Lu Vilella escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Lu Vilella escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Então, 25 anos da Bamboletras. O que posso dizer, além de agradecer?

À vida, ao universo, às minhas mestras que me iniciaram, desde as primeiras letras às teorias da literatura. Agradecer aos clientes que, desde o início, lá na rua da República, acreditaram na minha crença. Partilharam comigo o mesmo amor pelos livros. Muitos, hoje são amigos do coração. E seguem parceiros da Bamboletras.

Agradecer ao Milton, que assumiu tão amorosamente a paternidade da minha cria, quando precisei me afastar, quando um chamado mais forte se fez na minha vida. E vocês não imaginam como foi difícil. Como sofri. Como chorei, e ainda choro, de saudades da minha Bambô.

Mas, vida que segue! Sejamos fortes diante das provações, como essa pandemia. Fortes e solidários.
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Então, além de agradecer, de longe, vou torcer. Pela Bamboletras, esse templo de amor ao livro, ao conhecimento, à arte, à amizade e à beleza. Esse templo de amor à Vida.
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Torcer para que nós, brasileiros, possamos atravessar em segurança essa tormenta. De longe, segue meu abraço apertado ao Milton, Eliane, Cacá e Gustavo. E a cada um de vocês, meus mais que clientes, amigos pra toda vida. Feliz aniversário, Bamboletras! Te amo de amor eterno e sinto demais a tua ausência no meu cotidiano.

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Gustavo Melo Czekster escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Gustavo Melo Czekster escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Gustavo Melo Czekster é escritor. Autor de O Homem Despedaçado e de Não há amanhã. Este último livro, foi vencedor do Açorianos de melhor livros de contos e semifinalista do Jabuti.

Ainda lembro quando entrei pela primeira vez no Centro Comercial Nova Olaria. Parecia uma ilha inesperada de civilização e bom gosto em meio a uma cidade cujas manifestações culturais se espalhavam por todos os lados, ávidas, distribuindo os públicos entre atrações simultâneas, múltiplas. Por muito tempo acreditei que o local fora especialmente construído para mim: afinal, tinha três salas de cinema, tinha cafeterias charmosas, tinha locais para degustar comidas diferentes, tinha uma loja de CDs e LPs antigos, tinha obras de arte, tinha um chafariz e, no meio de tudo, como um coração impregnado de vigor, estava A Livraria. Bamboletras era o nome dela, mas, para mim, sempre foi A Livraria; assim como existe a Biblioteca de Babel, um local onde todos os livros existem à espera de seus leitores e autores, deve existir uma Livraria que concentre as curvas e as estantes de todas as livrarias do mundo, e a Bamboletras é a minha. Não foram poucas as vezes em que estive lá, em que marquei encontros no seu interior, em que levei pessoas recém-chegadas na cidade para conhecê-la, em que estive em lançamentos de livros e em bate-papos. Sempre fui regiamente recebido, tratado como um familiar da Livraria, e talvez seja mesmo, eu e todos os clientes que devem fazer o mesmo (às vezes percebo rostos estranhamente conhecidos no local, não devo ser o único que utiliza a Bamboletras como pretexto para encontrar pessoas e conversar sobre livros, somos uma legião). É possível que algum de vocês já tenha ido comigo: se não foi, em breve estaremos lá. Não foram poucas as ocasiões em que meus passos distraídos me conduziram normalmente até a Livraria: em uma delas, faltou energia elétrica no bairro e fui visitar a Bamboletras, esquecendo que não teria como olhar os livros, pois estaria no escuro. Mais do que ver ou comprar livros, o importante é estar imerso na aura do lugar. Não são poucas as histórias que nos juntam, eu e a Bamboletras. Os anos passaram, muitas lojas desapareceram, outras surgiram, e agora recebo a notícia de que a Bamboletras completa 25 anos, um quarto de século. Custei a acreditar. Parece que eu a conheço desde ontem, ou talvez ela esteja tão imersa em mim que até o tempo apagou seus vestígios. O coração ainda pulsa forte. A Livraria continua entre nós. E, desde que comecei a escrever, agora tenho o prazer de ser parte da Livraria que tanto admiro. Estou lá, cercado por amigos e amigas, acompanhado por histórias, ouvindo as conversas alheias, enxergando todos vocês. Se isso não é o mais próximo que posso chegar do Paraíso, morar na Bamboletras, não sei o que pode ser.

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Atrás do balcão da Bamboletras (XXIII)

Atrás do balcão da Bamboletras (XXIII)

De manhã fui na farmácia — sim, na farmácia — a fim de comprar uns Eskibon para comemorar os 25 anos da Bamboletras — sim, comemoração de câmara, modestíssima, de pandemia.

Quando atravessei a Lima e Silva, um homem gritou:

— Parabéns pelo aniversário da livraria! É a melhor!

E agora, quando fui buscar uns livros, uma jovem do outro lado da rua pulava e me acenava:

— Mais 25 anos! Mais 25 anos!

É o que estamos tentando e vamos conseguir.