O melhor Concerto para Piano de Tchaikovsky

O melhor Concerto para Piano de Tchaikovsky

Tem gente que nem sabe que Tchaikovsky tem um segundo e terceiro Concertos para Piano. Muitos músicos de orquestra, inclusive, pensam que há apenas um, o famoso primeiro.

Só que meu pai era um colecionador de música romântica que reclamava de minha predileção pelas músicas mais difíceis, coisa que a Elena repete, mas sem a voz de um pai ou de uma mãe quando a gente é pré-adolescente. Ele tinha um LP com o segundo concerto e eu dizia que aquele era melhor que o primeiro. Olha, até hoje concordo comigo. Gosto da decisão do primeiro movimento, mas minha maior consideração vai para o muito estranho segundo movimento, que é quase um não-concerto.

Este movimento lento começa com um trio. Acompanhado apenas pelas cordas, o violino toca um tema belíssimo, depois o piano dialoga primeiro com o violino e depois com o violoncelo, como se fossem três solistas em vez de um piano com acompanhamento orquestral. Ora, essa estrutura é mais típica de música de câmara do que de um concerto romântico para piano.

Neste movimento, o piano não é o protagonista imediato — ele entra apenas depois de longas passagens do violino e do violoncelo. Quando finalmente aparece, ele assume um papel mais de acompanhamento, o que é totalmente incomum para um concerto.

É tudo muito melancólico e introspectivo. Aos poucos, a orquestra entra com delicadeza, expandindo a música de câmara, mas o violino e o violoncelo sempre voltam. É um noturno, se me entendem, não é o movimento lento típico de um concerto.

Houve um idiota, o pianista e maestro russo Alexander Siloti, que fez cortes para torná-lo mais palatável ao público. O cara era louco, só pode.

E o terceiro movimento é sensacional.

Estou ouvindo a gravação na forma original, como o disco do meu pai, que pode soar mais estranha para ouvintes acostumados ao conforto de um formato convencional. Tchaikovsky mesmo admitiu que buscava experimentar formas mais complexas, que essa obra era “difícil” e menos acessível que o primeiro concerto.

Mas ele é tão raro de ser programado que NUNCA o assisti ao vivo. E, desculpem, é o melhor dos três.

Xô, Siloti! Deixem o Tchai, ele já sofria bastante sendo gay na Rússia Czarista.

(Abaixo, Tchaikovsky triste com Siloti…)

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Atrás do balcão da Bamboletras (LXVIII)

Atrás do balcão da Bamboletras (LXVIII)

(Mil vezes contar uma história autodepreciativa do que uma em que brilho, mas fazer o quê?).

— Boa tarde, Grande Milton!

Ih, mais um louco, pensei.

— Boa tarde — respondo ao desconhecido.

— Tu não vai lembrar de mim, mas tu mudaste a minha vida.

— Pra pior, certamente.

— De jeito nenhum.

O sujeito estava tão entusiasmado que a frase seguinte não era de todo um absurdo.

— E como foi que salvei tua alma?

— Me indicando um livro. Eu te pedi um livro de psicologia que era sobre hiperfoco e obsessão e tu disseste que não tinha a obra e nem tinha como identificar outro sobre o tema. Mas me indicaste um livro de ficção, O LIVRO PERFEITO: Michael Kohlhaas. Aquilo é um tratado sobre hiperfoco e obsessão!!!

— Adoro o Kohlhass — afirmei e é fato.

Neste momento, eu, que não lembrava do cara e que estava no computador sem saber direito o que era hiperfoco, sorri fingindo fazer outra coisa e escrevi rapidamente do DeepSeek: “Kohlhaas e hiperfoco. Há relação?”

E o cara seguia:

— Li o Kohlhaas não sei quantas vezes, é maravilhoso! E pude entender muito mais coisa do que entenderia lendo um livro de especialista.

— Sim, aquilo é um paroxismo tão poderoso quanto manter aberta uma livraria apesar da Amazon… Kohlhaas é um dos livros mais impressionantes que já li, mas sei lá o que é hiperfoco.

— Eu sou psicólogo e…

Deixei de ouvir o cara porque e vi que o DeepSeek me respondia. Fiz uma leitura a toda velocidade. Abro aspas:

“Kohlhaas e Hiperfoco: Uma Relação Inesperada (e Intensa)
A história de Michael Kohlhaas – o protagonista da novela Michael Kohlhaas (1811), de Heinrich von Kleist – e o conceito moderno de hiperfoco (comum em TDAH e neurodivergências) têm mais em comum do que parece. Ambos envolvem:
1. A Obsessão que Consome Tudo
(Mil detalhes que ignorei)
2. A Linha Tênue Entre Determinação e Fanatismo
(Mil detalhes que ignorei)
3. A Neurodivergência como Leitura Possível
(PQP, o que significa neurodivergência?)
Veredito (do DeepSeek): Sim, há relação! Kohlhaas é o hiperfoco em forma de tragédia literária. Se ele tivesse um pouco de flexibilidade cognitiva, talvez sua história terminasse melhor… Mas aí não seria Kleist”.

Olhei para o cara sorrindo e pensei com meus botões:

“Futebol é bola na rede”.

