Últimas horas em Bombinhas

Últimas horas em Bombinhas

Nossas explorações gastronômicas nos levaram a lugares bem interessantes aqui em Bombinhas. Como campeão, podemos deixar empatados os restaurantes Olímpio — simples e boníssimo — e o Berro d`Água — mais chique e também excelente — lá da praia de Zimbros. Num muito honroso segundo lugar, deixamos o César, onde fomos anteontem comer ostras e o café de nossa pousada, onde o raio gourmetizador atingiu apenas a qualidade do que é servido. Os outros a gente não cita. Bem, deixemos a Casa da Lagosta com o terceiro lugar. Lá é muito bom também. Ah, a moleza das férias!

(Por falar em Raio Gourmetizador… Não será ele um filho do Raio da Vida utilizado por Bulgákov em Os Ovos Fatais, que por sua vez é filho do Raio da Morte com que a parte da população de Kiev tentou afastar os bolcheviques há quase 100 anos?)

E manhã, quinta-feira, o “simpático casal do cinza (*)”, que é como soubemos que os funcionários da Pousada Narinari nos chamam, começa seu retorno para Porto Alegre, não sem antes dar uma passada pelo Café François e Paradigma Cine Arte de Florianópolis, onde talvez também conheçamos pessoalmente um amigo.

Abaixo umas fotos tiradas no Restaurante César.

As ostras do César
As ostras do César, devoradas em 2 de fevereiro em homenagem aos aniversários de Jascha Heifetz e James Joyce.
Agora protas com o limão e o molho
Agora prontas para comer, com o limão e o molho
O talharim com frutos do mar que perdeu para o do Berro d`Água
O talharim com frutos do mar que perdeu para o do Berro d`Água
Elena e sua cerveja sem álcool
As mãos de Elena e sua cerveja sem álcool
Em outro ângulo
Em outro ângulo
Dentro do quarto cinza (a Elena gosta de fotos fora de foco...)
Dentro do quarto cinza (a Elena gosta de fotos fora de foco…)

(*) Na Narinari, os quartos são chamados por cores, não por números.

Bombinhas: o 6º Encontro Internacional PQP Bach

Bombinhas: o 6º Encontro Internacional PQP Bach

Em meu vocabulário de ateu, uma única palavra é sagrada: a amizade.
Milan Kundera — A Festa da Insignificância

Já estamos indo para a primeira década do PQP Bach e ainda não conheço todas as pessoas que fazem este grande blog. Um morava no Casaquistão e agora está em Moscou. Não o conheço, apesar de já ter-lhe enviado partituras de autores brasileiros que foram interpretados em recitais moscovitas. (Sim, a coisa é chique). Já jantei com outro de São Paulo e com nosso homem em Vitória (ES). Mas não conhecia nosso agente secreto de Blumenau, assim como não conheço o restante da turma. O Luiz Blasi é a pessoa com a qual mais converso sobre música e as postagens bagunçadas do blog.

Ontem, domingo (25/01), ele e sua esposa Rose desceram até Bombinhas para fazer o reconhecimento mútuo. Para os iniciados na terminologia pequepiana, foi o encontro de PQP Bach com FDP Bach, dois filhos bastardos de Johann Sebastian. Simples assim. O casal visitante chegou secretamente à pequena cidade em carro próprio, por volta das 7h da manhã de domingo, trazendo um pen drive com a integral das Sonatas de Beethoven, tocadas por Maurizio Pollini, e o filme dos 125 anos do Concertgebow de Amsterdam, concerto completo. Sem se anunciarem, é claro, ficaram ocultos na recepção até que eu e Elena descemos às 8h, cuidando para não sermos vistos.

A Andréia, dona de nossa Pousada, recebeu a todos com um belo café. Eu e a Elena comemos pouco devido aos acontecimentos traumatizantes da noite anterior, mas espero que o Luiz e a Rose tenham aproveitado, porque os cafés da Andréia são esplêndidos.

Após o café fomos a Zimbros, uma bela e calma praia ideal para crianças.

A praia de Zimbros | Foto: Luiz Antonio Blasi
A praia de Zimbros | Foto: Luiz Antonio Blasi

Mas lá havia aquilo que nos persegue onde quer que compareçamos: a boa gastronomia. O maestro Tobias Volkmann, através de bate-papo no Facebook, dirigiu-nos de forma firme e afinada ao restaurante Berro D´Água. Meu deus, o que foi aquilo?

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Olha, até agora, 36 horas depois, ainda estamos comentando aquela massa. A boa comida conhece caminhos inescrutáveis para nos alcançar. Eu nem queria comer muito depois da vandalização do dia anterior, mas o que podemos fazer além de aceitar a felicidade que nos chega a um custo adequado?

