Carta aberta ao maestro Tiago Flores

Prezado maestro e demais visitantes.

Na última sexta-feira, publiquei um post bastante curto, quase uma anotação, onde reclamava da programação da OSPA para 2012. Quem acompanha este blog sabe que meus reparos ao repertório vêm de anos e que vou aos concertos da OSPA por amor à música — mesmo que repetida ad nauseaum — e à própria orquestra, a qual assisto desde a memorável noite em que, acompanhado de meu pai, ouvi o maestro Komlós reger a Sétima Sinfonia de Beethoven. Tinha por volta de sete anos de idade e pensei que não poderia haver música mais bela do que aquele segundo movimento. Lembro de ter ficado tão excitado que não conseguia parar quieto nos dançáveis terceiro e quarto movimentos. Naquela noite, algum circuito de meu cérebro foi ligado e eu me tornei um melômano, sim, um melômano fanático capaz de ouvir mais de oito horas de música por dia, de administrar um blog que tem mais de 3000 CDs comentados de forma sucinta, de entrevistar o Secretário de Cultura em seus primeiros dias a fim de lembrá-lo de seu passado como ex-ospista numa tentativa patética de auxiliar com meus pobres argumentos a construção da sede da orquestra e de dar palpites sobre muita coisa, sobretudo a respeito de andamentos de sinfonias…

Meu pequeno texto, se pode ser assim chamado, era uma crítica ao repertório, jamais aos músicos, apesar de que vários deles o tomaram como uma crítica pessoal. Crasso engano. Conheço quase tudo a respeito da orquestra e sei que eles são heróis ensaiando nas piores condições. Visitei a sala de ensaios e torturas da orquestra. Fui apresentado aos anteparos de acrílico que separam os músicos da surdez. Mesmo assim, mesmo sob tais condições e mesmo com o local de concertos estando longe do ideal, o resultado artístico insiste em ser consistente e bom, prova de que as falhas devem ser procuradas em outros fatores.

Dizer que o repertório é monótono é espelhar a realidade. É muita música do período clássico e principalmente dos ROMÂNTICOS do século XIX. Há fixações irritantes e incompreensíveis sobre determinados compositores. Mahler é raro, Bruckner nem se fala, o século XX participa mui discretamente em seus anos iniciais. Este ano, a Ospa mais parece um museu dedicado aos russos da metade do século XX e a Rachmaninov, que viveu depois mas que parece ser de 80 anos antes. Sim, há exceções, mas estas são poucas, muito poucas. Como se não bastassem não há grande disposição em divulgar compositores vivos ou a música brasileira. O desconhecimento e desrespeito à música nacional é tanto que, no dia 17 de novembro de 2009, quando se comemorava (ou se lamentava) o cinquentenário de morte de Villa-Lobos, o programa da OSPA foi:

Novembro, 17, 2009  — 20:30 — 15º Concerto Série Oficial 
Festival Mendelssohn – 200 anos de nascimento
Obras:
Trumpet Ouverture em Dó Maior op.101
Concerto nº 2,em ré menor,op.40,para Violino e Cordas
Sinfonia nº3, op. 56, em lá menor _ “Escocesa”

Solista:Marcio Cecconello
Regente: Karl Martin      
Local:Salão de Atos da UFRGS 

Detalhe: Mendelssohn nasceu em 3 de fevereiro de 1809, não em 17 de novembro, data de Villa-Lobos. Este gênero de descuido ocorreu em 2009, mas poderia repetir-se hoje, tal é o equívoco de orientação de uma orquestra cuja curadoria parece estar sob descuido da restrita Fundação Cultural Pablo Komlós. A orquestra parece não dar importância a seu publico. Vejamos, por exemplo, a OSESP: ela conta não apenas com o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura, e de  patrocinadores privados — até aqui está tudo igual à OSPA — , mas também de um público fiel de 11.353 assinantes para sustentar um projeto que engloba orquestra (109 músicos), coro (60 cantores), coros juvenil e infantil, uma editora de partituras de autores brasileiros, projetos educativos (que atenderam 77 mil crianças e adolescentes em 2010), mediateca (aberta para consulta pública), ciclos de aulas e palestras, e website com podcasts gratuitos, sem falar em mais de 30 CDs lançados. Eles estão em São Paulo, um centro muito maior, porém que deveria nos servir como exemplo. Ah, tenho certeza de que os assinantes são ouvidos. Daqui, eles foram corridos.

Intermezzo: criamos uma Associação de Amigos da OSPA no Facebook. Curta e faça a revolução conosco!