(Abaixo, Heinrich von Kleist).

Heinrich von Kleist, por Anton Graff

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Mauvício

Eu procurei ouvir o jogo do Imortal, mas não o encontrei. As emissoras que normalmente narram as partidas estavam falando em serrote, mosquito e pescador. Não entendi nada. Perde o rádio gaúcho, perde sobremaneira o ouvinte em informação. Quanto foi o jogo? Que negócio é esse de serrote? Claro que o Grêmio ganhou, né?

Mauvício Saravia

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Citações de sábado

Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice. Foi a época da fé, foi a época da incredulidade. Foi a estação da luz, foi a estação das trevas. Foi a primavera da esperança, foi o inverno da desesperança. Tínhamos tudo diante de nós, não havia nada antes de nós. Todos íamos direto para o céu, todos íamos direto para o outro lado.

Charles Dickens

A arte não existe para impedir o mundo de passar, mas para transfigurar o mundo que passa, para dar ao mundo que passa a face da nossa esperança que não passa.

Eduardo Lourenço

Crescer, amadurecer, envelhecer, morrer, o tempo passa, é predestinado, inevitável. Só existe uma solução para a velhice não ser uma paródia absurda das nossas vidas anteriores, é continuar buscando propósitos que dão sentido à nossa existência: dedicação a indivíduos, grupos ou causas, trabalho social, política, intelectual ou criativo. Na velhice, devemos desejar ainda ter paixões fortes o suficiente para nos impedir de nos dobrarmos sobre nós mesmos. A vida tem valor desde que a atribuamos à vida dos outros, através do amor, amizade, indignação, compaixão.

Simone de Beauvoir

Ainda me recordo do delírio adolescente que causou em mim a descoberta sublime do romance e do conto como ‘espaços completamente livres’, onde tudo pode ser pensado e qualquer coisa pode ser dita. No romance é possível encontrar ateus, snobes, libertinos, adúlteros, assassinos, ladrões, loucos que atravessam planícies de Castela ou deambulam por Oslo ou São Petersburgo, rapazes em busca do sucesso em Paris, raparigas em busca do sucesso em Londres, cidades sem nome, países sem lugares, terras de alegoria e surrealismo, um homem transformado em barata, um romance japonês narrado por um gato, cidadãos de muitos países em simultâneo, homossexuais, místicos, proprietários e mordomos, conservadores e radicais, radicais que também são conservadores, intelectuais e simplórios, intelectuais que são também simplórios, bêbados e padres, padres que também são bêbados, os vivos e os mortos.
James Woods

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Anna Kariênina x Guerra e Paz

É uma discussão bem comum. Li ambos e, se Guerra e Paz é um oceano (imenso, cheio de correntes e vida), Anna Kariênina é um abismo (profundo, íntimo e vertiginoso). Eu escolho o abismo e não estou sozinho: tem muita gente boa que leu GP e se atira no abismo. Em AK, Tolstói tem uma precisão que Guerra e Paz, pela própria natureza épica, não exigia. Dezenas de personagens… Prefiro até o mais focado A Cartuxa de Parma. Sabiam que Tolstói podia dizer de cor a cena da batalha napoleônica que Stendhal descreveu na Cartuxa com o Fabrizio del Dongo totalmente perdido? No AK, cada capítulo avança como um movimento de sinfonia — nada está fora do lugar. Tb em AK, Tolstói constrói personagens de enorme profundidade. A desintegração emocional de Anna, sua obsessão, seus ciúmes e desespero são retratados com uma crueza que dói. Mas é claro que compreendo quem prefere GP. É uma questão de gosto. Não sou amante dos painéis, prefiro os microscópios.

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El Roto

El Roto

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É claro

É claro

É óbvio que houve pênalti a favor do Grêmio. Não sei o que veem os juízes naquela casinha do VAR. Deve ter algum tipo de alucinógeno lá. O Inter teve dois pênaltis sonegados contra Fortaleza e Palmeiras — se convertidos, seriam mais três pontos na nossa conta –, assim como o Grêmio só foi para a final do Salsichão por erro de arbitragem. No grupo de colorados com quem estava assistindo o jogo, todos “deram” o pênalti e sorriram deliciados com a decisão do apitador.

É o terceiro jogo consecutivo MUITO RUIM do Inter. As deficiências de Rogel apareceram em todo seu esplendor, a idade de Bruno Henrique não suporta jogar duas vezes por semana, Vitinho é o próprio tubarão de laguinho — só joga Gauchão (cadê Gustavo Prado?) — e Bernabei parece sentir as ausências de Victor Gabriel e Juninho. Para terminar, contra times fechados, Borré é mais jogador do que Valencia.

Mas vamos em frente. O Inter precisa voltar a jogar e o Grêmio segue candidato ao Arerê.

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Gre-Nal 447: a atualização de nossa superioridade

Nos últimos 10 Gre-Nais tivemos 5 vitórias do Inter, 3 empates e 2 vitórias dos Nocivos.

Com o empate de hoje, o “Imortal” completará 2 anos sem ganhar Gre-Nal. Uma pena.

