Dia dos Namorados

Dia dos Namorados

Não gosto muito das datas religiosas. Sempre gostei do Dia da Criança para mim e depois para meus filhos, da virada do ano para todos e de meu aniversário… Apenas há poucos anos passei a gostar do Dia dos Namorados.

O Dia dos Namorados deriva de uma data religiosa, claro: do Dia de São Valentino. Valentino teve uma bela história de final triste. Na Roma Antiga, o imperador Claudius II, proibiu a realização de casamentos, com o objetivo de que estes não atrapalhassem a formação de seu exército. Claudius, com razão, pensava que se os jovens não tivessem família, se alistariam em maior número. Contudo, apesar da proibição, um bispo romano seguiu celebrando casamentos. Seu nome era Valentino e as cerimônias eram realizadas em segredo. Descoberto, Valentino foi preso e condenado à morte. Enquanto estava em cana, muitos jovens jogavam flores e bilhetes com mensagens de amor nos muros da prisão. Dentre estas, havia uma cega chamada Asterius, filha do carcereiro e que conseguiu permissão para visitar Valentino. Os dois se apaixonaram e ela, como sói acontecer, recuperou a visão. O bispo terminava suas cartas de amor para Asterius com a assinatura: “de seu Valentino”, expressão ainda hoje utilizada. Valentino foi decapitado em 14 de fevereiro de 270 d.C. Acho a história muito boa, principalmente porque é a de um bispo apaixonado.

Sim, a data correta seria o 14 de fevereiro – que é o Dia dos Namorados em quase todos os países, o Valentines`s Day -, mas o comércio brasileiro resolveu comemorá-la em 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, um santo casamenteiro português que deve ter feito seus milagres por aí, mas que era bem mais chato e só pensava na união familiar, etc. (Talvez seu único milagre que tenha alcançado é o de ser Santo Antônio de Lisboa e de Pádua ao mesmo tempo…)

Lembro que, num 12 de junho qualquer, cheguei a uma repartição pública com muitas mesas ocupadas por mulheres. Em várias delas havia buquês, em outras não havia nada e imediatamente uma história de profundo ressentimento aflorou. A pessoa com a qual tinha uma reunião demonstrou ressentimento contra quem tinha namorad@, mas criticou aqueles namorad@s que deixaram a mesa d@ cara-metade só com papéis e carimbos, ressentimento contra o marido cansado, ressentimento contra quem nem deu um carinho ao acordar. É uma sensação péssima quando um dia que parece especial não é.

Mas… Feliz Dia dos Namorados!

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Aqui no Brasil a gente não comemora o Valentine`s Day, mas o Dia dos Namorados num dia como hoje, 12 de junho. Tenho uma pequena história com o Valentine`s. Em 2014, em 14 de fevereiro, eu e a Elena fazíamos uma escala em Lisboa para chegar a Londres à tarde. À noite, fomos a um pub, o primeiro da Elena. Estava esquisito lá dentro, todas as mesas tinham velas e rosas. Então descobrimos o motivo, sentamos e ficamos sorrindo um para o outro. Sob meu sorriso havia o pensamento de que planejara detalhadamente toda a viagem, mas jamais aquele encontro tornado subitamente romântico sob o frio, a bruma e as luzes londrinas. E pensei, fazendo uma piada de mim para mim: “O que mais dará errado?”.

13 e 14 de fevereiro: de Porto Alegre a Londres

13 e 14 de fevereiro: de Porto Alegre a Londres

Planejamos nossa viagem junto a Casamundi, que nos conseguiu um preço do tamanho de nosso bolso para a viagem e conexões. O voo foi pela TAP e, além do preço legal, pudemos ir de Porto Alegre a Lisboa direto, sem passar pelo inferno de Guarulhos e por um possível problema e translado de bagagens. A vantagem é que a gente chega muito mais descansado, o que não é pouca coisa.

De manhã, eu e Elena aterrissamos ao aeroporto de Lisboa que, não obstante o fato de ser uma cidade de 700 mil habitantes, tem um aeroporto dez vezes maior, mais equipado e mais funcional do que o de Porto Alegre, cidade de 1,5 milhão. Estávamos acessando nossos e-mails antes de pegar a conexão também da TAP para Londres, quando…

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… começou um show, um pequeno show que se revelou uma linda surpresa e afetuosa saudação para uma viagem perfeita.

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A cantora, acordeonista e compositora Celina da Piedade fez uma curta e bela apresentação matinal para quem ali estava.

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Algumas pessoas começaram a dançar — um deles um cadeirante temporário.

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Outros a fotografar, como eu e outros.

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O grupo era formado por Celina, um contrabaixista e uma tecladista. Eles interpretaram canções folclóricas do interior de Portugal. As pessoas não conseguiam ouvir sem sorrir. Nós também ficamos felizes com as boas-vindas.

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E chegamos a Londres pelo aeroporto de Gatwick. Pegamos o Gatwick Express até a região central da capital, deixamos nossa bagagem num hotel do quela falaremos nos próximos dias e fomos para um pub. Achamos estranho que em todas as mesas havia velas acesas, tornando o ambiente romântico. É que era o dia 14 de fevereiro, também conhecido como …

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Valentine’s Day.