Bom dia, Odair (com os lances de Inter 1 x 0 Chapecoense)

Bom dia, Odair (com os lances de Inter 1 x 0 Chapecoense)

O Inter entrou em campo contra a Chapecoense com o mesmo time que tinha perdido a decisão contra o Athlético-Havan. Odair disse que não queria substituir ninguém porque quem saísse acabaria apontado (ou sugerido) como culpado pela perda do título da última quarta-feira.

Isto é, a forma que ele escolheu para preservar seus atletas, o grupo e o apoio interno para manter-se no cargo foi torturando a torcida.

E torturou mesmo. Foi um jogo cruel.

Bruno: atuação lastimável | Foto: Ricardo Duarte / SCI

Jogamos malíssimo, eram só ligações diretas, nada de armação ou cérebro. A coisa só melhorou com a entrada de Neílton jogando pelo meio, na linha de três que precede Guerrero. Aliás, pobre Guerrero, lutando sempre sozinho contra a zaga adversária.

Uendel e Bruno foram figuras ridículas, no que foram acompanhados por Patrick.

A torcida vaiou o time mesmo antes de ele entrar em campo. Os influencers remunerados e as pessoas sensíveis ficaram cho-ca-dos. Bem, não têm vivência suficiente ou conhecimento sobre o que é o futebol.

Então, para os tolinhos que reclamaram das vaias da torcida do Inter, sugiro a leitura do clássico do inglês Nick Hornby. Aqui vai uma palhinha, sobre as primeiras vezes que Hornby foi a um estádio:

O que mais me impressionou foi o quanto a maioria das pessoas à minha volta detestava, realmente detestava, estar ali. (…) [Nas plateias de que eu participara em outros tipo de eventos] eu nunca observara rostos contorcidos de fúria, desespero ou frustração. A diversão como sofrimento era uma ideia inteiramente nova para mim, e parecia ser algo que eu vinha aguardando.

(Nick Hornby, “Febre de Bola”)

Mas vencemos o jogo, apesar de dois gols injustamente anulados pelo VAR.

Vocês acham que agora eu vou comentar o VAR? Não, isso também todo mundo está falando. Falemos de outro fato, falemos sobre a cera.

Garanto que no jogo de ontem contra a Chapecoense e no de quarta-feira contra o Athlético-PR, em cada um deles, tivemos menos 10 minutos de bola rolando em razão da cera. Sem exagero, no jogo de quarta, o Wellington Martins estava rolando no chão aos 3 SEGUNDOS de jogo! A cada bola dividida, nas duas partidas, havia um Neymar sofrendo dores terríveis, entrada de médicos e do carro maca. Quando o jogador machucado pousava ao lado do gramado, logo erguia-se e pedia ao árbitro para voltar a campo, no que era atendido, claro. Também a cada falta, lateral ou tiro de meta eram perdidos preciosos segundos que, somados, devem dar mais do que os dez minutos de que falei. A Fifa dá muita atenção ao futebol europeu onde as equipes não fazem cera, mas não estabelece regras para nós.

Bem, estamos isolados em quarto lugar no Brasileiro, mas com uma enorme fila agarrada à nossa cola. Agora, na 21ª rodada, às 21h30 desta quarta-feira, 25, o Inter vai ao Rio de Janeiro enfrentar o líder Flamengo. Já no próximo final de semana, retornamos ao Beira-Rio para enfrentar, no domingo, 29, às 16h, o Palmeiras. Ao menos esses não fazem cera.

Diana Oliveira, a musa do cimento

Diana Oliveira, a musa do cimento
Foto: SC Internacional
Foto: SC Internacional

Eu detestei a reportagem do caderno Donna com a arquiteta Diana Oliveira, uma das responsáveis pela confusão que é a finalização das reformas no Beira-Rio. O problema que aponto não é exatamente com a ZH, que é um jornal que precisa de reportagens, mas com a moça mesmo. Num momento em que o Inter ainda não consegue usar o estádio e antes mesmo da confirmação do mesmo como um dos locais da Copa, ela se dispõe a uma ego trip de pura vaidade nas páginas do jornal. Quem lê a reportagem, tem a impressão de que o trabalho de Diana foi coroado de sucesso e que ela cuidou bem tanto dos cronogramas da obra quanto das exigências da FIFA. Em verdade, digo-vos que espero que ela seja uma das tais estruturas temporárias…

No link acima, há poucas fotos, mas no jornal Diana aparece com diferentes roupas. A retratada dá um show de imagens. É como se fosse uma modelo ou uma candidata ao cargo de Giovanni Luigi dotada de um gênero de apelo ainda raro no futebol. Não haveria problema nenhum se seu trabalho fosse bom. Porém, em diversos grupos de discussão formados por colorados mais informados do que eu, ouço somente falar de problemas e mais problemas — haveria inclusive dificuldades no acesso de cadeirantes, um aborrecimento bem típico de arquitetos, não? Então, a reportagem apenas sugere uma coisa: ela está lá para desfocar e se lançar. Ou seja, provavelmente, está no cargo pelo trampolim. E assim caminha o SC Internacional.