Na história, são 165 vitórias do Inter, 141 empates e 141 vitórias do Grêmio. A batalha do Grêmio com os empates é duríssima.

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Mauvício

Obviamente, o Grêmio não precisa de técnico, precisa seguir na autogestão, como ficou demostrado hoje. Inclusive sou contra termos um capitão, a liderança tem de ser dividida horizontalmente. Nada de inovações como Felipão, Mano e South Summit. Assim, ganharia o Grêmio, ganhariam sobremaneira as relações humanas. No mais, que jogo chato.

Mauvício Saravia

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Sobre o Capítulo XXIII de Daniel Deronda

Sobre o Capítulo XXIII de Daniel Deronda

Ontem, lemos um capítulo absolutamente arrebatador de “Daniel Deronda” (1876). Trata-se da cena (Cap. XXIII) em que Herr Klesmer desencoraja Gwendolen a seguir uma carreira artística. É um momento especialmente incômodo, revelando muito sobre os temas da ilusão da emancipação feminina na obra de George Eliot (não esqueçam que Eliot era uma mulher).

Gwendolen, uma jovem bonita, orgulhosa e na pindaíba, considera se tornar uma cantora ou atriz profissional para manter seu status e independência. Ela acredita que seu talento amador e beleza sejam suficientes para o sucesso. No entanto, Klesmer, um pianista e compositor rigoroso (talvez inspirado em Liszt), desmonta suas expectativas com uma crítica honesta, fria e implacável.

Ele diz que o talento de Gwendolen é medíocre e que o mundo artístico exige disciplina e sacrifício — algo que ela não possui. Ele diz que fazer sucesso entre amigos e parentes provincianos é uma coisa, outra coisa é o mundo e suas disputas. Ele sugere que a sociedade não respeita as mulheres de talento medíocre, associando-as ao sexo fácil. Ainda mais quando são bonitas.

E volta aos méritos inexistentes da bela moça: você já tem 21 anos, deveria ter começado a estudar disciplinadamente há mais de sete anos. Está tarde.

Gwendolen fica humilhada, pois percebe claramente que a imagem que tinha de si era uma fantasia. Este banho de realidade fará com que ela arranje um casamento rico ligeirinho, aposto.

Mas George Eliot é genial e deixa um subtexto social: o da frivolidade da educação feminina da época, que preparava mulheres para serem “ornamentos” da sociedade, jamais para profissões sérias. Mesmo que Gwendolen quisesse independência, as opções para mulheres sem talento excepcional eram poucas — muitas vezes, apenas o casamento ou a pobreza.

Eliot, que vivia como escritora profissional, pode estar destacando parte do que viveu. Gwendolen, sem talento, sem opões, certamente acabará presa em um casamento. Já Eliot sempre foi a outra, a amante. Só casou bem mais velha, com um jovem, quando o primeiro morreu.

Voltemos. A intervenção de Klesmer não é apenas sobre arte — é sobre a dura verdade de que nem todos podem escapar de suas circunstâncias apenas pela vontade. Gwendolen, ao contrário de heroínas como Jane Eyre, não tem um talento salvador, e sua tragédia reside nessa limitação.

P.S. — O que faz Romola Garai ornamentando o post? Ora, ela atuou como Gwendolen numa série da BBC.

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A primeira reflexão do dia

Ao acordar, minha primeira e fundamental reflexão foi a de que sou um baixinho metido. A Elena dormia a meu lado, prova viva de minha ousadia. Com 1,70m, sempre admirei e namorei mulheres do meu tamanho. Quando elas usam salto, fico menor do que elas, claro. Porém, sou também grudento, então andar de mão fica desconfortável, porque homens são macacos de braços longos e eu tenho que ficar com o braço flexionado. Impossível. Botar a mão no ombro seria como se dependurar num andaime. Não dá. A Elena gosta de braços dados, o que é romântico, mas minha forma preferida é colocar o braço na cintura. O problema é que, antigamente, isso me causava ereções. Hoje, com a idade, apesar das ordens veementes e repetidas do cérebro, o membro as acata com simpatia só que normalmente as arquiva. Então, fico com o braço da cintura. É o ideal. Após resolver este tópico, pude finalmente sair da cama e fazer o café.

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Promoção para fazer na livraria

Promoção para fazer na livraria

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Papinho em Persona

Papinho em Persona

Eu li muitos livros de e sobre Ingmar Bergman. Uma coisa a qual muitos atores se referem é que as filmagens sempre eram muito divertidas. Mesmo num filme como Gritos e Sussurros, as atrizes só lembravam de terem rido muito.

E aqui temos uma foto das filmagens de Persona, com Bibi e Liv — elas que tão pouco falavam durante o filme — de papo com Ingmar.

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Daniel Deronda 1

Daniel Deronda 1

Quando a Elena esteve no hospital, adquirimos o hábito de eu ler livros em voz alta para ela. Claro, agora ela pode lê-los sozinha — aliás, mesmo no hospital ela podia ler, tanto que lia Nabôkov no original “para não perder a inteligência” –, mas ela diz que é fácil se acostumar com o que é bom. Chega a dizer que gosta da minha voz, o que julgo ser totalmente impossível.

