganado. Nos dois casos, o goleiro acabou do outro lado da goleira, fora da foto. Então, menos, gente, o cara é humano, a física é uma ciência e, quando o batedor chuta com exatidão, o goleiro não tem tempo para defender.

Mas que jogaço, hein? Que jogaço!

Uma coisinha para pensar: Zé Roberto estava treinando bem? Se estava, por que não entrou contra o Peñarol em vez de Ricardo Goulart?

Agora vamos para o Brasileiro. 38 jogos em 6,5 meses.

Zé Roberto corre comemorando o título enquanto Victor fica por ali mesmo (Foto: Jefferson Bernardes - VIPCOMM.jpg)

Deve ser uma infeliz coincidência. Porém, em se tratando de Grêmio, não duvido de nada.

Um pessoal que não me conhece parece ter levado este post a sério. Logo eu, que sou casado com uma baita gremista e que tenho mais amigos torcedores do Grêmio do que colorados. Eu, se fosse estas pessoas, estaria mais preocupado com a administração do Odone… A propósito, que gênero de fanáticos se preocupa com acusações flagrante e historicamente falsas como a deste post?

Hum… Quando vi a camiseta do Grêmio ontem à noite, fiquei meio desconfiado daquela cruz. Pensei em algo do Vaticano, depois no Opus dei. O pessoal do grupo do Google Arquibancada Colorada matou a charada. Era pior.

Quem descobriu foi Andreas Müller, que escreveu apenas “Heil!”. A montagem abaixo é do Gonçalves Barun. Para quem tem uma torcida chamada “Super Raça”, está adequado, não? Só falta o Vitor aparecer com um bigodinho de Hitler…

A$$i$ e Ronaldinho

Perdi bastante tempo na tarde de sábado no twitter, incomodando meus amigos gremistas e lendo piadas de colorados sobre a malograda vinda de Ronaldinho Gaúcho para Olímpico. O objeto das piadas era a negociação — notória demais, chata demais, cara demais — entre o Grêmio, o Flamengo, o Palmeiras e, aparentemente, todos os clubes do mundo que tivessem o celular de Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário do objeto do desejo, o dentuço Ronaldinho. Eu tinha algum receio da vinda dele. Apesar de achá-lo um ex-jogador, apesar de saber que ele não faz uma partida decente há 5 anos, tinha medo, pois também achava que ele poderia, sob um rígido controle e aconselhamento, voltar a nos ofuscar com suas indiscutíveis luzes. Ou seja, eu sofria de um temor profilático, um pré-cagaço que me dizia “Vai que esse cara volte a jogar bola?”. E via que a transação estava fechada. O mais gremista dos colunistas da cidade, David Coimbra, dava a barrigada do século ao noticiar o fechamento da negociação; o presidente Paulo Odone mandava buscar caixas de som e convidava a torcida para a festa; conselheiros do clube davam o acordo como selado após o brinde feito na casa do dono da Coca-Cola aqui no sul, Ricardo Vontobel; ou seja, todos anunciavam a contratação.

O que sobrou foi um fiasco e muito mais. Ficou demonstrada a moral torta do jogador e de seus representantes e uma inexplicável ingenuidade de Odone, um dirigente experiente e político conhecedor das jogadinhas e tramoias que envolvem qualquer negociação, mas que tomou espetacular drible dos dois irmãos. O que fez com que ele caísse na esparrela dos Assis Moreira? Ficou burro? Havia uma comissão bonita por trás e ele ofuscou-se? Ou foi a mera vaidade míope, transfigurada na forma de um coercível desejo de iniciar sua nova gestão à frente do Grêmio com um grande lance?

Ninguém sabe. Mas vamos por partes.

