O dia seguinte de um colorado

O dia seguinte de um colorado

Desde junho, alguns poucos colorados avisaram e reavisaram, mas de nada adiantou. O Inter parece ter planejado cuidadosamente sua queda. Mandou incompreensivelmente D`Alessandro para a Argentina. Manteve Argel paralisado em uma irrepetível sequência de jogos sem vencer. Trouxe um sujeito totalmente diferente, ídolo da instituição, para 5 jogos e botou a cereja no bolo ao contratar o decadente Celso Roth sob um envelhecido e pouco criativo Fernando Carvalho. Tudo isso debaixo dos olhos do aparvalhado presidente Vitorio Piffero.

Sábado houve as eleições para presidente. Marcelo Medeiros foi eleito com 12.134 votos (94,8%) contra 666 votos (5,3%) de Pedro Affatato, que representou a gestão Vitorio Pífio no pleito. Os votos brancos foram 224 e os nulos, 960. Achei alto e significativo o número de 666. Mas ao menos foi menor que o de brancos e nulos. Livres finalmente de Pífio e Carvalho? Não sei, no Beira-Rio, eles ainda são muito amados por alguns conselheiros que não sabem nada de futebol e que só estão lá por serem figuras de destaque em nossa sociedade…

Antônio Carlos Zago deverá ser anunciado como novo técnico do Inter ainda esta semana. Não gosto dele em razão de alguns episódios de racismo, mas o fato é que não há bons nomes no mundo se não houver uma estrutura mínima para recebê-los. Provavelmente, teremos o retorno de D`Alessandro, mas não se pode jogar todas as expectativas num jogador veterano que completará 36 anos em 15 de abril de 2017. Há que montar um novo time — temos várias e bem conhecidas perebas — e uma comissão técnica que não mate nossos jogadores.

Quando falo em matar, refiro-me aos jogadores-zumbis do Inter que renascem em outros clubes. Por exemplo, Marinho, do Vitória, esteve quatro anos no Internacional — emprestado a maior parte do tempo. Não lembro de ter jogado por nós. Também houve Cleiton Xavier, do Palmeiras, que esteve seis anos no Internacional — emprestado a maior parte do tempo. Além disso, o melhor jogador do Santos é Lucas Lima, que esteve dois anos no Inter e foi emprestado. Não marcou nenhum gol aqui… Nem vou citar outros casos de jogadores, como Ricardo Goulart, que não tiveram bom ambiente ou preparo no clube e que estouraram assim que foram transferidos. É que tivemos em 2016 um caso de paroxismo de ruindade na comissão técnica.

Enquanto escrevo este texto, vejo que o Inter acaba de confirmar Zago. O mínimo que espero é uma declaração bem clara de um homem que assumirá o comando técnico de um time que tem por símbolo um saci. Não resolve, mas seria o mínimo.

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Não vou falar sobre o jogo de ontem porque não vi. Estava bem feliz num festão de aniversário de um querido amigo. Sabia que era dia dos gremistas irem para a Goethe.