Mas o que interessa é que estou lendo o maior de nossos calhamaços até hoje: trata-se de “Daniel Deronda”, de George Eliot e 700 páginas. DD não é um “Middlemarch”, mas é ótimo e cheio de detalhes inusitados para um romance vitoriano.

Quando do primeiro encontro de um casal, ela coloca as falas de cada um e, entre parênteses, o que um está pensando e observando no outro. É um trecho onde brilha o enorme virtuosismo da autora. Disse Marcelo Coelho que George Eliot não é uma artista que nos faça ver o mundo segundo uma perspectiva original, como Kafka fazia, mas, como Tolstói, é uma artista que nos faz ver o mundo de acordo com nossos próprios olhos. Só que “nossos próprios olhos” parecem ganhar lentes de aumento; e em toda a literatura ocidental poucas lentes são tão claras, tão penetrantes, como as que George Eliot nos oferece.

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Julie Christie, aos 85 anos

Por Gustavo Fuks-Schneider

Julie Christie, a lenda do cinema britânico que Al Pacino chamou de “a mais poética de todas as atrizes”, nasceu em Chabua, Assam, Índia, em 14 de abril de 1940, filha de uma artista plástica e um plantador de chá. A jovem Christie cresce em meio a plantação de seu pai antes de ser enviada para a Inglaterra para estudar. Terminando seus estudos em Paris, onde se muda para aprimorar o francês, com o objetivo de se tornar lingüista (Christie é fluente em francês e italiano), a adolescente Julie fica apaixonada pela liberdade do continente.

Também era apaixonada pela vida boêmia dos artistas e tinha planos de se tornar uma também. Christie faria sua estréia como atriz profissional em 1957 como membro do Repertório Frinton de Essex. Christie não gostava do palco, mesmo que lhe permitisse viajar, incluindo uma turnê com a companhia aos Estados Unidos. Seu verdadeiro métier como atriz seria o cinema, estreando 1961 na série de televisão do gênero ficção científica “A For Andrômeda”. A estreia no cinema se dá em 1962 numa participação especial na comédia “The Ealing-like comedy Crooks Anonymous” que foi seguido por um papel maior em outra comédia, “The Fast Lady”. Os produtores da série James Bond ficaram suficientemente intrigados com a jovem atriz para considerá-la pelo papel que posteriormente foi para Ursula Andress em Dr. No (1962), mas abandonaram a ideia porque Christie não era suficientemente peituda.

Em 1963 Christie trabalhou pela primeira vez com o homem que lançaria sua carreira no topo, o diretor John Schlesinger, quando a escolheu como substituta da atriz originalmente escalada para “Billy Liar”. A performance de Christie como Liz impressionou a ponto de se tornar um símbolo, se não um ícone, do novo cinema britânico. Sua presença na tela era tal que o grande John Ford a escalou como a jovem prostituta em “Young Cassidy”. Charlton Heston a queria para seu filme “The War Lord” mas o estúdio recusou suas exigências salariais.

Embora as revistas Amercan tenham retratado Christie como uma “recém-chegada” quando ela chegou ao super estrelato em 1965 no filme “Darling”, produção dirigido por Schlesinger, que adorava Christie, para desempenhar o papel da modelo Diana Scott, quando Shirley MacLaine saiu do elenco. (MacLaine era a irmã do homem que se tornaria amante de Christie no final dos anos 1960 e início dos anos 70, Warren Beatty, para quem alguns, como o ator Rod Steiger, acreditam que ela desistiria de sua carreira. Por sua complexa atuação, Christie ganhou elogios, incluindo os prêmios de melhor atriz da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e da Academia Britânica de Cinema.

Christie alcança o topo principalmente porque pareou “Darling” com o papel de Lara na adaptação de David Lean, vencedor do Oscar, de Doctor Zhivago (1965), de Boris Pasternak (1965), um dos campeões de bilheteria de todos os tempos. Christie era agora uma estrela que exigia um cachê de US $ 400.000 por filme, fato constatado com tristeza no diário de Charlton Heston. Mais interessada em cinema como forma de arte do que em consolidar seu estrelato, Christie combinou “Zhivago” com um papel duplo em “Fahrenheit 45” para o diretor François Truffaut, diretor que ela admirava. O filme foi prejudicado pela falta de inglês do diretor e pelo atrito entre Truffaut e o ator Oskar Werner, que substituiu Terence Stamp, mais apropriado para o papel. Stamp e Christie eram amantes antes que ela se tornasse famosa, e ele não tinha certeza de que poderia atuar com ela, devido a seus próprios problemas de ego. Por sua parte, Werner se ressentiu com a atenção que Truffaut deu a Christie. O filme é um fracasso.