A$$i$ e Ronaldinho

Perdi bastante tempo na tarde de sábado no twitter, incomodando meus amigos gremistas e lendo piadas de colorados sobre a malograda vinda de Ronaldinho Gaúcho para Olímpico. O objeto das piadas era a negociação — notória demais, chata demais, cara demais — entre o Grêmio, o Flamengo, o Palmeiras e, aparentemente, todos os clubes do mundo que tivessem o celular de Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário do objeto do desejo, o dentuço Ronaldinho. Eu tinha algum receio da vinda dele. Apesar de achá-lo um ex-jogador, apesar de saber que ele não faz uma partida decente há 5 anos, tinha medo, pois também achava que ele poderia, sob um rígido controle e aconselhamento, voltar a nos ofuscar com suas indiscutíveis luzes. Ou seja, eu sofria de um temor profilático, um pré-cagaço que me dizia “Vai que esse cara volte a jogar bola?”. E via que a transação estava fechada. O mais gremista dos colunistas da cidade, David Coimbra, dava a barrigada do século ao noticiar o fechamento da negociação; o presidente Paulo Odone mandava buscar caixas de som e convidava a torcida para a festa; conselheiros do clube davam o acordo como selado após o brinde feito na casa do dono da Coca-Cola aqui no sul, Ricardo Vontobel; ou seja, todos anunciavam a contratação.

O que sobrou foi um fiasco e muito mais. Ficou demonstrada a moral torta do jogador e de seus representantes e uma inexplicável ingenuidade de Odone, um dirigente experiente e político conhecedor das jogadinhas e tramoias que envolvem qualquer negociação, mas que tomou espetacular drible dos dois irmãos. O que fez com que ele caísse na esparrela dos Assis Moreira? Ficou burro? Havia uma comissão bonita por trás e ele ofuscou-se? Ou foi a mera vaidade míope, transfigurada na forma de um coercível desejo de iniciar sua nova gestão à frente do Grêmio com um grande lance?

Ninguém sabe. Mas vamos por partes.

Os grandes jogadores argentinos e alguns brasileiros, ao final de suas carreiras, retornam a seus clubes de origem ou àqueles clubes onde foram mais felizes. É a garantia de mais algum dinheiro — normalmente menos do que poderiam auferir se encerrassem suas carreiras no exterior — e a liquidação de uma dívida de gratidão. O caso mais notável é o de Verón, que retornou ao Estudiantes de la Plata para encerrar suas atividades e que segue recebendo propostas e mais propostas, pois a cada dia que passa joga ainda mais e melhor. Verón não as aceita, diz que nem as lê. De certa forma, também é o caso de vários colorados — alguns ainda jovens — que decidiram facilitar seu retorno ao Inter: casos de Nilmar, Renan, Tinga, Rafael Sóbis, Bolívar e vários outros. Foi nisso que Odone acreditou? Pois não deveria.

Ronaldinho saiu daqui há dez anos sem deixar um tostão nos cofres do clube por sua formação. É legal? Sim, mas não faz parte da atitude habitual dos jogadores. Eles não costumam deixar seus contratos expirarem para sairem livres. Eles costumam renová-los e sair do clube deixando uma boa multa rescisória. Ofendido em seus direitos, o Grêmio foi à Fifa para buscar os valores relativos à formação do atleta. Recebeu-os, parece-me que foi uma miséria e nunca mais Ronaldinho chegou próximo de seu clube de origem, nem pediu desculpas. Por que Odone pensou que, nesta negociação, haveria a vontade da família Assis Moreira de “limpar a barra”? Ora, as aparências realmente não apontavam para isso. Assis viajava de um lado para outro e tanto o Grêmio quanto Palmeiras e Flamengo anunciavam o acerto. Claramente Assis ouvia uma proposta aqui e a aceitava, mas ia ouvia a próxima que fosse maior e a aceitava também, realizando um estranho e desonesto leilão, pois deixava o anterior a ver navios. Deixando mais claro o leilão, Assis promovia coletivas com o único sentido de atiçar os compradores. Ao interpretar suas declarações, paracia-me que o craque queria jogar no Grêmio, ganhar salários no Palmeiras e curtir o Rio…