Os grandes jogadores argentinos e alguns brasileiros, ao final de suas carreiras, retornam a seus clubes de origem ou àqueles clubes onde foram mais felizes. É a garantia de mais algum dinheiro — normalmente menos do que poderiam auferir se encerrassem suas carreiras no exterior — e a liquidação de uma dívida de gratidão. O caso mais notável é o de Verón, que retornou ao Estudiantes de la Plata para encerrar suas atividades e que segue recebendo propostas e mais propostas, pois a cada dia que passa joga ainda mais e melhor. Verón não as aceita, diz que nem as lê. De certa forma, também é o caso de vários colorados — alguns ainda jovens — que decidiram facilitar seu retorno ao Inter: casos de Nilmar, Renan, Tinga, Rafael Sóbis, Bolívar e vários outros. Foi nisso que Odone acreditou? Pois não deveria.

Ronaldinho saiu daqui há dez anos sem deixar um tostão nos cofres do clube por sua formação. É legal? Sim, mas não faz parte da atitude habitual dos jogadores. Eles não costumam deixar seus contratos expirarem para sairem livres. Eles costumam renová-los e sair do clube deixando uma boa multa rescisória. Ofendido em seus direitos, o Grêmio foi à Fifa para buscar os valores relativos à formação do atleta. Recebeu-os, parece-me que foi uma miséria e nunca mais Ronaldinho chegou próximo de seu clube de origem, nem pediu desculpas. Por que Odone pensou que, nesta negociação, haveria a vontade da família Assis Moreira de “limpar a barra”? Ora, as aparências realmente não apontavam para isso. Assis viajava de um lado para outro e tanto o Grêmio quanto Palmeiras e Flamengo anunciavam o acerto. Claramente Assis ouvia uma proposta aqui e a aceitava, mas ia ouvia a próxima que fosse maior e a aceitava também, realizando um estranho e desonesto leilão, pois deixava o anterior a ver navios. Deixando mais claro o leilão, Assis promovia coletivas com o único sentido de atiçar os compradores. Ao interpretar suas declarações, paracia-me que o craque queria jogar no Grêmio, ganhar salários no Palmeiras e curtir o Rio…

E a festa? Após convidar a torcida, para a apresentação de Ronaldinho, soube-se que o Grêmio já tinha instalado caixas de som e outros que tais para uma festa. Talvez tivesse comprado litros e litros de cerveja… Ora, Odone é um sujeito experiente, foi presidente do clube várias vezes, participou do governo Yeda e era o chefe da secretaria da Copa de 2014 em Porto Alegre. O que o fez falar apenas com Assis é um mistério, já que havia 3 pontas no negócio: o Grêmio, Ronaldinho e ainda a  liberação do Milan, com o qual o dentuço tem contrato até junho. Qualquer manual de negociação manda que falemos com os caras decisivos de TODAS AS PARTES ENVOLVIDAS. Assis disse que falaria com o Milan, que era ele o interlocutor com o clube de Berlusconi, e Odone acreditou… Tolo, não? O que terá rolado na conversa? O que convenceu Odone a ficar quietinho no seu quadrado enquanto Assis viajava?

E há, meus amigos, contra Ronaldinho e seu irmão, a questão moral.

Porra, a gente passa anos dando exemplo aos filhos sobre como agir, sobre o valor da palavra dada, sobre o CARÁTER, firmeza e confiabilidade que uma pessoa deve manter e vem um guri de merda sem a menor consciência ética dar um contraexemplo nacional, internacional. E, pior, que será objeto de festa no Flamengo, Palmeiras ou Blackburn ou em algum time dos Emirados. Vai seguir fazendo propaganda e vendido como exemplo de pessoa talentosa e bem-sucedida. O formato da coisa toda me enojou profundamente, ainda mais numa semana em que tive contato com outras pessoas de atitudes repulsivas. Olha, o padrão moral da família Assis Moreira é rasante e não gostaria se traçassem paralelos com sua origem humilde, de modo algum. É coisa lá deles. A família tem diversos imóveis na zona sul de Porto Alegre, é multimilionária e fica por aí fazendo um leilão de última categoria. Não precisava.