Stamp superou esses problemas do ego para assinar como sua co-estrela na adaptação de John Schlesinger de “Far from the Madding Crowd” (1967), de Thomas Hardy, que também contou com dois grandes atores ingleses, Peter Finch e Alan Bates. É um filme que é muito mais lembrado agora do que quando foi recebido em 1967. O filme e sua performance como heroína Hardy Bathsheba Everdene não teve boa recepção por parte da crítica. Muitos dos quais criticaram Christie por ser muito “mod” e, portanto, falsa. um dos contos clássicos de Hardy sobre o destino. Alguns disseram que sua contemporânea Vanessa Redgrave teria sido uma escolha melhor como Bathsheba, mas embora seja verdade que Redgrave é uma atriz de excepcional talento, não tinha o apelo sexual e a qualidade de estrela de Christie, o que faz a história de três homens apaixonados por uma mulher mais plausível, como um filme.

Embora ninguém o soubesse, o período de 1967 a 1968 representou o ponto alto da carreira de Christie. Por sorte, como a heroína Hardy que ela retratou, ela conheceu o homem que transformou sua vida, minando suas pretensões de carreira como estrela de cinema em seu romance de sete anos, o ator americano Warren Beatty. Viver sua vida sempre foi muito mais importante do que ser uma estrela. Beatty, que via a profissão de estrela de cinema como uma “esteira que leva a mais esteiras” e que era rico o suficiente depois de Bonnie e Clyde (1967) para não precisar mais trabalhar novamente. Christie e Beatty visitaram uma fazenda durante a produção de “Madding Crowd” e ficaram horrorizados com a exploração industrial dos animais.

Depois disso, os direitos dos animais se tornaram um assunto muito importante para Christie. Mesmo após a separação, Christie e Beatty que permanecem como amigos íntimos por quatro décadas. O último sucesso de bilheteria de Christie em que ela atuou como protagonista foi “Petulia” em 1968 para Richard Lester, um filme que apresentou uma das maiores atuações de George C. Scott, perfeitamente contrabalançada pela imagem de beleza da atriz. “Petulia” é um dos principais filmes da década, uma obra-prima subestimada. Apesar da presença do grande George C. Scott e da excelente Shirley Knight, o filme não funcionaria sem Julie Christie. Francamente, não há outra atriz que poderia ter desempenhado o papel. Nesse estagio da sua carreira, Christie realmente chegou no ápice do estrelato como atriz.

Depois de conhecer Beatty, Julie Christie renunciou essencialmente a qualquer desejo de atuar em qualquer filme, ou de se manter como atriz de primeira linha (o sucesso nas bilheterias é uma garantia dos melhores papéis, mesmo nos filmes de arte). em “They Shoot Horses Don’t They? (1969) e “Anne of the Thousand Days” (1969), dois personagens que receberam indicações ao Oscar pelas segundas escolhas, Jane Fonda e Geneviève Bujold. Depois de filmar In “Search of Gregory” (1969), um fracasso crítico e de bilheteria, para cumprir suas obrigações contratuais, Christie passou um tempo com Beatty na Calfiornia, alugando uma casa de praia em Malibu. Voltaria atuar em “The Go-Between” (1971), de Joseph Losey, um belo filme com um roteiro do grande Harold Pinter, e ganhou outra indicação ao Oscar como proprietária de um prostíbulo no clássico menor de Robert Altman, “McCabe & Mrs. Miller” (1971) onde atua com Beatty. No entanto, como o próprio Beatty, ela não procurou trabalho estável, o que pode ser um suicídio profissional para um ator que deseja manter uma posição no primeiro escalão de estrelas de cinema.

Ao mesmo tempo, Julie Christie recusou o papel da imperatriz russa em “Nicholas and Alexandra” (1971), outro filme que ganhou a segunda escolha (Janet Suzman) de indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Dois anos depois, ela apareceu no famoso filme de terror psicológico “Don’t Look Now” (1973), mas isso provavelmente foi um favor para o diretor Nicolas Roeg, que havia sido seu diretor de fotografia em “Fahrenheit 451”, “Far From the Madding Crowd” e “Petulia”. Em meados dos anos 70, seu caso com Beatty chegou ao fim, mas os dois continuaram amigos íntimos e trabalharam juntos em “Shampoo” (1975) (do qual ela se arrependeu em aceitar) e “Heaven Can Wait” (1978).

Christie ainda era estrela suficiente, devido ao seu magnetismo, e não à sua própria atração nas bilheterias, para receber US $ 1 milhão para interpretar a personagem Jacqueline Kennedy Onassis em “The Greek Tycoon” (1978) (um papel eventualmente interpretada por Jacqueline Bisset sem grandes elogios). Christie assinou o contrato, mas foi forçada a desistir de ser protagonista em “Agatha” (1979) (que foi preenchida por Vanessa Redgrave) depois que ela quebrou o pulso. Então aceita o papel da protagonista feminina em American Gigolo (1980), quando Richard Gere foi originalmente acrescentado ao elenco mas desistiu quando John Travolta entrou no elenco depois imenso sucesso nas bilheterias como o rei da discoteca Tony Manera em “Saturday Night’ (1977) e como Danny Zuko em Grease (1978). Christie nunca aceitaria ser co-estrela ao lado uma figura de talento duvidoso. Quando o próprio Travolta desistiu e Gere retornou ao projeto, era tarde demais para Christe reconsiderar, já que a parte já havia sido preenchida pela atriz e modelo Lauren Hutton. Levaria 15 anos para Christie e Gere trabalharem juntos.

