E a Ospa finalmente tem uma Casa

E a Ospa finalmente tem uma Casa
Foto: Maí Yandara / Ospa
Foto: Maí Yandara / Ospa

No último sábado, fui assistir ao concerto inaugural da Casa da Música da Ospa. Fiquei muito impressionado com o belo resultado obtido em tão pouco tempo. O que nos salta aos olhos e aos ouvidos de cara: a sala é muito bonita, o local é adequado, as cadeiras e o colorido das madeiras lembram a Sala São Paulo e o teto baixo parece ter sido bem resolvido do ponto de vista acústico. Talvez apenas os instrumentos de madeira tenham sofrido um pouco com a cortina de cordas logo à frente.

É claro que era uma noite especial, nervosa e muito emocionante. Afinal, após várias décadas difíceis de nomadismo, a orquestra finalmente teria uma sede própria. A sequência de discursos e leituras foi massacrante — duraram mais de uma hora –, houve muito estresse nos últimos dias e horas a fim de finalizar a obra, chovia forte lá fora, o público de Marchezan City chegava lentamente, tudo atrasou, a orquestra esfriou e o concerto não foi lá essas coisas, mas jamais deixaria de dar todos os descontos citados.

Foto: Maí Yandara / Ospa
Foto: Maí Yandara / Ospa

Imaginem que não havia ingressos disponíveis, só que a chuva era tal que muita gente optou por permanecer em casa. Creio que a lotação não ultrapassou os 80% da capacidade do teatro de 1100 pessoas. Soube que o segundo concerto (o de domingo)  teve resultado artístico muito melhor, além de um público mais entusiasmado e afeito à música, diferente das autoridades, jornalistas e penetras indiferentes de sábado.

O programa não era do meu agrado, apesar de coerente. Uma obra de Arthur Barbosa, Mba’epu Porãcujo tema era a formação musical do sul da América, a ultra norte-americana Rhapsody in Blue, de George Gershwin com o excelente pianista Cristian Budu, e a Sinfonia Nº 9, Novo Mundo de Dvořák, mistura de música checa com uma tentativa de fazer música norte-americana em 1893. Ou seja, não era uma coisa de louco, mas tem gente que ama este repertório.

Foto: Maí Yandara / Ospa
Foto: Maí Yandara / Ospa

Só que ontem nada disso interessava. Afinal, estávamos dentro de uma raríssima construção de nosso estado feita exclusivamente para a cultura. Há quantos anos não se fazia uma obra dessas para o setor patinho feio do Estado? Além da sala de concertos, haverá camarins, café, salas de estudos, saguão, entre outros espaços. Tudo para a música. É claro que faltam ainda algumas coisas, porém a sala já é superior a tudo o que há disponível para a orquestra em Porto Alegre. E para o público também.

A Ospa, o diretor artístico (e herói) Evandro Matté — principal líder desta odisseia –, o superintendente da Ospa Rogério Beidacki e o engenheiro acústico Marcos Abreu estão de merecidíssimos parabéns. Nós também.

A construção, que é a primeira Sala Sinfônica de Porto Alegre, produzirá muita felicidade. A Casa está de pé e será um dos principais pontos de cultura de nosso combalido Rio Grande.

No último sábado, vimos a barbárie dar um passo atrás.

Foto: Augusto Maurer
As cadeiras | Foto: Augusto Maurer
Foto: Augusto Maurer
O teto | Foto: Augusto Maurer

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Inter x Benfica na reinauguração, claro

Inter x Benfica na reinauguração, claro
Claudiomiro após marcar o primeiro gol do Beira-Rio em 6 de abril de 1969.
Claudiomiro após marcar o primeiro gol do Beira-Rio em 6 de abril de 1969.

Hoje, Diogo Olivier anuncia que o show de reinauguração do Beira-Rio contornos épicos com orquestra, coral, etc. OK, mas o vou a estádios de futebol para ver futebol e creio que meu amigo Luís Frederico Antunes, grande torcedor do Benfica, tem toda a razão ao sugerir que o primeiro jogo do estádio reformado seja novamente um Inter x Benfica. Afinal, quanto mais não seja, aquilo deu sorte. Logo de enfiada, nos dez anos seguintes, vencemos nove Campeonatos Gaúchos — competição importante na época — e três Brasileiros. A partir dali, deixamos de ser um fenômeno regional. Então, repitamos: tenhamos outro Inter x Benfica, por favor. Futebol é emoção. De que adiantaria trazer um clube sem a menor ligação afetiva conosco? Um novo Inter x Benfica seria justo, correto, histórico e coerente.

Abaixo a mensagem de Luís Frederico:

Caro Milton.

Faz muito tempo que não te escrevo. Sempre que posso vejo o Inter.

(…)

Bom, mas escrevo-te por uma razão objetiva. O Internacional está perto de inaugurar o seu novo estádio. Seria interessante que fosse de novo com o BENFICA. Pelo menos se preservava um pouco da memória histórica do clube. Havia um elo de ligação entre o velho Beira-Rio e o novo. Os sócios mais idosos e os outros que têm boas recordações dos gloriosos tempos de Falcão não perderiam essas imagens… Se os times principais não puderem vir então que venham os juniores. Abririam o espetáculo de inauguração e depois o time principal do Inter poderia jogar com outro histórico com calendário disponível. Mas, enfim, o ideal seria a primeira hipótese: os dois principais times do INTER e do BENFICA.

Um abraço para ti e para a tua família luso-brasileira.

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