Hoje, os cartazes estão nas galerias e museus de arte do mundo inteiro, mas nos primeiros anos da Revolução, eles estavam nas ruas. Para se consolidar politicamente, a Revolução de Outubro precisava vencer também no âmbito das ideias, fazendo proselitismo diário. Os novos valores precisavam ser difundidos na cidade e no campo, assim como também o culto à personalidade de seus líderes. Operários, camponeses, estudantes, soldados, intelectuais e a sociedade em geral eram o alvo deles, que invariavelmente traziam imagens e linguagem diretas. Entre 1905 e 1955, houve uma verdadeira revolução visual. Após este período, já sem a força da novidade, os cartazes seguiram tentando demonstrar os acertos da Revolução e a necessidade de chegar ao encontro do Comunismo. Eles se tornaram onipresentes na União Soviética.
Enquanto o Ocidente vivia o expressionismo, o cubismo, o futurismo, o abstracionismo, o dadaísmo, o surrealismo, e a pop-art, entre outros, o Partido Comunista defendia o Realismo Socialista, tornado absoluto por Stálin nos anos 30 e por Jdanov no pós-guerra. Assim, a grande importância dada ao trabalho de propaganda criou uma nova estética. A célebre Tate Modern, de Londres, por exemplo, dedica uma grande sala à arte da propaganda russa.
Claro que são milhares e milhares de cartazes dos quais escolhemos apenas 38. Veja amostra abaixo:
Leia mais:
— Os 100 anos da Revolução Russa em seus artistas (I): Dmitri Shostakovich
— Os 100 anos da Revolução Russa em seus artistas (II): Serguei Prokofiev
— Os 100 anos da Revolução Russa em seus artistas (III): Mikhail Bulgákov, o homem que recebia ligações de Stálin