Brancura, de Jon Fosse

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A Bamboletras acaba de receber ‘Brancura’, livro do Prêmio Nobel de Literatura Jon Fosse. Li o livro numa sentada e gostei muito. Assim como Annie Ernaux, vencedora no ano passado, Fosse faz uma literatura intimista, mas aqui com toques de Beckett e Bernhard, isto é, com muito mais angústia e absurdos. Não vou dar spoilers, apenas vou dizer a situação que é descrita nas primeiras duas páginas. Um homem dirige seu carro sem destino, desconhecendo as próprias motivações, e sai da cidade até entrar numa vicinal, onde o carro fica preso na neve. Sem saber bem onde está, o narrador-personagem sai do carro para buscar ajuda. Então, o livro mergulha num interessante e muito musical fluxo de consciência, passeando entre o onírico e o terror psicológico sem deixar de lado grandes questões da humanidade. Impossível não se envolver intensamente com o texto. Livro fácil de ler e de certamente difícil tradução, Fosse recebeu resposta à altura por parte do excelente tradutor Leonardo Pinto Silva.

Não sei se o norueguês Fosse mereceu ou não o Prêmio, o fato é que se trata de um grande escritor. Gostei muito do que li. O final é especialmente belo.

Recomendo.

Jon Fosse (1959)

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