O excelente concerto da Ospa de hoje pela manhã

Muito bom iniciar o domingo com um concerto desses:

Ney Rosauro: Concerto para vibrafone e orquestra
Edward Elgar: Concerto para Cello, Op. 85
Nicolai Rimsky-Korsakov: A Grande Páscoa Russa

Fernando Bueno Menino saiu-se maravilhosamente no concerto para vibrafone, a mais contida e melodiosa das obras de Rosauro que conheço. Menino é um jovem percussionista da Orquestra Sinfônica de Santa Maria.

O concerto de Elgar ficou famoso nos anos 60 e início dos 70 por ser a pièce de résistance da violoncelista Jacqueline du Pré, a queridinha dos britânicos na época. O concerto grudou nela de tal forma que quase todos lembram de sua beleza, virtuosismo e da esclerose múltipla que a forçou deixar os palcos aos vinte e oito anos. Anderson Fiorelli não é tão bonito, mas levou muito bem o concerto do qual gosto do primeiro movimento e menos do resto.

A Grande Páscoa Russa foi o final perfeito para um concerto sem pontos baixos. A música ao vivo tem o poder de nos mostrar o motivo pelo qual amamos uma obra. As belas melodias, mas principalmente o dinâmico e colorido arranjo orquestral de Korsakov dão à Páscoa uma sedução que me é irresistível. Excelentes participações de Klaus Volkmann, Augusto Maurer, Omar Trinajstich, José Milton Vieira, Inge Volkmann e de todo o time de metais e percussionistas sob o comando .Manfredo Schmiedt

Sugestões para a série Concertos da Juventude:

— os concertos deveriam ser discretamente didáticos — isto é, com palestras sucintas e bem preparadas para não se tornarem belardianas, Seriam encontros pré-concerto sempre ministradas por algum músico da orquestra, não necessariamente o regente;

— alguma coisinha de etiqueta para o público, explicando de forma bem humorada o ritual concertístico. Afinal, a ideia é boa música + formação, certo?

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Eu não entendo a OSPA

(Anotações para minha agenda)

Fiquei estarrecido ao ler atentamente a programação da OSPA até o mês de setembro. Nenhum Mahler, nenhum Shostakovich, nada de Bartók, só para dar alguns exemplos, poucos autores estreantes e brasileiros e raros programas com obras realmente diferentes. Ignoro quem faz a programação, mas sei que é alguém muito conservador, quem sabe um chato.

Os programas dos quais gostei são quatro. No dia 29 de abril, um domingo, às 11h, há um Concerto para Juventude que achei interessante:

Elgar: Concerto para Cello, Op. 85
Ney Rosauro: Concerto para vibrafone e orquestra
Rimsky-Korsakov: A Grande Páscoa Russa

Ouço bastante as coisas do Rosauro e tenho uma estranha tara pela Grande Páscoa Russa. Depois, lá em 5 de junho, às 20h30, há a Missa Solene de Beethoven. O único problema é que será lá na Igreja da Ressurreição, onde os fiéis, em seu desespero pela salvação, aceitam sentar em cruéis bancos de madeira. Como meu Para encarar, almofada é o mínimo.

Ludwig van Beethoven: Missa Solene, Op. 123 em Ré Maior

Uma semana depois (12/6), voltamos ao Auditório da Reitoria da UFRGS para um bom programa:

Aaron Copland: El Salon Mexico
Richard Strauss: Quatro Últimas Canções (Vier Letzte Lieder) <—
Sergei Prokofiev: Sinfonia nº 1 (Clássica), Op. 25
Igor Gandarias (Guatemala): Desde la Infancia
César Guerra-Peixe: Museu da Inconfidencia

E, no fim do mês, no dia 26/6, novamente na UFRGS, mais um dos bons:

Maurice Ravel: Alborada Del Gracioso
Jaques Ibert: Concerto para Flauta
Claude Debussy: Prelude a L´après Midi dun Faune
Claude Debussy: La Mer

Em 3 de julho, há outro quase só francês e bem legal

Maurice Ravel: Tzigane – Rapsódia para Violino e Orquestra
Camile Saint-Saëns: Introduction et Rondeau Capriccioso, Op. 28
Mussorgski (Ravel): Quadros de uma Exposição

Depois, até setembro, nada me seduziu. Há uma verdadeira epidemia de Tchaikovskis e Rachmaninoffs, compositor que parece estar recebendo uma bisonha homenagem este ano. Mas não é seu centenário nem nada. Já imaginaram se fosse?

P.S.– Vitor Necchi entra em campo para dizer que há um Mahler (a Sinfonia Nº 7) em novembro. Erro nosso.

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