Depois de várias fotos documentais …

Milton Ribeiro e Luiz Antonio Blasi

Milton Ribeiro e Luiz Antonio Blasi 2

… e de uma uma amizade virtual passada ao mundo real, despedimo-nos de nossos amigos, não sem antes termos um curioso encontro no estacionamento. Ali estava uma família de corujas buraqueiras, hoje raras. A Elena sempre diz que é uma coruja. Refere-se, é claro, ao modo como fica alerta à noite. O encontro dela com os pássaros foi tímido.

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Abaixo, uma foto de Luiz Antonio Blasi mostrando o making off das fotos acima.

Foto: Luiz Antonio Blasi
Foto: Luiz Antonio Blasi

Rose e Luiz, foi um belo encontro. Nada surpreendente que vocês fossem exatamente como nós imaginávamos: de fala mansa, boa e inteligente conversa e muito agradáveis. Não querem se mudar para Porto Alegre a fim de que a gente se veja mais vezes?

Gostei tanto de vocês dois que deixei minha mochila no porta-malas deles… A coisa já está voltando por Sedex…

Bombinhas anteontem, 24/01

Bombinhas anteontem, 24/01

Nós tínhamos passado um grande dia. A tarde foi finalizada com longas confissões dentro do mar. Apesar de nosso tenebroso passado, nenhum de nós tentou o afogamento final. Pelo contrário, foi um daqueles longos e carinhosos banhos que adoramos tomar ao final da tarde. Mas acabamos vitimados por um jantar absolutamente saboroso e… copioso. Todo o nosso atletismo marítimo foi jogado fora e saímos do restaurante alimentados para uma semana e ainda com uma “quentinha” na sacola.

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Simplesmente não conseguíamos parar de comer a maravilhosa muqueca que nos foi servida na Casa da Lagosta, novamente à beira-mar. Depois de comportarmo-nos como falsos hunos famintos, acabamos nos consolando em nossa varanda da Pousada Narinari. Eu com uma cerveja, a Elena com suquinho.

O fotógrafo e a fotografada pensam: para que comer tanto?
O fotógrafo e a fotografada pensam: para que comer tanto?

Férias em Bombinhas

Férias em Bombinhas

Pois é, férias. Aviso a meus sete leitores que este humilde blogueiro estará em Bombinhas por alguns dias, curtindo as delícias de litoral catarinense.

Durante a noite de terça-feira (20/02), viemos de ônibus leito até Florianópolis, depois pegamos outro ônibus até Itapema e então descobrimos que, por ordem da prefeitura de Bombinhas, os ônibus estão proibidos de adentrar o excelso município. Então, fomos obrigados a pegar um táxi em Itapema para chegarmos até nossa pousada. A coisa, que andou míseros 30 Km, custou-nos o preço de uma das passagens de leito de Porto Alegre a Floripa. Mas, como somos um casal de multimilionários, cadê o problema?

A primeira impressão da Pousada Narinari foi excelente. A recepção dá sensação de conforto. O quarto é grande, o colchão é duro como deve ser, o banheiro é enorme, estamos com Wi-fi e ar condicionado funcionante, há bom espaço para roupas e acho que ganhamos um café só pelo fato de termos chegado antes do horário de entrada. Chegamos às 10h e a diária é a partir das 14h.

Tudo foi tão agradável que nós arrumamos o quarto da pousada exatamente do modo como nunca fazemos em casa: com ordem e lógica. Não estou nos reconhecendo. O que havia no lanche do Japonês?

Por falar em japonês, aqui só se fala argentino. Acho que até o ingeniero Bombita está na cidade que o homenageia. Eles tomaram conta não apenas como turistas, mas como empresários. O café onde tomamos um espresso era de propriedade de um argentino. A invasão vale a pena. Penso que a presença deles em todos os lugares garanta uma melhor e mais variada gastronomia. Há que considerar que viemos também comer aqui… Durante as férias, os regimes ficam suspensos. Esta é uma regra que acabamos — eu e a Elena — de criar.

Por falar nisso, almoçamos muito bem. Comemos um Variado de Peixes para duas pessoas. O tamanho do prato era tão grande que pedimos para levar o que restou. Então voltamos para a pousada a fim de dormir uma horinha antes de tomarmos nosso primeiro banho de mar. Só que o cansaço acumulado nos últimos dias saiu-se facilmente vitorioso e acordamos às 20h após 5h de sono. Não houve despertador que nos erguesse.

Então, partimos para uma caminhada noturna na praia, aquela linda jaula limitada por duas enormes pedras como são todas as praias daqui. Ficamos nisso por quase duas horas a fim de que a fome voltasse, né? E, acompanhado de sucos comprados num super aqui na frente, mandamos bala na segunda parte de nosso almoço.

A previsão do tempo na porta do quarto
A previsão do tempo na porta do quarto
Olhando para a esquerda na praia...
Olhando para a esquerda na praia…
E para a direita...
E para a direita…
Uma árvore atravessa os três andares da pousada. A porta à esquerda é a de nosso quarto.
Uma árvore atravessa os três andares da pousada. A porta à esquerda é a de nosso quarto.