A não-vinda de Ronaldinho, patrocinada pela vexaminosa negociação do “Odono do Grêmio”, acabará por ser benéfica para o time da Medianeira. Não obstante minha paranoia, trata-se de um ex-atleta. A única coisa que o irmão de Assis traria ao seu ex-clube, seria dificuldades para impedir a desagragação do grupo, que conveviria com um festeiro de salário estratosférico. Talvez o Grêmio devesse comemorar o melhor futuro que decorrerá deste fracasso verdadeiro. Livraram-se de uma bomba.

A cerejinha podre que faltava: o deputado Gilmar Sossela (PDT) proporá moção que tornaria o jogador persona non grata no Rio Grande do Sul. De qualquer maneira, acho melhor Ronaldinho não vir ao RS nos próximos meses…

A Foto Perfeita

Publicado em 4 de março de 2006

A governadora Yeda Crusius conseguiu grande vitória sobre o botox ao receber o símbolo maior da arrogância esportiva injustificada. Feliz e imediatamente identificada com o mimo, prometeu apoio ao Grêmio na construção do novo estádio, que deverá chamar-se Via Crusius Arena. O atual recebeu seu nome em homenagem às Olimpíadas de Porto Alegre.

Porque sou Goiás hoje

Sou Goiás porque sou colorado e colorados torcem sempre contra os interesses do Grêmio e vice-versa.

Sou Goiás porque sou um baita de um filha-da-puta que gosta de tirar sarro de gremistas.

Sou Goiás porque será cada vez mais comum times brasileiros vencerem a Libertadores — temos o melhor futebol de clubes do continente, o mesmo não digo sobre seleções — e é bom que o Grêmio fique afastado destes festins.

Sou Goiás porque o Goiás não irá muito longe na Libertadores 2011.

Sou Goiás porque defendo os fracos. (Puff!)

Sou Goiás porque me divirto com as grandes decepções e a torcida do Independiente sofrerá enorme uma frustração in loquo.

Sou Goiás porque adoro quando tudo está preparado para a vitória e sai tudo errado.

Sou Goiás porque Marcão joga lá.

Sou Goiás porque Fernandão é.

Sou Goiás porque me agrada o anticlímax da classificação domingo X a desclassificação de hoje.

Sou Goiás porque é o Brasil na Sul-Americana. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Sou Goiás porque quero ver o Grêmio fodido. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Sou Goiás porque lugar de gazela é assistindo a Libertadores sentadinho no sofá. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Sou Goiás porque nosso caminho ao Bi da Recopa será facilitado contra o time brasileiro, fugindo do Independiente. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Sou Goiás, porque prefiro que esse título venha para o Brasil, mais uma vez. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Sou Goiás porque eliminaram o gazeledo no xiqueróvsky na estréia de Renato Guadalupe, um dia após nosso Bi da América, e na ocasião ouvi as bibas dizendo: — Campeonato de segunda linha, o Grêmio precisa é sair dessa situação (no zonão na época). [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Agora pergunto, será que eles não preferiam estar na situação do Goiás hoje? Rebaixado pra segunda divisão (nenhuma novidade pra eles) e disputando um título continental inédito que daria a vaga pra Libertas do ano que vem. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Sou Goiás desde pequeno porque hoje quero ligar para um amigo gazélico e perguntar : — E aí, ´tomô´? [Grupo Arquibancada Colorada do Google]

Este homem está transtornado: Grêmio JÁ É favorito à Libertadores 2011

Qual sera o alucinógeno que a RBS põe no café de seus funcionários? Leiam o inacreditável texto de Diogo Olivier. Deixo aqui registrado para que confiramos em junho-julho do ano que vem.

~o~

Grêmio pinta como favorito na Libertadores 2011

O futebol é traiçoeiro, esta á uma lição que se aprende logo. Então, dali a pouco o Botafogo de tantos azares e tragédias nas últimas décadas apronta para cima do Grêmio no domingo.

Ou o Goiás se enche de brio e festeja o título da Sul-Americana na Argentina contra o Independiente, o que seria uma zebra vistosa e lustrosa. Como não acredito nem na primeira, e menos ainda na segunda alternativa, penso que dá para dizer o seguinte.

O Grêmio é muito candidato ao título da Libertadores do ano que vem.