A caixa-preta da Ospa merece ser aberta. A direção artística deve CONSIDERAR o público cada vez mais diminuto em vez de ficar apenas ouvindo e desconsiderando sugestões. Sei que há músicos na orquestra que desconsideram o público como leigo, pensando que apenas músicos possam opinar, mas eu, por exemplo, um mero melômano, tenho sugestões até para os concertos populares.

E muito, muito mais para os chamados “Oficiais”. Vocês, músicos, nem imaginam quanta coisa eu e o público conhecemos. Agora, vamos à conversa que tive hoje à tarde no Facebook. Vejam a vontade que algumas pessoas demonstram de discutir todas as questões de forma civilizada. Elena Romanov, violinista da Ospa, iniciou a conversa sem maiores intenções e a coisa explodiu..

Elena Romanov ao meu amigo Milton Ribeiro.
Estou tentando fantasiar que um jornalista criticou, por exemplo, um filme em seu blog e veio uma longa discussão virtual entre ele e o elenco com desculpas, explicações, ameaças e xingamentos. Ou que criticou um livro e o escritor veio para brigar e “se defender ”online”. Que falta de classe! Gente, isso é simplesmente surreal… cada um tem o direito de criticar as coisas e ter uma opinião. Relaxem!

Claudia De Ávila Antonini Cara Elena Romanov, é que no Brasil não existe crítica, este é que é o problema. Não sei se ainda é um reflexo da ditadura, mas o costume é só elogiar ou ficar quieto, discordar jamais.

Elena Romanov Pior que já percebi isso. Continuo não entendendo porque no caso da programação da orquestra sinfônica não pode haver crítica e no caso do livro/filme pode.

Claudia De Ávila Antonini Mas Elena, na minha opinião há pouquíssima crítica também a livros/filmes. A maioria das críticas que temos, na verdade, fala só do que já está demonstrado ser inevitável criticar, ou seja, algo que já está muito exposto e comentado pela opinião coletiva e que o “não criticar” seria em si uma “omissão vergonhosa” para o crítico.

Francisco Marshall Quem quiser brigar tem que apanhar pra aprender a se comportar! Ora…

Claudia De Ávila Antonini O que temos com isso é a ausência de um pensamento crítico em geral. Todos os que escrevem, atuam, tocam são elogiados. Não vês que há sempre aplausos de pé no final dos concertos? Eu adoro a orquestra, sou a maior fã mas esta unanimidade me soa muito mal. Não seria esta uma atitude reservada para os dias “especiais”?

Claudia De Ávila Antonini Mas meu caro Francisco Marshall, o Milton adora a possibilidade de discutir o assunto, não está nem um pouco triste com os ânimos quentes.

Ricardo Branco Nos falta um pouco a Kritik , no sentido alemão do termo. Emitimos a opinião pessoal e ela pode ser questionada mas não discutida. Neste caso, criticar é uma adesão e não um desabono ao autor.

Elena Romanov Eu, assim como Augusto Maurer, achei as observações do Milton bastante amigáveis, não sei se é porque tenho outra mentalidade…

Claudia De Ávila Antonini É óbvio que foram amigáveis! Ele ama a OSPA, e eu também.

Claudia De Ávila Antonini Aliás, completando, a gente se preocupa, discute, se informa. Até quando das audiências públicas para a sede no Shopping Total estavamos em todas.

Milton Ribeiro Vi só agora teu post Elena Romanov. É verdade. Eu ia responder hoje ao Tiago Flores e a outras pessoas, mas vieram outros assuntos. É claro que nada tenho contra a instituição, critico apenas o repertório repetitivo e conservador. Agora, eu falo  disto aqui e recebo um contra-ataque lá longe, em outro assunto. Isto me coloca numa falsa posição de ataque à OSPA. Ridículo.

Philip Gastal Mayer Opiniões são opiniões, não há o certo e o errado, há a minha impressão e a sua impressão. A coisa começa a ficar perigosa quando a impressão de uma maioria toma ares de “certo”. Sempre defenderei a crítica, ela é a “oposição” necessária para polir e tornar o objeto ainda mais virtuoso.

Francisco Marshall Não podemos viver sem a OSPA, nem ela sem nós, o público, especialmente o público apreciador e culto. Muitos músicos e dirigentes acham, equivocadamente, que a OSPA existe para eles. Errado. Ela existe para a música, para a história da música (passado, presente e futuro) e para as comunidades de profissionais e de ouvintes que podem e querem preservar e se nutrir do patrimônio musical, viciados em arte como nós dessa lista.

