Na Austrália, nosso futuro

Os incêndios na Austrália atingiram um ponto de não retorno. Até ao momento são dezessete mortos confirmados, dezenas de milhares de pessoas encurraladas nos Estados de Nova Gales do Sul e de Victoria (a maioria sem água e comida), vinte cidades cercadas pelas chamas, milhares de casas reduzidas a cinzas, centenas de animais queimados, etc. A cidade de Bargo, a sudoeste de Sydney, praticamente desapareceu do mapa. Ao menos três milhões de hectares foram devastados em todo o país durante os últimos meses de incêndios, que destruíram mais de 800 casas.

A intensa onda de calor — semelhante a que tivemos na semana passada em Porto Alegre — favorece a propagação dos incêndios que afetam a Austrália e os focos fora de controle nas proximidades de Sydney foram agravados por estas condições “catastróficas”, afirmaram as autoridades. Hoje, Sidney está coberta pela fumaça dos incêndios.

Aquele “ney” apagado pelos avisos no mapa é Sydney (5 milhões de habitantes)

As evacuações em massa, muitas delas por mar, não devem evitar o número de vítimas mortais, pois o navio de desembarque militar HMAS Choules transporta apenas oitocentas pessoas de cada vez e os aviões não chegam aos pontos críticos.

Isto me leva a pensar sobre o futuro que nos espera. Estamos na mesma latitude da Austrália. Quando a tragédia for global, os governos democráticos serão substituídos por ficções Philip K. Dick ou Margaret Atwood e outros. O futuro será do fogo.

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