E começamos novembro a todo vapor! Mas, antes, segue a habitual e célebre lista dos mais vendidos da Bamboletras! Em outubro, os autores locais seguiram em destaque, representando o estado melhor do que ele merece… E há também outros ótimos livros nacionais e internacionais. Olha só:
1. Mas em que mundo tu vive?, de José Falero (Todavia)
2. Os Supridores, de José Falero (Todavia)
3. Os Anos de Chumbo e Outros Contos, de Chico Buarque (Companhia das Letras)
4. Abra e leia, de Milton Ribeiro (Zouk)
5. Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (Todavia)
6. O Lugar, de Annie Ernaux (Fosfóro)
7. Meia Siza, de Marieta dos Santos da Silveira (Pradense)
8. O Mapeador de Ausências, de Mia Couto (Companhia das Letras)
9. Escaler, de Paulo César Teixeira (Ballejo)
10. Duas Formações, Uma História: Das ideias fora do lugar ao perspectivismo ameríndio, de Luís Augusto Fischer (Arquipélago)
Sim, muitas novidades na lista, né? Vem conferir!
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A falta do objeto direto no título deste e-mail deve significar nossa falta de capacidade para encontrar algo em comum entre a obra-prima de Ernaux, a relação mãe e filha de Doshi e a filosofia com cachorrinha e Heidegger de Pessanha, Mas garantimos que só tem coisa boa aí!
Boa semana e boas leituras!
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Annie Ernaux era a favorita para receber o Nobel de 2021. As apostas davam-na como favorita. Não deu, mas ela é extraordinária. O Lugar é o livro que lançou Ernaux à fama. A obra estabelece as bases para o projeto literário da autora que seria levado adiante por três décadas de consagração crítica e sucesso de público. Nesta autossociobiografia, uma das mais importantes escritoras vivas da França se debruça sobre a vida do próprio pai para esmiuçar relações familiares e de classe, numa mistura entre história pessoal e sociologia que décadas mais tarde serviria de inspiração declarada a expoentes da autoficção mundial como Édouard Louis e Didier Eribon. O resultado é um clássico moderno profundamente humano e original.
Antara nunca escondeu o ressentimento que nutre pela mãe, que abandonou o marido para morar em uma comunidade místico-hippie e chegou a viver na rua, deixando a filha sempre à própria sorte. Agora que a mãe começa a sofrer de demência e ter episódios de esquecimento, Antara se vê diante da indesejada responsabilidade de cuidar de quem jamais cuidou dela. É nesse momento que ela refaz a trajetória de suas lembranças para contar a história de duas mulheres unidas por uma relação dolorosa, mas impossível de abandonar. Só como informação: Doshi escreve em inglês, é uma norte-americana filha de indianos.
Através de uma série de encontros, Frederico, o protagonista deste irônico romance filosófico moderno, narra seu choque e seus ajustes com a realidade, do amor ao conhecimento, do álcool ao pensamento ocidental. E, fundamentalmente, do mundo e de sua própria personalidade. Escrito com mão levíssima, alternando humor, melancolia e uma aguda meditação sobre os grandes temas que nos movem ao longo das fases da vida, O Filósofo no Porta-Luvas é um romance híbrido, em que a fabulação vem lado a lado com o ensaio, e a observação das paixões humanas está a par com um repertório vasto a respeito das maiores discussões da filosofia. E, de quebra, uma cachorrinha serve de inusitada plateia para discussões sobre Heidegger.