Another Day, de Paul McCartney

Another Day, de Paul McCartney

Vou salvar aqui algumas postagens que fiz no Facebook e que lá se perdem. Não pelo brilhantismo de minha abordagem, mas pelo comentários dos amigos. Vou começar por esta. Eu escrevi:

Elena indignada porque Paul McCartney repete 17 vezes a mesma nota no início de Another Day e a canção… É irresistível.

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Paulo Moreira Não explicaste pra ela que a música pop do ocidente é assim?? E que fomos criados ouvindo estas canções horríveis, limitadas e irresistivelmente grudantes? E que por isso é música pop?

Zeca Azevedo Música popular é assim mesmo.

Marko A Costa Caboclo Miles Davis manda relembrar q menos é mais.

Caetano W. Galindo Pera lá…. Neguinho tá vendo “simplicidade” nisso? Bom, primeiro que essa moda de repetir uma nota só na melodia de uma canção quem começou foi dom Beethoven… Segundo que, olha a letra: a repetição vem bem na parte que fala de MONOTONIA! O cabra sabe o que tá fazendo… É que nem “My Love”, que começa com “AND when I go away”…. no meio de uma frase, e faz a harmonia começar toda no meio do caminho, num Bb que “resolve” num Am, mas que no fundo só vai fechar em F lá no refrão…. O cara sabe MUITO.

Milton Ribeiro Elena completa: “Nada simples. São 17 notas iguais dentro de algumas harmonias diferentes, alta competência”. Eu, Milton, tb acho. Se fosse simples, eu inventaria canções facilmente.

Marko A Costa E não confundam simples com fácil ou mesmo com simplório. Pra se atingir o simples, não raro é necessário, experiência à parte, um trabalho do cão, qdo se consegue…

Caetano W. Galindo Milton Ribeiro e, só de bônus (hoje fui reouvir a música no passeio do cachorro) e no fim, quando a coisa da rotina está superada pelo desenvolvimento todo, ele harmoniza o vocal com outra linha melódica em cima das notas repetidas… enfim… pérolas.

Caetano W. Galindo E, bem claro, não imaginei que a própria Elena estivesse vendo simplicidade, ok? É que vi uns comentários meio estranhos no post. A primeira-dama é profissional! e não há como se enganar num caso desses!

Marko A Costa Não é o caso da Elena, evidentemente que além de tudo (e bota Tudo nisso ?), tem bom humor; mas Galindo, sem nem entrar em discussão artística, o que tem de profissional no meio musical que ouve mas não escuta, é de pasmar ?

Caetano W. Galindo Touché. bem verdade…

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A provável extinção da TVE e da FM Cultura

Olha, eu não vejo televisão. Para mim, a TV existe para as notícias e o futebol. Como as notícias vêm com o filtro das grandes corporações, fico mesmo é com o futebol. Então, não pensem que conheço a programação da TVE. Nunca conheci. Mas sei de alguns fatos: a TVE tinha uma programação que vinha de três fontes: a TV Cultura de São Paulo, TV Educativa do Rio de Janeiro e havia a programação local. O espaço era dividido por 3, de forma mais ou menos igual. Só que, em 2 de dezembro de 2007, a Educativa do Rio foi extinta para dar no lugar à TV Brasil, canal de televisão pública do governo federal, fundada no dia em que começaram as transmissões de sinal de TV Digital em território brasileiro. A programação da TV Brasil parece ser boa. Aí é que Ela entra na história. Identificando a TV Brasil como a TV do Lula, a Inepta resolveu cortar a programação vinda do Rio, ficando só com a sua e a da TV do Serra (TV Cultura de São Paulo). Nunca antes um governador achara que as TVs públicas do Brasil tinham uma programação tão partidarizada a ponto de impedir as emissões vermelhas de um ou as azuis de outro, mesmo em programas sobre arte ou gastronomia. O estranho é uma governadora que já conta com todas as emissoras comerciais — todas notoriamente pró-Ela e anti-PT — , especialmente a maior delas, parece desprezar tamanho favor, investindo seu tempo em impedir a chegada ao estado de perigosos programas lulistas à sua TV de baixa audiência… Ou quem sabe quer vender alguma coisa à principal patrocinadora?

Bem, então chegou o impasse. A TVE gaúcha e a FM Cultura estão num prédio do INSS. O contrato chegará ao seu final em março e a desgovernadora teria que manifestar sua intenção de compra até meados deste mês. O governo do RS tem mais de 1500 prédios ociosos, que poderiam ter sido oferecidos para permuta. Apesar de ter a preferência na compra, o governo gaúcho não quis adquirir o imóvel… A compra seria um ótimo negócio, o preço era uma bagatela. Porém a Néscia deixou a data expirar. Não comprou o prédio. Nem vai mais. De forma mui lépida e inteligente, a TV Brasil, a do Lula, esperou que o prazo da Trouxa passasse, foi lá no INSS e arrematou o imóvel. Imaginem só: um prédio prontinho, histórico (era o ex-estúdio da TV Piratini da rede de Chatô, encampado pelo INSS quando da falência), com estúdios, antena, estrutura, fiação, vista para o lago Guaíba, tudo lindo e pronto, como não interessaria? Só não interessa à Tola.

Nesse embate, quem se rala é a TVE e a FM Cultura. Agora, a Parva arranjou um lugar para as emissoras: um andar inteiro do Centro Administrativo, um garajão no térreo, hoje cheio de entulho. Detalhe: a TVE tem que se mudar para lá em março. A Tonta chamou a transferência de local de Revitalização. Na boa, eu fico imaginando o ânimo dos funcionários da empresa com a Revitalização que a Palerma pretende. O jornalismo da TV não informa absolutamente nada sobre seu futuro. É a chapa branca elevada a níveis paroxísticos: prefere não olhar para a injeção letal que se aproxima. O presidente do Conselho Deliberativo das Emissoras percebe manobras do Desgoverno para acabar com as emissoras. Ah, é mesmo? Como ele descobriu?

Falta nos fará a FM Cultura, 107,7. O melhor da música brasileira toca ali. Um dia, Mônica Salmaso falou comigo em Parati e disse, encantada:

— Lá vocês têm aquela rádio. A melhor do país.

Ali, pode-se ouvir o melhor mesmo. É a única FM onde se pode ouvir Hermeto, Guinga, Edu Lobo, os grupos instrumentais só ouvidos no exterior, toda a discografia da Biscoito Fino, etc. E há um glorioso programa diário de jazz, o “Sessão Jazz“, apresentado há 11 anos pelo apaixonadíssimo Paulo Moreira. São duas horas por dia na companhia de um baita conhecedor. É algo finíssimo, um luxo que a Ignara não deseja ter. É notável: Serra e FHC demitiram John Neschling lá, o Yedão trata de imitá-los envenenando a cultura daqui com uma desLeal secretária, com uma Sinfônica sem sede e agora… Caramba, que coincidência!

Links importantes:
Blog dos funcionários da TVE e da FM Cultura e
Abaixo-assinado conta a extinção da TVE / FM Cultura

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