O Conselho e o Pátio: um não tem nada a ver com o outro, mas seria melhor se tivesse

A única chance para Giovanni Luigi permanecer como presidente do SC Internacional está em vencer as eleições para o Biênio 2013-14 no primeiro turno, ou seja, no Conselho. Ele tem apenas uma bala e seu tiro — perigosíssimo, letal — será desferido na reunião do dia 8 de novembro. Nesta data, os 346 conselheiros do Clube devem optar por uma das candidaturas a presidente. Avançarão ao segundo turno duas das chapas mais votadas, desde que obtenham mais de 25% dos votos. E nisto resumem-se as chances do presidente picolé de chuchu, alguém que não empolga ninguém, mas que possui o Conselho Deliberativo do clube na mão. Assim como Odone tem no Grêmio.

Mais sobre o maravilhoso Luigi e a situação do clube: aqui.

Para ultrapassar a cláusula de barreira, os citados 25%, são necessários 87 votos no Conselho. Em princípio, Giovanni Luigi teria aproximadamente 180 votos, Luiz Antonio Lopes, 60, e a Convergência Colorada, com seu candidato indefinido entre Sandro Farias e João Patrício Herrmann, 65. Acontece que Luiz Antonio Lopes tem o apoio de Vitorio Piffero, ex-presidente e ex-aliado de Luigi, que deve retirar votos do Banana. É possível que, deste modo, Lopes chegue ao segundo turno para disputar a presidência..

O Conselho

Pois, meus amigos, o Conselho muitas vezes não está preocupado com o futebol. Conheço muitos conselheiros. Há aqueles que vão aos jogos e sofrem com o marasmo cotidiano do clube — são o que chamo de conselheiros-torcedores — e aqueles que estão lá por serem políticos, jornalistas conhecidos ou pequenas celebridades da cidade — são os conselheiros-modinha. Estes são amigos de um amigo de Fernando Carvalho ou de outro membro menos notório da diretoria atual ou das anteriores. Foram convidados ao cargo por serem conhecidos, por serem ricos empresários ou por serem membros de diretorias de outras entidades; enfim, por suas relações extra-clube. Aceitaram concorrer por vaidade, vício, ou para ganhar mais um pontinho junto a sei lá quem. Pois, não sei por quê, é bacana ser Conselheiro, mas mesmo que não se saiba nada sobre futebol.

Estas figuras decorativas fazem o recheio dos sete (7) (!) movimentos que apoiam o futebolisticamente derrotado Luigi e podem levá-lo à vitória no primeiro turno. Um conselheiro-torcedor me disse que ontem (22/10) Luigi tinha votos suficientes para prescindir do segundo turno, o do pátio, o dos sócios, o dos torcedores que se escabelam com a realidade do clube.

Então, nos resta desejar que um dos dois adversários do presidente alcancem os tais 25%. Se alcançar, será o novo presidente do clube, pois Luigi perderá no pátio, assim como aconteceu com Odone no Grêmio.

O fundamental

Mas o mais importante desta eleição é o que ocorrerá no dia 15 de dezembro. Esta é a data não apenas para a realização do segundo turno das eleições presidenciais — se houver — mas para, FUNDAMENTALMENTE, o associado optar por uma chapa do Conselho. Este, num mundo ideal, deveria ser renovado com inteligência e maior critério por parte dos sócios.

Há 346 conselheiros. 300 são eleitos e 46 são ex-presidentes e membros do Conselho por mais de 30 anos. A gestão dos eleitos é de quatro anos e, a cada dois anos, a metade é renovada. Ou seja, no próximo dia 15 de dezembro, haverá a renovação de 150 conselheiros. Para que o clube fique mais arejado é necessário diluir a base aliada do Banana. Para quê? Ora, a fim de que tenhamos uma gestão menos amadora. A propósito, hoje a Convergência Colorada lança seu Plano de Gestão 2013/2014. É um evento aberto, qualquer um pode ir lá e conferir. Será às 20h, no auditório do Edel Trade Center (Av. Loureiro da Silva, 2001), em Porto Alegre. Logo após o lançamento ele estará no ar no site.

Sim, apoio a Convergência e convido a todos os interessados no Inter a se informarem sobre ela e os outros movimentos do clube. Depois, informados, decidam, ora! Por favor, chega de votar nas figurinhas mais simpáticas da cidade.