O fim de sua carreira de Julie Christie em Hollywood acontece após recusar o papel de Louise Bryant em Reds (1981), um papel escrito por Warren Beatty com ela em mente, Christie entendia que uma atriz americana deveria desempenhar o papel. (A mais recente namorada de Beatty, Diane Keaton, desempenhou o papel e ganhou uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.) De qualquer forma Christie permaneceu no filme, Beatty dedicaria a produção a ex namorada, o filme foi gestado enquanto o casal namorava.

Julie Christie retorna ao Reino Unido e tornou-se a resposta do Reino Unido para Jane Fonda, fazendo campanha por várias causas sociais e políticas, incluindo direitos dos animais e desarmamento nuclear. As partes que ela tirou foram dirigidas principalmente por sua consciência social, como aparecer no primeiro longa-metragem de Sally Potter, “The Gold Diggers” (1983), que não foi um remake do antigo “The Return of the Soldier” de Avery Hopwood, mas uma parábola feminista feita inteiramente por mulheres que todos compartilhavam a mesma escala salarial. Os papéis em “The Return of the Soldier” (1982), com Alan Bates e Glenda Jackson e “Heat and Dust” (1983), da Merchant-Ivory, pareciam anunciar um retorno à forma, mas Christie – como convém a esse símbolo da liberdade e falta de conformidade dos anos 60 – decidiu fazer do seu jeito. Decide dar um tempo na carreira, embora seu talento e beleza únicos ainda fossem muito procurados pelos cineastas.

Nesse ponto, a carreira cinematográfica de Christie entra em eclipse. Mais uma vez, seria particularmente exigente com seu trabalho, tanto que muitos vieram vê-la, essencialmente, como aposentada. Em 1986 se sente atraída por um projeto da diretora argentina María Luisa Bemberg, “Miss Mary”, a produção passou um tanto quanto desapercebida na época. No entanto um renascimento da carreira ocorreria anos depois, com a sua vez como Gertrude, no ambicioso, senão totalmente bem-sucedido “Hamlet” (1996) de Kenneth Branagh. Como Christie disse na época, ela não achava que poderia recusar Branagh, pois ele era um tesouro nacional. Mas o melhor ainda estava por vir: sua vez de estrela de cinema desbotada, casada com Nick Nolte e paquerada por um homem mais jovem em “Afterglow’ (1997), lhe trouxe elogios. Ela recebeu sua terceira indicação ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação e apareceu nos prêmios tão radiante e excepcionalmente bonita como sempre. Sempre iconoclasta, ficou visivelmente aliviada, após o anúncio do prêmio, ao saber que havia perdido!

Christie vive com o jornalista investigativo de esquerda Duncan Campbell (colunista do Manchester Guardian) desde 1979, primeiro no País de Gales, depois em Ojai, Califórnia e agora no East End de Londres, antes de se casar em janeiro de 2008. Além de seu trabalho no cinema, ela narrou muitos livros em fita. Em 1995, ela fez um retorno triunfante ao palco em um renascimento em Londres do “Old Times” de Harold Pinter, que recebeu suas excelentes críticas. Em 2004 participa da bem sucedida franquia Harry Potter em “Harry Potter and the Prisoner of Azkaban”, no mesmo ano está em “Finding Neverland” ao lado de Kate Winslet e Johnny Depp. Sendo indicada ao Bafta, na categoria melhor atriz coadjuvante. Em todos seus projetos recentes Julie Christie trabalhou em papéis coadjuvantes. Christie – uma atriz que sempre evitou o estrelato vulgar – provou ser uma inspiração para sua co-estrela Sarah Polley, a extraordinária talentosa atriz canadense com uma inclinação política de esquerda que também abomina Hollywood.

De sua co-estrela em “No Such Thing” (2001) e “The Secret Life of Words” (2005), Polley diz que Christie está ciente de sua mercantilização pela indústria cinematográfica e pela mídia de massa nos anos 60. Não querendo ser reduzida a um produto, ela se rebelou e assumiu o controle de sua vida e carreira. Sua atitude faz dela uma das heroínas de Polley, que a chama de uma de suas mães substitutas. (Polley perdeu a própria mãe quando tinha 11 anos.) Christie e Polley são rebeldes. Sarah Polley havia saído do set do filme de grande orçamento previsto como sua passagem para o estrelato de Hollywood, Almost Famous (2000), para ter um tipo diferente de vida e carreira. Ela retornou ao seu país natal, Canadá, para aparecer no filme independente de baixo orçamento “The Law of Enclosures” (2000), um filme de arte presciente do diretor John Greyson que compensou o drama com o cenário de uma guerra perpétua no Golfo, três anos antes da invasão de George W. Bush. Iraque, iniciando a segunda guerra mais longa da história dos EUA. Tirando um hiato de atuação, Polley foi ao Canadian Film Centre de Norman Jewison para aprender a dirigir e dirigir, fazendo curtas conceituadas antes de lançar sua estréia no cinema em “Away from Her” (2006), que foi filmada e concluída em 2006 mas mantido para lançamento até 2007 por seu distribuidor. Sua uma magnífica performance de uma mulher com Alzheimer foi vencedora do Globo de ouro, do National Board of Review, Critics’ Choice, Screen Actors Guild, entre inúmeros outros prêmios e para arrematar, mais uma indicação ao Oscar de melhor atriz, embora fosse a franca favorita ao prêmio, acabou perdendo para a francesa Marion Cotillard.

