A série de livros de “Manual do Blefador” (Ediouro) dá dicas a pessoas que não querem passar vergonha entre entendidos. Há vários desses livrinhos: sobre música, vinhos, literatura, arte moderna, filosofia, teatro, etc. Eles são ótimos, engraçadíssimos, como demonstra este verbete sobre Haydn:
Haydn.
O pai da sinfonia. Ao contrário do normal, ninguém soube quem foi sua mãe. Haydn decidiu que as sinfonias deviam ter princípio, meio e fim, primeiros movimentos nas sonatas, nas missas e nos trios. Beethoven, em seu estilo grosseiro, desconsiderou e estragou esse belo modelo convencional.
O sentimento geral é de que Haydn podia ser tão bom quanto Mozart se não tivesse sido tão incuravelmente feliz durante a vida. Esse espírito de contentamento insinuou-se por toda sua música e diluiu-se. As últimas sinfonias foram compostas em Londres para ganhar dinheiro vivo, e a sombra do contrato que pairava sobre ele acrescentou-lhe aquela pitadinha de desgraça que tanto lhe faltara antes. Talvez somente um homem verdadeiramente sem coração poderia ter composto algo tão assombrosamente feliz quanto o final da Sinfonia Nº 88.
Existem muitas e muitas sinfonias que praticamente não são tocadas e que você pode considerar suas favoritas, mas o excelente comentário sobre Haydn é afirmar que o melhor de suas músicas foram as missas — e não haverá necessidade de falar sobre isso.
Peter Gammond — Manual do Blefador: Música
Esses manuais dos blefadores eram ótimos mesmo, não sei porquê abandonaram a idéia. Você poderia ter colocado a sinfonia excessivamente feliz pra gente ouvir, no fim do post.
Aí está!
Bj.
O comentário some assim mesmo ou existe um BLOQUEIO a este escriba?
Bloqueio?
Era só o que faltava. Te deixei uma explicação no post abaixo.
Abraço.
Engraçadíssimo!
Mas, comprei o volume de Haynd da coleção da Veja, e estou absolutamente apaixonado pela música, principalmente um concerto para violoncelo lindíssimo. Até então, não achava que o compositor fosse realmente grande. Nesta tarde de chuva mesmo, eu e miles repassamos várias as vezes o cd.
Ah, ele escreveu dois concertos para violoncelo, um melhor que o outro.
Agora, vou acabar contigo: assisti aos dois de cHaydn numa mesma noite no Teatro Colón em Buenos Aires.
Violoncelista: Mstislav Rostropovich.
(Agora tu deves desmaiar ou fingir que desmaias).
Milton, que mania desagradável você tem de se antecipar e assistir ao vivo as coisas que os outros nem sabem que gostam. Igual aos Luthiers. Tenho que arranjar uma coisa que você não gosta ainda pra ver!
É que eu sou velho e curioso…
Perdóname.