Sobre o massacre dos palestinos: negando o discurso único da imprensa

O rabino Dovid Weiss explica bem a questão, mas há que limpar as frases de que o sionismo seria um movimento ateu… Não, é um movimento violento e fundamentalista, mas vale a pena assistir discurso do moço, bem melhor do que o de nossa grande imprensa e de alguns judeus burros. Infelizmente, a maioria.

Não há nada que incite mais o antissemistimo do que o estado de Israel

(O blog está sem fotos. Não sei o que houve)

Meu caro amigo Rodrigo Cardia PERGUNTA se não haverá sanções ao estado de Israel pelo ataque criminoso aos barcos turcos que levavam ajuda humanitária aos Palestinos do campo de concentração da Faixa de Gaza. Eram milhares de toneladas de suprimentos destinados à população civil de Gaza. Dez militantes pacifistas foram mortos.

A pergunta é lógica mas é também retórica. É retórica pelo fato de sabermos que Israel conta com a indulgência internacional em nome de um passado que inclui violências e perseguições cada vez mais esquecidas e substituídas pelas limpezas étnicas que hoje o país promove em seu território. O esforço de propaganda e do cinema — mais propaganda — para que não esqueçamos dos absurdos verdadeiros ocorridos nos campos de concentrações nazistas, está sendo vencido pelo fundamentalismo israelense e pela mudez de Obama.

O Irã não pode ter a bomba, que Israel tem, mas, agindo desta forma, estimula os países árabes a se armarem.  É a loucura de um estimulando a do outro. O Ministro do Exterior da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse que se tratava de “assassinatos conduzidos por um Estado” “Em termos simples, isso se assemelha a bandidagem e pirataria”, afirmou. O governo de Israel disse que suas tropas agiram em defesa própria, depois de serem atacadas. Sabe-se que os ativistas não dispunham de armas e que os soldados abriram fogo contra eles. É importante saber que o ataque deu-se em águas internacionais — fora do território “israelense” — e que a Turquia e Israel são antigos aliados. Ou seja, Israel, sob a proteção americana, está tomando Actívia e bebendo Johnny Walker.

A autoridade portuária turca nega que navios levassem armas a Gaza nos suprimentos à população. O diretor da alfândega do porto de Antalya diz que todos os suprimentos bagagens passaram por raio-x. Tudo está documentado.

Cai apoio ao ataque em Israel

A humanidade começa a brotar… Espero que ela vote em fevereiro.

Guardian, UK, 1/1/2009 (em http://www.guardian.co.uk/world/2009/jan/01/israel-gaza) :

Pesquisa publicada hoje no jornal Haaretz mostra que baixou de 82 para 52% o número de israelenses favoráveis à continuação dos ataques contra Gaza (ao mesmo tempo, 20% apóiam o cessar-fogo; e 19% são favoráveis à invasão por terra ao território da Palestina). O líder do Hamás, Ismail Haniyeh, exige que cessem os ataques, que o bloqueio econômico seja levantado e que se abram os postos de passagem, como condição para qualquer negociação.

Na primeira indicação de que há divisões entre as autoridades israelenses, o primeiro-ministro Ehud Olmert defendeu pessoalmente que os ataques prossigam, depois de o ministro da Defesa, Ehud Barak – o mais condecorado soldado israelense e ex-comandante do exército – ter dado sinais de aceitar um cessar-fogo de 48 horas.

[…] Olmert reuniu-se com Barak, com a ministra dos Negócios Estrangeiros e com os comandantes militares, para um visivelmente muito tenso encontro de 4 horas, na 4ª-feira à noite. Em reunião do gabinete de segurança, decidiu-se que o bombardeio continuará.

Aparentemente, o governo de Israel está tentando não deixar transparecer qquer divisão interna, para evitar que se repita o que aconteceu na Guerra do Líbano, em 2006, quando divisões internas no governo, sobre o rumo da guerra, provocaram muitas críticas ao governo, até que a opinião pública passou, de uma posição em que a maioria apoiava a guerra, à declarada oposição ao governo e aos comandantes militares.

A maioria dos analistas militares diz que é pouco provável que Israel decida-se a favor da reocupação de Gaza, ocupação considerada impossível, ou excessivamente custosa. E não há tropas posicionadas em terra em quantidade suficiente. Para a maioria, a ameaça é operação de propaganda, que visa a manter sob pânico a população civil local.

Em todo o Oriente Médio, a tentativa de invasão por terra é considerada “situação favorável aos combatentes que lutam nos grupos armados”. Muitos analistas lembram que Israel jamais venceu guerra em situação de guerrilha urbana.

O mais provável é que prossigam os ataques aéreos. Contudo, a situação hoje já não é tão favorável a Israel, como no momento dos primeiros ataques, nem no cenário interno, nem no cenário internacional, e crescem as pressões para pôr fim à violência, tanto pelos governos ocidentais quanto pela ONU e agências de socorro humanitário.

[…] Já há mais de um ano, Israel impede a entrada em Gaza de quaisquer produtos importados (em Gaza, TUDO é importado de Israel). Nos últimos tempos, impede também a entrada de qualquer tipo de ajuda humanitária. Além disso, dada a proibição de que saiam de Gaza quaisquer produtos de exportação, Israel já destruiu toda a estrutura comercial e de negócios na região.