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Uma lista sensacional de melhores romances ingleses

Uma lista sensacional de melhores romances ingleses

Eu sempre tive um caso de amor com os ingleses. Não pensem que eu ignoro o que fez o Império Britânico ou as posições recentes sistematicamente ao lado dos EUA. Não pensem que eu gostava de Thatcher, por exemplo. Na verdade, eu amo três coisas: a literatura inglesa, a cidade de Londres e seus habitantes.

Não sei se um dia voltarei à cidade da qual gosto tanto, mas vou tentar.

Agora, quando cheguei em casa após o Concerto da Ospa, soube que a BBC fizera uma pesquisa com scholars e críticos ingleses para votar nos melhores romances ingleses. Eu disse ingleses, então Joyce, Beckett e outros estão de fora. Também só tem romances na lista. Li os critérios e achei que, opa, esta lista será das boas.

Eram 100 romances e eu fiquei moralmente muito feliz com a lista. Disse aqui em casa que os três primeiros seriam x, y e z, e errei só o terceiro lugar, que apareceu em quarto. Disse que a lista estaria cheia de mulheres e está. Elas têm o “trio vencedor”. Me perguntaram: quantas estarão dentre os dez melhores livros? Respondi que cinco: George Eliot, Virginia Woolf, Charlotte e Emily Brontë e mais Jane Austen. Acertei o número, mas errei uma: Austen ficou fora do top 10, mas em seu lugar entrou Mary Shelley.

E, para meu pasmo, eu li TODOS os 25 primeiros colocados. Ou seja, minha anglofilia literária tem melhor foco do que meus óculos, atualmente.

É meio bobo ficar feliz com isso, mas eu fiquei, sabe?

100. The Code of the Woosters (PG Wodehouse, 1938)
99. There but for the (Ali Smith, 2011)
98. Under the Volcano (Malcolm Lowry,1947)
97. The Chronicles of Narnia (CS Lewis, 1949-1954)
96. Memoirs of a Survivor (Doris Lessing, 1974)
95. The Buddha of Suburbia (Hanif Kureishi, 1990)
94. The Private Memoirs and Confessions of a Justified Sinner (James Hogg, 1824)
93. Lord of the Flies (William Golding, 1954)
92. Cold Comfort Farm (Stella Gibbons, 1932)
91. The Forsyte Saga (John Galsworthy, 1922)
90. The Woman in White (Wilkie Collins, 1859)
89. The Horse’s Mouth (Joyce Cary, 1944)
88. The Death of the Heart (Elizabeth Bowen, 1938)
87. The Old Wives’ Tale (Arnold Bennett,1908)
86. A Legacy (Sybille Bedford, 1956)
85. Regeneration Trilogy (Pat Barker, 1991-1995)
84. Scoop (Evelyn Waugh, 1938)
83. Barchester Towers (Anthony Trollope, 1857)
82. The Patrick Melrose Novels (Edward St Aubyn, 1992-2012)
81. The Jewel in the Crown (Paul Scott, 1966)
80. Excellent Women (Barbara Pym, 1952)
79. His Dark Materials (Philip Pullman, 1995-2000)
78. A House for Mr Biswas (VS Naipaul, 1961)
77. Of Human Bondage (W Somerset Maugham, 1915)
76. Small Island (Andrea Levy, 2004)
75. Women in Love (DH Lawrence, 1920)
74. The Mayor of Casterbridge (Thomas Hardy, 1886)
73. The Blue Flower (Penelope Fitzgerald, 1995)
72. The Heart of the Matter (Graham Greene, 1948)
71. Old Filth (Jane Gardam, 2004)
70. Daniel Deronda (George Eliot, 1876)
69. Nostromo (Joseph Conrad, 1904)
68. A Clockwork Orange (Anthony Burgess, 1962)
67. Crash (JG Ballard 1973)
66. Sense and Sensibility (Jane Austen, 1811)
65. Orlando (Virginia Woolf, 1928)
64. The Way We Live Now (Anthony Trollope, 1875)
63. The Prime of Miss Jean Brodie (Muriel Spark, 1961)
62. Animal Farm (George Orwell, 1945)
61. The Sea, The Sea (Iris Murdoch, 1978)
60. Sons and Lovers (DH Lawrence, 1913)
59. The Line of Beauty (Alan Hollinghurst, 2004)
58. Loving (Henry Green, 1945)
57. Parade’s End (Ford Madox Ford, 1924-1928)
56. Oranges Are Not the Only Fruit (Jeanette Winterson, 1985)
55. Gulliver’s Travels (Jonathan Swift, 1726)
54. NW (Zadie Smith, 2012)
53. Wide Sargasso Sea (Jean Rhys, 1966)
52. New Grub Street (George Gissing, 1891)
51. Tess of the d’Urbervilles (Thomas Hardy, 1891)
50. A Passage to India (EM Forster, 1924)
49. Possession (AS Byatt, 1990)
48. Lucky Jim (Kingsley Amis, 1954)
47. The Life and Opinions of Tristram Shandy, Gentleman (Laurence Sterne, 1759)
46. Midnight’s Children (Salman Rushdie, 1981)
45. The Little Stranger (Sarah Waters, 2009)
44. Wolf Hall (Hilary Mantel, 2009)
43. The Swimming Pool Library (Alan Hollinghurst, 1988)
42. Brighton Rock (Graham Greene, 1938)
41. Dombey and Son (Charles Dickens, 1848)
40. Alice’s Adventures in Wonderland (Lewis Carroll, 1865)
39. The Sense of an Ending (Julian Barnes, 2011)
38. The Passion (Jeanette Winterson, 1987)
37. Decline and Fall (Evelyn Waugh, 1928)
36. A Dance to the Music of Time (Anthony Powell, 1951-1975)
35. Remainder (Tom McCarthy, 2005)
34. Never Let Me Go (Kazuo Ishiguro, 2005)
33. The Wind in the Willows (Kenneth Grahame, 1908)
32. A Room with a View (EM Forster, 1908)
31. The End of the Affair (Graham Greene, 1951)
30. Moll Flanders (Daniel Defoe, 1722)
29. Brick Lane (Monica Ali, 2003)
28. Villette (Charlotte Brontë, 1853)
27. Robinson Crusoe (Daniel Defoe, 1719)
26. The Lord of the Rings (JRR Tolkien, 1954)
25. White Teeth (Zadie Smith, 2000)
24. The Golden Notebook (Doris Lessing, 1962)
23. Jude the Obscure (Thomas Hardy, 1895)
22. The History of Tom Jones, a Foundling (Henry Fielding, 1749)
21. Heart of Darkness (Joseph Conrad, 1899)
20. Persuasion (Jane Austen, 1817)
19. Emma (Jane Austen, 1815)
18. Remains of the Day (Kazuo Ishiguro, 1989)
17. Howards End (EM Forster, 1910)
16. The Waves (Virginia Woolf, 1931)
15. Atonement (Ian McEwan, 2001)
14. Clarissa (Samuel Richardson,1748)
13. The Good Soldier (Ford Madox Ford, 1915)
12. Nineteen Eighty-Four (George Orwell, 1949)
11. Pride and Prejudice (Jane Austen, 1813)
10. Vanity Fair (William Makepeace Thackeray, 1848)
9. Frankenstein (Mary Shelley, 1818)
8. David Copperfield (Charles Dickens, 1850)
7. Wuthering Heights (Emily Brontë, 1847)
6. Bleak House (Charles Dickens, 1853)
5. Jane Eyre (Charlotte Brontë, 1847)
4. Great Expectations (Charles Dickens, 1861)
3. Mrs. Dalloway (Virginia Woolf, 1925)
2. To the Lighthouse (Virginia Woolf, 1927)
1. Middlemarch (George Eliot, 1874)