Francisco Marshall Os músicos que amam a música, como Elena Romanov e Augusto Maurer, leem as opiniões com o merecido desprendimento não porque são nossos amigos, mas porque amam a música como nós, ou mais.

Francisco Marshall Acho que o Tiago Flores respondeu educadamente, e tentou esclarecer.

Milton Ribeiro Sem dúvida. Mas os músicos me mandam cópias de e-mails trocados e tem gente que me encara como um hooligan.

Francisco Marshall Mas lembro que deixei de pagar o carnê de sócio da OSPA, com pesar, cansado das numerosas repetições de Sherezade, que é uma linda música, mas conservadora pra caramba. Aliás, ainda existe carnê da OSPA?

Francisco Marshall Há que se buscar um equilíbrio entre tradição e vanguarda, o universal e o local. Se tudo for feito com altíssima qualidade, o valor será indisputável sempre.

Milton Ribeiro Como disse alguém, é uma orquestra sem amigos… E que conversa pouco com seu público.

Elena Romanov ‎Francisco Marshall, a minha lógica é a seguinte: o Milton tem muitos seguidores. Talvez alguns deles consideram que a música clássica foi para extinção antes dos dinossauros. “Mas este cara é legal, valoriza as coisas bonitas, tem um humor brilhante… quem sabe, se ele GOSTOU de alguns programas, eu vou também?”
Eu pagaria por uma propaganda dessas =)

Francisco Marshall Eu e Marcos Abreu sempre deploramos esta perda do sentido comunitário da OSPA, que foi um erro de gestão catastróffco.

Philip Gastal Mayer Perfeito Elena Romanov!

Francisco Marshall Eu acho que os seguidores do Milton Ribeiro, eu incluso. acreditamos apenas que os dinossauros foram extintos, talvez até mesmo por não terem música clássica!

Marcos Abreu Acho que o Francisco Marshall se refere aos “amigos”. Sempre falo e volto a repetir, acho que a OSPA precisa de uma Associação de amigos reais, participantes, atuantes, contribuintes. Todas as orquestras são assim. Afinal, fidelização de clientes é o “trend” do momento. Vejamos que ela tem 1418 curtindo a página, mais 5000 no perfil, 6418 pessoas que curtiram, marcaram, sei lá qual a idéia, mas aposto que menos de 5% sabem do que se trata ou frequentam os concertos. Além do que, nada contribuem além de um click no facebook.

Augusto Maurer Fico feliz por ter ateado fogo a esta auspiciosa e bem frequentada discussão. A parte sobre a burrice de toda unanimidade logo me fez lembrar de

Augusto Maurer ‎Milton Ribeiro: o que esperas para promover isto a post? (o face ainda acarretará a extinção dos blogs) / Francisco Marshall: onde posso ler os esclarecimentos prestados pelo Tiago.

Claudia De Ávila Antonini Apoio totalmente o Marcos Abreu, me deu até vontade de criar uma página “Eu quero ser amiga(a) da OSPA” para reunir interessados e peticionar ao governador, secretário de cultura, presidente e direitores da OSPA para que volte a haver este instrumento democrático de participação do público.

Francisco Marshall Lembro que no debate sobre o horrendo projeto arquitetônico da nova sala, no Caderno de Cultura ZH, respondendo a Maturino Luz, o presidente da FOSPA, Ivo Nesralla, afirmou, entre outras coisas, que a FOSPA é uma autarquia que não devia satisfações à opinião pública. Sintoma claro do que aqui comentamos. Quando e como foi sucateada a Associação de Amigos da OSPA?

Milton Ribeiro Penso que a OSPA mereça melhores cuidados de seus gestores. A criação de uma Associação de Amigos é fundamental por dois motivos: (1) a fidelização e (2) o feedback. Não entendo uma instituição que não dialogue e sei que a OSPA tem entre seus membros verdadeiros apologistas do não-diálogo. Conheço muita gente que teria contribuições a dar. E, sobre o mau repertório, estou cada vez mais tranquilo. Tenho recebido vários e-mails de músicos da OSPA me apoiando. Recebi inclusive um pequeno estudo de repetições de programação, inclusive lembrando o grande dia em que Villa-Lobos completava uma data redonda e foi programado um Festival Mendelssohn. O problema é que eles não querem se identificar. Vá entender!

Francisco Marshall Hehehehe, está em um texto postado em um link do Milton Ribeiro que conta com o teu “curtir”, caro Augusto Maurer:

Francisco Marshall Quantas vezes a OSPA executou a linda fantasia coral de Beethoven com Ney Fialkow?

