Concerto de Brandenburgo Nº 3, de J. S. Bach

… com a esplêndida Orquestra Barroca de Freiburg. O primeiro movimento e o terceiro — quase não há o segundo — foram uma revelação para o menino que eu era lá pelos 13-14 anos. Julgara não ser possível haver maior perfeição. E há?

Se você não vê a imagem acima, clique aqui.

O adágio quase inexistente…

Os sem Firefox devem clicar aqui.

Eu não disse que era quase inexistente? São poucas notas que servem de introdução ao vertiginoso terceiro movimento.

Uhu!

Os cegos clicam aqui.

10 comments / Add your comment below

  1. Minha discoteca de música erudita é bastante modesta, mas passei boa parte dela para o pen-drive afim de ter uma trilha sonora mais ou menos adequada para ler o excelente livro de Alex Ross, “O Resto é Ruído”. “Os Concertos de Brandenburgo” foi minha primeira aquisição em vinil de música clássica, junto com uma caixa das sinfonias de Beethoven (regida pelo Karajan, com um disquinho bônus com a carta testamento do gênio lida por Paulo Autran).

    “Brandenburgo” realmente torna inevitável o lugar comum de citá-la como uma das músicas mais belas de todos os tempos, e a atualidade de Bach se faz presente na familiaridade que sua música tem mesmo entre os que não a conhecem (através de filmes, etc). Mas uma das características da constante modernidade de Bach é a sua influência na música do século xx: Pixinguinha, Charles Parker, Coltrane ( fiquei espantado diante a semelhança da execução de Glenn Gould de uma das tocatas de Bach, disponibilizada páginas atrás, com o exorcismo das apresentações ao vivo de Coltrane), além de artistas menores como a banda de rock Jethro Tull.

    Como diz Garcia Márquez em sua biografia, chega-se a um momento na vida que passa-se a gostar de música, alegremente desprovido de preconceito, simplesmente pela riqueza que ela tem a oferecer. Essa necessidade inerente da música é o que faz com que alguém como você, Milton, que tanto nos informa sobre música erudita, também goste de George Harrison e Quadrophenia; e num extremo oposto, o que faz com que pessoas vivendo o cotidiano apressado de Nova York se veem adiando por um momento compromissos inadiáveis, para assistirem a apresentação arrebatadora de um violinista desempregado no metrô da metrópole, sem saberem que se trata de uma traquinagem de Joshua Bell. E Borges, no diálogo com Sábato, relatando que verteu lágrimas comovidas quando ouviu pelo rádio uma canção de uma banda para ele até então desconhecida, e que mais tarde o locutor revelou se tratar dos Beatles.

    Estou me restabelecendo de uma fratura no calcanhar, lendo quase o dia inteiro, envolvido pela inevitável áurea de melancolia da música erudita. Através dos orixás virtuais, estou com treze discos do Glenn Gould plugados no som, e já repassei várias vezes as duas gravações das Variações Goldberg. Achei por milagre “O Náufrago”, na EV, por um preço não abusivo, e se os correios cooperarem o lerei ainda no prazo da dispensa médica. Gould e Bernhard eu já tinha ouvido falar, mas foi pelos seus post que me interessei em conhecê-los.

    Lamentavelmente, Ross não cita uma palavra sobre Glenn Gould.

  2. Milton,
    podes achar-me meio maluco, mas o que nos faz considerar mulheres tudo o que dizemos?
    Nesta sequencia a mais bela é a Rachel Weisz, o que não é verdade absoluta. A Monica é superior fisicamente à Jeanne, mais mulher, mais concuspicente. La Moreau, no entanto é muito , mas muito, mais atriz.
    Este fato nos levaria a algo. Achamos algumas mulheres bonitas porque trabalham bem, nos trazem inteligência e possibilidades além do baixo ventre.
    Tecnicamente, (minha opinião claro), não poderia entender uma Liv Ulmann no PQHS e muitas outras. Mas aquela foto em Persona mostra uma certa… transcedência. Isto é beleza e talvez nos atraia mais que um corpo.

    Branco

  3. Acho muito lindos os 6 “Concertos de Brandemburgo”. Mas, na minha opinião de estudante de 8 meses de música, o “Brandemburgo n. 4” é demais. Há alí a mais perfeita combinação flauta-violino que este ouvido de iniciante já ouviu (até agora). Os “malabarismos” desses dois instrumentos naquela obra são notáveis!

  4. Caro Milton

    Neste exato momento estão sequenciados os Concertos numerados e ouvidos de 1 a 6 . Pode parecer implicância minha, mas eu creio que a ordem traz alguma sequencia, que ainda ilógica, é parte fundamental da obra de Bach.

    Jack Kervokian – o Doutor Morte – tão polêmico e polemizado no afã de responder a um advogado sobre sua crença em Deus foi claro e direto: “Eu creio em Deus. Meu Deus tem nome e sobrenome. Chama-se Johann S. Bach!”.

    Portanto, ouvir Bach pode ser ouvir diretamente a manifestação Divina. Assim creio e presto reverência todos os dias a estes todos gênios da música erudita. Mudam meu comportamento, mudam minha essência, humor e especialmente trabalham juntamente comigo todos os dias.

    É isto.
    Humberto

  5. Estou montando, devagarzinho, minha “discoteca” de música erudita, pois a mim não basta “baixar”; tenho que ter em casa, “arquivado”, o cd. E, como leigo, principiante mesmo, amante de Bach, privilegio o Gênio Maior. Que me perdoem todos os gênios eruditos, mas aqui em casa é assim: de um lado da estante, Bach; do outro, os demais. De Bach, já tenho as duas Paixões, o Oratório de Natal, as 6 suítes prá celo, algumas cantatas, “A Arte da Fuga” e, coisa típica de leigo, a coletânea “Best Bach 100”, que me “apresentou” ao Gênio; outra coletânea com músicas suas e de Haendel e 3 dvds. Não é nada, não é nada … não é nada, mesmo, pois o “cara” compôs mais de 1000 “peças”.
    Agora, o que percebo de diferencial, relativamente à música erudita, é o intérprete e a qualidade e tipo de instrumento usado na música. O Concerto de Brandemburgo n. 4, por exemplo – que adoro – interpretado pela “Stottish Ensemble”, com Jonathan Rees, ao violino, é uma coisa, outra, é ouví-lo através da excepcional (aos meus ouvidos) “Royal Philarmonic”, de Londres, com o uso da flauta, talvez, transversa. Aos meus ouvidos, são dois desempenhos absolutamente distintos, que faz a “Royal” dar de goleada … aos meus ouvidos, repito.

  6. Possivelmente a “Scottish Ensemble” utilizou alguns instrumentos tais que pudessem espelhar o mais fidedignamente possível a execução do Brandemburgo 4 daquela época. a Barroca. Tenho esse palpite. A “Royal Philarmonic de Londres” já utiliza instrumentos mais “modernos”, aperfeiçoados. A flauta transversa faz uma incrível diferença de uma execução prá outra. Mas, enfim, há, desta peça, tantas outras interpretações que talvez, como iniciante, me surpreenda com desempenhos ainda mais brilhantes.

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