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Morreu Vargas Llosa (1936-2025)

Morreu Vargas Llosa (1936-2025)

Morreu Vargas Llosa, um grande autor que alterou seu posicionamento político até o ponto de ser detestado por muitos, inclusive eu. Mas seu “Conversa no Catedral” (*) foi um marco para este humilde leitor. Foi a primeira e arrebatadora demonstração de virtuosismo literário que amei. Gostei muito de outros livros também, como “A Guerra do Fim do Mundo”, “Travessuras da Menina Má” e “A Orgia Perpétua”, sobre Flaubert.

(*) Catedral é um bar.

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Mauvício

Ninguém esperava que o Imortal perdesse para o Flamengo. Pelo contrário, todos previam uma vitória fácil do Tricolor. Seria a confirmação de um ano sobremaneira frutífero. A equipe de Quinteros há de se recuperar na próxima rodada. O Mirassol não tem culpa de nada, mas vai pagar o pato! É da vida.

Mauvício Saravia

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A chegada de Max

A chegada de Max

Aconteceu algo hoje. A veterinária do falecido gato da Elena — Vassily morreu faz 3 meses — ligou dizendo que tinha o gato perfeito pra ela. Disse que, se o luto passou, era a hora de pegar outro. Fui conhecer o cara e simpatizei com ele imediatamente. Peguei o vira-latinha cheio de vermes que trataremos. Não deve ter 1 Kg.

Tem prováveis 45 dias, é ultra carinhoso e ronronante, apesar de agitado e enérgico. Nestas primeiras horas, a maior das surpresas: parece que ele me escolheu. Logo eu, que não dou bola pra gatos. Maximiliano, cujo apelido é Max, ronrona em cima de mim e só quer saber de deitar nas minhas roupas. Espero que não fuja e que seja da Elena.

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Mauvício

Mauvício

Amanhã, o Grêmio começa a pavimentar seu caminho para o título brasileiro de 2025. Se o Inter empatou com o Flamengo no Rio e o Central Córdoba venceu, estamos a menos de 24h de vermos o time carioca sobremaneira esquartejado na Arena OAS.

Mauvício Saravia

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