Eu não entendo a OSPA

(Anotações para minha agenda)

Fiquei estarrecido ao ler atentamente a programação da OSPA até o mês de setembro. Nenhum Mahler, nenhum Shostakovich, nada de Bartók, só para dar alguns exemplos, poucos autores estreantes e brasileiros e raros programas com obras realmente diferentes. Ignoro quem faz a programação, mas sei que é alguém muito conservador, quem sabe um chato.

Os programas dos quais gostei são quatro. No dia 29 de abril, um domingo, às 11h, há um Concerto para Juventude que achei interessante:

Elgar: Concerto para Cello, Op. 85
Ney Rosauro: Concerto para vibrafone e orquestra
Rimsky-Korsakov: A Grande Páscoa Russa

Ouço bastante as coisas do Rosauro e tenho uma estranha tara pela Grande Páscoa Russa. Depois, lá em 5 de junho, às 20h30, há a Missa Solene de Beethoven. O único problema é que será lá na Igreja da Ressurreição, onde os fiéis, em seu desespero pela salvação, aceitam sentar em cruéis bancos de madeira. Como meu Para encarar, almofada é o mínimo.

Ludwig van Beethoven: Missa Solene, Op. 123 em Ré Maior

Uma semana depois (12/6), voltamos ao Auditório da Reitoria da UFRGS para um bom programa:

Aaron Copland: El Salon Mexico
Richard Strauss: Quatro Últimas Canções (Vier Letzte Lieder) <—
Sergei Prokofiev: Sinfonia nº 1 (Clássica), Op. 25
Igor Gandarias (Guatemala): Desde la Infancia
César Guerra-Peixe: Museu da Inconfidencia

E, no fim do mês, no dia 26/6, novamente na UFRGS, mais um dos bons:

Maurice Ravel: Alborada Del Gracioso
Jaques Ibert: Concerto para Flauta
Claude Debussy: Prelude a L´après Midi dun Faune
Claude Debussy: La Mer

Em 3 de julho, há outro quase só francês e bem legal

Maurice Ravel: Tzigane – Rapsódia para Violino e Orquestra
Camile Saint-Saëns: Introduction et Rondeau Capriccioso, Op. 28
Mussorgski (Ravel): Quadros de uma Exposição

Depois, até setembro, nada me seduziu. Há uma verdadeira epidemia de Tchaikovskis e Rachmaninoffs, compositor que parece estar recebendo uma bisonha homenagem este ano. Mas não é seu centenário nem nada. Já imaginaram se fosse?

P.S.– Vitor Necchi entra em campo para dizer que há um Mahler (a Sinfonia Nº 7) em novembro. Erro nosso.

7 comments / Add your comment below

  1. Teremos a quarta sinfonia de Mahler em Julho. Início de agosto a sinfonia n°9 de Schostakowich. Temos muitos compositores brasileiros na programação. setembro viajaremos com repertório de grandes obras brasileiras. Só para citar um exemplo: o concerto n°2 de Rachmaninov está programado porque a moça que venceu o concurso jovens solistas executou esta obra e consta do regulamento que ela deve tocar a mesma obra do momento do concurso.
    Posso dar mais esclarecimentos caso queira conversar pessoalmente.
    abraço
    tiago

  2. Não sei qual É TEU PROBLEMA (…) Já temos tocado pelo menos 1 programa fantástico como ‘Os Planetas’ de G. HOLST, além dos outros oficiais (…).
    2º.: Nós estamos realizando um trabalho pra lá de bom, tendo em vista a falta de uma SALA SINFÔNICA que se preze (…)e, sinceramente:
    – ‘I feel very sorry if you personaly don’t appreciate it…(e antes que eu esqueça) Have a Nice Day!” . Nada pessoal.
    Renate.

  3. Mesmo reconhecendo o entusiasmo e a dedicação dos integrantes do coral da OSPA, até hoje formado por amadores, gostaria de sugerir a organização de um coro profissional, com cantores contratados ou concursados, com técnica e leitura musical.
    Acredito, com isto, poderia ser abordado um amplo repertório, incluindo inclusive obras a capela, o que também exige grande virtuosimo e precisão.
    Com esta idéia não se pretende eliminar o trabalho junto á comunidae. Pois é importante ter-se também um projeto que valorize e estimule o idealismo e o prazer da música vocal, mas entendo como uma necessidade para os próximos anos, a formação de um coral profissional.

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