Francisco Marshall ‎Augusto Maurer, isso foi o que defendi naquele artigo, lembras?

Milton Ribeiro Outra coisa que todas a maioria das orquestras do mundo fazem é música de câmara, normalmente programadas para logo após o intervalo com, obviamente, um efetivo menor de músicos. No caso da OSPA, haveria um ganho secundário: aliviaria um pouco os os músicos dos ensurdecedores ensaios no cais do porto, além de abrir caminho para um repertório imenso e de qualidade. E nem vou falar na valorização dos músicos envolvidos.

Francisco Marshall Eu ofereci o StudioClio ao Dr. Nesralla para agendas de música de câmara, ele gostou da ideia, mas nunca fomos em frente. Independentemente disso, músicos da OSPA formam a elite concertante na agenda de música de câmara do StudioClio. Nós poderíamos realizar também notas de concerto, previamente, ampliando a divulgação, a compreensão e a mobilização para cada concerto. Uma AAOSPA cuidaria disso com uma mão nas costas.

Milton Ribeiro ‎Augusto Maurer, mostra esses argumentos todos para o Tiago Flores. Até para tirar meu estigma de INIMIGO DA INSTITUIÇÃO.

Francisco Marshall Não há esse estigma, Milton Ribeiro, tenho certeza. Aliás, no teu post no Sul21 foi só uma musicista que se manifestou exasperada, estatisticamente irrelevante.

Francisco Marshall Bueno, fratres, com tudo isso, acho que a revolução se aproxima! Tomada pelas letras e ideias!

Milton Ribeiro Vou transformar em post hoje à noite, se tiver tempo. Não vou querer perder esta discussão

Augusto Maurer Ansioso por compartilhar, Milton Ribeiro, com a ressalva de que NÃO FUI EU ! Pois adoro riscar fósforos em tanques de gasolina.

12 comments / Add your comment below

  1. Caro Milton:
    Como viste no meu primeiro comentário escrito na semana passada, não me senti nem um pouco ofendido pelas tuas críticas. Achei apenas que o termo “estarrecido” foi um pouco forte levando em consideração que tu mesmo salientaste alguns programas que consideraste bons.
    Sobre a inclusão de autores brasileiros eu concordo que temos que ter cada vez mais em nossa programação. Mas não temos pouco não. Se prestares atenção vais verificar que temos muitos programas com inclusão da boa música brasileira.
    O mais importante que gostaria de te colocar é que não fazemos uma programção para nosso gosto pessoal. Pensamos em atingir todos os públicos e todos os gostos. O mês de agosto é um bom exemplo disso. Temos música brasileira, século XX, barroca, clássica e na última terça-feira um belo programa para instrumentos de sopro.
    Para finalizar, coloco-me à disposição para uma conversa/entrevista onde poderei esclarecer como trabalhamos na programação.
    um abraço
    tiago flores

    1. Tiago,
      compreendo que as coisas não funcionam num simples estalar de dedos e aceito teu convite para conversar pessoalmente, até para deixar claro que não há nenhuma animosidade. Sou (somos) pela orquestra. Vou entrar em contato através do e-mail, certo?
      Abraço.

    2. Uma aproximação maior entre a OSPA e a comunidade poderia ser muito benéfica. Tal como ocorre em tantos setores governamentais, como no orçamento participativo, pode se criar um canal, não apenas para complementação de recursos, mas também para intensificar o diálogo entre a comunidade e a OSPA. Uma espécie de conselho cultural participativo, com representantes eleitos pela comunidade.

    3. Mesmo reconhecendo o entusiasmo e a dedicação dos integrantes do coral da OSPA, até hoje formado por amadores, gostaria também de sugerir a organização de um coro profissional, com cantores contratados ou concursados, com técnica e leitura musical.
      Acredito, com isto, poderia ser abordado um amplo repertório, incluindo inclusive obras “a capela”, o que também exige grande virtuosimo e precisão.
      Com esta idéia não se pretende eliminar o trabalho junto á comunidae. Pois é importante ter-se também um projeto que valorize e estimule o idealismo e o prazer da música vocal, mas entendo como uma necessidade para os próximos anos, a formação de um coral profissional.

