Um problema de peso: a invasão da sala pela biblioteca

Quem vem aqui em casa está acostumado com a imagem abaixo, que era a da biblioteca ontem pela manhã, domingo (18/11). Nossos livros nunca puderam ser organizados por que faltou área para eles. Então eles estavam em duas filas, inorganizáveis.

Vejam a confusão. Drácula, Eco, Machado, Backes, Carver, Bolaño…

Cervantes, Brecht, Pynchon, Hoffmann, Schnitzler….

Então, ontem à tarde, começou a revolução. Praticamente sozinho, tirei todos os livros. Hoje de manhã a coisa estava assim.

E depois ficou assim.

Que tristeza e que dor nas costas!

Não apenas os 3 ou 4 mil livros foram desalojados, como também meus 1200 vinis.

A sala de tantos Festins Diabólicos não poderia mais ser chamada de sala.

Vinis pesam pra caralho! O caminho para a cozinha está dificultado.

A frente do sofá.

A mesa de tantos prazeres gastronômicos e sociais.

Não dá também para ir à janela a fim de ver quem está chegando.

A mesa, novamente.

É o caos completo.

Em meio a isso,

o imbecil escreve posts em seu blog.

E come muito mais do que o prato acima. Muito mais mesmo.

P.S. — Estou em férias por 15 dias. Missão: Biblioteca. Ah, sobrarão muitos livros para bibliotecas. Só hoje, vi que tenho 4 Veias Abertas…

21 comments / Add your comment below

  1. Faz assim: escolhe um livro, e a primeira pessoa que conseguir encontrá-lo em alguma das fotos leva de presente.

    E parabéns pelo esforço! Mas agora acho que vem a pior parte, que é organizar tudo de novo.

  2. Bravo, Milton! Vais se sentir muito melhor depois dessa limpa, é como se a casa fizesse uma bem-vinda dieta. Meu conselho é desfazer-se do máximo de livros que puder, passar adiante para quem realmente vai dar valor, a ater-se ao essencial. Deixa os teus livros fazerem a diferença na vida de outras pessoas.

  3. Só em uma pilha já vi que tenho dois dos seus: Mazurca para Dois Mortos, do excepcional Camilo José Cela, e Crocodilo, do Dostoiévski. Essa coisa de repetir o livro eu achava que nunca iria acontecer comigo, e eis que compro O Queijo e os Vermes em edição de bolso, achando que não o tinha, e quando chego em casa percebo que tenho a primeira edição lançada no Brasil. Essa coisa de aficcionado em livros…fiquei dando zoom nas fotos par ver os títulos, e meu filho veio se sentar no meu colo dizendo : olha os livros do papai!

  4. Atentei-me mais em sua 12º foto e percebo que tenho muitos dali, a Cavalaria Vermelha, os Detetives Selvagens, Molloy, A Sagração da Primavera, Howard`s End…

    Mas é um grande prazer organizar a biblioteca. Eu acho um tanto patético organizar por autor (os Tolstóis todos enfileiradinhos para serem vistos), e por isso nunca posiciono os livros assim. Costumo colocar pela relevância que determinadas leituras exercem sobre mim na época. Por isso, agora, os Javier Marías estão mais a vista, enquanto os Bolaños já se encontram perdidos espalhados por aí.

    E tem sempre espaço para os de lombadas mais bonitas. Há uma sequência de Braudels e o Quixote da editora 34, com a trilogia Millenium e a coleção listrada da Cia das Letras (que tenho-os todos e vi o Raymond Carver aí).

  5. Se tem coisa que não suporto é ver amigo passando trabalho. Assim, me disponho com vontade firme e inquebrantável a receber TODOS os itens que puderem ser descartados para aliviar vossa carga! Não se acanhe, Milton, é de coração!!

    1. Prezado ateu, Milton Ribeiro
      .
      Sei que você não é chegado às coisas, digamos, de religião; contudo, preciso lhe informar que – queira o senhor saber ou não – sua pessoa é do Bem. Vamos aos fatos:
      .
      1) Quantos nesse instante estão a arrumar, a enfeitar uma biblioteca? Creio que estamos a viver justamente o contrário: o desprezo por elas.
      2) Quantos, diante do gozo de férias merecidas, perderiam seu “precioso tempo” no acariciar de livros?
      3) Quantos, nesse instante, estão a maquinar a melhor maneira de acumular, de dar o melhor golpe na praça e, se possível, ampliar o poder sobre o lombo de outrem?
      4) Quantos estão a cuidar da memória paulatinamente aprendida; e, consequentemente, a ninar a história que está por nascer?
      5) Quantos nesse instante estão a embelezar os seus espaços com cultura?
      .
      É, caro ateu, sinto lhe dizer, mas O SENHOR ESTÁ A REZAR.

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