Declaro o futebol expulso deste blog

Enquanto ouço o hino do Chile, acompanhado do choro das vuvuzelas, cumpro o dever de avisar a meus sete leitores sobre a expulsão do futebol neste espaço. Todas as crônicas e pitacos sobre o esporte bretão sairão agora no Sul 21. Inicialmente, estarei incluído no time de colunistas do Direto da Redação, depois haverá um link separado para o futebol.

Lá, minhas crônicas serão diárias, acompanhando a movimentação — principalmente a regional — da coisa mais importante dentre as desimportantes. Portanto, não se trata de uma morte nem do fato de eu estar traumatizado por alguma atuação dos times que desejo ver vencedores, é apenas uma mudança. O que aparecia às vezes por aqui, passará a aparecer lá de forma sistemática.

Cumpra-se.

E começa o Sul 21

Desde a semana passada, várias pessoas me perguntam sobre o Sul 21, então vamos lá.

Não sei exatamente bem onde nasceu, sei que fui convidado para uma reunião na Palavraria da qual participaria um grupo de blogueiros mais Alberto Kopittke, que logo depois fundou o Leitura Global. Pensando naquele dia, acho que a ideia inicial não mudou muito. Queríamos um portal com um assunto diário principal e vários blogs agregados. A inspiração óbvia era o Huffington Post e nosso principal problema era o de sempre: dinheiro. Afinal, a gente sempre pensa que não custa nada, mas vá somar tudo — provedor, espaço físico, jornalistas, fotógrafos, equipamentos, segurança contra hackers, etc. Dá bem mais que uma Kombi.

Ontem, durante a festa de lançamento, talvez influenciado pelo toró que caia lá fora e que não atrapalhou, tinha a ribeiriana sensação que costuma nublar meus momentos de alegria. Até quando, até onde vamos? O cenário indica que temos tudo para sobreviver: queda na venda e influência dos jornais, imprensa de qualidade rasante e claramente desonesta e crescimento dos meios alternativos de comunicação. O processo histórico indica que a internet  poderá provocar alterações de hábitos muito maiores do que provocaram o rádio em relação aos jornais (anos 30) e a TV em relação a ambos (segunda metade do século XX). Pergunto a quem pensa que os jornais e a TV estão na mesma posição de antes: o que explica que a Folha vendesse um milhão de exemplares e hoje apenas 300 mil? E cadê a penetração que o Jornal Nacional tinha nos anos 90?

Bem, mas tergiverso citando fatos conhecidos. Um veículo como o Sul 21 precisa de acessos, muitos, que justifiquem a venda de espaços. Não sou um dos financiadores do projeto, o dinheiro não é meu, mas estou preocupado. Minha posição pessoal — a qual, como indica a palavra, vale apenas para mim — é simples: qualquer coisa que não influencie a arejada linha editorial é válida.

E longa vida ao Sul 21!