3 comments / Add your comment below

  1. Muito difícil elaborar um comentário a esse texto pungente, sem parecer proselitista. Mas que se dane, o que não pode acontecer nesse assunto é a omissão.
    Quando eu trabalhava em uma universidade particular, tive que dar aulas de História no curso de Direito. Era uma garotada de menos de 18 anos.
    Era impressionante o nível de desconhecimento sobre o Regime Militar. Aliás, sobre quase tudo. As causas são várias, mas uma delas é certamente o fato de que a disciplina de História conta, no máximo, com dois períodos de aula semanais no ensino médio. Entra aí, também, a existência de professores mal formados, desatualizados e mal remunerados.
    Sem construção de alicerces de conhecimento histórico, a ignorância erige-se em terreno fértil para que os apoiadores da ditadura, fossem eles truculentos ou silentes, voltem a sibilar barbaridades. Estas, por sua vez, tem, cada vez mais, tomado a forma da velha cantilena de que se travava uma guerra desde 1963, de que o Brasil teve que escolher entre uma ditadura de direita ou uma de esquerda, de que o golpe do Castelo Branco foi necessário, sendo que, depois, o regime degringolou por alguns anos, com os generais da linha dura.
    Barbaridades, que a pesquisa histórica tem desmentido.
    É sobre isso o texto linkado pelo Milton, e aborda o assunto sem meias palavras. Ele PRECISA ser lido e comentado.
    Naturalmente, não ajuda em nada o fato de que a Veja e a Globo sejam os meios de comunicação que mais formam opinião na classe média.

    Posso parecer quixotesco, mas eu não aceito a banalização da memória.

    NÃO ESQUECEREMOS!!!!!!

  2. Uma das áreas onde o governo Lulla mais foi uma continuidade do FHC foi na área de RH (Gregório e Nilmário são exatamente iguais, desconheço o Vanuchhi para opinar).

    Pelo que entendo (não o li, mas também não o assinei) este plano é nada mais que uma continuação dos outros dois planos gerados no governo anterior. Uma evolução com pontos ótimos e outros defeituosos (nem é uma barbaridade nem é fantástico – conforme os matizes ideológicos). Nada que um decreto a ser discutido num congresso não possa ser modificado (não seria isto o normal?). Com ministros assim não tem oposição que os supere.

    Lí, creio que na Folha (Josias?), sobre um livro do Tarso Genro sobre uma aula que ele deu em agosto na UFMG em que responde ao Jobim e, aparte o proselitismo partidário em diversos pontos (e não seria diferente), as respostas são pertinentes. Recomendo procurar e dar um olhada (o texto do jornal não é crítico, apenas copia o livro).

    Outra recomendação na mesma folha é o texto da Helio Schwartzmann. Em ambos os a busca da memória é defendida de maneira evidente.

    Eu argumento assim:
    Pode haver revanchismo? Pode sim. Assim como num julgamento de assssinado e ninguém pensa em acabar com eles .
    Torturador e terrorista são iguais. Depende. Depende da ação é um terrorista ou um combatente. No entanto, ser terrorista não absolve o torturador. Um crime não absolve outro.

    Mais dois pontos:
    1) Eu sou iniciado na ciência. Sendo assim, quero SEMPRE conhecer a verdade, mesmo que jamais a encontre. O ato de procurar pela verdade é um processo amoral, isto é, não interesa se ela é boa ou não. Quero saber quem tporturou, quem mandou, quem era combatente ou passou a terrorista. Quero saber TUDO. Aspectos jurídicos são outra questão. Quero só a verdade.
    2) O primata começou a se tornar homem quando passou a enterrar seus mortos. resgatar isto é uma questão de dignidade.

    Branco

Deixe uma resposta