Delírio? Não creio. Entre os brasileiros que representarão o país em 2011, o Grêmio é o que está jogando mais. Ganha fora de casa (os 3 a 0 sobre o Guarani foram de uma naturalidade espantosa), ganha no Olímpico, faz gols de todas as maneiras, praticamente não os toma, tem o goleador, o melhor goleiro, o técnico do campeonato e não deve perder ninguém para o próximo ano.

O time está pronto. Se contratar pontualmente (um lateral-esquerdo, um zagueiro e um volante) jogadores de qualidade superior, terá time titular e grupo de fazer inveja. Isso sob o comando de Renato Portaluppi, obviamente.

Renato é o mágico deste show que foi o Grêmio no segundo turno. E não é tiro curto. Renato já enfrentou as mais variadas situações e tirou todas de letra (desfalques, expulsão, desvantagem no marcador, armadilhas táticas).

Para completar, os dois superclubes da Argentina estão fora: Boca Juniors e River Plate. O Estudiantes mostra sinais de cansaço. Os times uruguaios tornaram-se medianos, distantes daquelas esquadras de até os anos 80. Restamos brasileiros, e entre os brasileiros quem vem jogando melhor é o Grêmio.

Se o Grêmio ficar mesmo com a quarta vaga e contratar dois ou três reforços, talvez nem isso, é favorito ao título da Libertadores.

Que virada de ano surpreendente no Olímpico, que se viu preparando o rebaixamento a certa altura.

Como ser eleito Deputado Federal com grande votação

A história do diabo é a história do progresso.

Flusser

Se você é de um partido decente, esta é a grande chance de sua vida. Uma aposentadoria vitalícia, benesses, diárias, bom salário, assessores, distância do Grêmio, o ideal. O que é um partido decente? Ora, PT, PSTU e PSol. O resto não. Não me venham com PV e sua candidata freirinha, pois de religião estou cheio e se trata exatamente disso.

Você não vai gastar nada, mas quando lhe derem “aqueles 10 segundos” a coisa tem que render como metro quadrado de shopping.

Você dirá o que segue:

Sou Milton Ribeiro e sou ateu. Sou favorável ao aborto livre coberto pelo INSS e não vejo a maconha como algo pior do que o cigarro. Vote no homem, no mito, no Milton Ribeiro.

Está na hora da gente contrapor aos deputados católicos e evangélicos — que são o mesmo — uma bancada ateia. Mas sou contra as religiões e  inclusive contra o ateísmo militante, tão próximo da religião. A gente precisa ser superior aos grupinhos e só aparecer na hora do bota pra capar. Afinal, a Dilma já disse que aborto é coisa para o Congresso, não para ela. Concordo.

Os ateus são pessoas que são sustentadas por um conceito real que os apoia. Eles são numerosos e transitam normalmente na mesma faixa, não cada um em faixa própria. Existe os grandes filhos da puta, claro — há aquele blogueiro cujas iniciais são “as mesmas de seu blog menos 1” (por exemplo, o blog é BS e o nome AR, entendem?) — mas posso garantir que o número de FDPs religiosos é muito, muito maior.

Por motivos profissionais, tenho assistido a propaganda eleitoral. Insuportável. Nada, ninguém se distingue, nem o Tiririca, que apenas faz humor voluntário. Bem, enquanto você não se candidata com o discurso que cunhei exclusivamente para você, deixo algumas instruções para o ato sagrado (céus, que bobagem) do voto:

Não votar em:

— quem mistura religião com política;
— quem parece ou é pastor;
— quem é conservador ou de direita (não me digam que direita e esquerda não existem mais, por favor);
— quem criminaliza sistematicamente os movimentos sociais (MST, povos indígenas, etc.);
— quem é criacionista;
— quem é homofóbico;
— quem é sexista;
— quem, gratuitamente, fala mal da América Latina;
— quem usa a frase “meu antecessor ou quem está lá não fez nada”, pois certamente fez e pode ter sido péssimo.

Porém, se você for de direita, seja verdadeiro e abrace o PP ou o DEM, OK? Não me venha com sucedâneos.