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  1. É, tiraria o chapéu, se eu usasse um. O que os caras não fazem para vender. Bem que os caras que fazem propaganda de cerveja poderiam ter um pouquinho nem que fosse dessa criatividade.
    Apareça lá no blog, Milton, às vezes acho que vale a pena. Abraço.

    1. deixei no Charlles…

      ESQUERDA DE MERDA
      by Ramiro Conceição

      É, já fiz cada quiproquó
      que mereci levar no fiofó.
      Já casei com fantasma.
      Já fui até…um miasma.

      Casar com um fantasma,
      não teve problema algum,
      aparentemente…
      Trepei, dormi,
      viajei e me habituei
      ao sujo… dito-cujo.

      O dilema foi que, por ser uma alma penada,
      um grego presente mal falsificado sempre,
      o fantasma – não veio desacompanhado;
      mas junto à fantasmanada acorrentada ao
      fantasmagórico…: uma monada de putas;
      d’ estafetas; de piolhos e diplomas da USP;
      um bando de estúpidos subordinados à besta,
      que se diziam “do Bem”, mas eram do capeta;
      uma geração duma única interjeição “Beleza!”
      para qualquer fundamental questão humana.
      Nunca souberam do Belo,
      pois farejavam com focinhos!

      Aí… quanto papo cabeça!
      Quanta merda de esquerda!
      Ainda bem que tudo terminou:
      o fantasma… me abandonou!

      Por isso, grato, estou aqui,
      a finalizar – essa obra-bufa;
      pois soube à boca pequena
      que algumas almas penadas,
      em solitárias, fétidas cloacas,
      vestiram-se, com as gravatas
      de suas línguas, enforcadas!

      PS: este poema já havia sido apresentado aqui. Mas agora foi reescrito, espero, definitivamente…

  2. Por ser hoje o dia dos namorados,
    deixo um poema enamorado ao lúcido
    amor que nasce, cresce e morre…

    FLOR DE CASTELA
    by Ramiro Conceição

    Quando foi a última vez
    que subi aquela escada
    que dava ao terraço da casa
    onde às vezes namorávamos
    literalmente, a sós, a Vida?
    Lembro-me das chuvas, dos sóis,
    das flores do teu jardim suspenso.
    Lembro-me do vento e do relento…

    Éramos bonitos,
    porque sinceros,
    quando olhávamos
    a cidade a crescer
    em torno de nós,
    debaixo da lua.

    Eras infinita quando estendias
    as tuas roupas qual bandeiras
    finitas e limpas… sobre o varal.
    Eras infinita…
    porque se quisesses
    poderias de memória
    citar de repente,
    em castelhano fluente,
    uma página inteira de Cervantes.
    Mas nunca quiseste, infelizmente.

    Eras e és flor de Castela
    a tilintar castanholas.
    Eras e és espanhola.

    Quando foi a última vez
    que desci aquela escada,
    atravessei a sala,
    abri a porta e saí…
    para nunca mais?

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