  2. Oportuno debate, parabéns por tê-lo iniciado. Estratégias de formação, ampliação e fidelização de público – em paralelo à busca da excelência artística – são um desafio no mundo todo, onde a tendência geral é de envelhecimento da platéia de música de concertos.
    Aproveito para observar que a foto usada acima é da Banda Municipal de Porto Alegre, em ação no antigo Auditório Araújo Vianna, localizado junto à Praça da Matriz, onde hoje é a Assembléia Legislativa. Ela não está fora de contexto, se lembrarmos que a BMPA, em atividade desde 1926, foi importante para a constituição da OSPA, através de convênio firmado entre Estado e Município em 1953. Oportuno lembrar ainda que a BMPA, tendo recebido considerável investimento para sua criação, que permitiu trazer maestro e músicos do exterior, após a criação da OSPA acabou extinta, situação que durou mais de uma década; foi reorganizada em outras bases e ainda hoje luta pateticamente para sobreviver, em condições bastante mais precárias que a OSPA.

  3. Caro Milton e demais colegas e amigos. Assim como eu, creio que a grande maioria dos colegas da OSPA não têm absolutamente nada contra críticas aos nossos concertos, nossa programação e até ao nosso desempenho nos concertos. O que eu particularmente gostaria de ver e sentir por parte de nosso público fiel e amante da orquestra é um engajamento maior no sentido de apoiar nossas inúmeras demandas frente aos nossos dirigentes. Mandem suas críticas e idéias diretamente aos nossos Diretores, Secretários, Presidentes das Fundações e imprensa. Entupam os e-mails deles com seus comentários, sugestões e críticas. Façam que eles se sintam realmente pressionados pelas pessoas que afinal sustentam nosso existir, nosso público! Quem sabe assim teremos mais apoio real para nossas demandas e dessa forma teremos sim uma OSPA muito melhor futuramente! Nos ajudem, esse engajamento de toda sociedade à nosso favor É MUITO IMPORTANTE!!! Uma grande
    orquestra começa pelo amor e interesse dos cidadãos que clamam e merecem uma qualidade excelente da mesma. Os governantes devem fazer a sua parte, dando todas as condições para que esse trabalho atinja o nível desejado. A maior pressão deve ser feita em cima de nossos governantes que simplesmente não priorizam a cultura nesse estado (o estado do RS tem o de menor orçamento pra cultura do Brasil). Somos sempre a última opção na lista de prioridades, infelizmente.

  4. Li o post, não tenho nada a ver com o assunto e nem poderia estar opinando, mas ahhhh! se eu fosse o diretor da OSPA.

    Certa vez baixei um cd com um título alemão impronunciável cuja capa era de uma orquestra bem formada com várias moto-serras dependuradas do teto. A música é insuportável_ ou me pareceu_, coisa que vai além de Schoenberg. Tentei achá-lo aqui, mas exige mais esforço entre os hds externos que tenho. Pois bem, se eu fosse o diretor da ospa arregimentaria os músicos para os ensaios da música contida neste cd. Se ele quiser eu passo o link por email assim que achar a obra, basta pedir meu email para o Milton.

    Que sensação maravilhosa eu teria, quando as portas se abrissem ao público e eu notasse já entre as cortinas o espanto do sr. Milton Ribeiro ao ver lá no alto do salão as 56 motosserras muito bem ajustadas com os sustentórios de aço no teto e os fios ligados aos computadores programados!

    Depois de transcorridos a uma hora e meia de martírio ultra-pósmoderno, eu agradeceria os que ficaram da platéia torporificada pelo zumbido na orelha_ com certeza meu prezado Milton estaria ali, hercúleo_ e pediria para não irem embora, pois havia uma surpresa reservada para o final. Os músicos sairiam diligentemente e reapareceriam dez minutos depois vestidos com cocás e tangas de pena de avestruz munidos de atabaques e ukalelês congolêses para a execução de um canto tribal primitivo de uma desaparecida tribo africana, coisa que eu sairia procurando pelas academias antropológicas até achar.

    Na sessão seguinte, o centro do palco estará tomado por um enorme cadillac 1935 Lasalle dentro do qual meu primeiro violinista está sentado para realizar o solo de motor de explosão de 15 minutos, além de 22 máquinas de costura Singer e 19 brocadeiras de bigorna que se põem a funcionar no adágio da “Sinfonia com orquestra, motor de explosão, máquinas de costura, brocadeiras de bigorna e metralhadoras automáticas” de hernest synkeyuint, em que, segundo as partituras recuperadas dos arquivos do sanatório, o maestro deve se virar para a platéia nos minutos finais, apontar a metralhadora e executar sistematicamente todos os que conseguir acertar no meio da correria.

    Ah, tantas opções e o diretor da ospa se mantém tão placidamente calado…

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