E a festa? Após convidar a torcida, para a apresentação de Ronaldinho, soube-se que o Grêmio já tinha instalado caixas de som e outros que tais para uma festa. Talvez tivesse comprado litros e litros de cerveja… Ora, Odone é um sujeito experiente, foi presidente do clube várias vezes, participou do governo Yeda e era o chefe da secretaria da Copa de 2014 em Porto Alegre. O que o fez falar apenas com Assis é um mistério, já que havia 3 pontas no negócio: o Grêmio, Ronaldinho e ainda a  liberação do Milan, com o qual o dentuço tem contrato até junho. Qualquer manual de negociação manda que falemos com os caras decisivos de TODAS AS PARTES ENVOLVIDAS. Assis disse que falaria com o Milan, que era ele o interlocutor com o clube de Berlusconi, e Odone acreditou… Tolo, não? O que terá rolado na conversa? O que convenceu Odone a ficar quietinho no seu quadrado enquanto Assis viajava?

E há, meus amigos, contra Ronaldinho e seu irmão, a questão moral.

Porra, a gente passa anos dando exemplo aos filhos sobre como agir, sobre o valor da palavra dada, sobre o CARÁTER, firmeza e confiabilidade que uma pessoa deve manter e vem um guri de merda sem a menor consciência ética dar um contraexemplo nacional, internacional. E, pior, que será objeto de festa no Flamengo, Palmeiras ou Blackburn ou em algum time dos Emirados. Vai seguir fazendo propaganda e vendido como exemplo de pessoa talentosa e bem-sucedida. O formato da coisa toda me enojou profundamente, ainda mais numa semana em que tive contato com outras pessoas de atitudes repulsivas. Olha, o padrão moral da família Assis Moreira é rasante e não gostaria se traçassem paralelos com sua origem humilde, de modo algum. É coisa lá deles. A família tem diversos imóveis na zona sul de Porto Alegre, é multimilionária e fica por aí fazendo um leilão de última categoria. Não precisava.

A não-vinda de Ronaldinho, patrocinada pela vexaminosa negociação do “Odono do Grêmio”, acabará por ser benéfica para o time da Medianeira. Não obstante minha paranoia, trata-se de um ex-atleta. A única coisa que o irmão de Assis traria ao seu ex-clube, seria dificuldades para impedir a desagragação do grupo, que conveviria com um festeiro de salário estratosférico. Talvez o Grêmio devesse comemorar o melhor futuro que decorrerá deste fracasso verdadeiro. Livraram-se de uma bomba.

A cerejinha podre que faltava: o deputado Gilmar Sossela (PDT) proporá moção que tornaria o jogador persona non grata no Rio Grande do Sul. De qualquer maneira, acho melhor Ronaldinho não vir ao RS nos próximos meses…

Qualquer hora dessas proibirão o drible

Pois se trata da mesma coisa…

A FIFA anunciou hoje que a paradinha no momento do pênalti está proibida. A decisão entra em vigor a partir de 11 de Junho de 2010, data do início da Copa do Mundo.

Jerome Valcke, secretário-geral da FIFA, explicou que continuará a ser possível fazer a paradinha durante a corrida, mas que esta será penalizada com cartão amarelo se for realizada imediatamente antes do remate. Torna-se mais uma questão de “interpretação”. Mais material para a gente discutir arbitragem…

Findi futebolístico

Messi fica com raiva quando o acusam de não ser argentino. O fato é que ele nunca conseguiu repetir as atuações que dá a Barça na seleção. Deve ser horrível para ele, mas é verdade. Para completar, ele marcou o gol que acabou com as pretensões do Estudiantes de La Plata no último sábado. Sim, ele é profissional, porém seu gol não colabora em nada para uma imagem mais “argentina”. As manchetes dos jornais falam que Messi enfiou um punhal no Estudiantes. Isso tem todos os ingredientes de um drama. Messi joga nervosamente em sua seleção e cada vez melhor no Barcelona. Ou seja, sua responsabilidade aumenta conforme acumula glórias para os catalãos. Daqui há pouco, só o título mundial o redimirá.

Ontem, Benfica e Porto fizeram o jogo mais violento que vi em anos. Se fosse no Brasil, teríamos 2 expulsões nos primeiros 15 minutos e os ânimos se acalmariam. Talvez só o político da Fifa Carlos Simon tolerasse as agressões. O Benfica mereceu a vitória. O zagueiro brasileiro David Luiz é espetacular. Se eu fosse o Dunga, chamava agora. Sabe desarmar, cabecear, sair jogando, tudo. E tem raça.